The White Rose escrita por Senhora Darcy


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Edmund, um dos criados, fechou a porta de uma das salas de visitas, depois que eu e os 14 homens estavam acomodados no sofá com xícaras fumegantes de chá de hibiscos.

— Então, como vão vocês? – Perguntei.

Rupert foi o único que tirou os olhos da mobília e das paredes para me responder.

— Bem, Alteza.

— Ora, sabem que não precisa disso comigo. Podem me chamar de Katherine, ou de garota mesmo, - eu ri – Preciso discutir algo com vocês.

— Sim?

— Queria falar sobre o que vocês vão fazer agora... se vão continuar na pirataria ou não.

— Não acho que temos muita escolha além de voltar para o navio, Garota. – Alegou Pinsley.

— Bom, eu estou dando escolhas a vocês. Amanhã teremos um baile de boas vindas, em minha homenagem. E sendo assim eu posso fazer o que eu quiser com ele. Eu poderia, por exemplo, apresenta-los como os que me salvaram da horrível tripulação que me sequestrara. Vocês seriam aclamados e ganhariam uma boa fama no reino. O problema é que eu não sei se vocês querem essa fama....digo, para piratas, ser nomeado o salvador da princesa pode não cair muito bem.

— Por que faria isso, princesa? – Aldo perguntou, desconfiado.

— Porque, por mais que nós saibamos a verdade sobre o sequestro, vocês realmente me ajudaram e me salvaram no ataque. Me protegeram e...eu realmente os considero amigos. E como o plano de vocês para conseguir dinheiro falhou, queria recompensá-los. Não com dinheiro, mas com influência. No que quiserem.

Eles me olharam estupefatos, e em silêncio.

— Se vocês me permitirem, posso organizar uma feira de comerciantes e artesãos no palácio, para que vocês conheçam pessoas no ramo que quiserem. Depois, ajudarei no que puder para levantar seus estabelecimentos, ou leva-los aonde quiserem ir...O que estou dizendo, é....vocês podem ter uma vida fora da pirataria agora. Se quiserem. – Vi alguns rostos corarem e esconderem sorrisos incrédulos. – Bom, vou organizar a feira então e recomendá-los para o máximo de nobres que eu conseguir. Se alguém quiser voltar para sua terra natal ou encontrar alguém...terão carruagens a suas disposições. No baile farei com que não olhem mais torto para vocês, e vai ficar tudo bem. Eu cuidei de tudo.

Ninguém disse nada ainda.

— Bom, então é isso. Vou pedir ao Edmund que mostre seus aposentos e vocês fiquem a vontade por aqui... se alguém mudar de ideia ou quiser falar comigo..bem, é só perguntar por mim a algum criado. Estão dispensados.

Os homens se levantaram em conjunto e ainda lançando olhares incrédulos a mim, se foram, um a um, até sobrar Rupert, Betrus, Pinsley e Aldo. Betrus veio até mim e me abraçou forte até me levantar do chão, e saiu rindo. Aldo veio me agradecer e me deu um tapinha nas costas antes de sair. Rupert e Pinsley se aproximaram, então.

— Você nos surpreende a cada dia, garota. – Disse Rupert.

— E está fazendo mais do que merecemos. – Disse Pinsley.

— Não. Estou fazendo exatamente o que merecem, não só por terem me ajudado, mas por conta das chances que vocês não tiveram. Eu quero ajuda-los, de verdade.

— E está fazendo muito mais que isso. Os homens só....não estamos acostumados a tanta bondade, garota. Eles ainda estão desconfiados e não caiu a ficha. Mas vão logo compreender que ser extraordinária assim... é quem você é. E virão até você, não se preocupe. Eles só precisam de tempo para assimilar tudo. – Rupert disse e eu o abracei forte, com lágrimas nos olhos.

— Ei, cuidado, garota. Vai borrar toda a sua produção. Não sabia que tinha que estar tão arrumada assim em sua própria casa. – Pinsley observou.

— É, bem.... não depende de mim isto. Agora, podem ir descansar. Devem estar exaustos da viagem.

Os dois assentiram e se retiraram. Um pouco antes de cruzar o batente, Pinsley virou-se mais uma vez.

— Ele não sabe o que fazer. – disse – Pela primeira vez, ele não tem ideia, e isso o apavora. Dê-lhe um pouco de tempo, e vocês poderão....se despedir.

Eu assenti, resistindo ao impulso de perguntar onde ele estava. Não tinha visto Gregory sair da sala, e ele não parecia querer falar comigo. Respirei fundo e me joguei na poltrona atrás de mim, com o coração apertado.

— Anelize, sabe que eu não preciso ser intimidadora agora, certo? – Eu disse, enquanto ela dava os toques finais em meu vestido.

Ela estava demorando tanto e colocando tantos detalhes que eu achei que iria acabar parecendo um soldado.

— Sim, alteza, mas precisa estar deslumbrante. E estou quase acabando. Mais um pouquinho....e só mais uma borboletinha...e pronto! Ah, Katherine...está tão....

— Uau. – Eu soltei quando me virei.

Quase não me reconheci. Depois de passar duas semanas usando roupas de moças de ruas e quase não lavando o cabelo ou usando maquiagem, era realmente impactante me olhar no espelho e encontrar aquela garota bonita.

Eu usava um vestido azul escuro, longo e com uma saia maravilhosa e enorme. Não era bufante ou presa por saiotes e crinolinas, mas sim solta e fofa. Por conta das muitas camadas de tecido, ela ficava aberta e com um movimento leve e espaçado toda vez que eu me mexia. O corpete era da mesma cor e liso, começando num decote coração e cujas mangas caiam no ombro, acompanhadas de pequenos cristais e borboletas de safiras. Meu cabelo escuro estava longo e solto, correndo por minhas costas livremente, com a franja e algumas mexas presas na coroa, prateada e cravejada de cristais. Meus braços, pescoço e peito estavam desnudos, contrastando a clareza de minha pele com o tecido azul, cujo tom era o mesmo dos meus olhos.

Desci com meus pais e nos posicionamos nos tronos enquanto cada convidado chegava, o que levou horas até que todos estivessem prontos. Comi um pouco e comecei a rodar os olhos pelo salao, automaticamente. Não o encontrei, porém. Não tive tempo de me decepcionar, pois logo a dança começou e Rupert veio me convidar para dançar. Eu aceitei, curiosa para ver suas habilidades artísticas além do banjo. Ele se posicionou de costas para mim, e eu para ele, no início de uma típica valsa veneziana. Começou a dança e eu relaxei. Era a melhor parte dos bailes. Poder dançar com as lindas músicas que a orquestra trazia. Dançamos um pouco e logo era hora de trocar de parceiro. Me virei de costas, torcendo para não ficar com o Lorde Albany, que pisava no meu pé mais do que dançava. Para minha infelicidade, era ele mesmo. Passei longos e agonizantes minutos em seus braços, até finalmente me ver livre. Andei pelo salão a procura de comida, e por uma fração de segundo, pensei ter visto uma figura alta de cabelos castanhos e compridos passar. Olhei novamente e tinha sumido. Controlei meu coração e obriguei meu estômago a parar quieto. Ele não iria. E era melhor daquela forma. Quanto mais cedo eu o esquecesse, melhor seria. Isso se eu conseguisse esquecê-lo, algum dia.

Meu coração se encolheu e eu passei o resto do Baile conversando com desconhecidos e vendo Gregory por todo lugar, mas sem vê-lo realmente.


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