The White Rose escrita por Senhora Darcy


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Uma fic fofinha para vocês e feita com muito amor e carinho...espero que gostem!
Boa leitura :)



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O sol finalmente alcançou as montanhas ao longe e o céu tomou um brilho alaranjado de início de manhã. Suspirei. Aquela aurora havia demorado a chegar. Pelo menos para mim, que acordara as 4 horas da manhã e não conseguirá dormir por conta da insônia. Meu casamento se aproximava, e aquele era o dia em que eu anunciaria meu noivado e conheceria meu futuro marido. E rei.

Sim eu era uma princesa, sim eu estava sentada no parapeito da minha varanda, apenas com a camisola num sereno matinal. E sim, eu levaria a maior bronca da Anelize. Uma brisa forte me atingiu e eu me vi obrigada a voltar para as cobertas quentes e vazias de minha cama. Esperei ali até que a minha criada de quarto viesse me acordar.

— hum, demorou Anelize! – brinquei com ela.

— Alteza! De novo com esse hábito de insônia?! Deveria ver o Doutor Johnson, certamente. Não é saudável ficar evitando boa horas de sono. Não é bom para a beleza...

— Eu sei, Ane, mas não é minha culpa. Vou tentar tomar algo quente antes de me deitar hoje, sim? Agora vamos ver o que as meninas da costura prepararam para mim hoje!

Ela sorriu para mim com suas bochechas magras e manchadas e retirou do meu closet uma caixa branca enorme. “Hum, um vestido especial, sim? O príncipe deve ser bem exigente”, pensei comigo mesma, se teria se me arrumar toda para irmos ao porto.

Dei de ombros e vesti o longo monte de tecido Branco.

— Ane, eu vou conhecer o príncipe hoje ou ja vou me casar com ele?

— Alteza, por favor! – ela riu e ficou vermelha – Não parece um vestido de noiva. Pelo menos não tanto.

Ergui uma sobrancelha em úvida e ela riu-se novamente.

— Além do mais, está um tanto nublado hoje, e vossa Alteza provavelmente não tirará seu manto azul.

— Sim, isso é certo. Bom, vamos logo com esse casamento então.

Quatro horas e meia depois, lá estava eu, quase morrendo de sono, esperando meu pai terminar o discurso e cortar a fitinha vermelha que envolvia o navio. Era um modelo bem moderno, enorme, com velas alvas gigantescas e de uma magnitude assustadora. Se eu fosse uma onda teria muito medo de derrubar um trambolhao desses.

Depois de mais algumas palavras burocráticas, ele finalmente cortou a fita é todos explodiram em aplausos e assobios. Olhei em volta da multidão e meus olhos correram por uma figura bem vestida em roupas de cetim Branco e cheio de abotoaduras. Parecia um príncipe. Minha barriga deu pulinhos. Será que eu tinha acabado de ver o homem com quem passaria o resto da minha vida?

Perdi-o de vista, mas como logo ele viria até nos, eu abaixei minha cabeça e coloquei aquele olhar sereno e idiota que as princesas devem ter no rosto.

— Querida, o príncipe está vindo! Vamos ajeite esse cabelo e não esqueça de piscar os olhos.... – minha mãe me dizia, passando as mãos por meus trajes e dando os últimos toques em mim.

Um guarda nos escoltou até um pequeno coreto improvisado ali perto, mais afastado de toda a massa de gente. Ao chegarmos lá, o homem de Branco que eu vira nos aguardava com um senhor alto e grande, que deveria ser seu pai. O principe era alto e esguio, ombros um pouco estreitos e braços finos. Mas seu rosto tinha traços belos e delicados.

Ele sorriu para mim, um sorriso brilhante que combinava com os olhos azuis reluzentes. Fiz uma mesura.

— Alteza, é um prazer. – o Príncipe disse.

— Igualmente, Alteza.

Estava esperando ele me convidar pra um passeio para nós conhecermos melhor, mas ele não fez nada. Soltei o ar e voltei para meu lugar entre meus pais. Sei que eu deveria tentar uma aproximação maior, mas não estava com vontade. Nossos pais conversaram um pouco, e finalmente ele entendeu minha cara de entediada, perguntando se eu queria andar um pouco.

Concordei e lá fomos nos. Minha barriga roncava de fome enquanto ia sentindo o cheiro dos restaurantes portenhos. Frutos do mar cairiam bem, assim como um peixe na manteiga ou uma lagosta temperada....Parei de pensar em comida, se não iria desmaiar ali no meio. Ele não disse nada enquanto andávamos. Só olhava para a frente. Quando disse, não foi nada de animador:

— Ateza, se importa se eu me ausentar um instante? Há um guarda amigo meu aqui por perto e gostaria de lhe falar.

— Ah, claro, não há problemas.

E ele me deixou só. Sentei-me num banco de madeira, subitamente desanimada com o futuro. Olhei ao redor, para as pessoas da vila que passavam ali. Sem muita pressa, simpáticas e felizes, como eu queria ser.. Cansada de esperar, circulei um pouco pelo lugar. Achei algumas moedas de prata no bolso de minha saia e, aproveitando que o manto azul escuro não chamava muita atenção para a minha pessoa, fui até uma vendinha comprar um pedaço de pão doce. Estava uma delicia e eu me senti enormemente bem por fazer alguma coisa sozinha. Quando sai da venda, dei de cara com um homem, ou parecia ser um homem, encapuzado e curvado. Segurava um buque de flores e ofereceu uma para mim. Aceitei com um sorriso, mas quando fui pegar a flor, o pobre homem a derrubou no chão. E aí ferrou tudo.

Ao apanhar a flor, antes mesmo de poder me levantar, senti algo cobrindo minha cabeça, e em seguida mãos fortes me carregaram pela cintura. Não tive tempo de gritar. Quem quer que fosse, segurou meu rosto com uma mão enorme, quase me impedindo de respirar. Tentei pensar. Eu não tinha como lutar, talvez se chamasse atenção para o ataque alguém viria socorrer. Tentei morde-lo, chuta-lo e arranhar o homem que me segurava, mas nada adiantou. Então tentei fazer os três juntos e consegui afrouxar o aperto em mim, ganhando fôlego e espaço para gritar. Uma tentativa falha, pois logo o grito foi abafado e seguido de uma forte pancada na minha cabeça. Desmaiei no mesmo instante.

Só acordei horas depois, num lugar totalmente diferente de tudo que eu já vira. Estava em uma cama – ou melhor, um saco de estopa preenchido com palha- num cômodo escuro. Era tudo de madeira e tinha um cheiro forte de umidade e sal. Tentei me levantar, mas a dor atras de minha cabeça, onde eu tinha levado uma pancada, foi mais forte e me fez voltar a posição inicial. Ao meu lado, tinham alguns barris velhos, cordas e um pedaço de madeira fino e desgastado. Na parede ao meu lado, próximo ao teto, uma pequena escotilha deixava entrar o fraco brilho da noite estrelada. Respirando fundo, levantei.

Cambaleei um pouco, mas continuei de pé. Sem saber direito o que fazer, peguei a tábua de madeira para me defender do que quer que eu fosse encontrar. Fui até a porta do cômodo e puxei a maçaneta de ferro com toda a força, mas ela não cedia.

Já estava prestes a gritar quando consegui gira- lá e a porta se abriu para o outro lado. Me senti um tanto idiota, mas logo me distrai com a cena que encontrei ali fora. Meu coração deu uma descompassada, e eu fiquei sem voz. Era um misto de medo, surpresa e “minha nossa Senhora!”. Eu estava num navio! O mar calmo e negro acompanhava o barco, e na minha frente, um convés enorme, cheio de homens agitados, cada um empenhado em uma função específica. Eu diria uma dúzia, de marinheiros sujos, barbudos e mal encarados, que não notavam a minha presença. Também. Estava escuro e a graça luz dos lampiões não destacava a minha pequena figura enrolada no manto escuro.

Estava prestes a voltar para o cômodo em que eu estava e me enrolar num cantinho, para chorar até acordar daquele pesadelo. Mas um muro enorme surgiu atras de mim, e só pude sentir sua respiração pesada em meus cabelos.

— A princesa acordou! – ele anunciou para o grupo com sua voz rouca e forte.

Todos os pares de olhos se voltaram para mim, alguns sorrindo, outros segurando o riso, outros com a indiferença com que olham para uma joaninha.

Engolindo em seco, me virei para ver o homem atras de mim.  Um ruivo enorme, com uma barriga proeminente, olhos esbugalhados, barba e cabelos compridos e presos em trancinhas, e alguns dentes faltando na expressão que parecia algo entre um sorriso e uma careta.

— Q-quero falar com seu capitão! – alguma coisa dentro de mim disse.

— ora, é claro que quer. E ele também quer falar a Alteza. – ironizou.

Com uma última olhada no ambiente ali fora, segui o homem para o interior do navio, só então observando um símbolo de caveira  nas velas do navio. Um navio pirata. Eu estava presa num maldito navio pirata!


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Notas finais do capítulo

O que acharam do primeiro capítulo? Aceito qualquer tipo de sugestões!



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