Glory and Gore escrita por MB, lulyluigia


Capítulo 7
Irresponsabilidade com feitiços




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Éboni estava desconfortável na sala comunal da Grifinória. Todos os outros alunos estavam dormindo, até os mais velhos que tinham acabado de sair de uma semana de provas e estavam exaustos. Apesar de não se se sentir extremamente bem lá, era onde poderia encontrar os amigos e passar mais tempo com eles.

A decoração do salão não era feia, mas ela estava acostumada com as cores mais calmas e tranquilas da sala comunal da Lufa-Lufa. Talvez essa sala descreva a personalidade dos grifinórios, pensou a garota. Esse salão me dá uma certa inquietação... Vai ver é isso que está na alma dos alunos daqui.

Os retratos encararam ela desconfiados quando entrou, mas ao perceberem que ela era melhor amiga dos alunos da Grifinória, pararam de perseguir Éboni com o olhar.

A lareira nunca apagava e os doces no centro dos garotos nunca acabavam. Sirius sempre fazia mais sapos de chocolate aparecerem para ele e feijõezinhos de todos os sabores para Winny. Ela sorria um tanto quanto envergonhada para o garoto quando isso acontecia, mas no segundo seguinte eles já faziam piadas idiotas.

Eles haviam combinado de passar o Natal juntos, porém os pais de Lily não permitiram que ela ficasse em Hogwarts. A ruiva faria de tudo para fugir do mau humor da irmã.

Edwina estava enrolada em uma manta como se fosse algum tipo de capa. Sirius estava com os pés apontados para a lareira, afim de esquentá-los e não se importava de estar usando meias com pares diferentes. Lily e James estavam lado a lado, sem brigar em semanas, dividindo cookies de um pote. Remus contava para os amigos como fora mordido por um lobisomem chamado Greyback, enquanto engolia pedaços de chocolate quase inteiros.

— Oh, Remmy... – Lily murmurou, se sentindo extremamente mal pelo amigo.

— Está tudo bem. – ele sorriu. – Quer dizer, fico afastado durante toda lua cheia e alguns dias depois, mas está tudo bem.

O clima ficou um pouco tenso no salão e Éboni pensou que se abraçasse o garoto, talvez ficaria pior ainda.

— Hm... Vocês irão tentar entrar para o time de quadribol? Ouviram que o apanhador e goleiro saíram do time, né? – Winny perguntou depois de alguns segundos de silêncio.

— Nós poderíamos tentar, Sirius! – James exclamou. – Nós somos ótimos nesse jogo! Você também, Winny, é só não deixar balaços nos acertarem. Bonnie e Remus poderiam treinar mais e tentar entrar para o time!

Lily sorriu pela animação do garoto.

— Um time só de alunos do segundo ano, Potter? – ela levantou uma sobrancelha, caçoando dele.

— Não custa sonhar, custa? – ele murmurou, olhando para baixo.

— Ano que vem acho que estaremos melhor. – Winny se animou com a ideia. – Poderíamos falar com a Professora McGonagall e pedir ajuda. Ela foi a melhor jogadora do seu tempo!

— Falando em Professora McGonagall! – Remus ficou com as costas eretas e encarou James, Sirius e Winny. – Que história é essa de animagia?!

Lily quase cuspiu o suco de abóbora que tomava.

— Animagos?! – ela procurou Éboni com o olhar. – Bonnie, me ajude aqui! Animagos?!

— Eu estou nessa com eles, Lily... – ela murmurou envergonhada. – Lobisomens ficam mais mansos com outros animais por perto, não é? – Remus arregalou os olhos, indignado. – Remmy! Deixe-nos falar! Você não teria que passar todas as transformações sozinhos!

— Para que seríamos amigos se não houvesse um sacrifício desses? – Sirius sorriu levemente. – Vamos, Aluado, não é grande coisa.

— Escutem aqui...! – Remus foi interrompido quando ouviu passos nas escadas e respirou aliviado quando viu Peter. Estava com os cabelos loiros bagunçados e esfregava os olhos.

— Peter! – James sorriu. – Quer ser um animago com a gente?

Edwina bateu no ombro do amigo e colocou o indicador na boca, mandando ele falar mais baixo.

— Você é idiota, Potter? – ela sussurrou e Lily fez que sim com a cabeça. – Quer já ir contar para Dumbledore?

— Só me diga para quê tanta agressividade, Edwina. – ele seu ênfase no nome da garota que simplesmente fingiu não ouvir.

Éboni não pôde deixar de notar como os olhos âmbar de Winny estavam bonitos com a luz do fogo. O cabelo dela estava mais comportado, porém ainda ondulado e a boca da garota estava mais vermelha por conta do frio. Bonnie quase sorria, sonhadora, para Win e ficou um tanto quanto perdida quando ela fez o mesmo e sussurrou perguntando se estava tudo bem. A loira apenas assentiu, se sentindo culpada por estar pensando isso da melhor amiga.

— Mas que história é essa de animagos? – Peter roubou um sapo de chocolate de Sirius, que o fuzilou com o olhar. Winny pegou a varinha e fez com que outro aparecesse nas mãos do Black. Ele piscou para a garota e abriu o doce alegremente em seguida.

— Para ajudar Remus. – James falou como se fosse óbvio.

— Ah! – Peter sorriu. – É claro, por que não?

— Eu não acredito que vocês envolveram mais pessoas nessa bobagem! – Remus exclamou frustrado, mas grato no fundo, porém não iria admitir isso tão cedo.

— E como fazemos isso? – o loiro questionou, olhando para todos.

Edwina e Éboni se olharam e reviraram os olhos.

— É complicado, Peter. – Bonnie começou. – Mas a Prof. McGonagall emprestou para Winny um livro que nos dará grande ajuda, não é?

Win assentiu e fez uma careta ao comer um feijãozinho.

— Argh! – ela exclamou, cuspindo o doce na lareira. – Vômito! Eu já venho.

Edwina se levantou e foi até o dormitório. Desceu com o livro que a Professora havia lhe emprestado após alguns segundos. Quando se sentou no lugar que estava antes, encontrou Sirius sério, enquanto os outros riam.

— O que foi? – Winny questionou, sendo contagiada pela risada de Remus, que era extremamente fofa.

— Nada, Winny. – Sirius falou e foi para mais perto dela, pegando o livro e colocando no chão, de modo que todos pudessem ver.

— A professora me explicou hoje depois do jantar que os três primeiros capítulos são os mais importantes. – Win começou a falar enquanto os outros olhavam curiosos para o livro. – Sei por enquanto que não é possível escolher a sua forma. Ou seja, você não poderá se transformar em um leão apenas porque quer, Sirius.

Ele pareceu ligeiramente desapontado.

— Hm... O que mais? Ah! É preciso muita prática, mas muita mesmo. E não é recomendável se transformar sozinho enquanto treina. Vai que acontece um erro e não tem ninguém para consertar...

Bonnie concordou e começou a ler o sumário.

— Olhem! Tem uma parte sobre lobisomens! Ah não... – ela comentou decepcionada. – São sobre animagos que se transformam em lobos...

— Está com tanto sono assim, Bonnie? – Winny franziu as sobrancelhas.

— Acho que sim. Eu vou voltar para o salão da Lufa-Lufa.

Éboni se colocou de pé e Remus pareceu mais triste.

— Bonnie, não é tarde. – ele disse em uma voz baixa. – Da para ficar mais um pouco.

— Eu sei, Remmy, mas estou exausta. – ela calçou suas botas com pelos na parte interior. – Acho que nunca estudei tanto na minha vida quanto hoje.

Éboni deu boa noite a todos e chegou rapidamente até a sala de sua casa.

Animagos... Não é uma má ideia.

Foi seu último pensamento dia, já que dormiu no momento em que se deitou na cama.

Quando foram dormir, Lily e Winny entraram no dormitório fazendo o mínimo de barulho possível. Não queriam acordar Alice e explicar o que faziam tão tarde fora da cama.

Assim como Bonnie, as duas não tardaram para dormir. Lily ainda não concordava com a ideia dos amigos, mas sabia que não conseguiria fazer muito para impedi-los. Olhou para Edwina antes de se virar para a parede e sussurrou “boa noite”.

— Você também, Lily. – Win respondeu no mesmo tom, no meio de um bocejo.

Em pouco tempo as garotas dormiam, mas Winny sabia que seria mais uma das noites com sonhos pouco agradáveis. Ela pensou que havia se enganado quando viu a porta de sua casa. Entrou apressadamente, com vontade de correr até o pai e abraçá-lo, porém a garota parou na porta de entrada quando viu Mika usando um pano velho com costuras para imitar golas e mangas.

Edwina parou ao lado do elfo que não pareceu a notar. Os grandes olhos de Mika estavam encharcados e grossas lágrimas caiam em seu rosto.

— Mika? - Winny sussurrou, sabendo que algo não estava certo. - Mika, por que está com essa roupa? Onde estão seus laços e vestidos?

Mas o elfo não a ouviu. Ninguém na casa a ouvia ou a via. Edwina se afastou de Mika com o coração apertado, querendo apenas ajudá-la, mas caminhou até a sala de estar, apenas para vê-la vazia. A atmosfera da casa estava estranha. O ar parecia mais pesado e era difícil de respirar. Winny então ouviu vozes no escritório dos pais.

A garota abriu a porta levemente e viu a mãe sentada em sua mesa, que diferente dos outros dias, não estava cheia de planilhas, livros e cadernos completamente preenchidos. A mesa branca estava vazia a não ser por uma bandeja com um bule de chá e duas xícaras acompanhadas de pires.

Havia um homem à frente de Anthea. Até mesmo sentado ele parecia extremamente alto. Seus longos cabelos escuros escondiam parte de sua barba cheia e arrumada. Ele usava grossas vestes de pelo escuro e apesar de estar com tantas camadas de roupa, ainda parecia estar com frio.

— Edwina está estudando. - Anthea disse com a voz arrastada e pesada para o homem. A garota chegara no meio da conversa. 

— Ótimo. - a voz do homem fez Winny se arrepiar. Era extremamente grossa e de algum modo não parecia pertencer a ele. Não parecia pertencer a um humano. Era como se aquela voz tivesse milhares de anos. - Hogwarts é segura o suficiente.

— Winny não está em perigo! - a mãe da garota se exaltou, mas calou-se com certo receio.

— Por enquanto, não é mesmo, pequena Anthea? - era estranho como o tom do homem parecia ligeiramente amável, já que claramente não combinava com sua postura. - Já imaginou quais são as amizades de Winny? Ela está no segundo ano e na Grifinória, a garota não poderia ser mais curiosa. Sabe como as pessoas dessa casa adoram bancar os corajosos.

— Edwina não é imprudente. Não precisamos que cuide dela. - Anthea mal terminara a frase quando viu a filha na porta. Para a loira, era como se Winny tivesse simplesmente aparatado. Com os olhos cheios de terror, Anthea apenas murmurou de modo que Winny pudesse ler seus lábios: - Corra.

Edwina fechou a porta do escritório no momento em que o homem se virou para olhá-la e a garota não conseguiu ver o rosto dele. O estrondo da porta batendo foi mais alto do que ela havia calculado e isso a fez acordar.

Estava no dormitório que dividia com Lily, Alice e Rachel, uma garota pouco social que quase nunca falava com as outras três. Ainda estava escuro lá fora e Win se assustou mais quando Alice murmurou:

— Lhe acordei, Winny? Me desculpe...

A garota saia do banheiro e tinha a mão na maçaneta da porta.

— Não, Alice, está tudo bem. - Win agradeceu e se sentou. - Tive um pesadelo e você fez um grande favor me acordando. 

— Ah, sendo assim. - Alice sorriu e caminhou de volta para sua cama. - De nada.

Edwina olhou em seu relógio de pulso que estava apoiado no criado mudo ao seu lado e viu que ainda eram quatro e pouco da manhã.

Mika estava novamente com um pano encardido e velho e sua mãe a mandou correr de uma visita? A garota respirou fundo e se virou, ficando de costas para as colegas de quarto. 

Para Winny, pesadelos assim definitivamente não eram novos. Desde pequena sonhava que seus conhecidos e familiares estavam em situações estranhas, e sempre eram apenas coisas de sua imaginação. A garota fechou os olhos e se cobriu até o pescoço, pensando que, como sempre, esse deveria ser apenas outro sonho.

Éboni se destacava novamente com o único cachecol amarelo entre os vermelhos de seus amigos. Apesar de tudo, ela ainda se sentia um pouco de lado, mesmo sabendo que sua casa não faria seus amigos se afastarem, tinha uma pequena voz em sua cabeça que dizia isso.

Remus ainda estava receoso sobre a ideia de animagos, porém não disse nada, pois achou que logo eles esqueceriam essa loucura.

Os seis andavam pelo jardim da escola e as flores e plantas se moviam de acordo com o vento. James, Sirius e Éboni conversavam revoltados com as detenções separadas que deveriam cumprir na semana seguinte e enquanto Peter se vangloriava por ter conseguido escapar, não notaram o número anormal de animais brincando pelo jardim. Gatos interagiam com corujas, cachorros e sapos.

— Espero que seu animago seja uma barata, Pettigrew. – Sirius rosnou, andando irritado.

Winny caminhava quieta, com as mãos nos bolsos do casaco, olhando para baixo e não riu do comentário de Sirius, o que preocupou Remus.

— Winny. – ele sussurrou, não querendo chamar atenção dos outros. – Está tudo bem?

— Tudo sim. – ela sorriu levemente. – Por que?

Ele deu de ombros e arrumou o cabelo que fora bagunçado pelo vento.

— Está quieta. E não respondeu Jane Smith quando ela fez aquele comentário sobre você e Six.

Jane Smith era uma garota da Sonserina, de olhos escuros e levemente puxados. A boca fina contrastava com o nariz grande e curvo. Ela sempre prendia o cabelo preto em um rabo de cavalo na nuca.

— Se Smith acha que ele é meu namorado, é só ir perguntar para Sirius. – Win resmungou. – Ela gosta dele e não é minha culpa que não tem coragem de falar. Ah, Remmy! Ela é ridícula! Esses dias ouvi ela chamando Bonnie de sangue-ruim.

Winny sussurrou a última parte para Remus, que começaria a falar com raiva, porém sua atenção – assim como de todos os seus amigos – se voltou para dois garotos do terceiro ano da Corvinal.

Tony Green e Jesse Elian corriam até o castelo, aparentemente atrasados para algo.

— Papus é um bruxo incrível e aquela sangue-ruim da Lizzie Day mereceu! – Elian, que estava mais atrás de Tony gritou e ouviu a risada do amigo, concordando.

James, Sirius e Remus apenas se olharam e correram até os dois, deixando Peter e as garotas para trás. Pettigrew andou rapidamente até eles quando James puxou Tony pelo braço, acertando um soco não muito forte na boca dele. Remus chutou a parte de trás do joelho do garoto, fazendo-o cair no chão.

Jesse tentou correr até Tony, porém Sirius o segurou pela gola da camisa xadrez, socando com vontade seu rosto. Lizzie era sua amiga!

— O que a gente fa...? – Win queria fazer algo para separá-los, porém realmente achou que aqueles dois garotos mereciam. Éboni apenas deu de ombros, silenciosamente, surpresa pela ação de Remus.

Peter gritava palavras se suporte para os amigos, enquanto segurava os braços de Elian, porém o garoto do terceiro ano era mais forte que Pettigrew e se soltou dele. Jesse acertou Sirius no estômago e as garotas decidiriam intervir. Jesse era consideravelmente mais forte que o Black, apesar de ser mais baixo.

Sirius estava jogado no chão, recebendo chutes no estômago e peito enquanto Peter tinha tentativas mal sucedidas de afastar Jesse do amigo.

— Desonra para sua família, Sirius! – Jesse Elian gritou e Edwina correu mais rapidamente na direção dos dois. – Estupe...!

— Petrificus Totalus! – Winny o interrompeu, apontando a própria varinha para Jesse.

Sirius rolou para o lado antes que o garoto caísse em cima dele. Black olhou assustado para Edwina, com a boca pálida e sangue escorrendo de sua sobrancelha.

— Winny, o que você fez...?

— Te salvei, Sirius... – falou assustada e olhou para o lado, vendo Éboni fazendo feitiços para fechar os cortes de James e Remus.

— Ah, não... – o lobisomem murmurou ao ver Six e Win ajoelhados na grama fria, encarando o garoto petrificado, sem saber o que fazer. Tony saíra correndo quando percebeu que não era forte quanto os alunos mais novos, e não se preocupou em olhar para trás.

Bonnie e James se viraram no momento em que Severo Snape caminhava rapidamente até eles, sendo seguido pela professora McGonagall. Só então os garotos perceberam outros alunos olhando chocados para eles. Não eram muitos, mas a notícia rapidamente se espalharia.

Severo se ajoelhou ao lado de Winny, olhando preocupado dela para o garoto da Corvinal.

— Edwina, o que você fez...? – ele murmurou. – Se não me engano tem uma poção para isso. Acho que podemos resolver antes que algum prof...

— Tarde demais, Sr. Snape. – a voz de Minerva fez Winny fechar os olhos, aceitando que estava em grandes problemas. A professora McGonagall passou os olhos por Edwina, Sirius, Remus, James, Peter e Éboni. – Se os senhores quiserem me acompanhar. Severo, chame Madame Pomfrey, sim?

— Claro, professora. – ele resmungou, se escondendo atrás dos cabelos longos. – Boa sorte, Win.

— Obrigada, Sev. – ela murmurou de volta, ignorando o olhar meu humorado de Sirius sobre os dois.

Os garotos se levantaram e seguiram a professora, e parecia que os olhares dos outros alunos eram como tiros em suas costas.

Os seis estavam sentados à frente de Dumbledore, quietos e nervosos. Nunca estiveram em sua sala e estavam intimidados. Um pequeno pássaro, que parecia recém-nascido estava respirando profundamente, em cima de algo que pareciam cinzas.

— Então... – o diretor começou com uma voz calma. – Depois de avisar que descontarei vinte pontos da Grifinória, acho que deveria começar pelo feitiço imprudente da Srta. Draper.

A garota olhou para baixo e Peter bateu seu ombro de leve no dela, demonstrando apoio.

— Muito bem executado, deve admitir, porém muito imprudente, Edwina. – Dumbledore deu um pequeno sorriso para a garota, que levantou o olhar surpresa. – Cinco pontos pela efetuação quase perfeita.

— Ahn... Obrigada, senhor...? – disse com certa dúvida.

— E Srta. Archeron, fez um bom trabalho com as cicatrizes dos garotos. – o diretor falou com o mesmo tom calmo. – Cinco para a Lufa-Lufa.

— Obrigada, senhor. – a loira murmurou, olhando de relance para Winny.

— Só não entendo o motivo de uma briga assim. – Dumbledore franziu as sobrancelhas levemente. – Uma informação chegou a mim de que insultaram a Srta. Day?

— Sim, professor! – James e Sirius exclamaram juntos e o garoto de óculos continuou depois de pigarrear com certo receio. – A chamaram de sangue-ruim, senhor.

— E disseram que ela merecia o que aconteceu. – Sirius continuou. – Nos desculpe, professor, mas ela era nossa amiga...

— Eu entendo completamente, Sr. Black. – o diretor se levantou e andou até a frente de sua mesa, ficando mais próximos dos garotos. – Mas receio que uma atitude dessas custará mais que uma detenção.

Todos suspiraram, sabendo que isso viria.

— Ou posso lhes dar uma semana inteira limpando os troféus e molduras dos quadros ao invés de acompanhar Hagrid em uma tarefinha pela floresta.

— Muito obrigado, professor! – Remus exclamou aliviado. – Muito obrigado...!

Dumbledore soltou uma pequena risada e voltou para sua cadeira, passando os dedos levemente pelas penas do pássaro vermelho.

— Sr. Lupin, como estão as transformações? – a voz calma do diretor pegou os alunos de surpresa.

É claro que Dumbledore sabe, Bonnie pensou consigo. Como não saberia?!

— Acho que estou me acostumando, senhor. – Remus respondeu rapidamente. Ele não gostava de falar sobre isso, mesmo que com pessoas que confiava.

— Fico feliz, Remus. – o diretor sorriu e pegou um pedaço de pergaminho. Molhou a pena vermelha em um tinteiro e começou a escrever horários e locais. Quando preencheu um pequeno pedaço, passou a mão por cima do pergaminho e mais cinco apareceram ao lado do original. Dumbledore entregou para os alunos as cópias. – Os horários das detenções estão aí, junto com os locais. Não irão cumpri-las juntos, devo avisá-los.

Os seis concordaram com a cabeça e quando o diretor os dispensou, respiraram extremamente aliviados.

Caminharam até a biblioteca em silêncio e em uma parte onde não havia alunos, Éboni começou a dar uma bronca de Edwina.

— Você teve sorte! – ela exclamou, começando a ficar vermelha. – Petrificar um aluno? Que seja, para ajudar Sirius ou não! – acrescentou rapidamente quando Winny abriu a boca para argumentar. – Ah, meu Deus, Edwina! Já imaginou se petrificasse Sirius? Ou se fizesse algo errado e o feitiço não pudesse ser revertido? Não seja tão imprudente!

O último pedido de Bonnie fez Win lembrar de seu sonho e de sua mãe prometendo àquele homem que ela não era imprudente.

— Não vou, Éboni. – respondeu em uma voz baixa. – Prometo.

— Mas Dumbledore a elogiou. – Sirius sorriu em uma tentativa de animar a garota, que pareceu ligeiramente para baixo.

Os seis ficaram em silêncio por alguns minutos, sentados em um corredor da sessão de livros de Herbologia. James mexia em seu pergaminho com os horários quando se colocou de pé em um pulo.

— Quem é Papus? – perguntou, de olhos arregalados.

— Quem? – Peter questionou.

— O bruxo que Green e Elian elogiavam. – Potter os lembrou. – No contexto, parecia que ele tinha uma filosofia sobre sangue puro.

— Ela era das trevas? – Sirius desviou o olhar de Winny, que ainda olhava para baixo. Ao contrário do que haviam pensado, ela não estava triste pela detenção, mas sim pela pequena relação de seu sonho com a realidade.

— Acho que sim, Six! – James ajudou ele a se levantar. – Vamos, aqui na biblioteca deve ter algo sobre ele.

Todos já estavam de pé quando Winny disse com a voz arrastada:

— Não há muitos livros aqui sobre bruxos das trevas. Li a maioria e não lembro de ter achado nada sobre nenhum Papus ou nome parecido.

— Mas então como...? – Bonnie murmurou.

— A sessão restrita é cheia de livros. – Win sugeriu. – Se quiserem correr o risco de outra detenção, podemos procurar hoje de noite.

James sorriu e socou o ar.

— Hora de tirar a capa de invisibilidade da mala!


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Notas finais do capítulo

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