As ruivas são mais quentes escrita por vênus


Capítulo 3
II - Beco Diagonal


Notas iniciais do capítulo

ei, pessoal, what's up? eu, neste momento, estou fazendo várias coisas: ajeitando uma nova fanfiction para vocês, que garanto que vão gostar ou acho que vão, ajudando a linda da Suicide (para quem não conhece as fanfictions dela, são maravilhosas inclusive Treinando o papai. Vou deixar o link nas notas finais) a re-orgarnizar os capítulos de Red Lips e Like a James Does enquanto ela corrige os capítulos de Treinando o papai e decidi que o que vai fazer com Alphas e Betas e Projeto Pais do Ano (aliais, ela e a Sunset - co autora dela- estão sem internet, só avisando mesmo), e fazendo trabalho de Biologia. Mas, não creio que isso importe para vocês.
Enfim, Memphis quer dá uma palavri...
[n/memphis wimple]: E AI GENTE? Nossa que lugar bagunçado, nem a maleta do papai tá assim! Como eu sou um amor, agradeço muito a quem comenta a minha história com o metecapto (eca), porque não está sendo nada nada nadaaaa fácil contar tudo com ele e essa autora louca me atazanando direto. Ok, agora vão ler minha aventura (ei, Mem, quantos anos você tem? 40?) no Beco Diagonal.
Um beijo da sua ruiva favorita (admitam) e da autora mais irresponsável do mundo.



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Sonhos fazem a gente querer esquecer de acordar

 

 Duvido muito que no mundo exista um caso de inimizade pior do que o meu com o maldito despertador. Se eu bem me lembro, quebrei meu despertador anos antes de voltarmos para a Londres o jogando contra a parede porque o desgraçado não parava de apitar, e desde então eu tenho alguns minutinhos de folga e sono tranquilo até minha adorável mãe resolver me acordar. Não sou a maior fã de acordar antes das nove da manhã, e eu não estava no meu melhor humor para levantar e encarar o dia com um sorriso contagiante.

 Diferente do que eu havia pensado na noite anterior, a sensação de estar abandonado algo muito importante, de estar deixando para trás um fragmento de vital importância na minha vida não melhorara nem um por cento com a minha rasa noite de sono; até porque eu não consegui realmente dormir, já que estava mais preocupada em contar quantas telhas o teto tinha. Não me julguem, cada qual lida com a insônia da sua maneira.

 - Bela Adormecida, acorda – mamãe estralou os dedos próximos ao meu ouvido, me fazendo saltar assustada e cair de cara no chão – Que bela maneira de acordar, hum?

 - Ah, mamãe – resmunguei, estendendo minha mão para pegar o pequeno relógio na cabeceira da cama – MÃE AINDA SÃO SETE DA MANHÃ!

 - Nosso dia está bem corrido, mocinha – mamãe comentou com um sorriso, pena que sua alegria e disposição não eram tão contagiantes quanto seu otimismo – Temos que comprar seu material e vamos visitar sua avó.

— E aquele conhecido do papai, quando vamos lá? – perguntei sem muita empolgação.

— Daqui alguns dias – respondeu com tanto entusiasmo quanto eu – Depois que nos instalarmos. Agora, anda, se arrume rápido!

— Mas para quê tão cedo...

— Memphis, levante essa bunda gorda daí e se arrume! Temos que comprar seu material escolar, anda, anda.

   Com desagrado, migrei para o banheiro a passo de zumbi e passei um bom tempo lesando de frente ao espelho, observando atentamente cada traço do meu rosto acabado; primeiro que meus cabelos estavam extremamente altos e embaraçados, com nós que seriam perceptíveis do Alabama, meus olhos estavam cercados por olheiras profundas e pareciam extremamente inchados, e minha pele estava um caco de tão oleosa. Como eu podia dá conta de tudo aquilo e ainda ficar animada para ir fazer compras? Impossível, mas não sou eu quem vai enfrentar a ira da minha mãe.

 Rhea Wimple é, e sempre será, a mulher mais dócil que eu já conheci; mas, nunca queira ver – la brava. Ela vai de anjo a satanás em questão de segundos.

 Escovei meus dentes com lerdeza, depois de um banho rápido por causa da água gelada, desembaracei e arrumei meus cabelos com um feitiço – o que seria (e foi) bem mais prático do que passar horas e horas com um pente tentando domar aquele leão que habita minha cabeça.

— Pensei que iria morar no banheiro – mamãe resmungou quando sai do banheiro já vestida.

— Não, é muito nojento – retruquei com uma careta, me calçando – vamos?

— Você na frente, madame – respondeu cordialmente.

— Muito obrigada, senhora – fiz uma leve reverencia antes de deixar o quarto na companhia da minha mãe.

  Descemos para a área social do bar – hotel, onde papai nos esperava com suas vestes de trabalho e uma maleta. Ele parecia extremamente absorto em uma reportagem de O Pasquim sobre os riscos que a malcriação de Diabretes da Cornualha poderia causa, enquanto rebatia as frases lidas com coisas do tipo “que besteira”, “quem é o asno que escreve isso? ”, “até um porquinho da índia entende mais de Diabretes da Cornualha do que esse tal de Lavander”. Homem esquisito, eu sei.

— Já terminou de discutir com a revista ou quer que esperemos mais um pouco? – mamãe arqueou uma sobrancelha, tão irônica quanto é de se esperar.

— Eu sabia que você mordia, não que dava coice – papai retrucou jogando a revista no lixo.

— As minhas crianças vão continuar discutindo ou vão comprar o meu material? – foi minha vez de dizer.

— Já tem a quem puxar – meu pai disse, pondo um braço envolta da mamãe. Eles são o casal mais fofo de todos, sempre.

— Meus genes, sua leseira – mamãe sorriu, enquanto eu lhe lançava um olhar tremendamente ofendido.

  Eu não sou lesada, isso é uma calunia.

— Como é que diabos vai nesse tal de Beco Diagonal? – perguntei, quando paramos em frente a um muro de tijolos.

— Muito simples – papai murmurou, dando umas batidinhas com a varinha nos tijolos.

  Antes que eu abrisse a boca para responder, um acesso começou a se formar diante aos meus olhos me dando passagem para uma rua congestionada de bruxos e bruxas de todas as espécies, lojinhas lotadas com seus produtos – algumas que até usavam um pouco das calçadas -, e tudo isso organizado em uma ruazinha na diagonal. Naquele momento, nada jamais fez tanto sentindo para mim: Beco Diagonal é uma rua na diagonal.

 Contradizendo o que eu disse antes, eu sou bem lesadinha sim.

— Isso é demais! – exclamei animada, quando o Empório das Corujas abriu sua vitrine, expondo alguns pelucios filhotes para vender.

— Primeiro, comprar o kit de poções dela, depois os livros, depois as vestes – mamãe listou mentalmente.

— Vão na frente, eu compro o kit de poções – papai beijou minha testa, depois a da minha mãe, e saiu em disparada.

  Minha mãe me puxou entre algumas das pessoas que analisavam os produtos pelas vitrines, me fazendo esbarrar e ter que me virar para pedir “mil desculpas” várias vezes – mas pela cara de insatisfação que ela fazia, era melhor nem contestar. Apenas aceitar os fatos e seguir as regras.

  A primeira loja em que entramos me lembrava ligeiramente a uma grandiosa biblioteca que visitamos em Montawa, uma vila bruxa canadense – então, como devem imaginar, não era grandes coisas. A lojinha era razoavelmente grandes, com tantas prateleiras de livros de todas as espécies que pareciam nunca ter fim. A extrema esquerda, perto do balcão, exibia – se placas levitadas que diziam “Hogwarts – 60% de desconto” acima de uma pilha de livros que pareciam de segunda mão, imaginei que esse seria o motivo para tanta algazarra para a compra de livros.

  Gosto de ler, na verdade, os universos literários são os únicos que eu considero uma verdadeira casa. Desde Hamlet a Os treze porquês, Romeu e Julieta e Jane Austen, ou então, e unicamente, O Alquimista – que se eu bem me lembro, foi escrito por um grande escritor brasileiro. E mesmo que eu odeie estudar, mas o faça por achar necessário, livros são maravilhosos e devemos admitir isso.

  Mamãe partiu para a sessão que indicava “Hogwarts – sétimo ano”, enquanto eu dava uma rápida olhada pela loja. Haviam livros de todos os estilos, desde de Livros Indivisíveis que desaparecem de vez em quando a fabulosos livros que pareciam realmente ter vida própria e animal, como o livro monstruoso dos monstros (que sempre foi o meu favorito em relação a Trato de Criaturas Mágicas), e não demorou muito para que meu pai chegasse com as sacolas de poções.

— Eu andei pensando – comentei para que só mamãe e papai ouvissem – E as criaturas? Quer dizer, não podemos criar hipogrifo de luxo em um quintal, podemos?

— Por isso o ministério nos forneceu um habitat muito bom para todas as espécies – papai piscou, sugestivo.

— E onde seria esse habitat? – perguntei vendo o olhar da minha mãe recair sobre a maleta – Fala sério! A maleta?

— Cortesia do senhor Scamandder – papai sorriu, trazendo a maleta para junto do corpo.

— E o que acontece se elas fugirem? – aquilo realmente me deixou bastante interessada.

— Bom, vamos torcer para nunca descobrimos – mamãe riu, levando a pilha de livros escolares para o balcão – Agora, precisamos de vestes novas para ela.

— A capa de inverno de Ilivemorny ainda está boa – papai murmurou, uma coisa que tínhamos em comum era a má vontade de gastar dinheiro.

— Ela não vai desfilar por Hogwarts com uma capa de inverno americana – mamãe revirou os olhos, socando os livros na sacola – nós dois sabemos muito bem que o inverno daqui é horrível.

— Ok, capa, uniforme, olha eles pediram fantasias e vestes de baile – mamãe arqueou uma sobrancelha para o pergaminho em suas mãos – Parece que alguém vai ter um ano agitado.

— Muito bem, vamos para o Boticário e depois vamos comprar uma coisa especial – papai checou o relógio em seu pulso.

  Saímos da Floreios e Borrões e fomos direto para o Boticário, onde minha mãe fez questão de renovar meu estoque de essências que fez meu pai sair de lá praticamente chapado por ter sido obrigado a sentir o cheiro de diversas flores diferentes. Depois do Boticário, fomos para o Empório das Corujas – onde meu papai se mostrou bastante interessado em ratinhos que faziam piruetas.

 - Pai, você tem uma quimera, é sério que está impressionado com ratinhos malabaristas? – perguntei em tom de zombaria, recebendo em resposta um olhar bastante afetado tanto dele quanto da vendedora.

— Bom, escolha o animal que quiser – disse minha mãe, puxando papai para longe da gaiola de ratinhos – é o nosso presente de aniversário atrasado.

— Bota atrasado nisso – acenei com a cabeça, sorrindo irônica – e eu quero um gato.

  Analisei os felinos bem-comportados em suas gaiolas; meu pai resmungou algo parecido com “gatos? Se fosse pelo menos os ratinhos” as minhas costas. Enquanto minha mãe era fã de todos tipo de vida e adorava gatinhos, meu pai achava felinos chatos e sem graça. “Compre uma preguiça e terá o mesmo efeito”, dizia ele sempre que eu mencionava o meu querer.

  Haviam gatos de todos os jeitos, cores e tamanhos; de gatos negros e peludas a rosados e caretas. Mas, com aquela infinidade de bichinhos, um em particular me chamou atenção. Era miúdo em um tamanho máximo de uma corujinha, o pelo branco em quantidade que quase cobria seu corpo inteiro, olhos extremamente acinzentados e era tão desastrado que tombava para os lados mesmo estando parado.

 - Esse com certeza é o seu gato – mamãe disse em tom de zombaria ao ver meu olhar sobre o gatinho.

— É fofinho— isso é equivalente a um “eu amei” do meu pai.

— Ah, esse gatinho – a vendedora riu – é o mais novo de uma família, mas ninguém quis ele por ser muito miudinho. Está aqui a meses.

— Eu quero ele – falei por fim, pegando o gatinho de dentro da gaiola – Mamãe, escolhi meu presente.

— Tem certeza de que não quer outra coruja? Ou uma vassoura nova? Ou uma roupa? – papai é insistente, admitam.

— Coruja tem várias em casa, eu odeio quadribol e duvido muito que consiga me equilibrar em uma vassoura, e eu não preciso de mais roupas – sorri para ele – eu quero o gatinho, papai.

— Se não pode com eles, se junte a eles – mamãe piscou para ele, pagando a moça do caixa – Agora, roupas.

  O gatinho se remexia no bolso frontal do meu casaco – para ver o quanto ele é pequeno – e parecia bastante interessado no que acontecia em volta por olhar para todos os lados. Madame Malkin era a penúltima loja em frente ao Gringotes, era de tamanho razoável e era lotada de cabides para todos os lados. Meu pai se largou em um sofá, claramente não queria estar ali para aturar nossas crises fashionistas, mamãe fez o pedido dos uniformes e migrou para as vestes de baile, enquanto eu dava uma olhada nas fantasias.

  Saímos de lá direto para o Caldeirão Furado para comer alguma coisa antes de irmos para a vovó, lanche qual minha mãe e meu pai não falaram uma palavra comigo – apenas conversando entre si.

— Andamos pensando – mamãe fez uma cara pensativa – e não faz sentindo você continuar o ano sem a sua melhor amiga.

— Não me digam que decidiram me mandar para a Nova Zelândia depois de comprarem tudo.

— Não acredito que você dúvida tanto da nossa inteligência – papai pôs a mão no peito, ofendido.

— Não, Memphis, nós vamos trazer a Amélia para cá.

— PELA BARBA DE DUMBLEDORE! OBRIGADA, OBRIGADA, OBRIGADA! – devo ter os abraçado umas noventa vezes àquela altura – Vocês são os melhores pais do mundo.

— Sabemos, sabemos – meu pai é convencido, acostumem – se – Neville!

  Naquele momento, a porta do bar abriu – se, e vestindo vestes trouxas, um homem alto e de aparência terrivelmente cansada adentrou no recinto, cumprimentando meu pai com um saudoso abraço e minha mãe com um beijinho na bochecha. Ele parecia ser gentil, pelo jeito que falava, e também se parecia muito com o menino moreno que nos atendera na noite anterior.

— Por Merlin, Anthony! – Disse, dando tapinhas nas costas do meu pai – Você realmente cresceu, cara.

— Consequências do trabalho – papai suspirou, o convidando logo depois para sentar – Quer dizer, o bar é seu, mas seria uma honra...

— Deixe disso – Neville riu, juntando – se a nós – Frank me avisou que um amigo meu havia se hospedado por aqui por umas noites.

— Seu rapaz está grande – mamãe comentou docilmente.

— Mas não se compara com a sua menina – disse, me analisando sob seus óculos tartaruga – Ruiva? A quem puxou, hein?

— Segundo nossas arvores genealógicas, a duas parentes distantes e gêmeas chamadas Edith e Cassiopeia – papai riu, tomando um gole de sua “água”.

— Parentesco interessante – Neville comentou também rindo.

  O que o povo tem com o fato deu ser ruiva? Que coisa.

— Ah sim, Harry mandou avisar que a visita de vocês foi remarcada para o jantar desse domingo – disse, recebendo um aceno de cabeça em resposta do meu pai – Bom, tenho que cuidar de umas coisas do bar, nos falamos depois Anthony.

  Se despediu mais uma vez, antes de sumir pela porta dos fundos.

— Espero que tenha causado uma boa impressão – mamãe comentou baixinho para mim.

— E por quê?

— Ele é meio que o seu vice – diretor.


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