The White Rose escrita por Senhora Darcy


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Chegando na reta final... espero que gostem!
Boa leitura!



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— Oh, mil desculpas, Duquesa! Como sou desastrada! – Eu disse, quando vi o estrago que tinha feito com a minha taça, ao deixa-la cair no tapete.

Não tirava meus olhos de Gregory, com medo que ele fosse sumir se eu piscasse. Não fazia o menor sentido e eu não entendia nada sobre o que o Duque falava. Algo em torno de fazer negócios com o vinhedo vizinho e não saber que havia visitas. Imaginei que estivesse falando sobre Gregory. Este mesmo, não tirava os olhos de mi  também, e parecia tão surpreso quanto eu. Estava com os cabelos soltos e úmidos, e a postura estava impecável como sempre, enquanto fez uma mesura para o Rei e para o príncipe. Nenhum desses dois parecia ter reconhecido Gregory.

— Alteza. – Ele se dirigiu a mim e fez uma mesura sem desviar os olhos.

— Senhor White. – Eu retribuí.

Ele subiu para se trocar e nós nos sentamos à mesa, mais ninguém parecia estar em choque, apenas eu.

— Violet, me desculpe outra vez...

— Alteza, não há necessidade! As criadas já limparam e não havia uma gota de vinho! Além do mais, Gregory me deu um baita susto também.

— Sim. Hum, senhora, eu não estava familiarizada com o fato de terem um sobrinho.

— Ah, bem, não temos. Emmet é primo da falecida mãe de Gregory. Ele passou um tempo conosco quando era jovem, e depois arranjou um trabalho no porto. Mas recentemente escreveu a nós, sabendo que Emmet estava procurando um assistente para seus negócios, e se ofereceu para o emprego. Isso tem umas três semanas já.

— Ah, entendo. E ele é...prestativo?

— Sim, sim e muito! OS negócios triplicaram com a ajuda do rapaz... ele tem muita lábia e sabe o que os clientes querem. Emmet não poderia estar mais feliz. Além do mais, eu não me incomodo nadinha de ter de olhar para ele todos os dias....um pedaço de mau caminho ele é, Deus que me perdoe... mas você deve ter observado...mesmo todo ensopado ele é bem mais bonito que a maioria dos homens.

Eu ri e concordei.

— Ah, melhor pararmos de falar nele...seu noivo não apreciou muito a chegada de um jovem tão atraente e certamente ficará com ciúmes se nos ouvir... – Ela riu como uma criança e me deu uma piscadela.

Gregory não desceu para o jantar ou para apreciar a torta de mirtilos da sobremesa. Os homens já estavam na terceira tacinha ed conhaque quando ele deu o ar de sua graça.

— Sinto muito, Vossas Graças, mas estava muito sujo e cansado da viagem, tive de me recompor.

— Fique à vontade, Sr.White, afinal nos e que estamos na sua casa! – O príncipe disse, gentil.

— Obrigado, Alteza. Gostou do terreno?

— Ah, sinto dizer que ainda não tivemos a oportunidade de conhece-lo propriamente. Chegamos hoje também.

— Ah, sim, entendo. Bem, o que acha de darmos um passeio à cavalo amanhã? Posso lhe mostrar tudo o que deseja conhecer.

— Ótima ideia, Gregory! Ficarei honrado se aceitarem, vossas Graças! – o Duque completou.

— Bem, não vejo porque não. – O rei concordou.

— E você, meu bem, quer vir conosco? – o príncipe me perguntou, mas eu tinha a impressão de que ele não queria apenas o prazer da minha companhia.

— Ah, não quero atrapalhar a conversa de vocês e também não trouxe minha roupa de montaria.

— Não iremos discutir negócios numa cavalgada, Katherine! – O príncipe riu – E você pode vir no meu cavalo, montada de lado. O que acha?

Depois de todos esses argumentos, não havia como negar.

— Nesse caso, eu adoraria.

Todos combinaram os horários e tomaram mais umas taças de conhaque, enquanto eu e a Duquesa apreciávamos uma xícara de chá escuro e discutíamos coisas fúteis.

Na manhã seguinte, fui despertada por Sarabeth, a minha criada de quarto, que  havia separado um vestido bege com bordados dourados, sem mangas, mais confortável para um passeio.

— Com licença, Alteza, a Duquesa pediu que eu lhe entregasse isso... é uma calça masculina adaptada que pode servir como roupa de montaria. A saia do vestido é grande o bastante.

— Ah, muito obrigada, Sarabeth! A Duquesa já saiu?

— Sim, Alteza.

— Bem, quando ela voltar, diga-lhe que agradeço muito a gentileza. – Sarabeth assentiu e saiu do quarto.

Eu vesti a calça da cor do vestido, que ainda estava um pouco larga, mas era bem adptada e daria para o gasto. Depois de me vestir e me aprontar, eu estava esperando no meu quarto, comendo pãezinhos com manteiga, graças ao chá da Duquesa. Aquilo me lembrou que eu precisava conversar com Gregory sobre a minha...situação. Mas sem levantar suspeitas. Respirei fundo e desci as escadas até a sala, onde os homens esperavam. Seguimos para o estábulo, onde os cavalos já estavam celados e pronto. O garoto que cuidava dos cavalos veio até nós.

— Vossas Graças, a Duquesa me avisou que a princesa poderia montar sozinha, então separei-lhe uma égua.

— Montar sozinha? – o príncipe perguntou.

— Sim. A Duquesa deu um jeito. Obrigada, rapaz – Eu disse ao garoto e percebi um leve olhar de contrariedade por parte do príncipe.

A égua que eu iria montar era branca por inteiro, com uma bela crina de seda e um pelo cuidadosamente escovado e tratado.. Chamava-se Rosetta, por ironia do destino.

— Olá Rose....- eu afaguei seu focinho – Vou montar em você hoje, tudo bem? Prometo não abusar. – Eu sussurrei para ela.

Parecia mansa e dócil, então eu montei sem dificuldade. O cavalo do Rei era malhado, o do Duque e o do Príncipe eram de tons variados de caramelo, e o de Gregory era inteiramente negro.

— Alguma recomendação, Philip? – O duque perguntou ao garoto.

— Bom, os cavalos são muito dóceis, então não terão problemas. Apenas tomem cuidado que os cavalos do príncipe e do Sr. White não se dão muito bem, porque ambos estão atrás da égua que está com a princesa. E já aviso que a Rosetta e Aster não gostam de ficar separados. Só isso. Bom passeio.

Pelo que eu entendia, o príncipe e Gregory não podiam ficar muito juntos, e eu e Gregory não podíamos ficar muito separados. Eu não me opunha a nada. Então fomos andando pela estrada que circulava a propriedade. O Rei e o Duque iam na frente, eu ia atrás com Gregory e o príncipe, um de cada lado. Aquilo seria difícil e interessante.

— Ali é a plantação de algodão, que ocupa basicamente toda a parte agricultora do terreno. Há seis meses o Duque também decidiu começar a plantar batatas para ver se funciona, mas ainda é apenas um experimento.

— É enorme! – eu exclamei.

— Sim. É a responsável por mais da metade dos lucros do ducado.

— Fascinante. – O príncipe disse, irônico.

— Alteza, venha ver o pedaço de terras que estávamos negociando.... – o Duque chamou o príncipe.

— Katherine, você vem?

— Eu até iria, mas a Rosetta não desgruda do Aster.

O príncipe bufou e trotou rápido até alcançar o grupo da frente. Simultaneamente eu e Gregory diminuímos a velocidade até não podemos ouvir uma palavra do que diziam.

— O que está fazendo aqui? – Ele perguntou.

— Eu podia lhe perguntar a mesma coisa.

— Vim morar com meu tio. Ele é aquele que morava próximo ao palácio, de quem eu falei. Lembra?

— Sim, eu lembro. Eu...vim acompanhar o rei e o príncipe nos negócios. E convidar o duque para o..casamento.

— Imaginei. – ele disse, amargo.

— Gregory, eu preciso falar com você. Urgentemente. Mas ninguém pode...

— Eu sei. Pare a Rosetta. – Eu fiz o que ele pediu – Tio Emmet! Tio Emmet! – Ele gritou e o trio a nossa frente se virou. – A égua da princesa está cansada. Não quer andar. Vou leva-la até o riacho para beber um pouco de água.

— Certo, Gregory. Encontrem-nos na plantação de batatas. – Ele gritou de volta e seguiu seu caminho.

O príncipe olhou feio e eu fingi que não vi.

— Vamos, por aqui. – Gregory chamou e começou correr.

Sem que eu fizesse nada, Rosetta aumentou o passo para alcançar Aster. Logo, estávamos ambos galopando deliciosamente. O vento batia contra nós e jogava meus cabelos para trás com violência, e um cheio de natureza e eucalipto circulava no ar, à medida que entramos no bosque. Era revigorante. Eu havia até esquecido de como gostava de andar à cavalo.

Paramos no tal riacho e desmontamos, deixando os cavalos na margem. Gregory me levou até uma pedra grande, em cima de uma pequena queda de água, onde podíamos observar, ao mesmo tempo, os cavalos e o trio de homens descendo a encosta até a plantação. Esta se estendia por quilômetros, e era linda de se ver. Eu olhei para Gregory ao mesmo tempo que ele o fez, e o abracei impulsivamente.

— Ah, como eu senti sua falta, Garota. – Ele sussurrou nos meus cabelos.

— Também senti a sua.

Levantei meu rosto e ele me beijou saudosamente. Logo estava levando as mãos às minhas saias.

— Gregory, espera, Gregory....eu, eu preciso te contar um coisa antes. – Eu o interrompi e ele me soltou.

— Certo. Bom, diga, você está me matando de...

— Eu estou grávida.  – Eu disse logo, antes que perdesse a coragem.

— O que...você disse? – Ele não havia processado.

— Estou grávida, Gregory. De você.

— Ah meu deus. – Ele se levantou abruptamente.

— Sim.

— Ah meu Deus. Katherine, isso é sério? Você e eu....

— Vamos ter um filho.

Ele parou totalmente e olhou fixo para a terra abaixo. Por um momento, achei que ele fosse se jogar lá em baixo. Mas então ele se virou, e eu vi que não era nada disso. Ele tinha os olhos brilhando e um sorriso lindo estampava seu rosto. Ele correu até mim e me puxou para cima, então, me abraçou e me ergueu do chão.

— Ah, Katherine! Ah, minha Garota! – Ele dizia enquanto dava risada.

— Gregory! Você... não está bravo?

— Por ter um filho? Com você? Nada me faria mais feliz!

— Mas, Gregory, você não entendeu. Você provavelmente nunca irá vê-lo. Ou conhecê-lo e ele vai crescer achando que o pai dele é outro....

— Não, não. Isso não vai acontecer. Daremos um jeito. Eu não vou sumir da vida dele, e muito menos da sua. Nós vamos conseguir, Katherine.... Eu só não estou acreditando ainda. – Ele sorriu de novo e me beijou.

Eu fiquei tão surpresa com aquilo. Desde que descobri que estava esperando uma criança, eu não tive tempo de pensar na felicidade daquilo. Eu só pensava em como ela iria crescer e no que eu faria para manter nós duas vivas... Não tinha reparado no milagre daquilo! Eu iria ter u bebê! Com o homem que eu mais amava na minha vida. Abracei-o e o beijei de volta. Feliz como eu nunca estivera em toda a minha vida.

— Acha que ela será como? – Gregory perguntou.

— Acha que será uma menina?

— Sim, não sei por que, mas tenho essa impressão.

Eu sorri imaginando uma garotinha. Estávamos os dois nus , cobertos por nossas roupas, deitados numa grama macia e fitando o céu por entre a copa das árvores.

— Será que ela vai ter seus olhos? Ou seu cabelo? – Gregory continuou.

— Ou o seu nariz, e as suas mãos... – Eu disse, contornando suas belas mãos esculpidas com os meus dedos.

— Se for uma garota, imagino que terá mãos menores, como as suas... – Ele riu.

— Eu sei, mas eu gosto do formato das suas mãos. Elas são confiantes. – Eu disse e seu peito riu sob minha cabeça.

— Acho que ela terá a minha boca... mas da cor dos seus lábios vermelhos... – ele tocou o meus lábios com os seus – e talvez essa linda linha da clavícula que você tem.

— Então será basicamente uma cópia minha? – Eu ri. – Não. Eu acho que será um menino. E terá o mesmo formato de rosto que o seu. E talvez os cabelos negros como os meus. Um nariz reto e fino como o seu ficaria muito bem em conjunto com os seus olhos e as minhas bocas. E claro, com as suas mãos.- eu imaginei em voz alta e senti Gregory gargalhar ao meu lado.

— Só sei que se ele for teimoso como você, teremos sérios problemas para educa-lo.  – Ele disse e eu respondi com um tapa em seus ombros.

— E se ele for metido como você, vocês vão brigar muito.

— Eu não sou metido.

— E eu não sou teimosa.

— Isso, meu amor, é você teimando comigo.

— E isso é você metido a sabichão. – Eu ri e o beijei.

— Ai, você sentiu isso?

— isso o que?

— Uma gota de água. – Ele disse.

— Não...agora senti. – Olhei para cima e vi algumas nuvens se formando.

— Ah, droga, vai chover. É melhor voltarmos para casa, e eles nos encontram lá.

Outras três gotas caíram em mim.

— Sim, e é melhor irmos rápido, porque vai chover forte. – eu disse.

Então nos vestimos e pegamos os cavalos. Logo estávamos galopando numa chuva fraca, em direção à casa.


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