Tudo não fazia sentido algum, cada lugar que eles passavam os olhos de Lauren pareciam ficar mais arregalados, se isso era possível. Dumbledore não falou nada o caminho todo, consigo pensava que não sabia por onde começar a explicação e quais informações poderiam ser dadas, afinal, aquele tipo de situação nunca tinha acontecido, todos ficariam muito mais que surpresos e um tanto receosos quando soubessem de quem se tratava a garota.

Sirius e Remo foram na frente correndo para se juntar aos amigos, o Remo para poder ajudar Lílian a organizar os alunos do primeiro ano que se encontravam todos meio perdidos naquele momento, mas não tão abobalhados quanto Lauren que não queria nem piscar para não perder nenhum detalhe do lugar.

Dumbledore abriu as grandes portas que davam para o Salão Principal, onde todos os alunos já estavam reunidos no local, até mesmo os alunos do primeiro ano já haviam entrado e esperavam de frente para a mesa dos professores. Lauren olhou para o teto que estava lindo, a noite estava perfeita lá fora, o que deixou dentro do castelo um lugar ainda mais incrível, céu estava estrelado e a lua brilhava gigante em cima dos alunos. Agradeceu por não ser lua cheia, e ter Remo no local.

Todos os olhares estavam voltados para Dumbledore e Lauren, pois nunca haviam visto o diretor entrar pela porta principal, ainda mais acompanhado de uma garota que ninguém nunca tinha visto na escola.  O que deixou a garota um pouco incomodada, ainda mais que ela estava se sentindo um peixe fora d'água, afinal, a menina era a única no lugar com vestes "trouxas", além de ser nova e sem saber o que estava acontecendo. Por vários momentos ela se beliscou para ver se acordava, tinha visto isso em um filme, mas logo percebeu que provavelmente eles tinham inventado aquilo.  

Passou ao lado da mesa da Grifinória e seus olhos brilharam de emoção, não acreditava que ali estavam Lílian e Tiago Potter, eles a olhavam um pouco curiosos, mas com um olhar amistoso, um pouco diferente do olhar que recebia do pessoal na mesa da Sonserina. Tiago percebeu a curiosidade da garota, que mal piscava olhando para a mesa da Grifinoria, decidiu apenas sorrir, mas não estava entendendo nada que estava acontecendo, quem era aquela garota? Por que estava ali, ainda mais com aquelas vestes?

— Boa noite!!! - falou Dumbledore, alto o suficiente para todos escutarem, subindo no "palco" onde ficava a mesa dos professores, no momento em que falou, houve um silêncio absoluto. - Esse ano será um ano de grandes acontecimentos e mudanças. - disse, lançando um olhar rápido na direção da garota que estava se sentindo meio perdida. - Querida, aguarde um momento sentada ali  - apontou para uma cadeira perto à mesa dos professores - Vamos iniciar a seleção das casas dos novos alunos.- abriu um sorriso - Professora McGonagall! - chamou, dando espaço para ela passar.

Lauren abriu um singelo sorriso ao ver a professora, adorava ela, ainda mais o entusiasmo que sentia quando se tratava de Quadribol. Professora Minerva colocou um banquinho no meio do palco e o Chapéu Seletor em cima, e pediu que quando chamasse o nome de cada aluno, que ele fosse até a frente e colocasse o chapéu na cabeça para a seleção. A garota olhou para os alunos primeranista e deu uma risadinha da cara de nervoso de cada um, mas via o alívio depois que eles eram selecionados para suas determinadas casas, todos já tinham uma ideia para qual casa iria, o que chegava não ser uma surpresa muito grande.

Quando chegou ao fim a seleção, Dumbledore novamente se levantou para passar as informações necessárias para o ano letivo, as informações que todos já haviam escutado, mas que era sempre bom reforçar, como a proibição de alunos na Floresta Proibida, falou sobre manter distância do Salgueiro Lutador - o que nesse momento, fez Lauren olhar para Remo e notou seu olhar um pouco melancólico - e principalmente, que esse ano seria um ano cheio de perguntas e que nem sempre iria ser possível ter uma resposta, que todos iriam precisar ser pacientes e confiar um nos outros, que forças obscuras estavam se reunindo.

Lauren pensou que o diretor havia se esquecido que ela estava ali, ficou um pouco desconfortável, não sabia o que estava acontecendo, sabia que a qualquer momento aquele mundo poderia sumir, e ela estaria acordando em uma cadeira no Hospital em Seattle, nos Estados Unidos. Nesse momento que ela estava absorta em seus pensamentos, percebeu que todos estavam olhando pra ela, tentou ignorar, mas percebeu o motivo, Dumbledore estava chamado-a fazia algum tempo.

— Querida, o professor Dumbledore está te chamando. - disse Minerva, próxima a garota, apontando para que ela fosse até onde o diretor estava em pé.

A garota ficou um pouco sem graça, ainda mais quando escutou risadinhas abafadas por esse momento de lerdeza que presenciaram. Lauren se levantou e foi até a direção do senhor simpático que estava na sua frente, suas mãos estavam transpirando, tentou não ficar tão nervosa.

— Como vocês podem perceber, temos uma aluna nova. - falou Dumbledore, apontando para a garota ao seu lado, a qual arregalou os olhos. Como poderia ser aluna se não era bruxa? Se a única bruxaria que conhecia,era a que lia diariamente, Dumbledore percebeu que ela estava surpresa e decidiu explicar - Sei que isso parece algo impossível, mas acredite querida, não é. Você tem uma vaga em Hogwarts desde o dia do seu nascimento, até porque é filha de dois fundadores da Escola.

Os olhos de Lauren só faltou saltar para fora do rosto, os murmúrios que estavam no salão foram silenciados e todos estavam perplexos. Como aquilo podia ser possível, os fundadores da escola viveram na Idade Média, e isso digamos, que fazia muito, mas muito tempo.
— Quantos anos essa garota tem? - murmurou um aluno na mesa da Lufa-Lufa, mas que se arrependeu, pois todos conseguiram escutar e viraram os olhares para ele, o qual se encolheu em seu lugar.

— Isso é impossível! - disse Lauren, se agarrando na coragem momentânea que lhe tomou - Eu tenho apenas 18 anos, estou até surpresa em estar aqui. Isso não estava nos meus planos. - falou ela olhando atentamente para Dumbledore - Não que eu nunca tenha sonhado em receber a carta de Hogwarts, mas digamos que isso era o sonho de todos os fãs da série de livros. - ainda estava perplexa com tudo aquilo, porque não bastava sua mente ser fértil e tê-la feito sonhar que estava em Hogwarts, mas que também era filha dos fundadores, aquilo só poderia ser uma piada de seu subconsciente.

Agora que ninguém estava entendendo mesmo o que estava acontecendo o que estava acontecendo. Como assim livro? Ela provavelmente tinha lido o livro "Hogwarts, uma história", pensou um aluno da Corvinal.

— Interessante você tocar nesse assunto dos livros. - disse Dumbledore, pensativo, o que ele mais queria no momento era poder sentar e ler todos, pois sabia que lá tinha informações valiosas, que poderiam ajudá-los no momento em que estão vivendo. - Deixa eu te contar uma história breve, não poderei contar tantos detalhes, espero que entenda, como eu disse, esse ano vai ser um ano de muitas perguntas, mas nem sempre com alguma resposta. - suspirou.

"Muitos anos atrás, quando a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts havia sido fundada, sabe-se que Godric Griffindor, Rowena Revenclaw, Salazar Slytherin e Helga Hufflepuff eram muito amigos. Mas ninguém nunca soube que nesse meio houve um romance de dois fundadores. Salazar e Rowena se apaixonaram e se deixaram se levar por esse amor. Mas Salazar não era uma pessoa fácil de se lidar, tinha pensamentos e ideias contrárias dos outros amigos. Até que um dia Rowena teve a grande notícia que estava grávida de sua segunda filha, afinal, Helena Revenclaw já era nascida."

"Ao saber da notícia a felicidade tomou conta de Salazar e Rowena, mas algo nela sabia que as coisas não ficariam bem, e houve boatos de uma profecia, que uma garota que nasceria sofria perigo,e o único jeito de salvá-la era mandando ela para um outro tempo. Mais tarde, foram saber que essa profécia se tratava da filha dos fundadores, que ela corria perigo naquele momento em que viviam, mas que também seria necessário a presença dela em um outro momento, além daquele que ela iria viver."

Dumbledore parou um momento, olhou para Lauren que estava chocada com o que ele estava lhe contando, e a reação dela não era tão diferente da de todos os alunos ali presentes. Toda aquela história era confusa demais, então decidiu continuar.

— Quando você nasceu, Rowena havia criado um feitiço com ajuda de Helga para te mandar para um lugar seguro, e não teria lugar mais seguro do que o futuro, você foi enviada para o ano de 1998 quando ainda era um bebê e lá viveu até os dias atuais. - falou ele, mas deu uma risadinha - Atual para você, o seu atual seria 2016. Só que você tinha uma missão ainda, seria necessária em uma outra época, um momento sombrio onde você poderia ajudar a mudar a história, no caso, o ano 1977.

"Mas o que é mais interessante, é que você tem uma carta na manga, você sabe muitas coisas que não sabemos, porque de alguma forma, existe uma pessoa que escreveu a história do nosso mundo para vocês trouxas lessem. O que é muito bom, é que ninguém acreditou que o nosso mundo existe, as histórias ficaram como ficção apenas, e ainda melhor, até gravaram para passar para as pessoas assistirem a nossa história.

— Não necessariamente a história de vocês. - interrompeu Lauren, sem ao menos notar, mas percebeu que todos lhe deram atenção - A história foca em uma pessoa que vai nascer em 1980, mas que tem ligação com muitos que estão presentes aqui.

Na mesa da Grifinória houve um borbilhinho, Sirius estava um pouco decepcionado com o que estava acontecendo, não esperava que a garota fosse filha de um bruxo da casa da Sonserina, já começou a criar uma aversão à ela,afinal, não saiam bons bruxos da casa. Os outros alunos estavam perplexos que pudesse um feitiço daquele existir e ninguém ao menos ter ouvido falar. Claro que seria um problema se soubessem dele, afinal,muitos iriam querer usá-lo de maneira errada.

— Qual o nome do livro? - perguntou Severo Snape da mesa da Sonserina, na verdade aquela era uma pergunta que todos estavam fazendo, mas só ele teve a coragem de fazer.

Lauren olhou na direção dele, o garoto era mais bonito do que mencionado no livro, era forte, seus cabelos longos e lisos não eram ainda tão oliosos quanto todos conheciam, talvez ele tenha ficado desleixado mais para a frente, seus olhos eram obscuros. A garota abriu um enorme sorriso, como amava aquele homem - ou melhor, aquele garoto - a história dele é tão incrível, e ainda sentia um pouco de tristeza por se lembrar da maneira que ele era tratado nessa época em que eles estavam vivendo. Sabia que se Tiago soubesse as coisas, ele não trataria Snape daquela maneira.

Severo ficou em choque pela menina ter aberto um sorriso tão largo para ele, isso não era algo normal, geralmente as pessoas gostavam de manter distância. Até mesmo na Sonserina não era um garoto de muitos amigos, ainda se sentia um estranho. Não sabe porque, mas ficou um pouco sem graça com aquela reação.

— Interessante pergunta! - disse Dumbledore, um pouco pensativo - Mas espero que não haja mais nenhuma, que infelizmente ela não poderá falar nada sobre o futuro, mas acho que de mal não tem falar o nome do livro. - não lhe agradava muito, mas não podia negar que os alunos não soubessem nenhuma informação.

— Na verdade são no total 7 livros, e recentemente a autora lançou mais um que se passa 19 anos depois do último livro lançado. - disse Lauren um pouco pensativa, se ela não iria poder contar do futuro, como que falar o nome do livro ajudaria, já que aquilo só iria despertar mais perguntas, olhou um pouco preocupada para Dumbledore, mas ele apenas assentiu para que ela continuasse. -Bom, o nome dos livros sempre começa com o nome do protagonista, que se chama Harry Potter.

Todos estavam em choque, mas não tanto quanto um garoto forte, olhos castanhos esverdeados, que usava um óculos redondo e seus cabelos rebeldes, não tinha como não saber que aquele era Tiago Potter. O que se ouviu no salão todo foram murmúrios, "Potter?", "Tiago tem algum irmão chamado Harry?", "Quem é essa pessoa?".

Sirius estava chocado, conhecia todos da família de Tiago, até porque ele considerava sua família, pois já fazia algum tempo que vivia com eles. "Aquela garota além de ser filha do Salazar Slytherin, ainda tinha que inventar coisas?", pensou o rapaz um pouco enfurecido.

— POTTER? - disse Tiago, se levantando da mesa - Não existe nenhum Harry Potter na minha família, você deve estar enganada. - falou, seu tom de voz um pouco contrariado, não gostava da situação.

— Vamos lembrar que essa história não acontece agora, é do futuro. - respondeu Lauren apenas, encarando Tiago com determinação - E só isso que posso dizer no momento. - aquela resposta não agradou nenhum pouco o rapaz, ia abrir a boca para rebater, mas foi interrompido por Dumbledore.

— Sr. Potter, peço que se sente! - pediu o diretor, mas o garoto se manteve em pé resistindo - Espero que não seja necessário que eu peça novamente. - insistiu, com um pouco menos de paciência.

Tiago se sentou um pouco a contra gosto. Lílian que estava sentada à alguns lugares longe do garoto que ela já não tinha muita empatia, mas não estava gostando daquela história tanto quanto ele. Sabia que o garoto tinha uma paixonite por ela - era dessa maneira que ela classificava, até porque, cada semana ele aparecia com uma , nada era sério com ele. "Mas quem será esse Harry Potter? Algum filho que ele tenha feito com uma garota qualquer que ele tenha conhecido em uma noite e no dia seguinte já se esqueceu?" Lílian ficou um pouco nervosa com aquele pensamento.

— Vamos nos acalmar, não há mais nada que a Srta.Slytherin possa dizer sobre esse assunto. - chamou a atenção Dumbledore. - Acho que só temos uma coisa para ser feita. - se direcionou onde o Chapéu Seletor estava colocado e chamou a garota com a mão para que se sentasse no banquinho. - Precisamos ver qual casa você será membro.

Lauren foi um pouco receosa até o banquinho, sempre que pensava se um dia isso fosse possível que queria ser da Grifinória, talvez seja apenas pelo simples fato de seus personagens favoritos serem dessa casa, mas sabia que as coisas não funcionavam desse jeito.
A garota se sentou com cautela, todos os olhares estavam voltados para ela, o que acabou não gostando nenhum pouco. Lauren não era o tipo de garota que gostava de ser o centro das atenções.

Dumbledore então colocou o Chapéu Seletor na cabeça da garota, e menos de um segundo, o mesmo gritou para que todos escutassem "SONSERINA!". A mesa da Sonserina estava aos berros, não acreditavam que estavam com a filha do fundador da casa deles, aquilo era incrível, uma "original" entre eles, estavam achando que tinham o poder nas mãos.

Lauren estava chocada com aquela escolha, parecia que ainda não tinha caído a ficha, olhou para a mesa da Sonserina já julgando, não saberia fazer amizade com aquelas pessoas, ainda mais sabendo que grande parte seriam Comensais da Morte, se já não fossem. Mas sorriu olhando para Severo, o qual apenas desviou o olhar, ainda sem entender a reação da garota diante dele.

— Era de se esperar. - comentou Sirius para os amigos - Ela é a filha do cara, seria surpresa se ela tivesse vindo para a Grifinória. - deu uma risada.

— Mas pela reação dela, parece que não gostou muito da escolha da casa. - comentou Marlene, uma garota morena, dos cabelos cacheados, olhos azuis, que chamavam atenção de vários garotos que estavam próximos a ela.

Dumbledore se encaminhou para pegar algo que estava em cima da mesa, trouxe para próximo da garota e lhe entregou. Era um pacote preto, tinha um brasão da Sonserina, quando Lauren abriu, boquiabriu-se, lá estava o que ela tanto queria na vida, uma varinha. E não era uma simples varinha, era preta, aproximadamente 30 centímetros, flexível, tinha uma águia e uma cobra em prata na base da varinha, e seu restante em arabescos. Lauren só tinha um pensamento "Que linda!".

— Essa varinha te aguarda faz muitos anos. - falou Dumbledore - É muito poderosa, use com sabedoria.

Lauren se levantou e pegou a varinha de dentro do pacote, quando a pegou em sua mão, sentiu uma força enorme dentro de dela, sabia que aquele era o momento que sua varinha a estava reconhecendo, e com toda a força que podia a segurou apontando para o céu estrelado - sem conseguir conter aquele movimento - e uma raio verde e azul saiu de sua varinha.