Odds - INTERNATO SALVATORE escrita por Jenniffer


Capítulo 5
Rainbow.


Notas iniciais do capítulo

Oi. Oie. Oie de volta. Morri mas ressuscitei! Sorry pela sumida espero não ter sido abandonada e que gostem do capitulo de retorno de Odds.
Hoje temos Klaroline! :D



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                                                                                                                                                                                        *** Caroline * * *                                                                          

O clima aqui em Nova Orleans parece sempre morno. Pisar nesse pátio me traz uma sensação de estar entrando num castelo encantado de séculos atrás. Sempre cheira a Outono, seja em que estação for. Aquele cheiro de terra molhada. De fresco, mas abafado. A cada passo que dou me sinto mais consciente do ambiente que me rodeia. As poltronas e cadeiras forradas num tecido com aspecto antigo, mas não gasto. Quase consigo sentir a maciez aveludada antes de sequer tocar as pontas dos dedos nas costas de uma cadeira.

As lâmpadas de gás nos cantos, apagadas, mas tão bonitas à noite, românticas até, dando um charme que só costumo ver em sets de filmes, as vinhas rastejantes espalhadas pelas paredes abraçando o tijolo vivo,  argamassa exposta, gesso quebrado,  algumas superfícies em ruínas e as grades de ferro forjado. Tudo grita sensualidade nesse claustro. Como se não bastasse as texturas explodindo meus sentidos, as cores da casa são fortes, e vivas.

Me remetem a joias da realeza, como não podia deixar de ser. O verde esmeralda contrastando com o amarelo topázio aqui e ali e, claro, o vermelho rubi, que no fundo sempre me remete à quantidade de sangue que sei ter sido derramada por todos os cantos ao longo dos tempos.  Essa mansão te mostra que o tempo passa para todos, menos para os que moram nela.

— Klaus. – chamo enquanto subo as escadas. Não gosto de sair entrando, nunca se sabe o que vou encontrar.

— Klaus. – chamo de novo num tom um pouco mais alto, agora passando por uma das salas já no corredor.

— Klaus! – sigo já num tom gritante, certa de que ele está me ouvindo mas não se dá ao trabalho de responder de volta.

— Klaus! – Grito ouvindo a água bater no chão no quarto dele. - Você é surdo por acaso? Você não está me ouvindo te chamar? – questiono da porta aberta do banheiro, estreitando os meus olhos quando noto sangue escorrendo junto com a água no chão.

— Eu acredito que a cidade inteira te ouviu me chamar. – ele responde calmamente, como se eu não estivesse do lado de fora do box querendo arrancar a cabeça dele de graça. – O que eu posso fazer por você hoje? – ele continua, me desafiando com os olhos a controlar minha histeria interna totalmente despropositada.

Respiro fundo antes de responder, não porque estou puta, sim porque estou excitada só de olhar pra ele pelado, se comportando como se estivesse vestido e eu não estivesse ali olhando. Tento focar num quadrado mental entre a testa e o nariz. Evito a boca também, porque não sou obrigada a passar nervoso. Que boca.

— Eu te esperei por horas, Klaus. Por que você não apareceu? Você vai me dar uma explicação agora ou tenho que esperar até a próxima encarnação? – pergunto com as mãos na cintura, lembrando a razão de eu estar ali.

— Eu te deixei uma mensagem. – Ele começa a dizer antes de ser interrompido por mim:

— “ Me encontre em casa. PONTO.” Eu ouvi a mensagem várias vezes, achando que tinha sido cortada pela falta de sinal. Mas não. Essa era sua mensagem. Uma ordem, para variar. Quatro palavras. Nenhuma explicação. – eu enumero fazendo-o sorrir. Nem tenta disfarçar o filho da puta. – Klaus. Isso não tem graça! – Agora sim perdi essa, o riso agora é aberto e olhei pra boca dele. Acabou minha força de vontade. Eu devia ter vergonha mas me junto a ele e rio também. É muito injusto tentar discutir com alguém quando essa pessoa está te seduzindo só pelo simples fato de existir.

— Klaus, nós não tínhamos combinado que quando você ficasse com as meninas você ia maneirar nas matanças? – Olho diretamente nos seus olhos, agora séria de novo e vejo que ele retesa as costas antes de responder.

— As nossas filhas estão longe daqui, com Hayley e Elijah. E para dizer a verdade, eu não tinha planos de matar ninguém hoje. – ele me olha nos olhos de volta e coloca as mãos no vidro do box embaçado deixando a água quente bater na nuca e escorrer pelo corpo. – Eu não te encontrei porque nós não vamos poder ver a bruxa que você precisa. Vamos falar com a Davina e com a Freya, elas vão arrumar um outro jeito.

— Você matou a mulher? Por quê? - pergunto arregalando os olhos e levando as minhas próprias mãos pro vidro do box de encontro as dele, numa tentativa falha de proximidade.

— Ela fazia parte do coven que quer sacrificar a Hope.

Ele abaixa a cabeça e desliga o chuveiro, mas permanece de costas uns instantes. Pude sentir seu cansaço nessas últimas palavras. Se tem algo em que eu e Klaus não discutimos ou divergimos em hipótese alguma é na segurança das meninas. Pego uma toalha e passo para ele quando ele pisa para fora do box.

— Você acha melhor leva-las comigo agora? – pergunto com medo da resposta.

— Quão surtada você ficaria se eu respondesse que sim?

 Ele se seca distraidamente como se estivéssemos falando do tempo, e não de uma ameaça antiga e cada vez mais irritante que insiste em continuar batendo de frente com a gente.

— Menos do que se você disser que não, só pra me iludir com uma falsa sensação de segurança.

Ele me olha rápido e começar a andar em direção ao interior do quarto, parando em frente ao closet que é maior do que o meu quarto e que o que menos tem, é roupa. Veste umas calças pretas e a luz que entra da janela ilumina o ponto exato onde ele está, fazendo o ter um aspecto meio angelical totalmente fora de contexto com a pessoa em questão, mas ainda assim, lindo.

Quando ele pega uma camisa solta de linho, eu torço meu nariz e rapidamente tiro ela das mãos dele e pego outra passando para ele, não gosto quando ele se veste que nem um surfista. Quer dizer. Gosto. E muito, por isso evito, se puder. Ele não reclama, veste o que eu escolhi e segura meu braço me puxando pra perto, inspira meu perfume e beija meu pescoço, me fazendo ficar amolecida. Não foi pra isso que eu vim aqui, mas fazem anos que não nego meu desejo por ele, e fazem anos que sei que sinto mais do que desejo também. Já imaginei nós dois juntos, pra valer, algumas vezes, até já fiz planos mas milhares de coisas sempre acontecem e nos mantém do jeito que estamos, talvez só não seja para ser. Embora meu coração não esteja de acordo com o destino e continue esquentando em pequenas ondulações sempre que estou perto dele.

— Senti sua falta. – ele diz, sem pretensões.
E olhando nos meus olhos daquele jeito que me faz sentir fora do corpo, olhando para mim mesma através de seus olhos. Me faz sentir diferente. Diferente bom, mas diferente. Avanço nele devagar, apoiando minha mão no seu peito, e mordo devagar o seu sorriso. Ele aperta a minha cintura me puxando mais para perto e me lembrando a principal razão pela qual evito olhar muito para boca dele. Para não me lembrar do gosto. Da textura. Da sensação que um simples beijo me provoca. Eu já beijei muitas bocas, mas com ele, é como se ele estivesse virando minha alma do avesso. Já cogitei a hipótese de ser macumba, mas duvido que ele tenha me dado chá com sangue da menstruação dele. Então, acho que estou segura.

Ele me solta me empurrando um pouco e eu olho ligeiramente confusa com o aumento de espaço entre a gente, até ver Kol encostado no batente da porta olhando com cara de deboche.

— Vocês terminaram, ou querem que eu espere lá em baixo enquanto vocês acabam? – a cara de escárnio de Kol sempre faz me sentir agressiva. Não o suporto. Me exponho a sua presença em pequenas doses homeopáticas algumas vezes por ano, mas se não fosse pelas meninas, eu nunca cruzaria o seu caminho.

— Você conseguiu o que eu pedi? - Klaus se dirige a ele, ignorando o climinha infantil que se instalou com a entrada do irmão.

— Não, Klaus. Talvez você devesse parar de esquartejar bruxas quando precisa de um favor delas. Não sei, só acho. – ele responde revirando os olhos. Me custa a acreditar que esse moleque tem mais de mil anos. E quando lembro que ele namora Davina, isso me dá arrepios.

— Eu preciso que você chame a Davina aqui. Eu já chamei a Freya. As Neopagi estão de volta!

— Você tem certeza? – Kol pergunta assumindo uma postura rígida na mesma hora e dando um passo em frente. Avisou Elijah? Hayley? Vou ligar para a Rebekah. Ela pode avisá-los e trazer as meninas de volta para cá.  Klaus concorda com um aceno. O caso é preocupante.

— Elas vêm comigo? - Recoloco a pergunta que tinha feito antes.

— Sim. Eu quero elas longe daqui quando eu começar a empilhar corpos. – dessa vez é a minha vez de apenas concordar com um aceno de cabeça. Kol sai, ligando para Rebekah e Klaus me olha antes de falar.

— Você não vai dizer nada? Sobre meu plano cru? – ele pergunta achando que eu vou dizer que devíamos tentar diferente, sem violência, planejar melhor, ver a situação de todas as perspectivas. Mas eu aprendi a minha lição da última vez que as Neopagis vieram atrás da Hope nas redondezas da escola.

— Sim. Faça com que elas morram gritando. – eu respondo ganhando um sorriso cheio e genuíno.

— Eu sempre ouvi dizer que a maternidade desperta o melhor que há numa mulher – ele me dá um selinho e arruma meu cabelo atrás da orelha continuando – eu gosto de ver o que há de pior em você despontando.

Ele abre espaço para que eu passe. E descemos.

 

Revisão e Edição por Drika Landim  Katti Vianna E Caroline Azevedo


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Notas finais do capítulo

Comentário são bem vindos e distribuímos doces! :P



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