POV Bella

Joguei-me sob minha cama, cansada e destruída. Eu estava acabada.

Eu sabia que ele nunca me veria como a menina dos seus sonhos, porque assim como a lua não é de queijo eu não tenho curvas de modelo, sorri. Como fui tão boba de pensar que ele se interessaria por mim? Provavelmente apenas queria brincar, provavelmente ele já sabia que era uma Swan quando me beijou. Eu fui idiota, mas mais idiota era o que eu estava sentindo agora.

Eu sabia que ele nunca entenderia esses meus sentimentos absurdos que me pedem sempre mais um beijo, e, mesmo eu sabendo que nunca mais teria a fortuna de seus beijos, não cessavam. Era certo que agora eu estava vivendo em um conto de fadas que inventei. Em um conto de fadas em que eu sigo com cuidado, quase lendo seus pensamentos, sempre ao seu lado e junto com seus silêncios. Um conto de fadas que até se o mundo mudar e ficar de ponta cabeça, ali, ao seu lado, eu estaria.

Eu sabia que ele nunca me veria como a causa de uma noite mal dormida, ou até mesmo, sem dormir. Eu sabia que ele nunca compreenderia que eu era o anjo de seus contos. Eu entendia que ele tinha medo de ver a mulher que eu sou por dentro, sem essa face de inimigo. Moribundo já é, em meu coração, esse antigo afeto, tendo o amor nascido como herdeiro. Só ri dessas cicatrizes quem jamais as sofreu.

Perdida em meus pensamentos escutei pedras batendo contra a porta de vidro que levava a minha sacada. Assustei-me, quem seria essa hora? Caminhei até o acendedor e tremi antes de acender a luz. Eu estava com medo. Poderia ser o inimigo, mas o que sei de inimigos? Eu estou perdidamente apaixonada pelo o mais novo dos herdeiros do que o papai sempre chamou de inimigo?

As pedras cessaram. Caminhei temerosa até a porta de vidro. Retirei sua trava e girei a maçaneta, abrindo-a. Não havia nada, ninguém. Debrucei sobre minha sacada para observar a imensa Rainha das Noites. A lua era de época cheia, seu apogeu, linda.

- Ai de mim_ eu sussurrei para mim, perdida no meu conto de fadas._ Edward, Edward! Ah! Por que é você Edward?_ murmurei_ Renegue o seu pai, esqueça seu nome_ parei suspirando, seria tão difícil dele fazer isso_ ou então, se não quiser, jure que me ama, porque nesse instante deixarei de ser uma Swan. Inimigo não é você, é apenas o seu nome. Continuara a ser você se caso Cullen não for. Cullen não é seu rosto, suas mãos, sua boca, Cullen é apenas um nome, um nome entre tantos outros, e o que há num simples nome? A rosa se não chamasse rosa teria o mesmo perfume, a mesma beleza. Ah, Edward! Se não chamasse Edward teria a mesma perfeição._ Gargalhei, eu estava ficando louca. Olhei para o meu quarto e comecei a caminhar até ele.

- Não!_ gritou uma voz vinda de baixo de minha sacada_ não vá bela menina_ pediu.

- Quem você é?_ perguntei brava, quem havia escutado o meu conto de fada? Quem me perturbava?

Dei-me conta que mesmo que meus ouvidos tivessem escutado menos de 100 palavras saídas daquela boca perfeita, eu sabia perfeitamente quem era. Era Edward Cullen e ele havia escutado?

- Por nome não sei lhe informar pequena mulher, dele tenho vergonha por ser seu inimigo_ Edward falou em sua voz melodiosamente perfeita.

- Me diga Cullen_ falei seu nome com paixão, mesmo sendo ensinada a pronunciar-lo com desprezo._ Para que veio e como entrou em minhas propriedades._ exigi.

POV Edward

- Por amor_ falei sinceramente_ Por amor que eu vim, e por amor que eu cheguei. Foi o amor que me fez invisível frente aos diversos guardas, ele que me fez voar sobre os obstáculos, não me desviando do caminho e me fazendo encontrar a sacada certa.

- Se alguém o vir poderás morrer_ ela me disse preocupada.

- Seus olhos são maior perigo. Você me olha com doçura e isso me deixaria vivo, ou me mataria, se quisesse_ falei a fitando sob a sacada, suas feições ainda me tiravam o ar.

- Morreria se alguém o matasse_ ela disse, seus olhos ainda demonstravam profunda preocupação, mas, além disso, eu via amor, o mais puro amor.

- Já disse_ falei calmo e apaixonado_ estou coberto pela manta do amor, ninguém me verá_ assegurei_ e se me virem eu prefiro morrer sabendo que me amas, pois assim a morte seria mais lenta, menos dolorosa.

- Eu te amo_ ela sussurrou para mim.

- Eu também minha donzela_ disse a olhando, senti meus olhos doces fitando a doçura do seu olhar.

- Oh gentil Edward, se me amas proclame com sinceridade_ ela disse me deixando confuso, eu havia exagerado? Parecendo idiota e fingido?_ Se acha, por acaso, que foi simples minha conquista eu direi que “não”._ ela disse calma, seu tom não havia se alterado._ franzirei minha testa e negarei._ sua voz manhosa me feriu, como se mil facas entrassem em meus ossos._ Mas belo Edward, de uma coisa estou certa: Eu, Isabella Swan_ foi nesse momento que percebi que não sabia seu nome. Bella, digno de suas feições, digno de ser seu nome_ estou perdida, louca de amor por ti. E não sou leviana, meu cavalheiro, serei sempre fiel a ti, mesmo que me abandone a qualquer momento_ ela declarou.

- Bella_ disse seu nome carinhosamente_ eu juro pela bela lua que cobre as arvores com sua luz prateada...

- Não jure pela lua que de tão incerta muda de fazes quatro vezes ao mês_ ela grunhiu brava._ Não jure por nada_ pediu.

- Eu nunca te deixarei_ falei por fim.

- Eu te amo_ repetiu_ mas terás que ir. Fere-me ter a possibilidade de te encontrarem e lhe matarem_ ela disse.

- E me deixaria sair insatisfeito?_ perguntei.

- O que quer?_ ela me perguntou esboçando um sorriso perfeito.

- Que se case comigo_ pedi.

- Meus votos são seus_ ela falou me olhando.

- Quero votos sagrados querida_ pedi.

Ela sorriu e se virou para o quarto.

- Um minuto belo Cullen_ ela disse se pondo a caminhar para dentro.

Esperei quieto e escondido em um canto, atrás das moitas de uma planta que por lá estava. No mesmo lugar que me escondi até a minha bela amada aparecer. Bela também em seu nome. Isabella, a menina mais bonita de todo o país.

- Se realmente quiser fazer isso que me pediu_ ela disse voltando a aparecer_ espere uma de minhas empregadas frente a igreja local, eu lhe darei um endereço para que a cerimônia por fim aconteça_ sorriu._ A que horas devo mandar alguém para lhe falar?_ ela perguntou.

- Ás nove, querida_ murmurei, sabia que alguém estava em seu quarto_ Que aos teus sonhos os anjos toquem, guardando-a para mim. Boa noite minha amada_ falei enquanto caminhava para sair do território Swan_ Eu te amo!

- Psiu, Edward_ ela sussurrou a mim_ Bons sonhos e eu também te amo!

Caminhei de volta a minha casa. Dormiria sonhando com minha Bella amada, meu amor e minha tão nova, e agora única, vida.