Proibida Pra Mim escrita por TessaH


Capítulo 7
06.




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06 |

Eu não tinha nada mais interessante para fazer. Iria cabular a aula de Ética, de qualquer forma, então tentei achar a minha dupla para agendarmos algo do trabalho.

O que eu queria mesmo era dar mais motivo para o colégio estar em pólvora com a notícia da minha dupla do trabalho. Eu ainda não sabia quais boatos que começaram a rolar, mas depois eles chegariam a mim. E eu adorava estar na boca de todo mundo.

— Se liga, Kellen – eu chamei a atenção da menina que andava ao meu lado. – Você vai mesmo para a aula?

— O que, Malfoy? Claro que eu vou, né, imbecil, nem me olha com essa sobrancelha levantada porque isso é o normal a se fazer!

— Calma aí, é que.. Poxa, é ética. Quem precisa de aula pra passar na matéria?

Kellen Brice deu de ombros. Ela tinha adquirido a mania de não me levar a sério.

Isso que dava ter intimidade.

— Você sabe onde vai ser a aula da grifinória do sétimo ano?

— Por que você está interessado, fofo? – Kellen parou. – Nem me fala que você vai importunar a pobre Weasley, Scorpius, por favor.

— Ora, não seria importunar... Era só conversar, afinal passaremos muito tempo juntos.

Kellen revirou os olhos.

— Eu sinto é pena dela porque sendo falada com você não vai trazer nada de bom.

— Isso soou como uma ofensa, se você quer saber.

— Eu não queria saber. – a menina de azul rebateu. Voltamos a andar enquanto ela me enrolava para responder. – Sabia que estão falando que ela vai transformar você em um celibatário?

— O quê?!

Eu estava chocado.

— Por que não estão falando sobre eu ficar com ela? Não seria o normal?

— Hello, Scorpius, estamos falando da Rose Weasley, ninguém a corrompe, tá legal? Ela é tão santa que vai transformar até você, é o que estão falando.

— Isso é uma calúnia para a minha reputação. – respondo quase indignado. – E outra, as pessoas são burras demais por espalharem boatos como esses. Eu não me importo. Você sabe ou não onde fica a merda da aula deles?

— No andar lá embaixo. Agora me deixa em paz – Kellen bufou e se afastou. Eu ri de seu humor tão peculiar.

Ela era uma pérola.

Segui caminhando como se nem tivesse compromisso no andar superior e parei na sala para procurar pela cabeleira ruiva. Quando a encontrei, me aproximei, notando que os murmúrios ganharam forças. Sorri e a toquei pelo ombro.

— Rose Weasley, podemos conversar lá fora?

Eu não devia ter superestimado meu ego com a intenção de ficar ainda mais falado pelo colégio justo por um único motivo: Rose Weasley.

Sim, eu não devia ter me submetido a um sorriso carismático, mãozinha no ombro e gentileza só para convencê-la, porque certamente eu não queria ver aquela coisa pequena furiosa comigo sem aparente motivo.

Cruzei os braços enquanto relaxava encostado na parede do lado de fora da sala.

— Eu não acredito que você me tirou da aula pra marcar algo que pode ser feito depois— a ruiva me olhou, e seus olhos muito azuis estavam assustadores.

— Porque é importante pra mim, o trabalho - menti, dando de ombros. 

— Eu também acho importante, mas podemos conversar depois, Malfoy - ela disse duramente, parecendo uma mãe brigando com o filho por cabular aula.

Era só o que faltava.

— Por que saiu da sala já que não queria perder aula, furacão?

— Mas o que?! - Rose se virou rapidamente quando estava indo embora. - Você me chamou de que?! E eu saí porque todo mundo estava olhando, se você não percebeu! Eu não quero ser o centro das atenções como você.

Eu tentei ignorar o bico de irritação que surgiu na coisa pequena diante de mim. E também ignorei sua pergunta referente ao querido apelido que fugiu de minha boca.

— Eu vi que estavam olhando. E tenho certeza que eu não sou tão egocêntrico como você faz parecer, querida Weasley.

Ela me olhou desacreditada. Eu realmente não fazia ideia de o que em mim estava deixando aquele serzinho tão enfurecido comigo. Não é possível que seja só por uns minutinhos de aula!

— Nós falaremos sobre o trabalho depois.

E ela se foi a passos duros para sua aula chata. Bufei.

É, minha tática não tinha dado certo, até porque não deu em nada, nem marcamos trabalho, só dei motivo para a única pessoa no colégio me odiar.

Bem... Nem Jesus agradou todo mundo. Fazer o quê.

— 0 - 

— Que bom ver que não se atrasará novamente para o treino, Malfoy - a voz ranzinza do treinador Ernest chegou aos meus ouvidos e me despertou. - Quando não é oito, você é oitenta. Está muito cedo.

— Quis me preparar logo - respondi, levando do gramado onde estava deitado, bronzeando minha pele. 

— E está perdendo aula, tenho certeza. Não traga fracassos à Sonserina, rapaz! 

— Não é nada disso, treinador - respondi e sai andando em seu encalço para ajudá-lo a organizar o campo. Ele era um dos únicos professores por quem eu nutria afeição. - Eu tenho facilidade com a aula que perdi e pensei em compensar no rugby.

— Bom, precisa mesmo fortalecer essas varetas que chama de pernas!

Soltei um riso de lado.

— Assim o senhor me ofende.

— Não seja uma boneca, Malfoy. Agora, vai logo pro campo que próxima semana começaremos os jogos oficiais do ano. Corre!

Como um bom súdito, eu corri.

O treino foi pesado como sempre e no finalzinho, uns caras da Grifinória estavam indo para onde eu e meu time estávamos saindo. Scott Hayes, o Montanha, também conhecido como sem-cérebro, barrou meu caminho, com um riso idiota na cara.

— Qual é, Malfoy! Vi com quem você pegou de dupla no trabalho, hein - ele exclamou e seus capangas riram com ele. 

— Não entendi a piada. 

— A puritana vai te transformar num celibatário que nem ela? - Scott sorriu ainda mais, sacana, deformando seu rosto feio.

Meu sangue esquentou.

Vejam bem, eu sou cheio de virtudes, mas tenho meus pontos fracos. Scott é um dos meus pontos, porque qualquer idiotice dele acima do limite eu fico possesso.

Ele é um grande idiota. E nada tem a ver com o fato de nossa rixa ter começado no terceiro ano, cada um moleque com 13 anos, e Scott ter me feito de chacota na sala gritando sobre minha mãe estar morta.

Eu cultivo ódio, senhores. E rego todos os dias.

— Você devia guardar sua língua na boca, seu idiota. Não tem vergonha por falar tanta merda?

Scott parou de sorrir e se aproximou, tentando me intimidar com seu porte.

Percebi que estávamos sozinhos no corredor.

— Malfoy, você está passando dos limites comigo. Devia ficar com medo.

— Você quem está fora dos limites. Não tem vergonha de falar da prima de um colega de time?!

— Alvo é parceiro, mas não posso negar a verdade sobre a priminha dele, Malfoy, ah... você sabe.

Revirei os olhos.

— Poupa meu tempo - declarei e tentei prosseguir, mas ele me parou.

— Ei, ei, calma, quero uma conversinha em particular com você. - ele voltou a exibir aquela carranca com um sorriso malicioso e expulsou seus capangas do corredor. - Que tal a gente voltar a apostar?

Urg. Em um passado nem tão longínquo assim, minhas disputas com Scott eram marcadas por apostas, das mais variadas possíveis. Desde quem bebe mais em festa, quem pega mais mulher, quem faz mais gols na temporada... Por aí vai. Fiquei calado criando uma paciência inexistente.

Nem sair na porrada com esse idiota eu poderia, porque da última vez o treinador Ernest deixou claro que nos expulsaria do time. E o rugby era meu escape da vida naquele colégio interno.

— Fala logo, Hayes.

— Você deve saber que estão falando isso sobre a priminha do Alvo e você... E aqui você está cheio de convicção pra mim dizendo que não é nada disso, certo?

— Claro que é, porra. Eu tenho cara de celibatário? Onde raios uma garota vai me transformar nisso?

— Estou gostando de ver, cara - ele bateu no meu ombro e eu me esquivei. - Então que tal apostarmos se você consegue fazer o contrário? Transformar a menina puritana em uma louca desvairada como você? Quem será que tem mais influência sobre o outro? Eu aposto que você não vai conseguir, Malfoy. A tal Weasley vai te transformar na porra de um celibatário e eu vou ganhar. E com isso, meu querido, você sai do time por livre e espontânea vontade.

Eu sou uma pessoa muito fraca em relação a ser convencido por um discurso. As palavras de Scott eram ridículas, mas seu tom de voz me lembrava da humilhação, da raiva, do ódio que senti quando ele aprontou das mais variadas situações para me constranger.

No que eu pudesse destruí-lo, eu iria fazê-lo.

— Aposta feita. Você deveria saber que o rugby é a coisa mais importante na minha vida, Hayes, então se prepare para perder. Você quem sairá do time quando eu ganhar.

Ele gargalhou.

— Eu me prepararei para ver sua saída de cabeça baixa do campo, dando adeus a qualquer olheiro de universidade por conta do esporte e ainda se transformando em uma Rose Weasley de calças!

Eu o olhei com ódio e determinação.

— Isso fica entre nós.

— Claro. Boa sorte, Malfoy - Hayes gargalhou mais uma vez. - Até mais, perdedor.

Eu não sabia no que tinha me metido.

.

.

Genteee, eu voltei com mais um, porém quero continuar só se souber do acompanhamento de vocês comigo! Quem tá aí? Quem acha o Scott um cuzão? E QUEM VAI GANHAR A APOSTA? HAHAHA

P.S.: Sei que estão aí pq tem 19 acompanhamentos! Opiniões para o próx cap sair!


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