Fevereiro/maio de 1998

Remo teve que admitir que Harry estava certo. Abandonar Dora e seu filho para embarcar numa missão arriscada era tudo o que ele não deveria fazer no momento. Foi bem recebido pelos Tonks, em especial por Nymphadora, que estava ainda mais bonita com seus cabelos cor de violeta.

— Remo, meu querido, como está? E Harry e os outros?

— Estamos bem, na medida do possível. Harry vai com Rony e Mione naquela missão atrás das Horcruxes, talvez demorem a retornar.

Andrômeda se afastou para preparar um chá, e Tonks se aproximou de Remo:

— Você queria ter ido com eles, não é?

— Sim, eu queria. Mas estaria cometendo um erro. Meu lugar é aqui, com você e nosso filho!

Remo e Tonks se beijaram e ele alisou a barriga dela. Estava crescendo rápido e ficando pontuda. Ela perguntou:

— Será que ele vai se parecer mais comigo ou com você?

— Espero que com você.

Os dois sorriram. Mas Remo continuava preocupado. Temia que seu filho herdasse a licantropia, mesmo não tendo nascido lobisomem ele sabia do grande risco que teria de gerar um filho assim. Tonks percebeu a tensão do marido e fazia o que podia para alegrá-lo.

— Olhe, estou até aprendendo a costurar! Veja essa roupinha que fiz pro Teddy! – disse ela, mostrando um suéter azul celeste com as mangas tortas.

— Teddy?

— É, se for menino eu quero que ele tenha o nome do meu pai. Você não se incomoda, não é?

— Não, tudo bem. Ted merece essa homenagem! Mas pode ser que seja uma menina...

— Ah, nem vem! Não vou colocar o nome de Andrômeda! Não sei nenhum nome interessante de constelação pra colocar se for menina, aliás, acho essa tradição uma estupidez! Melhor colocarmos o nome de sua mãe!

— Tudo bem, mas o nome de minha mãe era Esperança...

Tonks bufou e Remo caiu na gargalhada. Ela realmente sabia como fazê-lo esquecer seus problemas, com Tonks ele se sentia um novo homem, sem as amarras e o peso de ser um lobisomem. Até se arrependeu de não ter dado uma chance a esse amor antes, teria evitado muito sofrimento dos dois lados. Aqueles meses foram os mais felizes de sua vida, só sendo superados pelo dia em que a criança nasceu.

— Remo, vem, seu filho já nasceu! – disse Andrômeda, saindo do quarto.

Remo olhou para aquele bebê, tão lindo e sorridente. O cabelinho outrora escuro foi mudando aos poucos a cor para laranja. Remo olhou para Tonks, que chorava de felicidade:

— É a sua cara, querida!

Ele não saiu de perto da mulher e do filho nem durante a noite. Ficou sentado, vigiando o sono de Tonks e Teddy, até que Andrômeda chegou com uma xícara de chá.

— Remo, vai comer alguma coisa, você ficou o dia inteiro aí.

— Estou bem, Andrômeda, mas eu vou querer um pouco de chá. Não se preocupe comigo, eu vou dormir aqui mesmo.

— Se insiste, está bem. Vou buscar uma almofada e um cobertor pra você ficar mais confortável.

Eles permaneceram juntos até o dia da Batalha. Tonks não queria deixar que ele fosse:

— Vai ser muito perigoso, o menino não pode ficar sozinho ainda, não tem nem dois meses!

— Está tudo bem, meu amor! – tranquilizava Remo – Eu sei me cuidar muito bem. E não posso abandonar Harry agora. Não se preocupe, logo estarei de volta!

Remo deu um beijinho na cabeça de Teddy, que estava dormindo nos braços da mãe, e aparatou para o Cabeça de Javali.

Tonks olhava desolada para a porta, cada minuto longe de Remo era para ela uma eternidade. Ela olhou para a mãe, que chorando apenas disse:

— Pode ir, minha filha. Eu vou cuidar do Teddy. Tome muito cuidado.