The White Rose escrita por Senhora Darcy


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Voltei para o castelo o mais rápido que pude. Subi para o meu quarto pelos fundos e chorei até o amanhecer, quando uma batida na porta me obrigou a secar as lágrimas e me levantar. Era muito cedo para Anelize, será que havia acontecido alguma coisa? Abri a porta, preocupada e encontrei o Rei. Ele suspirou e sorriu quando me viu e eu forcei um sorriso também, para chorar de novo logo depois.

— Oh, Katherine....shh...- Ele entrou e me abraçou.. – Devo dizer que estou muito feliz que tenha ficado. Esperei a noite toda por você.  Espero que tenha feito a decisão por você mesma.

— Eu fiz. – Disse entre soluços – Pensei muito e é a melhor que eu fique aqui. Mas vou contar a verdade a William.

— Certo. E o rapaz....?

— Ele se foi. Eu não podia prendê-lo aqui... mas doi tanto, papai! – eu voltei a soluçar em seus braços.

— Shh.... eu sei, querida, eu sei... Oh, minha filha, estou totalmente dividido entre a felicidade de tê-la e a tristeza de vê-la assim.

— Eu sei. E estou feliz que estou aqui. Sei que fiz a escolha certa, não me arrependo. Mas não significa que não seja difícil. – Eu respirei fundo e sequei minhas lágrimas – A propósito, me desculpe pelo “papai”, eu não sei o que...

— Não há nada para se desculpar, você me fez imensamente feliz com isso, minha querida! Mas não quero que se apresse, tem todo o tempo que quiser para me perdoar.

— Eu já o perdoei. – Ele olhou para mim, surpreso – Já passamos muito tempo perdidos no rancor, é hora de deixar isso para trás. Eu vou ficar aqui, e pretendo fazer disto a melhor escolha. – Sequei as lágrimas – Já cansei de chorar. Minha tristeza continua, junto com a saudade que só cresce, mas eu preciso enterrá-la mais fundo dentro de mim. Preciso pensar no meu filho, e no seu futuro. Tenho que falar com o príncipe e...

— Bom, primeiro, eu acho que você devia contar à sua mãe que ela será avó.

— Ah meu Deus! A mamãe! Eu me esqueci completamente! – Eu acabei rindo.  – Vou contar agora mesmo, e seria bom se você me acompanhasse. – Pedi.

— é claro, querida! – Ele me ajudou a levantar e limpou minhas lágrimas.

Fomos até a porta, mas ele me parou.

— Katherine, tenho muito orgulho de você. Quero que saiba disso. Tanto pelo que fez ontem e pela forma como você está lidando com isso. Você é mais forte do que todos pensam, e será uma rainha extraordinária. Sei que seu pai estaria tão orgulhoso quanto eu, se estivesse aqui.

Aquilo me fez olhar para ele, surpresa. Eu sorri e o abracei, feliz por tê-lo ali de uma forma que nunca achei que ficaria.

— Obrigada, isso significa muito para mim...

A minha porta se abriu com um ruído, e uma figura radiante da minha mãe entrou no quarto. Ao ver a cena a sua frente, ela congelou e seu sorriso se desmanchou para uma expressão incrédula. Vi seus olhos se encherem de água e sua boca formar palavras que não saiam.

— Querida, acho que é bom você se sentar... – Meu pai disse.

— GRÁVIDA??? – Seu grito me assustou tanto quanto o murro na mesa. – Como... como isso pôde acontecer? Como você fez isso comigo? Com todos nós? Quem é o pai? Quem é o desgraçado que pôs as mãos na minha noiva sem permissão?

— Alteza, por favor, se acalme, está me assustando. – Eu pedi a um príncipe vermelho que andava de um lado para o outro na minha frente, com os punhos cerrados – E não houve nada sem consentimento. Foi culpa minha e dele. E eu sei que é difícil de aceitar. O que eu fiz é imperdoável, até um pecado. E você não merecia.

— CLARO QUE NÃO MERECIA! Ninguém merece uma noiva como você! Primeiro fica semanas desaparecida, sequestrada por piratas. Quando finalmente retorna, entra num estado de depressão e ignora tudo o que se relaciona ao casamento. E depois ainda me diz que está grávida? Pra mim já chega! Não há mais nada entre nós, e nunca haverá!

— William, eu...

— Quieta! Eu não quero ouvir mais nada. Eu ainda me dispus a gostar de você.... sua bruxa! Apodreça no inferno com seu amante impuro e seu filho bastardo! – ele gritou e saiu da sala, batendo a porta.

 Eu suspirei fundo e me joguei no sofá. As palavras dele me machucaram, mas eu estava aliviada em não me casar com um homem como aquele. Pelo menos eu descobrira a verdade sobre sua personalidade a tempo.

— O que faremos? –Eu choraminguei para a minha mãe, depois de contar o ocorrido com o príncipe. – Como vou achar um marido confiável e disposto a aceitar meu filho antes que todos percebam minha situação?

— Daremos um jeito, querida. – minha mãe me assegurou.

— Que jeito?

— Bom, acho que teremos de voltar às nossas raízes. – meu pai disse – é um método antigo e, bem, diferente, mas no seu caso pode dar certo.

— Estou disposta a qualquer coisa. – Eu supliquei. – O que faremos?

— Um cortejo.  – Meu pai disse e olhou para a minha mãe, que concordou com a cabeça.

Um cortejo, como eu fui descobrir mais tarde, era nada mais nada menos que um grupo de cavalheiros vivendo no palácio, tentando conquistar meu afeto. Ao final de uma semana, eu deveria escolher um deles para me casar. É basicamente uma vitrine de maridos, mas eu terei a chance de conhece-los antes do casamento, e o fato de apelar para a afinidade e uma possível troca de sentimentos, é mais fácil de achar alguém que aceite a criança.

Como eu não tinha nenhuma outra boa ideia, e estava desesperada, pois as fofocas voavam rápido, eu acabei aceitando ser feita de prêmio e ser cortejada pelos cavalheiros mais ricos e presunçosos do reino. Deixei que minhas criadas fizessem a filtragem dos candidatos, onde o único critério era a aparência. Eu não estava muito interessada em passar uma tarde olhando retratos de rapazes, decidindo quem é o  mais pomposo, e elas pareceram gostar da ideia.

— Algum tipo especial para recomendar, Alteza? – Emily perguntou.

Eu suspirei.

— cabelos castanhos compridos, olhos cor de topázio, traços firmes e angulares, por volta de 1,90 e uma pequena cicatriz no rosto.  – eu disse e suspirei, invocando a imagem de Gregory na minha cabeça – Estou brincando. Qualquer rapaz com um rosto gentil, meninas. Divirtam-se.

Duas horas e meia depois, elas voltaram com um bolo de vinte e dois retratos nas mãos. Eu não me senti muito atraída para vê-los um a um, apenas passei meus olhos pelos rostos diversos. Loiros, ruivos, morenos, olhos claros e escuros.... mas em todos eu achava algo para comparar. O nariz dele era mais reto, seus olhos eram mais gentis, a boca era mais cheia e suave, o porte físico era mais encantador,.... Eu tinha que parar com aquilo. Ele não voltaria, disso eu estava certa. Gregory deveria estar a caminho das Américas, em busca de sua própria felicidade, e era o que eu deveria fazer também.

— Obrigada, meninas, ajudaram muito. - entreguei os papéis para elas, sem terminar de ver todos - Se puderem levar os retratos para minha mãe, seria muito gentil. Ela irá convocar os cavalheiros.

— Pode deixar, Alteza, já vou fazer isso. – Amy, uma das garotas, se encarregou da tarefa.

Emily e Loren chegaram mais perto de mim, com sorrisos travessos em seus lábios.

— O que está passando pela cabecinha danada de vocês, hein?

— Ah, Alteza, só estávamos aqui pensando... em como vai ser. Como irão se conhecer? Será que você vai se apaixonar? E se tivermos um triângulo amoroso? Ou você tivesse que escolher, entre dois amores? Ah, seria tão romântico!

— Loren, eixe disso. Vamos ter uma semana para nos conhecer, e temos mais de vinte cavalheiros. O máximo que eu vou conseguir será algum companheiro, alguém gentil que possa ganhar minha confiança depois. E só o que eu quero.

— Ah, Alteza, não seja tola! Vinte e dois jovens lindos e ricos dedicados inteiramente a cortejá-la.... você precisa aproveitar! – Emily disse.

— Soube que iremos conhece-los no baile de amanhã... estarão usando um broche dourado em suas vestes, para você identifica-los!

— Aposto como vão trazer presentes. Lindas joias e tecidos!

— Sim! Ah, como será divertido!

— Oh, precisamos deixa-la deslumbrante, Alteza! Mais ainda do que já é, se for possível. Irá arrasar com todos os corações, sei disso!

— Certamente, Loren! Precisamos ver o vestido! Sim, sim! O vestido é o principal. Vou checar com as costureiras agora mesmo e fazer algumas melhorias.

— Ótima ideia, Em, eu vou aproveitar e ver os sapatos. Precisam estar à altura. Ah, como ficará linda, alteza! Mal posso me aguentar de empolgação! – Loren disse, quase gritando.

As duas então fizeram breves mesuras e foram cada uma para um lado, saltitando e pensando alto consigo mesmas. Elas estavam tão empolgadas que até eu me contagiei. Eu estava com meu coração partido em mil pedaços, é verdade, e a imagem de Gregory não deixava meus pensamentos por um minuto sequer. Mas aquilo não queria dizer que eu não podia fazer o que nasci para fazer, e cumprir minhas obrigações como rainha. E naquele momento, isso significava achar um bom marido e garantir a segurança do meu filho. Era o melhor que eu podia fazer, por todos nós.

No dia seguinte, me preparei para o baile o dia todo, passando por todos os processos de embelezamento possíveis. Eu nem discuti com as minhas criadas por isso, não estava muito ligada no que estava acontecendo, de qualquer forma.

Quando chegou a hora, me olhei no espelho, contente com o resultado. Olhando indiferentemente, eu podia afirmar que estava linda. Meus cabelos estavam escuros e cascateavam por minhas costas até minha cintura. Em cima, um penteado rebuscado o ligava à coroa de cristais. Eu estava bem maquiada, com o contorno dos olhos em preto, destacando o azul deles. Meus lábio estavam vermelhos como carmim, contrastando com a pele clara. Meu vestido era deslumbrante. Vermelho vivo. As mangas começavam abaixo dos ombros, deixando toda a minha clavícula à mostra. O decote e o corpete valorizavam bastante minhas curvas e me deixavam com cara de mulherão. A saia se abria, pesada e bem rodada, no mesmo tom rubro. Eu estava um pouco assustadora e encantadora ao mesmo tempo. Engoli em seco e me virei para as meninas.

— Estou pronta.


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