Hetalia Worldwide! escrita por Anikenkai


Capítulo 2
Maio/Junho de 2017


Notas iniciais do capítulo

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OLÁ PADAWANS! Como estão todos?! Que climinha friiiio!
Bom, primeiramente quero me desculpar com todos pela demora do capítulo. Eu sei, a proposta desta fic era fazer UM CAPÍTULO POR MÊS, porém por conta de compromissos, trabalho e estudos, é quase impossível. Sem contar que sou do tipo de autora que necessita de um espírito de "imersão" na história para poder escrever. Quando tenho tempo livre, prefiro dormir Perdoem a tia Ani! Bom, por este motivo eu decidi dividir os capítulos em DOIS EM DOIS MESES para assim ficarem mais completos e para qur eu tenha mais tempo. Caso eu esteja super atrasada, aumentarei para em TRÊS MESES. (Poxa tia Ani, que injusto! D:) Eu sei. Me perdooooem! *chora*

Ah! Vamos para algumas notas importantes sobre o capítulo anterior: como havia dito, a "sexualidade" de alguns países aqui mudaram aqui, sendo que eles são referidos como o oposto em Hetalia. Como por exemplo Coréia aqui são mulheres, e em Hetalia, são homens. Sacaram? Mas porque isso?! Bem, por causa de uma concordância gramatical que só temos em português (que esqueci o nome :p) na qual se refere à objetos e a seres não vivos entre homens/mulheres. Tipo, os países! OU SEJA: todos os países aqui de no nosso português começamos com "A" vou me reverir para uma mulher (EX: A Espanha, A Colombia, A China...) e para homens, que começam com "O". (EX: O Canadá, O México, O Chile). MAS É CLARO QUE ALGUNS MANTEREI COMO EM HETALIA! Como "Rússia", "America", "França" que começam com referente "A" continuaram como homens. ^^ ️✋

Bom, não posso esquecer das Referências que me ajudaram para escrever este capítulo! Aqui vai: Wikipédia, G1, Vamos Falar de História (YouTube), Felipe Dideus (beijo, Felipe! ♡) e o grupo Corrupção Brasileira Memes.

NOSSA QUE NOTAS LONGAS! Partiu capítulo! E não se esqueçam, se encontrarem erros de português ou qualquer coisa, me mandem uma mensagem! Boa leitura para todos!

(⚠UPDATE: Enquanto estava postando esse capítulo, soube da notícia do ataque terrorista na Espanha ontem (17/07). Pretendo falar sobre no próximo cap, e já estou a todo vapor, pois preciso publicar até início do mês que vem! Beijos!)

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O clima frio e tenso agora era gélido, beirando ao mortuário naquele lugar. Japão não encondia sua insatisfação e surpresa, ao rever a misteriosa e dura China diante dele e de América. Algo mais se riscava na extensa lista de segredos que o loiro mantia do colega, que apenas durante segundos após o choque, se limitou apenas a mandar um olhar de desprezo.

América, obviamente, não deixou aquilo lhe afetar, nem passar despercebido. Afinal, Japão era puritano demais para compreender suas intenções estratégias para mander o controle absoluto de tudo. Em sua mente, trazê-la era muito claro: se ONU não queria se comunicar com China, ele mesmo o faria sozinho.

— Por favor, entre! Não ligue para a bagunça da biblioteca — América disse com um sorriso aberto, estendendo a mão para a nova convidada. Japão apenas continuou imóvel e sério, enquanto ambos se comprimentavam em uma falsa cortesia - como ele pensava.

A Gigante Poderosa andou mais alguns passos até se sentar na poltrona que Inglaterra estava horas atrás, cruzando as longas e expostas pernas. América balbuciou alguma bebida para o mordomo idoso trazer e voltou sua atenção para ela.

— Aguardava-mos você.

— Não é o que a expressão que meu "irmão" tem no rosto me mostra. — China respondeu divertida, com um tom de deboche, encostando as costas no acento macio. O nipônico não escondeu sua careta ao ouvir.

— Não somos irmãos. — Ele sibilou.

— Tão certo quanto Coréia do Norte e Coréia do Sul também não são irmãs — China respondeu de igual, com malícia e rapidez. — Ambas são uma só, porém bruscamente cortadas ao meio e separadas. Alma separada de Corpo… ou melhor, isso também foi culpa sua, Japão?

O sangue subiu aos olhos do japonês, e suas mãos escorregaram para o cabo da sua espada, rangendo no ato de partir para cima da mulher, mas sendo impedido por América que se jogou em sua frente. Puxando seu braço com força e um grito negativo. A chinesa gargalhou na mesma hora, enquanto Japão lutava contra o loiro e era empurrado para o outro lado da biblioteca.

— Me largue, América! Me largue, como pôde convocar essa maldita?! — Esbravejou, se debatendo entre os braços do aliado.

— Meu amigo, se acalme! — O loiro gritou para ele, colocando-o contra a estante de livros atrás. — Se acalme! Eu preciso dela! Precisa compreender, ela pode nos ajudar.

— Essa mulher não se importa com ninguém, além de si mesma! — Japão cuspiu para ela virando a cabeça em sua direção, empurrando-o para longe. — Pensa que a trazendo essa hora da noite vai resolver algum dos nossos problemas?

— Interessante dizer isso. — China mencionou, se levantando graciosamente. — Hipócrita da sua parte me achar egoísta, até. Afinal, não fui eu que me isolei do mundo e lancei homens suicidas aos portos americanos guerra atrás…

— China! Cale a boca, não foi para isso que te chamei! — O loiro rugiu, voltando e dando mais força a prisão do amigo contra a parede para não atacá-la. A chinesa se limitou apenas a bufar, e caminhou em direção à cadeira em frente a mesa em que os dois estavam, tateando as pastas do anfitrião.

Quando América finalmente o soltou, o mordomo voltou trazendo uma xícara de chá de tom pêssego em uma bandeja prateada, pondo-o em um píres em cima da mesa principal onde ela estava. Curvando-se, voltou de onde veio.

— Por favor. Você ainda vai me entender. — O loiro sussurrou no ouvido nipônico, que ainda beirava à explosão.

— Como queira. — Ele respondeu se soltando, zangado, e indo até a mesa.

A mulher olhava com admiração as pastas e tateava as folhas pastificadas com selos de máximo segredo, seus olhos pretos brilhavam animada, como uma criança ao entrar em uma loja lotada de doces. Mas antes que ela pudesse tentar abri-las para ler, Japão bateu a palma na capa da pasta, afastando-a na mesma hora. Ele fitava a chinesa com sua seriedade, mas ela apenas estirou as costas na cadeira, olhando-o com deboche. E isso o deixava furioso, tanto quanto fazia com América também.

— Você não pode ler. Sabe bem como as regras funcionam deste jogo. — O anfitrião disse.

— Se quer ditar suas próprias regras, tudo bem, querido. Mas por favor — Ela voltou-se para ele, inclinando a cadeira. — não me diga que me pretende usar como peão em seu tabuleiro particular.

China era esperta, meticulosa e incrível. Se quisesse, poderia alcançar o posto em que América ocupava no topo de todos os outros, mas não o fazia ainda porque não queria. Ela mesma, poderia realizar a acabar com um dos maiores problemas que pertubava o loiro naquele momento difícil de se posicionar.

— Não. Eu lhe chamei, de forma tão escondida, porque eu estou com um problema sério de praga de pombos, se preciso de sua ajuda para fazê-los voarem para bem longe.

— De que tipo de pombos estamos falando? — Ela perguntou, com um sorriso.

Japão continuava ali ao lado do loiro de frente a mesa e dela, sério. América se aproximou da mulher, agarrando os braços da cadeira e beirando ao rosto da chinesa, sentindo sua respiração quente sob seu rosto.

— Sabe bem de quem estou falando.

Então, China voltou a rir; mais abafada, com a mão sobre os lábios vermelhos. Afastando América de perto, cruzou as pernas.

— Ora. Parece que este "pombo" lhe incomoda tanto ao ponto de me convocar? Quer tanto destruí-la assim?!

— Por favor. Eu falo sério! Preciso uma resposta ao nível de provocações da Norte, mas não posso atacá-la de qualquer maneira. ONU não faz nada para ajudar, e todos outros me cobram uma resposta à altura… — E olhou de soslaio para Japão, que retribuiu o olhar. — Por favor. Me sugira algo. Você pode.

— Eu não tenho nada haver com isso. — China respondeu, rápida e séria.

— Sim. Você tem. — e América voltou novamente a se aproximar de seu rosto. — Como acha que a Norte se sustenta a tantos anos, "independente", com tantas posses de armas e artilharia pesadas, realizando testes e mais testes de mísseis ao mar do Japão todas as semanas? Como acha que ela me mantém estável, mesmo com milhares de coreanos morrendo de fome, apenas para alimentar o egoísmo de uma apenas que nutre o seu ódio? Como acha que ela ainda tem armas para se defender, me impedindo de invadi-la? Pois eu sei. É você, China. É você! Você supre as necessidades dela. Você a alimenta, lhe dá armas. Você protege uma psicopata, e pode também controlá-la facimente; como um inseto em suas mãos. É por isso que te quero. — E abaixou a voz apenas para olhar no fundo dos olhos da chinesa. — Quero que acabe com a Norte com a facilidade que pode fazer na hora que quiser.

E… Silêncio. O loiro manteve o rosto duro e com o olhar frio, mas mesmo assim não intimidava a mulher. Mesmo encarando-o, China sorriu de olhos fechados, e delicadamente tomou seu chá e o bebeu. América se afastou, suspirando profundamente, e voltando a olhar para o japonês, que não desviara a atenção da convidada.

Algo borbulhava em sua mente, e a lógica estourava naquele instante. Tudo estava ficando claro. Obviamente, Coréia do Norte nunca conseguiria me manter sozinha. E China era sua mentora. Ninguém mais do que uma das seguidoras da assassinada União Soviética.

Quando acabou de beber, a chinesa bufou e reabriu os olhos. Levantando-se, encarou ambos com autoridade.

— Sim. Tem toda razão, América. — Ela disse. — Eu o faço, de certa forma. Somos aliadas. Eu a ajudo.

— Mas por quê?! Ela é uma louca, ela é uma criança fazendo birra e ameaçando varios inocentemente com as armas que você mesma a deu como brinquedos! Suas ideologias destroem tudo aquilo que você vem conquistando nos últimos anos, ela está acabando com sua imagem! Porque continuar a proteger ela?! — O loiro então exclamou, com toda voz e raiva que escondia até então. — Você sacrificaria vidas e todo seu dinheiro para continuar a proteger ela?!

O loiro arfou, e o mordomo voltou correndo mas foi em um instante dispersado com seu grito para ele sair. Japão agarrou seu ombro, pedindo para que se acalmasse, enquanto China bebia da água que já estava a tempos na mesa. Seus olhos escuros voltou a fitar as pastas com os segredos do americano.

E enfim, voltou a se virar, com uma mão apoiando o corpo na base da mesa e as pernas levemente cruzadas. Alguns fios do curto cabelo chanel preto caiam sob seus olhos e pele pálida reluzida.

— Não fale comigo assim como se tivesse orgulho do meu progresso. Você na verdade, deseja minha queda. Mas não como o dela. Mas disso discutiremos depois. — E deu mais um gole de água.

— Não queremos começar outra guerra, China. Pelo contrário, queremos evitar uma. Se você incentiva alguém que pode começar uma, ou ao menos tentar nos dias de hoje, tudo será um caos. Apenas com aquelas ameaças, as notícias estão em pânico. Por isso, queremos entender o que te faz apoiar a Norte. — Desta vez, foi Japão que falou com ela.

A chinesa balançou um cubo de gelo no fundo do copo, com a mão livre, sem olhar ambos nos olhos e respondeu com calma.

— Vocês entederam tudo errado. Eu não aprovo os atos inconsequentes dela. Não aprovei suas ameaças contra você, América. E acima de tudo, não aprovo os testes de mísseis. — Respondeu, levantando o olhar novamente. — Eu tentei alertá-la, de tudo que acabaram de me dizer. Inclusive, eu mesma pretendo enviar um aviso para ordenar meus moradores que vivem nas terras dela a saírem de Pyongyang o mais rápido possível. Não quero que ela ponha ninguém em risco e acenda o pavio de um dinamite outra vez, querido.

— Então porquê continua a protegê-la como amiga? — O loiro esbravejou.

China precisou suspirar antes de lhe responder. Era rara as vezes que alguém a tirava de sua posição autoritária (igualmente como América se comportava de fato), de sua postura infalível. Mas a situação era grave demais para seu orgulho profundo. Virou a cabeça para o lado e fitou o chão e em seguida, voltou a encará-lo.

— Eu preciso dela. — Respondeu simplesmente.

— O quê?

— Eu preciso da Norte. Eu uso ela. Seu território faz limite ou com o meu, ou com a irmã gêmea dela. Ela precisa de mim, e eu dela. — Ela respondeu, precisa. Japão fez ar de que iria indagar algo, mas o loiro se adiantou.

— Não, você não precisa dela. Como alguém tão forte como você, precisaria de uma… tão... pequena, em consideração!? — América exclamou novamente, sentindo-se farto das mentiras que julgava das resposta dela, e de todo mês que se entendia de tantos círculos que girava e nunca saia do lugar. Naquele momento, sua mente não conseguia sequer encontrar uma solução imediatamente. E ele se odiava por isso.

China precisou esperar ele se acalmar após outro pedido do japonês para voltar a respondê-lo. Seu ar autoritário estava voltando para ela.

— Fique à vontade de acreditar no que quiser. — Proferiu. — Mas não é mentira. Minha maior preocupação de todas é esta: a proliferação de armas nucleares. Meu medo e minhas queridas "vizinhas" optem carregar consigo bombas para se defenderem. Inclusive esse seu amigo ao lado, Japão. Quero as terras da Norte em meu domínio, quero tudo, por isso a protejo! Eu não quero ser obrigada a escolher um lado. Nem serei obrigada.

E mulher virou-se de costas para os inimigos.

Japão pensou em respondê-la, mas a resposta morreu na sua língua antes de falar. Seus olhos fixaram em América, que a encarava de costas com certo incômodo, mas não surpresa. Até que deu um passo para frente para tocá-la, e ela voltou a falar para eles.

— Eu não sou contra o programa de governo da Norte. Não... na verdade, a acho louvável. — E ela olhou para cima, como se admirasse um Éden imaginário.

— Como?! Ela acaba com a liberdade dos moradores de lá à décadas! Ela os prende em prisões feitas de casas e os obrigam à realizar adorações à lideres assassinos! Norte é louca!

— Você e sua "liberdade" fantasiosa de sempre. — Ela disse, voltando ao tom tedioso, e encarando-o.

A noite já ameaçava clarear, trazendo consigo o brilho da manhã após tantas horas passadas. Assim que as cortinas da biblioteca começaram a brilhar alaranjado, Japão olhou o relógio perplexo com o horário. Já era tão tarde assim?

Então a chinesa voltou ao sofá da Inglaterra, tomando uma encharpe vermelho como seu vestido curto que havia trazido consigo de volta aos braços. Suspirando enfim, percebia que era a hora de ir para casa. Não conseguiria amenizar as coisas para o lado de sua protegida, e acabara atenuando ainda mais a raiva de América pela Norte. Mas aquilo não era uma batalha vencida, ela assim pensava.

— Eu já vou. Divirtam-se com suas pastinhas secretas e segredinhos. Eu tenho problemas mais importantes para resolver em meu governo agora, do que esta briga de gato e rato entre nós três. — E encarou longamente Japão. — Bom dia.

— Espere. Antes — o anfitrião interrompeu ela, andou e segurou seu pulso antes que se afastasse do sofá, dizendo. — me diga uma coisa, China. Você, se quisesse, cortaria seus laços com ela? Ou sacrificaria tudo só para protegê-la? Diga-me, e o assunto morre nesta biblioteca.

E se encararam longamente.

Enfim, China se soltou da mão do loiro, indo em direção da entrada com a encharpe flutuando na mão. Antes que fosse, tocou na parede e voltou a olhar aos dois.

— Ela não duraria um ano viva sem mim. — Disse e America sorriu. E então, foi em direção da saída.

Japão precisou de um tempo. Bufou, aliviado após o debate, e sentou-se na cadeira. América continuava como estava, mas reflexivo. E então, olhou de soslaio para as pastas novamente, percebido pelo nipônico.

— O que pretende fazer agora? Ela não irá lhe ajudar, como ouviu.

— Não. Ela quer a Norte para me evitar nas terras dela. No fundo, China me despreza, mas ao mesmo tempo me vê como alguém de altura para ela. Isso é nítido. A Norte é o tampão que a salva. Mas isso não vai durar mais muito tempo. — Comentou, sorrindo para o colega.

Do lado de fora da Holy Mary House, um homem alto de corpo esguido trajando uma farda militar esperava encostado nas altas paredes com trepadeiras adornadas. Ele estava com os braços cruzados e a cabeça baixa, acordando enfim com o brilho nascente do sol, após tanto esperar. Assim que ouviu a porta da entrada abrindo-se, acordou de vez, indo em direção da chinesa de saída.

— Como foi? Xingaram muito você? — Ele perguntou, aproximando-se dela.

China sorriu e negativou com a cabeça, erguendo o olhar para o sol nascente além dos portões daquela mansão.

— Foi uma agradável breve conversa. Não se preocupe, Vietnã. Acho que
América tem problemas demais para enfrentar ainda do que se preocupar com as ameaças da Coréia. — E então a mulher o olhou. — Ele deveria se preocupar mais com Síria do que qualquer um nesse momento. Como esse garoto é bobo.


(…)


Os dias de verão passaram tão rápido quanto os dias de inverno do mês anterior. Os dias foram acabando, as semanas passando até Maio finalmente acabar. Naqueles dias, Brasil havia ficado de cama por um tempo, doente demais para fazer qualquer coisa. Sua marca havia inflamado, causando-lhe muita dor que o fazia até mesmo gritar. Mas em meio disso, havia conseguido ver a realização do seu primeiro satélite lançado ao espaço no dia 4, fazendo o garoto extrovertido sorrir novamente.

Mas nem tudo era boa notícia. No dia 6, França - que já havia ficado aos nervos no dia da Reunião - recebeu novamente outro ataque, apesar de tentar se proteger tanto. Era véspera de eleição presidencial, e tudo estava um caos de tarefas para todos os lados em suas duas mãos. Mas sua atenção não foi perfeita, e naquele dia, recebeu um ataque terrorista, na capital. Apesar de seu susto, tentou amenizar seu recente machucado, e no dia seguinte seu presidente fora escolhido, Emmanuel Jean-Michel Frederic Macron.

Em meio as comemorações e vaias, outro acontecimento chocou seus vizinhos, e ao próprio francês. Um ransomware vírus chamado Wannacry atacou os países, apagando contas de internet e ameaçando bancos com seus dados cadastrados, exigindo dinheiro em forma de bitcoin. O pânico se restaurou na Europa, e todos se esqueçam da Coréia do Norte naquele momento.

No dia 13, Portugual, mesmo em meio ao tiroteio virtual, comemorou a festa do centenário de Fátima em suas igrejas católicas. E poucos dias depois, a rígida Inglaterra relembrou o terror. No dia 22, um ataque terrorista aconteceu em suas terras, em Manchester, durante o show de uma cantora adolescente enviada por América. Tudo havia acontecido em um estádio, matando alguns jovens e deixando o resto em medo agudo e abalando a loira pela primeira vez durante aquele ano.

Inglaterra mal havia deixado cicatrizar o trágico fato enquanto permanecia trancada na Holy Mary House, quando outro ataque terrorista surgiu - desta vez e Londres, no mesmo dia. Quando um país sofre um acidente ou um atentado, é ferido como uma pessoa normal, e a loira agora havia marcas de queimaduras pelo corpo. Inglaterra nunca se permitia chorar. Mas desta vez, não pode segurar muito tempo.

E três meses se passaram.

Síria... o terrível lugar onde o caos agora preenchia novamente o mundo de aflição e medo, das guerras e seus refugiados. A Coréia não era como o Síria, mesmo ríspido e cega de poder, ele era temível de um jeito diferente. Mesmo que agora, estivesse sendo vítima nas mãos dos radicais islâmicos.

Fazia tempo que o Síria sofria uma guerra civil que acabou envolvendo as mais poderosas potências militares. América e Russia sempre tiveram um objetivo em comum, que era e é colocar fim ao Estado Islâmico, mas ambos mantinham objetivos diferentes sobre o que fazer com o Síria quando a guetra acabasse. América, estava à favor de um novo regime, porém Russia era à favor da permanência de Bashar Al-Assad em seu território. Isso, consequentemente, causou problemas diplomáticos entre os dois. Mas mal o que o yankee sabia de fato, era que o russo tinha interesse verdadeira sobre a política e na zona militar do sírio.

Com todos os conflitos voltados para a Ásia, a guerra estourava com vapor nas terras Sírias. Bem antes da Reunião, América - novamente contrariado pelos aliados - mandou atacar um caça sírio em Rakka. Enfurecido, Russia mesmo distante de seus colegas diplomaticos, enviou um recado: que atacaria o loiro se voltasse a mexer no conflito de território de guerra. Em meio as discussões que haviam acontecido, brigas e gritos, o russo havia acusado o loiro de não avisar seu ataque, cortando a comunicação.

Em sua própria defesa, o yankee disse que tentou se comunicar com o piloto, mas não obteve resposta, enfim… tudo estava um caos. Soldados agora, lutavam de todas as pertes jogados no mesmo buraco, atirando para todos os lados. Mas tanto América quanto Rússia sabiam de uma coisa: se alguma base americana ou russa fosse atacada, uma nova ameaça de Terceira Guerra poderia explodir, para agora todo restante do mundo.

[…]


O corredor totalmente branco estava se tornando escuro conforme as luzes se apagavam, e a moça estremeceu de repente. Estava ela ali, mergulhada ao silêncio do prédio, parada, fincando os dedos no pequeno papel envelhecido e sépio em suas mãos, entando manter-se calma de alguma maneira. Após um suspiro e outro, tombou a cabeça para trás, fechando os olhos com força.

Após mais alguns minutos eternos, um ruído de metal raspando no piso ficou insuportável, acordando-a de seu transe. Era um oficial abrindo a pesada porta principal do fim daquele corredor. A música ambiente leve que tocava foi bruscamente então desligada.

— Senhorita. A Senhora ONU irá vê-la agora. Por gentileza. — E então o oficial gesticulou para dentro.

Com um último suspiro pesado, ela se levantou enfim do banco, após horas de espera demorada. A moça sentia uma leve cãibra nos pés, mas ignorou isso. Olhando para o papel idoso pela última vez, ergueu o olhar confiante, penetrando a sala e seguindo o oficial.

Aquela de falo, não era uma simples sala. De fato, não havia nada de simples nela e na realidade, também não era uma sala. Estava entrando pelo Auditório do prédio, pela entrada de equipe principal e em sua frente um grande palco tomava formato. Para trás, dezenas de acentos enfileirados com uma grande redoma de vidro com câmeras por dentro que usavam de monitoria e transmissão, estavam desligadas. Um púlpito de madeira com o símbolo das Nações Unidas chamou a atenção, como se não a tivesse visto milhares de vezes antes. Era naquele lugar que os comunicados mundiais eram anunciados. Quase completamente vazio.

Atrás de do púlpito havia enormes cortinas douradas que serviam de fundo para as câmeras e de lá surgiu a mulher, caminhando no piso do palco com seus saltos que ecoavam pelo salão, discutindo com um funcionário que segurava papeladas. A visitante estreitou o olhar e manteve a expressão firme como fazia, olhando para a outra (já que estava perto do palco e da primeira fileira de acentos, diferente da mulher que estava em cima do palco). As luzes estavam pouco acesas do fim do auditório, dando aquele um ar dramático.

— Me desculpe fazê-la esperar tanto. — A loira de terno azul-escuro iniciou, dispensando de vez o oficial e o funcionário. — Como pode imaginar, estou muito ocupada desde a reunião dos últimos dois meses.

— Posso imaginar. — A visitante comentou seriamente, em perfeito inglês.

ONU sorriu.

— Aceita um chá? Algo para comer? — A loira ofereceu, indo até um pequeno carrinho de doces variados e xícaras de porcelada cuidadosamente posto para ela e a visitante, perto das cortinas.

— Não, obrigada. Eu não pretendo me demorar. Na verdade, apenas preciso de meias palavras com a senhora, de fato.

A loira então virou-se, continuando a mexer a colher em seu chá quente, bebericando devagar. A moça observava cada passo. Tomando partida, a líder desmanchou o sorriso recente e encarou a moça.

— Tome cuidado com o que vai dizer, Coréia do Sul. Não gostaria de dizer o que pensa e acabar falando o que não devia, não é mesmo?

Coréia, sim, era Coréia que estava na presença da ONU; uma delas na verdade. Sul, que a dois meses se apresentara tão tímida e sem ar, agora parecia outro país, de nova couraça. Ela não trajava seu uniforme militar, e sim uma camisa de alças brancas com um blazer e uma saia que ia até os joelhos de tom azul-céu, com sapatilhas marrons. Seu cabelo estava agora solto, e as madeixas lisas e castanhas escorriam atrás dos ombros, segurados pelas orelhas, com sua franja perfeitamente cortada. Em seu rosto pálido usava uma simples maquiagem com as pálpebras de tom cobre e rosado, um delineado e cílios longos, além dos lábios degradê vermelho com gloss pintados e as bochechas coradas. Sua pele parecia reluzir.

— Não pretendo desrespeitar a senhora. — A sul-coreana se explicou, aproximando-se do palco.

— É claro que não tem, querida. Afinal, não é igual a sua irmã. — a loira replicou.

Sul arregalou os olhos e enfim, voltou a compostura. Sempre ficava exausta quando mencionavam sua irmã-gêmea.

— Sendo sincera, é exatamente dela que vim falar com a senhora. E serei breve. — A moça revelou mais alto.

ONU então deixou o seu chá de lado, indo até a beirada do palco não tão alto para encará-la.

— Se é assim tão urgente para ter me tirado de um reunião com outros líderes exatamente agora, então diga, minha querida. — E então ela cruzou os braços e sentou-se na beirada, cruzando também as pernas longas.

Sul suspirou novamente, mais rápido desta vez. Seus olhos pareciam sob uma neblina de medo e seus instintos de alerta, como um lobo, tudo por detrás de sua aparência bem jovem e frágil, apesar de ONU ser bem, bem mais nova do que ela. Do bolso do eu blazer, puxou de volta o papel antigo e sépio, revelando para a loira.

— A senhora já viu isto antes?

E então entregou para ONU. A líder tomou o papel nos dedos, vendo o que era.

O papel, na verdade era uma fotografia. Uma foto bem antiga, datada do único da década de 1940, no fim da Segunda Guerra Mundial. Caracteres coreanos estavam rabiscados com tinta vermelha ao arredores da foto, e a loira pôde interpretar os símbolos com tradução de algo como "minhas primeiras dolorosas lembranças de vida".

Na fotografia manchada e amarelada, as imagens ainda estavam nítidas de fácil de reconhecer. Cinco pessoas estavam ali. De pé, China do lado esquerdo - usando seu antigo uniforme da Juventude Comunista da antiga Revolução Chinesa, com duas tranças nos cabelos e o corpo envolto em roupas pesadas e botas militares, com uma boina com uma única estrela -, América no meio - trajando as mesmas roupas de Oficial do exército americano da Segunda Guerra, com seus óculos e cabelos curto e expressão dura -, e o antiga União Soviética e forma de Rússia, com também os trajes militares e rosto sujo de algo escuro que parecia ser sangue.

Na frente dos três, duas menininas idênticas estavam sentadas em banquinhos e de mãos dadas. Estavam de tranças nos cabelos e vestiam exatamente a mesma roupa branca com fecho até o pescoço e uma fita no busto, o típico vestido coreano. Pareciam idênticas, como espelho e reflexo. América estava com as mãos nos ombros na menininha do centro em sua frente, e Rússia com as mãos nos ombros da menininha da esquerda em sua frente.

— Esta é a única fotografia que tenho junta com a minha irmã. — Sul mencionou, de duro e triste. — A foto foi tirada horas antes que acordamos separadas e percebemo o que foi que havia acontecido conosco, e nem sabíamos para que estavamos tirando aquela foto. Foram minhas primeiras horas de memória nova. Toda minha vida anterior foi apagada, como se não existisse.

ONU continou a olhar a fotografia mas não parecia abalada. Sul continou:

— Eu sou bem mais velha do que pareço. Sou comparável à senhora China, em questão de idade no mundo. Eu era uma só... até Japão me invadir, me destruir, me humilhar, me molestar e me tomar como prisioneira. Eu estava à sua mercê. Até que a Segunda Guerra acabou, e ele estava derrotado. Me disseram que eu era uma nação bem diferente do que sou hoje… estava no relento, morta e fome e sede. Estaba morrendo. — Ela disse. — E então... eles vieram. Achei que seria salva, mas… eles amarraram meu corpo à força. E com uma caneta, me cortaram ao meio. E me dividiram em duas. Duas pessoas diferentes. E assim estamos até o dia de hoje.

Fora a vez da loira suspirar. Entregou a fotografia de volta a visitante, mechendo nos cabelos loiros.

— Foi América que a enviou aqui? — ONU sorriu.

— Não. Vim por conta própria. — Sul franziu a testa de leve raiva. — Não sou tão depente dele. Eu vim aqui com um único objetivo. Vocês, todos vocês estão ignorando o fato de que Coréia do Norte tem uma arma de destruição em massa, apontando para minha cabeça. De que ela faz testes de mísseis que já podem chegar à países distantes. De que ela, por própria vontade pode começar a Terceira Guerra! Estão ignorando tudo isso, e apenas assistem o desenrolar das ameaças! Porque não fazem alguma coisa?!

Sul havia gritado, e sua voz ecoou pelo Auditório. Ela agora arquejava, entando manter a postura mesmo sentindo queimar a insatisfação dentro de si. ONU, após uns segundos, finalmente se levantou, indo em direção ao púlpito.

Os dedos da loira perambulavam pelas folhas, e Sul apenas a acompanhava, aguardando a resposta.

— Você já deve adivinhar a resposta mais óbvia. — A líder finalmente respondeu. — Tomar alguma "decisão" de ataque ou não ataque não é da minha jurisdição. Meu trabalho é manter a ordem das nações. — Ela explicou surpreendentemente calma. — E já deve saber que estamos cansados, de assim dizer. Sul, querida. Faz décadas que Norte ameaça o mundo mas nunca faz nada…

— Mas agora é diferente! — A coreana rebateu, alto. — As ameaças estão diferentes! América está em novo regime do seu líder novo, e não posso contra-atacar sozinha! Não posso continuar a deixar meus cidadãos a mercê!

— Peça ajuda à América então. Soube que ele enviou mais soldados para suas terras e porta-aviões além de submarinos para você.

— M-Mas…

— Além disso — ONU a interrompeu bem mais alto que sua voz protestante. — Você não é leiga. Já deve adivinhar que seu protetor não pode agir sem a permissão de China, ou ela entraria em uma Guerra também. Tenho certeza que ela deve estar tão exausta quanto todos nós…

— Senhora ONU, não está vendo a seriedade?!

— Anotarei seu pedido para a pauta da próxima reunião, de Setembro. — E então o mesmo oficial retornou ao salão, abrindo a porta e a loira gesticulou algo para ele com ordem. — Agora por favor, me dê licença. Preciso cuidar de questões bem mais urgentes de as ameaças sem objetivo de sua irmã, como a questão da Síria e os refugiados. Tenha uma boa tarde.

Sul estava perplexa, petrificada. Estava, novamente sendo ignorada. Apesar da voltade de seu ser de gritar algo mais, engoliu seu orgulho. Ela havia prometido ser breve e fora dispensada. O caso estava encerrado.

Curvando-se levemente, dirigiu-se para a porta. Antes que pudesse dar outro passo, tomou coragem e virou de volta ao púlpito, na beira da saída.

— Tome cuidado ao escolher suas prioridades, senhora ONU. Ou continuará sendo tão ridicularizada e não sendo levada à sério por todos os países. A senhora está acumulando fracassos. E só nasceu como fachada de uma agente da paz. Até Setembro. — E então, saiu.

Sul só pôde ouvir o engasgue da loira. Não queria ter chegado ao ponto de ofender, mas ela havia cutucado uma ferida. Pois tudo o que ela tinha falado, era verdade no fundo.

Caminhando de volta ao corredor do prédio, já se dirigia sozinha até à saída, quando ouviu passos em dua direção da frente. Um rapaz caminhava olhando para o chão e mãos nos bolsos, até finalmente trombarem pelo encontro repentino.

— Oh! Coréia do Sul! Que surpresa vê-la aqui — O rapaz exclamou, olhando-a dos pés à cabeça.

— Minha surpresa também... Brasil. — A coreana o reconheceu mesmo tendo visto muitas poucas vezes.

Brasil ainda usava as mesmas roupas de verão com chinelos aos pés e cabelos arrepiados como sempre. Mas meu braço estava enfaixado, como de tivesse sofrido um acidente grave. Sul resolveu não perguntar-lhe o que era, afinal não era problema seu e já estava de saída.

— Hm. Pelo visto sua audiência com a senhora ONU não foi boa. Espero que a minha seja boa, na verdade. — O moreno pirragueou e bagunçou os cabelos.

— Na verdade, acho qur a abalei um pouco. — A moça sorriu de leve, mesmo ainda de sentindo furiosa. Era impossível não sorrir perto de Brasil. — Boa sorte para você.

— Obrigado! Para você também, bonitinha. Até mais! — O moreno deu um bem leve soco em ombro da coreana com um sorriso aberto mesmo ela estando com o rosto sombrio. Brasil então seguiu em frente, e Sul continou seu caminho até desaparecer.

Ele não precisou esperar tanto. Assim que chegou, oficial abriu a porta para o Auditório.

— Boa tarde, senhora ONU. — Brasil comprimentou-a, com um gesto dos dedos indicadores e do meio da mão na cabeça e jogando para frente.

A loira ainda estava visivelmente chocada com as palavras da Sul, mas manteve a compostura, afinal precisava continuar a receber os outros países.

— Em que posso ser útil, senhor Brasil? — A líder encarava os papéis do púlpito, sem sequer se importar de olhar para o novo visitante.

— Acho que deve estar atolada de problemas. Mas não estou brincando. Estamos com um novo problema nas mãos e preciso de ajuda agora. — E de repente, o moreno tornou o rosto brincalhão em duro e bem sério ao ponto de congelar o lugar, obrigando a loira erguer os olhos.

— E do que se trata se é tão urgente? — Ela perguntou.

— Senhora ONU, precisa adiantar a reunião dos países de Setembro. Nós precisamos falar sobre Venezuela.

 

 


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Notas finais do capítulo

Nicolás Maduro ordenou uma nova lei para seu governo ditadorial: "deixem um Comentário ou serão castigados!" Vai desobedecer, heim?



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