(NOVO LINK! Leia as notas da história!) escrita por Acquarelle


Capítulo 6
CAPÍTULO 2, Epi.1: Na rota dos aglomerados


Notas iniciais do capítulo

................ ★✮☆✯★ ................
❣ ATUALIZAÇÃO: 16/06/2017
................ ★✮☆✯★ ................
Este "capítulo" já passou por 1 edição.

Ahh! Eu ganhei leitorinhas! (ㅅ´ ˘ `)♡
Sejam bem-vindas à história! ˭̡̞(◞⁎˃ᆺ˂)◞*✰

Achou estranho o capítulo ser lançado tão cedo? Eu explico nas notas finais!

Nesse capítulos, conhecemos mais três personagens novos. Espero que vocês gostem deles da mesma maneira que gostei de trabalhar com eles! Me contem qual desses três é o favorito de vocês. (*ゝω・*)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/731347/chapter/6

— Fala sério. Você tem certeza de que é aqui?

O par de olhos violetas encarava a tela com uma expressão indignada.

A cada segundo que passava, mais irritado ele aparentava ficar, deixando sua pele negra sutilmente avermelhada. Os olhos piscavam rapidamente, fazendo os cílios brancos acompanharem o movimento.

“Onde diabos viemos parar?!” pensou ele.

Em seguida, um longo suspiro saiu de seus lábios.

Ele passou uma das mãos pelos cabelos brancos e despenteados, logo voltando a se concentrar no grande monitor à frente dos painéis daquela espaçonave interestelar.

Suas roupas eram relativamente simples a julgar pela tarefa que lhe era proposta. Mesmo sendo um aventureiro, não abria mão das roupas de linho acima dos trajes espaciais que lembravam uma armadura.

Sob seus ombros, um tecido de seda bege repousava suavemente, ocultando a tensão causada pela quantidade de informações que surgiam nos monitores.

Após alguns segundos, uma voz feminina e infantil passou a ser transmitida.

— Atlansha. Sexto planeta da galáxia de Anidno, próximo à nebulosa de Neris e às constelações de Nahtvi e Orien. Possui três satélites naturais: Kidha, Haine e Aisha. Sua composição é formada por nitrogênio, oxigên-...

Ele a interrompeu, ainda mais irritado.

— Cale a boca, imbecil! Eu não preciso de ninguém para ler esses dados.

— Eu não sei se você sabe, mas xingar a AI não vai adiantar muita coisa.

— Cale a boca você também.

O rapaz voltou os seus olhos violetas para uma criatura.

Ela o observava silenciosamente em um dos cantos da sala.

Aparentemente era mais alta do que ele, porém era impossível identificar se aquele era o seu tamanho natural ou consequência da armadura que a envolvia da cabeça aos pés.

Mesmo viajando com ela há algum tempo, a única coisa que o rapaz negro sabia sobre sua estranha companhia era seu nome e, a julgar pela voz abafada pelo elmo que revestia todo o seu crânio, que era do sexo masculino.

Isso não o impedia de agir naturalmente com ele.

— Se não for para ajudar, não me atrapalhe... Void.

— Como quiser, Rashidi.

Void era uma criatura de raça desconhecida que passou a acompanhar Rashidi em sus viagens. Por estar sempre utilizando aquela armadura, sua identidade permanecia um mistério.

Na verdade, sua armadura mais parecia fazer parte do seu corpo, desenhando cada um de seus membros e torso com uma cor semelhante a cobre, com pouquíssimos detalhes em preto e azul brilhante.

— ...

Ele voltou a estudar as expressões estranhas que Rashidi fazia ao analisar as informações de seu próximo destino: Atlansha.

A localização daquele planeta era no mínimo curiosa.

Mesmo que a inteligência artificial tivesse exibido inúmeros dados a respeito do planeta, aos olhos de Void, Atlansha não passava de um exoplaneta situado no meio do nada.

Literalmente, no meio do nada.

Não existiam planetas, nebulosas e estrelas próximas àquele estranho planeta.

Nenhum corpo celeste. Nem mesmo os fragmentos de uma possível explosão.

Era como se um buraco negro tivesse sugado todos os corpos celestes daquela parte da galáxia e deixado apenas Atlansha ali, intocável.

Essa hipótese poderia ser levada em consideração se o tal buraco negro ainda residisse naquela vizinhança, mas nada tinha sido detectado pelos escâneres. Com isso, era muito difícil pensar no que realmente teria acontecido.

Talvez fosse por isso que Rashidi estivesse tão nervoso.

— Ahhhh!! Eu desisto! Isso não faz sentido algum!

Rashidi jogou o seu corpo na cadeira, frustrado.

Àquela altura, Void já parecia impaciente.

— Olha, não estamos aqui para saber o que aconteceu ou não com esse planeta.

— E o que você sugere, gênio? Que a gente desça lá para recuperar o aglomerado sem saber o que nos espera? Se você não dá valor à sua vida, isso não é problema meu.

— Não é você que se gaba por ser um Vesper? A hora de se mostrar útil é essa.

Void se aproximava do monitor, ficando lado-a-lado com Rashidi.

— Você está tendo a audácia de falar mal de vesperes?

— Não. Estou tendo a audácia de falar que você é o Vesper mais inútil que já conheci. Se não fosse por seu cabelo branco e olhos violeta, eu diria que você é de alguma outra raça.

— Por que você vê vesperes andando por aí a todo momento, né? Pela deusa, até parece que um Vesper iria coexistir com algo tão imundo quanto um Void.

— E por qual motivo eles te mandaram pra cá mesmo? Talvez o seu desempenho como Vesper seja algo vergonhoso e eles querem se livrar de você.

Mesmo com uma briga iminente, o tom de voz de Void não alterava.

Ele não considerava Rashidi como uma ameaça. Ele não tinha motivos.

O outro, porém, parecia estar pronto para comprar uma briga.

Ele apertou um de seus punhos enquanto mantinha os seus olhos violetas em Void, o encarando. O violeta se transformava em uma cor cada vez mais clara, até finalmente chegar ao mesmo branco de seus cílios e cabelos.

— Ora, você não está querendo brigar, não é? Eu me sentiria mal se brigasse com um Vesper que sequer consegue desenhar uma runa.

— Pelo menos eu não dependo de uma armadura para lutar!!

O grito de Rashidi ecoou por aquela sala, e sua pele negra estava ainda mais corada.

Void apenas deu de ombros. Ele sempre estava pronto para aceitar uma boa briga.

— Minha armadura é mais útil do que dois de você.

— Ora, seu…!

Rashidi já estava pronto para atacar Void, mas a voz infantil o interrompeu.

— Parem com isso! Tenham foco na missão!!

— Não enche o saco, Ribbon!! Se quiser ser útil, fale mais sobre o estado atual desse maldito planeta.

Ainda irritado, Rashidi se voltou para o monitor. Ribbon estava certa.

Qualquer discussão iria atrasar o verdadeiro propósito daquela missão.

Ele respirou fundo, e logo os seus olhos ganharam o tom violeta de sempre.

A voz infantil voltou a ser transmitida enquanto mais informações surgiam nas telas.

— Enquanto vocês estavam super ocupados discutindo, eu estava escaneando Atlansha. Como o meu mecanismo está diretamente ligado com o banco de dados dos Daemonia, eu podia jurar que Atlansha ainda tinha uma parte de terra e estava calculando onde deveríamos pousar.

Rashidi revirou os olhos e resmungou.

— Esse maldito banco de dados novamente. Ninguém dá importância para atualizar essa droga? Antigamente os Daemonia eram mais organizados.

— Não coloque a culpa de seu fracasso nos Daemonias.

A resposta de Void veio tão rápida quanto uma flecha.

Antes que uma nova discussão se formasse, Ribbon continuou.

— A superfície de Atlansha é 100% formada por água em estado líquido. Mesmo que a nave pouse, estejam ciente de que não ficaremos estáveis. Lembrem-se disso quando aquela coisa surgir.

— Aquela coisa?! Do que você está falando?

O questionamento de Rashidi fez várias imagens surgirem no monitor.

Dentre os dados que pareciam informar a órbita, a composição, a superfície, a topografia e a estrutura interna de Atlansha, um deles se destacou, deixando os demais em segundo plano.

Tratava-se da hidrografia do planeta.

No monitor principal, um zoom era dado até uma área específica ser marcada por um triângulo vermelho que piscava de maneira intermitente, fazendo um barulho irritante.

Ribbon pareceu soltar um suspiro.

— Pode parecer impossível, mas algo reside nesse planeta. Os escâneres detectaram uma criatura de aproximadamente 15 metros à 8 mil metros abaixo do nível da água.

O rosto de Rashidi foi tomado por uma expressão surpresa.

— Mas o que diabos?! Droga! Por que não nos disse isso logo?

— Não dá para recuperarmos o aglomerado sem confrontar essa coisa?

A voz abafada pelo elmo de Void também parecia demonstrar espanto.

Outra marca surgiu ao lado da anterior. Dessa vez, era um losango roxo.

Ribbon explicou a situação sem rodeios.

— Impossível. O aglomerado e a criatura estão muito próximos.

— Você só pode estar brincando, Ribbon!

A impaciência de Rashidi logo se transformou em nervosismo e ansiedade.

Ele cerrou seus punhos enquanto olhava fixamente para o losango roxo, pensando numa forma de contornar aquela situação. Quando aceitou a missão, Rashidi não esperava ter que lidar com esse tipo de coisa.

Eles seriam capazes de lutar contra aquilo?

E mesmo se pudessem, a nave aguentaria uma luta?

A última coisa que ele queria era ficar preso àquele planeta.

— Se dermos sorte, talvez essa criatura seja um mediador.

As palavras de Void lhe trouxeram de volta para a realidade.

— Ah, é isso? Você quer testar a sorte? É engraçado ouvir isso de um… Void. Mas o que você tem a perder, não é mesmo?

O tom de voz de Rashidi era convencido, mas ainda assim hesitante.

Void apenas deu de ombros, despreocupado como sempre.

— Se fosse capaz de usar pelo menos três neurônios e interpretasse os dados corretamente, iria perceber que aquela coisa está mantendo o planeta estável.

Antes mesmo que Rashidi resolvesse interrompê-lo, Void apontava para o monitor principal enquanto explicava as suas observações para o resto da equipe.

Aquela voz abafada parecia mais séria do que o normal.

— Vocês não acham estranho Atlansha ter água em estado líquido mesmo não tendo uma estrela para mantê-lo aquecido? A estrela mais próxima é essa anã branca aqui, e ela não seria capaz de levar calor para algo tão isolado. Sendo bem otimista, a temperatura média desse planeta deveria estar entre -400 e -500 ºC.

Com o tanto de informações, era esperado que Rashidi se exaltasse.

— E o que te leva a pensar que não seja o aglomerado, Void? Nem mesmo nós sabemos da capacidade deles. Talvez nem a deusa saiba da capacidade deles! Ele pode estar protegendo esse planeta.

— Aglomerados não protegem. Eles só destroem.

A voz da inteligência artificial saiu em um sussurro.

— Você está nessa missão há mais tempo do que eu e ainda não percebeu isso?

Void parecia tão decepcionado quanto Ribbon.

— Se dependesse do aglomerado, esse planeta seria uma grande bola de gelo venenoso. Para ele se manter dessa forma, com certeza a criatura o está protegendo com todas as forças. Sério que nem para isso você serve, Vesper?

Mesmo que não pudesse ter certeza, Rashidi podia jurar que, debaixo daquele elmo, Void o encarava em julgamento. Rashidi estremeceu, cuidando para que seu receio não se tornasse tão nítido.

Void apenas continuava parado enquanto o observava minuciosamente.

Antes do clima de tensão se fazer presente, Ribbon quebrou o silêncio.

— Devo preparar o pouso, senhores?

Void deu de ombros mais uma vez. Ele precisava focar naquela missão.

— Por favor, Ribbon. E chame bastante a atenção do nosso anfitrião.

Uma estranha animação percorria cada parte de seu corpo, como se tivesse recebido uma descarga de adrenalina. Ele estava ansioso para conhecer o que quer que estivesse no fundo daquelas águas.

No monitor principal, os dois sinalizadores se moviam para cima.

Mesmo para uma inteligência artifical, Ribbon parecia espantada.

— A criatura e o aglomerado estão se movendo em nossa direção!

— N-nada fora do esperado, eu acho...

Rashidi estava claramente nervoso, não conseguindo pensar em um plano.

— O que você pretende fazer, Void? Chamar o senhor 15 metros para tomar chá?

O sorriso de Void se escondia no elmo de cor semelhante a cobre.

— O plano é bem simples, na verdade. Se ele está se esforçando tanto para proteger este planeta morto, significa que há algo importante para ele aqui.

Ele, então, seguiu em direção a uma porta que ficava na lateral daquela cabine.

— Tente não estragar tudo dessa vez, Vesper.

... ★✮☆✯★ ...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo 2, parte 1/4. ʕ•̀ω•́ʔ✧

Eu juro que não pretendia liberar um capítulo tão cedo, mas depois de ter dividido todo o capítulo 1 e ter escrito mais de 4k de palavras da noite para o dia, eu percebi que não tinha problema em liberar mais um ou dois.

Sério, o capítulo 1 está com aproximadamente 36 páginas e mais de 12k de palavras. Certo que boa parte das linhas é diálogo, mas... O que seria de uma história sem diálogos, não é mesmo? (。ŏ﹏ŏ)

Obrigada por ler Stellarium~!
Feedbacks são apreciados. ☆