Save My Heart. escrita por RaySmoak, Natty Lightwood


Capítulo 15
14- Hurricane


Notas iniciais do capítulo

Oláááá novamente pessoas!!! Estou aqui para mais um capitulo a pedido de vcs. Estou em casa entediada sem fazer nada... Então resolvi postar mais um capitulo cheirosinho para vcs! Espero que gostem. Estarei esperando nos comentários vossas opiniões. E hoje terá mais do que uma surpresa. E ah, depois desse capitulo... Vou receber recomendação de quem? kkkk Da Laurel que não é!! Aproveitem a leitura guys!



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Eu quero gritar

Isso é um sonho?

Como isso pôde acontecer

Acontecer comigo?

Isso não é justo

Esse pesadelo 

Esse tipo de tortura

Eu simplesmente não posso suportar

Eu quero você aqui

Eu quero você aqui

—I Want You Here- Plumb-

FELICITY SMOAK

Acordei sentindo o colchão da cama baixar e um peso se emaranhar por baixo do meu cobertor. Abri os olhos e vi uma Bea sonolenta de frente para mim, coçando os olhos com as palma das mãos. Ela usava seu pijama da princesa frozen; uma blusa de mangas e a calça com meias em seus pés.  Chamei-a para ficar perto de mim, e ela veio sem hesitar. Ajeitei seu pequeno corpinho próximo ao meu e nos cobri com o cobertor. Bea puxou uma mecha do meu cabelo, e ficou enrolando essa mecha entre seus dedos, fechando os olhinhos vagarosamente. Beijei seus cabelos loirinhos e fiz um carinho em sua bochecha. Nos últimos dias ela estava assim; quando não conseguia dormir em seu quarto vinha direto para o meu dormir seu cochilo da tarde comigo. Às vezes ela dizia que tinha pesadelos e não gostava deles, como seu pai passava a metade do tempo na empresa, Bea só tinha a mim, Thea e Ana.  Deixei a porta do quarto aberto para que ela me visse aqui. Durante esse mês que passei aqui, vi que Bea se apegou muito a mim. E se eu for ficar distante dela, quem vai sofrer será ela. Eu jamais quero que minha pequena passe por isso, mas também não posso coloca-la em risco.

Ontem, depois que sai do hospital, vim direto para a casa do Oliver, saber como Bea estava. Não suportei ficar por mais tempo longe da minha pequena, por mais que o Oliver estivesse naquele hospital desacordado, Bea também precisava de mim. Ana tinha me ligado avisando que Bea não parava de chorar por mim e que queria a mim perto dela. Então voltei às pressas para o apartamento, mas quando eu cheguei ela estava dormindo. Não quis acorda-la do seu sono, por isso estou aqui no quarto do seu pai.  Assim que cheguei daquele hospital corri para o banheiro pra tirar o fedor daquele lugar, odiava hospitais desde o acidente com os meus. Deve ser por isso que eu cancelei a faculdade de medica também. Depois do banho, vim para o quarto do Oliver e vesti uma camisa sua e acabei deitando em sua cama. Sentir o cheiro de Oliver em seu travesseiro acalma o meu coração aflito.  Aqui no seu quarto, sinto que estou mais próxima dele.

Olho para o relógio que está numa banquinha marrom ao lado da sua cama, e ele marcava 04h00 horas da manhã. Eu não consegui dormir nem por 30 minutos. Minha mente sempre voltava para o mesmo sonho de onde o Oliver me salvava e depois levava um tiro do meu perseguidor.  Antes de sair do hospital, Tommy tinha me dito que Dante estaria em Star City hoje mesmo para passar tudo que ele sabia. Tommy aconselhou-me a não me sentir culpada, a não me afastar das pessoas; que é a família do Oliver. Mas eu não sei. Eu não posso imaginar ele machucando a minha Bea. Ele fara de tudo para tirar Oliver e sua família de perto de mim. Como eu sei? Por que foi isso que ele fez com os meus pais.  Adrian Chase planejou tudo nos mínimos detalhes por causa de um amor psicótico. E pensar No Chase, me faz levar para uma lembrança que eu quero muito esquecer.

 

FLASHBACK ON

— Mamãe!- Gritei da sala. – Vou me encontrar com o Chase, vamos para a lanchonete do Bobby. –Eu avisei indo em direção à porta e pegando o cachecol vermelho dela.

— Felicity! Espere querida. Seu pai e eu vamos ao mercado, passamos pela lanchonete e te deixamos lá. Não quero você andando sozinha por aí. – Disse ela descendo as escadas da nossa casa. Mamãe usava uma calça jeans preta e um suéter vermelho, seus cabelos loiros estavam soltos em ondas, ela estava com um batom rosa em seus lábios.

—Mamãe não precisa me levar até lá. É aqui perto. – Neguei revirando os olhos. Ela abriu um sorriso e ajeitou o cachecol que estava em meu pescoço.

— De jeito nenhum mocinha. Seu pai e eu levamos você, o quê que custa? – Perguntou terminando de arrumar o cachecol.

— Tudo bem, senhora Donna. – Bufo. Pego minha bolsa e ela pega a sua também. – Então vamos? – Chamei entediada.

— Cadê o seu pai? – Ela pergunta olhando para mim e depois virando a cabeça para escada. – Noah querido nós não temos a noite toda. – Resmungou mamãe. E um riso escapou dos meus lábios.

— Às vezes eu sinto vontade de ir morar no exercito junto com o Tommy. – Disse papai descendo as escadas com um sorriso no rosto. Ele usava uma calça jeans azul e uma camisa branca social, seus cabelos em um tom de grisalhos estavam bem arrumadinhos para trás.

— Ah, então vá querido. – Mamãe disse fazendo pouco caso dele.

— Para onde eu iria sem as duas mulheres da minha vida? – Insinuou ele dando um beijo na minha bochecha e depois na de mamãe. – Exatamente, a lugar nenhum. Então vamos, Felicity tem um encontro. – Falou papai saindo da casa e fechando a porta.

— Felicity querida, não pense em sair de lá para ir pra outro lugar. – Advertiu mamãe abrindo a porta do carro para que eu pudesse entrar.

— Deixe a menina a vontade Donna. – Papai se intrometeu na conversa. Ele olhou com um olhar brincalhão para mim e eu sorri para ele.

— Senhora Donna, eu não vou fazer nada demais. Apenas vou comer alguns hambúrgueres com os meus amigos. Incluindo o Chase. – Entrei no carro e sentei no banco de trás. Coloquei o cinto e logo em seguida mamãe ocupou o banco da frente ao lado do papai.

— Se o Tommy estivesse aqui, ele não iria gostar de nada disso. – Disse papai sorrindo. Inclino-me entre os bancos da frente e respondo.

— É, mas ele não está aqui. – Eu disse com a voz triste. – Eu sinto falta do Tommy. Das guerras de comida que fazíamos, de assistir nossa serie preferida e das brigas também. Das discussões sobre os garotos, e de quem ganharia jogando GOD OF WAR no vídeo game. – Encostei-me ao assento me sentindo nostálgica.

— Ele estará de volta amanhã baby. – Falou mamãe virando-se para mim com um olhar acolhedor.

— É querida, amanhã estaremos todos reunidos. E o Damien está cuidando dele. – Dizia papai saindo de dentro do carro.

— O que houve Noah? ­– Minha mãe perguntou.

— Eu não sei. O carro está estranho hoje. – Falou ele olhando os pneus do carro.

— Como você sabe que o carro está estranho? – Indagou mamãe juntando as sobrancelhas.

— Coisa de homens mamãe. Coisa de homens. – Eu murmurei dando uma tapinha de leve no ombro dela.

— Eu acho que não é nada demais. Vamos? – Eu balancei a cabeça positivamente.

Saímos da garagem e papai seguiu com o carro na longa estrada. Encostei a cabeça no vidro do carro vendo as casas passar rápidas demais para acompanhar. Algumas pessoas estavam caminhando com seus cachorros e outras com um grupo de amigos. Olho mais á cima e vejo a lua tão cheia quanto na noite passada. Ela está linda. Ouço o rádio do carro ser ligado e logo em seguida tocar a minha música preferida “ Lung, do Vancouver Sleep Clinic”.  Fecho os olhos apreciando essa melodia. Essa música descreve como eu estou me sentindo nesse momento. Em completa escuridão. Sabe por quê? Porque eu menti para os meus pais sobre o Chase. Eu não vou encontra-lo, irei falar com seus pais sobre o seu comportamento. Meus pais não sabem que Chase agrediu um garoto, e ele quase me machucou porque eu defendi o Carter. Eu não sabia que ele era tão estupido dessa forma. Pedi a ele um tempo e me afastei, não por causa do Carter, mas por medo do Chase. Ele não gostou muito da minha decisão, eu vi isso em seus olhos. Algo no seu olhar dizia-me que não iria ficar assim.

— Felicity. – Chamou mamãe virando-se para mim. – Eu me esqueci de te avisar, mas o Chase veio aqui em casa quando você estava no banho e deixou isto aqui para você. Ele Disse que você iria gostar.  – Mexeu em sua bolsa tirando uma flor rocha enrolada num embrulho branco. – É uma orquídea querida. – Ela disse entregando-me. Peguei aquela flor como se fosse uma bomba que a qualquer momento iria explodir na minha mão.

— Algum problema Felicity? – Perguntou senhor Noah olhando pelo retrovisor.

— Não. ­– Neguei dando um goto seco. – Está tudo bem. – Menti. Dei um sorriso amarelo para ele, que não acreditou muito. Mas também não perguntou nada.

O que eu podia dizer? Que o Chase agrediu meu colega por causa dos seus ciúmes doentio e que ameaçou a mim se terminasse tudo com ele? Ou a minha família? Chase estava doente e eu iria falar para a sua família. Ele precisava de tratamento.

— Está tudo bem mesmo, querida? – Falou mamãe me tirando dos meus pensamentos.

— Eu disse que sim mãe. – Respondi aborrecida.

— Não fale assim com sua mãe, Felicity. Tanto eu quanto ela, estamos preocupados com você. – Interveio papai com um tom cortante. Mas eu não queria preocupa-los ou coloca-los em perigo.

— Sabemos que está mentindo para nós Felicity. – Disse mamãe descontente.

— Não. Eu não estou. Vocês dois que veem demais. Esqueçam isso! – Cortei virando o rosto.

— Não. Eu não vou encerrar isso assim Felicity. – Gritou ela tirando o cinto de segurança e virando-se para mim. – Você é minha filha, e eu tenho o direito de saber o que está acontecendo. – Papai que estava de olho na estrada, desviou os olhos e olhou para mim esperando eu responder.

— Papai! – Eu gritei para ele. Vinha um carro em nossa direção. Ele olhou rapidamente para frente, tentando frear. Mas os freios não respondiam. Papai desviou, mas...

De repente tudo aconteceu, o nosso carro despencou numa ribanceira rolando tão rápido quanto uma hélice. Mamãe foi arremessada para fora do carro, e papai bateu com a cabeça fortemente no vidro da frente, fazendo com que sua cabeça atravessasse o mesmo. Eu gritei por eles dois, e pedi para eles não me deixarem. Mas já era tarde demais, porque a morte foi instantânea. Eu não conseguia ver mais nada a minha frente, só havia estilhaços e uma nuvem negra tomou conta da minha visão. Então eu apaguei.

FLASHBACK OFF

Sacudo a cabeça espantando essa lembrança que para mim se tornou um pesadelo. Sinto uma lágrima solitária escorrer por minha bochecha caindo na blusa de Bea. Depois do acidente dos meus pais eu tentei seguir em frente, e foi da pior forma possível. Se não fosse pelo Tommy, eu teria me destruído. Demorou uns bons meses para saber a causa do acidente dos meus pais. Que de acidente, não foi nada. E sim um assassinato.

Olho para o pequeno ser que está ao meu lado dormindo serenamente, seu peito sobe e desce levemente demonstrando um sono profundo. Meu amor por ela só fez crescer mais e mais. Tenho Bea como uma filha para mim, meu instinto protetor por ela só cresceu durante os dias. Não posso deixar que nada de ruim aconteça com ela.  As escolhas do meu passado não podem interferir na sua vida. Eu não vou destruir a vida dela e nem a do Oliver como eu fiz com a minha. Ficarei mais alguns dias com eles e depois partirei de suas vidas.

— Minha menina, eu te amo tanto. Sussurrei para ela passando as mãos nos seus cabelos. Ela é a filha que eu nunca tive. E mesmo assim, sinto que vou ter que deixa-la. Para o seu próprio bem. Sinto outra lágrima solitária descer pela minha bochecha, elimino-a com o meu dedo indicador. Dou um beijo em sua testa e me afasto dela.  Deixo-a na cama e vou me arrastando para o banheiro tomar um banho, para tentar de todas as formas espantar os meus demônios.

 Entro no banheiro e olho meu reflexo no espelho; olhos vermelhos e inchados. Rosto pálido e amassado, meus cabelos estão desgrenhados pelo coque mal feito. Solto o meu cabelo que está maior do que nunca, faltando apenas alguns centímetros para chegar a minha cintura. Eles continuam da mesma cor; negros e em forma de ondas. Essa genética vem do meu pai. Ele tinha cabelos negros e olhos azuis; ele pintava meio que de loiro na verdade, não me perguntem o porquê. Então eu e o Tommy acabamos puxando essa genética dele e dos seus pais.  Tiro a camisa do Oliver e cheiro-a, em instantes seu perfume invadi as minhas narinas. E nossas lembranças vêm em minha cabeça. Olho para o espelho de novo, e vejo minha tatuagem. Passo os dedos em torno dela e giro no lugar para olhar o caminho que conduz até as minhas costas acabando na curva da minha cintura. Volto o olhar para a minha clavícula onde tem quatro pássaros estimulando um voo. Eles representam a minha família, e por baixo deles há minha cicatriz feita pelo tiro que Adrian Chase me presentou.

Espanto isso para longe e vou direto para o Box, ligo o chuveiro e entro em baixo da água morna, sentindo-a relaxar meus músculos. Demoro alguns minutos pensando em como vou encarar Oliver naquele hospital rodeado de aparelhos. Antes de sair de lá, ele não teve nenhuma melhora em seu estado, mas também não teve nenhuma piora. Eu só espero que ele se recupere logo e volte a ser o meu marrento. Mesmo que seja por pouco tempo, mas ele é e sempre será o homem que eu amo com toda a minha vida. E daria a minha vida por ele, não importa as circunstâncias.

Saio do banheiro e vou direto para cômoda onde Thea deixou uma muda de roupa para eu vestir, já que desde ontem eu não fui para casa. Visto uma calça na cor preta que fica apertado em mim pelo corpo que tenho e logo em seguida pego um suéter de cor branca. Vou para o espelho e penteio meus cabelos deixando-os soltos. Assim que me viro vejo Bea sentada na cama olhando para mim com os olhinhos sonolentos.

 – Acordada tão cedo meu amor. – Digo colocando a escova na cômoda e me aproximando da cama. – Está cedo, pode dormir mais. Não vou sair de perto de você, eu prometo. – Cruzei os dedos levando-os aos meus lábios em uma promessa.

— Onde esteve Licy? – Perguntou se embaralhando nas palavras.

— Resolvendo coisas com o seu pai querida. – Minto passando a mão em seus cabelos arrumando-os. Bea é muito pequena para saber o que realmente aconteceu com o seu pai.

— Eu quero ver ele. ­– Pediu com a voz doce. Puxo-a para o meu colo e passo os braços ao redor da sua cintura.

— Você não pode ver o papai agora meu amor. Ele está muito ocupado. – Menti mais uma vez, e isso fez meu coração ficar em pedaços. Eu sempre estou mentindo e odeio isso. – Que tal descermos para tomar um café bem gostoso, hum? – Sugeri abrindo um sorriso para ela.

— Ebaaaaa! – Gritou batendo as mãozinhas. – Eu quero muitos danones. – Disse errando algumas palavras e mostrando seus dedos para mim.

— Dez danones? – Indaguei fingindo estar assustada. E ela balançou a cabeça sorrindo para mim. – Então hoje essa mocinha ira comer tudo o que quiser. – Eu disse apertando aponta do seu nariz. Ela soltou uma gargalhada logo em seguida. – Vamos descer então, e ver o que a Ana e a sua tia fez para nós. – A coloquei no chão e peguei em sua mão. Descemos as escadas correndo para a cozinha. Ao chegarmos lá, eu vi Thea e Ana preparando o café.

— Hum, a comida está muito cheirosa. – Eu falei sentando no banco e colocando Bea ao meu lado, apoiei minhas mãos na grande pedra de mármore olhando para as duas que estavam no fogão.

— Bom dia queridas. – Cumprimentou Ana virando-se para nós. Eu vi em seus olhos que ela estava sendo gentil, mas ela estava tão preocupada quanto eu.

— Bum dia Ana. – Falou Bea esticando as palavras. Eu ri do bico que ela fez.

— Bom dia coisinha mais linda da tia. – Disse Thea vindo até nós. Ela apertou as bochechas gordinhas de Bea e deu muitos cheirinhos na sobrinha.

— Não, não, não. – Dizia Bea entre gargalhadas por causa das cosquinhas que Thea fazia nela.

— Tá bom. Parei! – Thea levantou as mãos em redenção e deu um último beijo na sobrinha. – Como está Felicity? – Ela virou-se para mim. Seu olhar estava preocupado.

— Da mesma forma que você. – Eu respondi. Ela balançou a cabeça em concordância.

— Ele ainda está da mesma forma meninas? – Perguntou Ana de costa para nós. Ela estava mexendo os ovos.

— Está sim, Ana. – Falou Thea. – Depois que você veio para casa... – Ela olhou para mim. – O quadro dele continuou do mesmo jeito. Então o doutor William me pediu para vir embora e voltar só hoje. – Ela dizia entregando o patinho para Bea se entreter.

— Você veio com quem? – Perguntei para ela.

— Eu vim com o Dig. Ele veio me deixar em casa, porque o Tommy quis ficar no hospital junto ao Oliver. – Explicou ela sentando na pedra de mármore entre mim e sua sobrinha.

— O Tommy quis ficar lá? – Questionei surpresa.

— Sim. Ele disse que era o mínimo que podia fazer. – Disse ela roendo a unha. Ela estava nervosa. – Será que o Ollie vai ficar bem? – Ela olhou de mim para Ana assustada.

— Claro que vai querida. O senhor Queen vai ficar bem. Seja positiva. – Diz Ana passando a mão no cabelo de Thea. Eu não sabia mais o que fazer ou o que dizer. Tudo estava uma bagunça.

— Ana, você ficaria com a Bea até eu voltar? – Pedi. – Eu preciso vê-lo. Saber como está e se ele deu algum sinal de que está bem. – Eu dizia aflita olhando para ela. Ela balançou a cabeça positivamente.

— Eu vou com você. – Disse Thea pulando da pedra.

— Eu vou dá o café de Bea primeiro e depois vamos, okay? – Fui até a geladeira e trouxe vários danones como o prometido.

Depois do café da manhã deixamos uma Bea aos prantos com Ana. Ela não queria que eu saísse, dizia que queria vir comigo. Mas eu não podia trazer ela para um hospital onde seu pai estava praticamente em coma. Isso seria demais para ela. Essa foi a primeira vez que senti meu coração em mínimos pedaços. A dor de ver Bea chorando, e esse choro ser por mim... Dilacerava-me por dentro. Só tornaria tudo mais difícil.

[...]

Chegamos ao hospital e fomos direto para a recepção pegar nossos crachás de identificação. Entramos na sala de espera e ficamos esperando Diggle aparecer. A moça da recepção disse que Tommy já tinha ido embora.

— Oi meninas. – Disse Diggle aparecendo em nossa vista. Ele abraçou Thea e logo em seguida a mim. – Como estão? – Acenou para sentarmos nas poltronas.

— Eu não sei mais como responder a essa pergunta Dig. – Respondeu Thea dando um sorriso de lado. – Como ele está? Por favor, diga que o Ollie está bem. – Ele olhou para mim e depois para ela, abriu um mínimo sorriso e passou a mão por seu queixo.

— Não se preocupem garotas, os médicos disseram que o Oliver acordou pela madrugada. Tommy estava com ele e conversou poucas coisas, até o Oliver dormir de novo por causa do efeito dos remédios. – Ele dizia tranquilo.

—E o Tommy não me falou nada. – Reclamou Thea. E nem a mim.

— Ele disse que não queria acordar vocês. Então ele sugeriu que eu contasse. – Dizia ele olhando de mim para Thea.

— Como se eu tivesse dormido. – Eu murmuro me levantando e ficando de costas pra os dois. – Depois que ele acordou, teve mais alguma vez? Depois da madrugada. – Virei-me para ele esperando sua resposta.

— Sim. O doutor William disse que seu estado é estável e que ele não corre nenhum risco de vida. – Respondeu ele me analisando. Soltei a respiração que nem sabia que estava presa.

— Graças a Deus! – Eu soltei aliviada por meu homem está fora de perigo. Thea veio até a mim e me abraçou. Retribuo o abraço com um sorriso nos lábios e ao mesmo tempo estou com o coração apertado.

— Senhor Diggle? – Chamou o doutor William. – O senhor Queen está acordado e deseja ver seus familiares. – Disse ele olhando para nós.

— Thea, você pode ir. – Eu disse. – Ontem foi a minha vez e hoje é a sua. Eu também quero um pouco de espaço antes de vê-lo de novo. – Ela balançou a cabeça e se foi pelo o corredor junto com o doutor.

 – Está tudo bem Felicity? – Perguntou Diggle juntando as sobrancelhas.

— Não, não está. Como é que eu vou olhar para o Oliver depois disso?

— Tommy me disse que você está se sentindo culpada. – Contou ele ficando de frente para mim. – Eu tenho que dizer que você está errada por se sentir dessa forma. É o trabalho do Oliver, corremos riscos a todo o momento, então não se sinta assim. – Aconselhou ele tocando em meu ombro.

— O Tommy não te contou? – Perguntei estranhando o fato do meu irmão boca grande não ter falado nada para ele.

— Ele me disse só o necessário. Por que vocês não me falaram que tinham suspeitas do seu ex-namorado estar vivo?

— Desculpa Diggle. Eu achei que fosse melhor que ninguém soubesse. – Falei arrependida. Ele murmurou um tudo bem. E você nem me conhecia na época em que Tommy estava no exercito. Então... Dei de ombros olhando para ele. Ele sorriu e balançou a cabeça.

— Tommy mandou avisar a você que ele foi se encontrar com Dante, o investigador. – Avisou Diggle. – Felicity, eu acho melhor você contar ao Oliver sobre tudo isso. – Ele dizia com cautela.

— E você não acha que eu já tentei? Várias e várias vezes... – Eu disse me afastando dele. – Todas as vezes que eu tentei, eu nunca consegui. É difícil de falar. Você me entendi? – Ele negou com a cabeça.

— Quando o Tommy largou o exercito por causa de você, eu vi que ele era um cara que nunca deixaria a irmã por nada nesse mundo. E olha que no mesmo dia, ele perdeu os pais também Felicity, os seus pais... – Dizia ele apontando para mim. – Ele tem sido forte pela irmã, por você. Então do mesmo jeito que ele veio de um Smoak, veio você também. Se ele é forte, você também é. Só seja capaz de enfrentar os seus medos e não afaste as pessoas que te amam para longe de você. Então não tenha medo de dizer ao Oliver, porque de um jeito ou de outro, ele vai saber.  – Terminou ele. Diggle veio até a mim e me abraçou.  Seu abraço era acolhedor e suas palavras me acalmaram.

— Tommy sempre foi o mais forte. Obrigada Diggle. – Agradeci por sua gentileza.

— Você tem amigos que estão lutando por você Felicity, nunca se esqueça disso. Somos uma família agora. Todos nós. – Disse ele beijando minha testa. Eu balancei a cabeça, me afastei dele e sequei minhas lágrimas. Dei um sorriso para ele e agradeci novamente.

— Felicity! – Ouvi a voz de Ana. Ana? O que ela estaria fazendo aqui? Virei-me na direção da voz e vi Bea em seus braços, ela estava chorando. – Desculpa por trazer ela neste ambiente, mas ela não parava de chorar por você. – Disse ela desesperada.

— Tudo bem. Me da ela aqui. – Pedi estendendo os braços para pegar a mocinha chorona. – Oi meu amor, a Licy está aqui agora. – A confortei acariciando suas costas. Ela deitou a cabeça em meu ombro e me apertou bem forte.

— Eu quero ficar com você Licy. – Dizia Bea entre soluços.

— Eu estou aqui meu amor. Agora você está comigo. – Eu a ninava para acalma-la. – Ela não dormiu desde a hora em que sai Ana? – Perguntei olhando para ela. Ana negou com a cabeça.

— Ela queria desesperadamente encontrar a mãe... – Disse.

— Mas a mãe dela mora do outro lado da cidade. – Eu constatei o obvio.

— Ela não queria a mãe Helena, e sim a mãe Felicity. – Corrigiu ela a mim. – Ela não parava de dizer que queria a “mãe Licy.” – Ana contou sorrindo. Eu olhei para Diggle e ele sorria também. Olhei para Bea que tinha parado de chorar e agora estava calma em meus braços. Não vou dizer que tomei um susto com o que eu acabara de ouvir, porque eu estaria mentindo. Eu estou bem desesperada agora. Muito.

— Ela me chamou de mãe? – Murmurei assustada.

— Sim querida, foi isso que você ouviu. – Afirmou ela contente. Eu? Mamãe? Apesar de toda essa bagunça, eu me sinto assim a respeito de Bea.

— Isso soa agradavelmente bem aos meus ouvidos. – Digo olhando para a minha menina que está com os olhinhos fechados. Ela acabou dormindo.

— Ela só dorme com você. – Ana falou tocando em meu ombro. E eu sorri para ela.

— Felicity! O Oliver disse que quer tiver. – Falou Thea chegando perto de nós.

— Mas eu estou com a Bea agora. E ela acabou cochilando. – Olhei para Thea que entortou os lábios entediada. Ela estava com uma cara tão cansada quanto a minha.

— Leve ela então. Seria até bom o Oliver vê a sua filha. – Sugeriu apontado para a senhorita em meus braços.

— Okay. – Eu disse.

Saímos de perto dos três e caminhamos até o quarto onde Oliver estava. A cada passo que eu dava, sentia como se as paredes fossem ficando menores ou seria o corredor? Depois que eu soube que ele havia acordado, não fazia a mínima ideia do que falar. Só queria que ele acordasse e bem. Bato na porta com a mão livre e escuto um “entre” vindo de dentro. Abro a porta um pouco temerosa, e assim que bota a cabeça para dentro, vejo seu sorriso crescer, o meu sorriso. Suspiro e retribuo um dos meus para ele.

— Oi. – Ele diz me fazendo rir. Que “Oi”, mais besta. Oliver estava sentado na cama com um travesseiro enorme apoiando suas costas, seu semblante estava melhor do que a noite passada. Ele tentava esconder a dor em seu peito o massageando. Mas o seu sorriso ainda estava lá quando ele viu a mim e Bea nos meus braços. Oliver nos chamou e eu me aproximei junto com minha pequena.

— Você me assustou sabia? – Eu disse dando uma tapa de leve em seu braço e ele fez uma careta para mim. – Não me olha assim Oliver. Eu pensei que tinha perdido você! – Eu reclamava. Deitei Bea com cuidado ao seu lado da cama, ela estava dormindo e depois me sentei perto dele.

— Você não vai me perder anjo, lembra-se que eu prometi isso a você? – Eu balancei a cabeça positivamente. – Vem cá. – Ele me chamou com o indicador. Aproximei-me mais perto dele. – Eu nunca vou deixar você por nada nesse mundo. Ou você não acha que eu não te ouvi, naquela noite. – Ele juntou meu rosto com suas mãos e me trouxe para mais perto do seu.

— Você me ouviu? –Eu murmurei hipnotizada por seu olhar. Baixei meu olhar até encontrar seus lábios. Minha boca ansiava pelo toque da sua.

— É claro que sim. Eu não estava completamente acordado, mas eu ouvia a sua voz na minha cabeça me pedindo pra voltar Felicity. – Ele contou fazendo um carinho com o seu nariz na minha bochecha. – E eu voltei. Para você e por Bea.

— Eu pensei que não ia mais ouvir a sua voz.  – Eu quebrei a distância e beijei seus lábios. Um beijo calmo mais ao mesmo tempo desesperador.

— Eu preciso está entre a vida e a morte para ser beijado assim? – Brincou ele deixando selinhos em meus lábios. Eu sorri como uma boba pra ele.

— Você precisa cortar os cabelos e fazer a barba, está parecendo um homem das cavernas. – Zombei entre sorrisos passando a mão nos seus cabelos.

— Mentirosa. – Disse ele fazendo cosquinha em mim. Levantei-me ficando distante dele. – Você só se levantou daqui Smoak, porque estou acamado. Se não fosse isso, eu te jogava aqui de volta. – Ameaçou com um sorriso malicioso.

— Você é louco! Nem acamado deixa de ser atirado. – Tirei a jaqueta, ficando só com o suéter.

— Papai! – Bea o chamou com a voz baixa.

— Oi meu amor, papai está aqui. – Disse ele colocando Bea em seu colo e logo em seguida fazendo uma cara de dor.

— Oliver você é muito teimoso. Não pode fazer isso. – Resmunguei para ele que nem deu à mínima. Fui até os dois e sentei na cama novamente.

— O papai estava com saudades de você. – Ele dizia todo bobo dando vários beijinhos nela.

— Papai, aqui é o seu quarto novo? – Perguntou ela olhando para o lugar.

— Não amor, é só temporário. – Respondeu ele alisando seus cabelos. Essa interação entre os dias era linda de se ver.

— Eu quero ir pra casa papai, com você e com minha mamãe. – Pediu ela se embaralhando nas palavras e olhando para nós dois. Oliver olhou para mim e eu dei um sorriso sem jeito.

— Sua mãe não está aqui Bea. – Falou um pouco desconfortável.

— É a Licy, papai. – Ela apontou para mim e se jogou nos meus braços. Eu a abracei de volta e ela deu um beijo estalado na minha bochecha.

— É uma coisa bem tensa para mim também. – Eu disse arregalando os olhos. – Mas eu me sinto bem com isso. Eu a amo, e além de tudo eu amo você também... – Olhei para ele e peguei na sua mão. Ele segurou a minha e deu um sorriso. – Então, eu não poderia estar mais feliz com vocês dois. – Olhei para a minha família.

— Casa comigo Felicity? – Ele disse de repente sorrindo e olhando nos meus olhos. O sorriso que estava em meus lábios num instante sumiu. E não sei se era uma caixa de som batendo dentro de mim ou se era o meu coração. Ele estava pedindo o que eu acho que ele estava pedindo? Eu poderia aceitar depois de tudo que aconteceu com ele? Eu não sei!


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capitulo amores!! Espero vcs nos comentários. Bye!



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