Elementar escrita por Pandora


Capítulo 11
Capítulo 11 ― The Blind Banker




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/727900/chapter/11

DIFERENTE DO QUE IMAGINAVA QUANDO PERMITIU que Lestrade a acompanhasse, o almoço havia sido razoavelmente agradável, mesmo tendo que responder algumas perguntas incômodas minutos antes de degustar a refeição. Não era qualquer pessoa que atraia a atenção do Detetive Inspetor em seu primeiro dia de emprego - no caso da ruiva, segundo – algumas pessoas nem mesmo chegam a serem notadas por qualquer pessoa de nível superior e aposentam, nos piores casos morrem, do jeito que ingressaram, como completas desconhecidas que não possuem intenção de fazer história ou mudar o mundo.

Dominique estava terminando de devorar sua sobremesa favorita, o summer pudding, também conhecido como pudim de frutas vermelhas, quando vislumbrou Sherlock Holmes e John Watson descendo de um táxi alguns metros adiante. Ficou levemente surpresa pela ausência de Beladonna com os rapazes, acreditando que a melhor amiga jamais perderia uma saída com seu muso inspirador e o crush.

— Aonde vai? —Perguntou Lestrade no mesmo instante que Dominique ficou em pé.

— Preciso ir ao banco — Explicou a ruiva sem dar muitas informações. — Pode pegar um táxi? Creio que irei me atrasar.

— Se for por causa do almoço, já disse que pago... — Lestrade começou a falar, mas foi interrompido pela mulher.

— Eu sei. Escute, não tenho tempo. Nos vemos na delegacia, chefe — Sem dar muitas informações, Dominique recolheu a bolsa que estava largada sobre a cadeira do restaurante e jogou nos ombros, deixando Greg atônito para trás.

Para que conseguisse alcançar Sherlock e Watson antes que eles ingressassem de vez no prédio da bolsa de valores, Dominique atravessou a rua correndo e sem olhar para os lados, ignorando todos os carros que trafegavam pelo local e recebendo buzinadas daqueles que quase a atropelaram.

— Sherlock! John! — Gritou a jovem mulher ao passar pela porta giratória, atraindo a atenção dos rapazes que estavam no meio da escada rolante. — Me esperem.

— Domi! — John se surpreendeu ao ouvir a voz da amiga no andar inferior, olhando com surpresa em sua direção enquanto Sherlock permanecia obsoleto a presença da mulher, estando concentrado nos detalhes do prédio que ingressavam.

Obedecendo as ordens de Dominique, eles a esperaram ao alcançarem o andar superior, assistindo de longe o seu desespero para conseguir acompanha-los e não perder um único detalhe daquele que estava para ser um novo caso. Mantendo a caminhada com passos rápidos, ela utilizou do seu distintivo para obrigar os seguranças lhe darem espaço, além de empurrar duas pessoas que estavam paradas o meio da escada rolante, fazendo com que encolhessem contra o corrimão ao dar passagem.

— Alcancei vocês — Falou Dominique apoiando ambas as mãos no joelho enquanto recuperava o ar. — Onde está a Tinker?

— Ela precisou sair para resolver umas coisas da escola — Respondeu John colocando as mãos dentro do bolso.

— E você a deixou sair sozinha? — Perguntou Dominique estupefata, ela conhecia a amiga bem o suficiente para saber a facilidade que a mesma era capaz de se perder — Londres é grande para a garotinha do interior, ela não está acostumada.

— Ela não vai se perder, basta pegar dois metrôs — Disse Sherlock revirando os olhos. — Expliquei o caminho para ela.

— Se acontecer alguma coisa com ela, mato vocês dois enquanto dormem — Falou Dominique em tom ameaçador enquanto apontava o dedo indicador do Sherlock para Watson.

— O que está fazendo desse lado da cidade? — Perguntou John abaixando o dedo de Dominique enquanto ela o cutucava entre os olhos.

— Ela teve um encontro — Sherlock respondeu antes que Dominique fosse capaz de dizer os motivos que a fizeram almoçar do outro lado da cidade.

— Não, eu não tive um encontro. — Retrucou Dominique fazendo careta com a suposição errônea de Sherlock. — Eu só vim almoçar com o Lestrade. Não foi um encontro.

— Você o trouxe no seu restaurante favorito — Disse Sherlock estendendo o polegar para limpar o resíduo de molho que estava na bochecha da amiga — Antes de trazer a Bella e o John.

— Mas isso não significa que foi um encontro — Rebateu Dominique cruzando os braços na frente do peito e fechando as expressões.

— Você pagou? — Perguntou John sorrindo sem mostrar os dentes e franzindo o cenho, demonstrando curiosidade genuína.

— Não, ele se ofereceu para pagar — Respondeu Domi movendo os ombros com desdém.

— E vieram a sós? — Insistiu Watson.

— Pare de ver romance onde não existe, Mestre Yoda — Resmungou Dominique fazendo careta com a suposição de John. — Já não basta você e a Bella terem escrito um romance inexistente entre eu e Sherlock? No livro até entendo, mas no blog? Você é idiota?

— Bom, ele está com ciúmes de você ter vindo almoçar com o Lestrade — Comentou John apontando com o dedo polegar para o amigo que estava ao lado.

— Não! Não estou com ciúmes da Dominique — Retrucou Sherlock parando a caminhada e olhando irritado par John.

— Sherlock é um robô, ele é incapaz de ter sentimentos — Zombou Dominique sorrindo de escárnio — Agora, vão dizer que porra viemos fazer aqui no Shad Sanderson?

— Logo saberemos — Disse Sherlock aproximando de uma das secretárias que estavam atrás da bancada e anunciando sua presença — Sherlock Holmes.

— Lestrade? — Perguntou John insistente ao olhar de canto para Dominique enquanto Sherlock conversava com a secretária. — Então curte homens mais velhos...

— E você vai curtir muito o sabor da minha mão na sua boca — Ameaçou Dominique cerrando os pulsos e ameaçando John com um soco. — Não tem mais o que se preocupar? Tipo o que pode acontecer com sua vida caso Belladonna se perca em Londres?

— Ela não vai se perder, desenhamos um mapa — Falou John revirando os olhos com a ameaça.

— Você não conhece a Tinker como eu conheço, ela se perdia na cidade onde nasceu. Imagine aqui em Londres — Dominique revirou os olhos, no fundo estava preocupada com a melhor amiga. — E eu falei para aquela fadinha não sair sozinha por aí, puta que ódio.

— Os dois, vamos! — Chamou Sherlock gesticulando para que os amigos o seguissem para o elevador. — Usem isso!

Quando os três ingressaram dentro do pequeno cubículo de metal, Sherlock entregou aos melhores amigos um crachá estilizado com as iniciais de seus respectivos nomes acompanhadas do sobrenome. Dominique o colocou sobre o peito direito, o deixando abaixo do distintivo de metal escrito "Policial Hudson".

— Penúltimo andar? Quem estamos prestes a ver? — Perguntou Dominique ao reparar o botão aceso do painel do elevador.

— Um velho conhecido — Respondeu Sherlock.

O elevador demorou menos de dois minutos para subir até o andar indicado, parando poucas vezes para que algumas pessoas ingressassem no ambiente e descessem alguns andares antes. Quando o trio alcançou o andar indicado, Sherlock tomou a dianteira, tendo os dois amigos como seus fieis escudeiros atrás.

— Espero que esse trabalho valha a pena. — Murmurou Dominique quando eles pararam dentro do escritório do futuro cliente do Sherlock. — Meu atraso será descontado do meu salário.

— Você está aliviada por estar fora da delegacia — Disse Sherlock desdenhoso.

— Verdade! Mas ainda assim, você não me paga, o estado sim — Rebateu Dominique cruzando os braços sobre o peito e gesticulando.

— Sherlock Holmes! — Com postura orgulhosa e sorriso radiante estampado na face, um homem na casa dos trinta, quase quarenta anos, ingressou no ambiente, aproximando do trio com empolgação.

— Sebastian! — Sherlock estendeu a mão para apertar o de seu velho conhecido.

— Como vai? — Perguntou Sebastian apertando a mão de Sherlock com suas ambas mãos — Quanto tempo? Oito anos desde a última vez que pus os olhos em você?

— Este é meu amigo John Watson — Falou Sherlock apresentando John sem tirar os olhos do outro, estando com expressões desgostosas na face.

— Colega — Disse John quando o homem lhe apertou a mão, porém sem encará-lo nos olhos, estando mais interessado na beleza de Dominique.

— E quem é essa bela donzela? — Perguntou Sebastian estendendo a mão para Dominique.

— Donatella Hudson — Mentiu Dominique dando o melhor de seus sorrisos falsos quando Sebastian beijou a costa de sua mão — Namorada do Sherlock.

— Oh, vejo que tem bom gosto! — Disse Sebastian afastando da ruiva e olhando na direção do Sherlock, o qual notou o desconforto da amiga com a situação e se apegou ao personagem, abraçando a mesma pela cintura. — Certo! Peguem uma cadeira. Precisam de alguma coisa? Café, água?

— Tem um chaveiro? Gosto de colecionar chaveiros — Falou Dominique segurando a mão do Sherlock enquanto ele analisava todo o escritório.

— Infelizmente não, mas tenho uma caneta — Respondeu Sebastian mexendo nas gavetas e retirando de dentro dela uma caneta preta com a logo do banco, além de seu nome e telefone inscritos em dourado — E ela tem meu número, caso um dia você queira, sabe...

— Não estamos interessados em fazer nosso contrato nupcial com vocês — Disse Dominique pegando a caneta com a mão livre e piscando para Sebastian, fazendo com que Sherlock risse discretamente do comentário enquanto John olhava confuso para os dois amigos — Mas aceito a caneta, aliás onde elas foram feitas? O que acha delas como uma das lembrancinhas, amor?

— Já conversamos sobre isso. — Sherlock aproximou de Dominique sorrindo sem mostrar os dentes.

— Verdade, caneta como lembrancinhas é muito démodé — Dominique guardou o objeto no bolso e sentou na cadeira ao lado do John, enquanto Sherlock permaneceu em pé atrás dela.

— Você está indo bem, então. Viajando pelo mundo — Disse Sherlock apoiando uma das mãos sobre os ombros de Dominique e voltando a postura séria.

— Bem, então? — Sebastian moveu os ombros com desdém, como se soubesse exatamente o que estava por vir.

— Voando para todo o canto do mundo duas vezes ao mês — Prosseguiu Sherlock.

— Certo. Você está fazendo aquela coisa — Disse Sebastian gesticulando na direção do velho conhecido — Estudamos juntos e esse cara aqui tinha um truque que usava.

— Não é um truque. — Falou Sherlock desdenhoso.

— Ele podia olhar para você e dizer sua vida toda — Prosseguiu Sebastian olhando diretamente para Dominique.

— Sim, é por isso que estamos juntos — Disse Dominique sorrindo sem mostrar os dentes, fazendo John ficar ainda mais confuso.

— Ele acabava com a farra de todo mundo. O odiávamos — Prosseguiu Sebastian olhando para John dessa vez, estando desconfortável por Dominique não estar caindo em seu "charme" — Íamos tomar café da manhã no refeitório e essa aberração podia saber se você tinha transado na noite anterior.

— Eu somente observava — Disse Sherlock desgostoso.

— Vamos lá, esclareça-me — Insistiu Sebastian — Duas viagens por mês, voando por todo o canto do mundo. Você está certo. Como sabe? Vai me dizer que tem uma mancha na minha gravata de um ketchup único só comprado em Manhattan?

— Não, eu... — Sherlock começou a falar, mas foi interrompido pelo velho conhecido. John e Dominique trocaram olhares risonhos com o comentário de Sebastian sobre o poder dedutivo do melhor amigo.

— É a sujeira nos meus sapatos? — Prosseguiu Sebastian olhando do John para Dominique.

— Eu estava falando com a sua secretária — Finalizou Sherlock dando um desfecho simples e sem graça a descoberta, fazendo com que os melhores amigos estranhassem a escolha da resposta — Ela me disse.

Para disfarçar o constrangimento, Sebastian bateu palmas e gargalhou de modo falso, como quem tivesse acabado de cair em um truque e fazendo com que Dominique e John compreendessem o porque do detetive consultor não ter dito a verdade.

— Fico feliz que tenha vindo, nós tivemos um arrombamento — Prosseguiu Sebastian, dando início ao verdadeiro assunto que vieram tratar no local. — O escritório do Sir. Willian, ex-presidente do banco. — O homem levantou da cadeira e gesticulou para que os outros o seguissem enquanto dava mais detalhes do caso — A sala foi deixada aqui como um tipo de memorial. Alguém invadiu ontem anoite.

— O que eles roubaram? — Perguntou John enquanto o seguiam rapidamente.

— Nada. — Respondeu Sebastian virando para os três por breves segundos antes de prosseguir — Nos deixaram uma mensagenzinha.

Quando os três ingressaram na sala do Sir. Willian acompanhados do atual presidente do banco, a primeira coisa que notaram foi os estranhos símbolos amarelos grafitados sobre a parede e quadro do antigo dono daquele cubículo.

— Foram sessenta segundos — Prosseguiu Willian parando entre Sherlock e Dominique. — Vejam isso. — Ele tomou a dianteira mais uma vez, indo até o computador para mostrar as imagens de segurança que haviam sido captadas na noite da invasão — Então, alguém veio aqui no meio da noite, espalhou tinta e saiu em menos de um minuto.

— Ninja. — Comentou Dominique realmente surpresa com a agilidade do grafiteiro.

— Quais são as maneiras de entrar na sala? — Perguntou Sherlock interessado em saber mais sobre o estranho caso.

— Bem, é assim que isso se torna interessante — Respondeu Sebastian colocando as mãos dentro do bolso das calças — Me acompanhem novamente.

O homem os guiou novamente para fora da sala, em uma caminhada rápida até um dos computadores localizados na bancada dedicada exclusivamente as secretárias executivas. Ele pediu licença para a pessoa que estava o utilizando e acessou as informações da noite anterior.

— Toda a porta que abre no banco fica registrada bem aqui — Explicou Sebastian mostrando o monitor — Cada armário, cada banheiro.

— Aquela porta não abriu ontem? — Perguntou Sherlock constatando o óbvio.

— Há uma falha em nossa segurança. Descubra e nós o pagaremos, cinco dígitos — Falou Sebastian mexendo no bolso do interior do paletó e retirando um cheque gordo de dentro do mesmo — Isso é um adiantamento. Me diga como ele conseguiu. Há um maior que esse a caminho.

— Não preciso de um incentivo, Sebastian — Comentou Sherlock ignorando o cheque nas mãos do homem e saindo para o outro lado.

— Sherlock é brincalhão assim mesmo — Disse Dominique pegando o cheque da mão de Sebastian — Eu tomo conta disso para ele, vai ajudar com a nossa lua de mel.

— Eu posso guardar para você — Falou John estando tão interessado no dinheiro quanto a melhor amiga.

— Você ouviu o Samuel, tem um cheque maior a caminho — Disse Dominique sorrindo sem mostrar os dentes e puxando a cadeira de frente para o computador.

— Sebastian — Corrigiu o homem sorrindo sem graça.

— Tanto faz! Agora porque não vai dar uma volta ou coisa do gênero? Preciso trabalhar aqui — Disse a ruiva apontando para o computador.

— E o que pensa que vai fazer, senhorita? — Perguntou Sebastian desgostoso da forma como Dominique estava o tratando.

— O meu trabalho — Respondeu a mulher grosseiramente enquanto digitava comandos muito rapidamente, não dando tempo para John ou qualquer outra pessoa compreender o que estava fazendo — Trabalho na área de cyber crimes, se houve alguma falha de segurança relacionada ao computador ou qualquer programa do gênero, eu saberei encontrar.

— Já pedimos para os nossos membros da TI olharem essa parte — Disse Sebastian aproximando da ruiva para observar melhor a tela do computador por cima de seu ombro.

— Estou armada, respire mais uma vez no meu cangote e atiro no meio das suas pernas — Vociferou Dominique erguendo a barra da camiseta, mostrando a arma que carregava presa no cinto e fazendo com que John risse. — Agora saia de trás, Sandoval.

— É... É Sebastian — Corrigiu o presidente do banco afastando de Dominique e ajeitando a gravata — Eu vou ver o que seu noivo está fazendo.

— Ótimo! Vá atrapalhar outra pessoa e deixa os adultos trabalharem — Disse Dominique sorrindo sem mostrar os dentes e sem tirar os olhos da tela do computador.

Diferente do Sebastian, John preferiu fazer companhia para Dominique em seu trabalho de hacker. Aquela era a primeira vez que a assistia labutar em suas funções com esmero, mesmo que conhecesse a função da ruiva dentro da pequena comitiva que haviam formado ao lado de Sherlock, ele nunca a vira tão concentrada em algo ou exercendo o que realmente amava fazer.

— Anda, pergunta. — Falou Dominique sem tirar os olhos do monitor e sorrindo doce para Watson.

— Perguntar o que? — John franziu o cenho e aproximou da amiga, porém sem bufar ou respirar em seu pescoço, mantendo uma distância segura.

— Sobre meu noivado com o Sherlock — Insistiu Dominique arqueando uma das sobrancelhas.

— Ah, sim! Porque vocês encenaram aquilo? — Perguntou John cruzando os braços na frente do corpo.

— Para irritar aquele panaca e que se eu falasse que estava solteira, ele não pararia de dar em cima de mim. Conheço idiotas de longe. — Dominique revirou os olhos — Além de que, não é a primeira vez que fingimos.

— Vocês formar um belo casal — Disse John sorrindo bem humorado.

— Eu sei, todo mundo diz — Dominique revirou os olhos — Mas nunca vai acontecer, Sherlock é um idiota e, como eu disse, conheço idiotas de longe.

— Mas e então, como foi? — John perguntou mudando de assunto.

— Como foi o que? — Dominique olhou confusa para o amigo, o qual sorria divertido com a próxima pergunta que estava prestes a fazer.

— Seu encontro com o Lestrade — Respondeu alargando o sorriso.

— Não foi um encontro — Dominique fez careta e balançou a cabeça negativamente. — Foi só um almoço, apenas conversamos e depois o larguei sozinho quando vi vocês dois descendo do táxi.

— Domi...

— Pare de ser idiota e ver romance onde não existe — Interrompeu a ruiva antes que o menor pudesse fazer qualquer comentário idiota sobre seu almoço com o chefe — É sério, já basta meio mundo achar que tenho algo com o Sherlock por causa daquele blog idiota e da futura publicação da Dominique.

— Bem, vocês estão noivos — Zombou John rindo de escárnio.

— É sério, Watson. Tenho uma arma aqui e não tenho medo de usar — Ameaçou a mulher olhando séria para John, o qual ria da irritação da amiga.

— O que descobriram? — Perguntou Sherlock aproximando dos amigos.

— Nada. — Dominique balançou a cabeça negativamente e levantou da cadeira que estava sentada com expressões chateadas e saiu de trás do balcão com John — O idiota do seu colega tinha razão, não houve invasão do sistema.

— Falando nisso. Duas viagens pelo mundo no mês. — Disse John enquanto deixavam o estabelecimento corporativo — Você não perguntou para a secretária. Você disse isso só para irritá-lo, da mesma forma que assumiu um noivado com Dominique. Como você sabe?

— Não minto, também fiquei interessada em saber — Respondeu Dominique enganchando no braço de Sherlock, o qual sorriu sem mostrar os dentes para os amigos.

— Vocês viram o relógio dele? — Perguntou Sherlock discretamente.

— Sabe que não — Respondeu Dominique antes que John pudesse dizer algo.

— A hora estava certa, mas a data estava errada — Prosseguiu Sherlock enquanto deixavam o banco — Dizia dois dias antes. Cruzou dia por duas vezes e não alterou.

— Dentro de um mês? Como adivinhou isso. — Insistiu John querendo saber mais sobre a dedução do melhor amigo.

— Novo relógio, só foi lançado em Fevereiro. — Respondeu Sherlock.

— Show! É uma pena Bella estar perdendo isso. — Falou Dominique com pesar na voz — Mas, então, você acha que devemos procurar mais um pouco por aqui? Ou já deduziu o caso inteiro e posso voltar para o tédio do meu serviço?

— Já peguei tudo o que precisava saber, obrigado. — Respondeu Sherlock — E aconselho você a tirar o resto do dia de folga, Dominique.

— Posso saber o porquê? — Insistiu Dominique sorrindo radiante com a resposta que estava por vir.

— Aquela pichação era uma mensagem — Sherlock retribuiu o sorriso da amiga. — Alguém no banco que trabalha no andar dos pregões. Encontramos o destinatário e...

— Ele nos leva a pessoa que enviou? — Perguntou Watson de modo retórico ao completar a frase do melhor amigo.

— É óbvio! — Assentiu Sherlock.

— Bem, tem trezentas pessoas lá em cima, foi feita para quem? — Perguntou John curioso para saber mais sobre o novo caso que apareceu.

— Pilares — Respondeu Sherlock.

— O que? — Perguntou Dominique confusa.

— Pilares e as divisórias. Não é em qualquer lugar que você consegue ver aquela pichação, reduz consideravelmente o campo. E, claro, a mensagem foi deixada, às vinte e três horas e trinta e quatro minutos da noite. Isso diz um monte para nós. — Prosseguiu Sherlock enquanto eles deixavam o estabelecimento e alcançavam a rua.

— Mesmo? — Perguntou Dominique arqueando uma das sobrancelhas e ainda tendo dificuldade para acompanhar a linha de raciocínio do noivo de mentirinha.

— Os investidores trabalham em todos os horários — Respondeu Sherlock — No meio da noite, alguns de Hong Kong. Aquela mensagem foi direcionada a alguém que veio à meia noite. Não tem muitos Van Coons na lista telefônica. — Ao dizer a última frase, Sherlock ergueu uma tira de papel preta contendo o nome de Edward Van Coon e que, anteriormente, estava presa na porta de seu escritório — Pegue sua moto, Dominique. Nos encontramos no local.

— Combinado. — Assentiu Dominique dando pulinhos animados na rua, finalmente estavam com um caso interessante em mãos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Elementar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.