Entre o Céu e o Inferno escrita por Lu Rosa


Capítulo 9
Consequências


Notas iniciais do capítulo

Genny descobriu sua origem. Era um clone angelical e demoníaco. Como ela poderia lidar com essências tão diferentes?



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Trêmula e ofegante, Genny encostou-se na parede para recuperar o fôlego. Ela tinha mantido os olhos fechados, mas já tinha visto demônios se desmaterializando quando atingidos por lâminas serafins. E era exatamente do mesmo modo que havia acontecido com os dois vampiros. Ela tinha certeza disso.

                Disposta a não se mostrar fraca, pois assim ela tinha aprendido com seu pai adotivo, Genny caminhou para dentro do complexo.

                Foi recebida por um Elijah furioso.

                - Onde você estava?! Não ouviu o que o feiticeiro disse? Que você tinha que ficar aqui.

                Genny piscou assustada. Elijah era sempre o mais controlado dos dois irmãos. Ela esperaria uma reação daquelas de Klaus, que era uma bomba relógio que andava.

                - Eu fui dar uma volta! Eu não aguentava mais ficar aqui! – Genny explodiu. - Magnus falando sobre minha origem, seu irmão colocando minha permanência aqui na balança. Eu não quero saber de mais nada! Eu só quero ser deixada em paz! Eu...

                As forças lhe faltaram e ela desmaiou. Elijah foi rápido em amparar a queda e a segurou nos braços.

                - Espera! Vou examiná-la. – Magnus pediu.

                Elijah a depositou com cuidado sobre uma mesa e Magnus começou a movimentar as mãos sobre ela. Uma energia azul brotou das mãos dele e então a energia mudou de cor ao ficar sobre o corpo de Genny.

                O feiticeiro a fez sumir com um estalar de dedos.

                - Como eu pensei. Genny sofreu algum ataque e a energia de anjo dela se expandiu.

                - Quem poderia tê-la atacado? – Freya perguntou

                - Qualquer um que saiba que ela está conosco. – Klaus concluiu.

                De repente Genny levantou o corpo como se estivesse tendo uma convulsão. Ela se sentou e embora seus olhos estivessem abertos, ela nada via.

                Magnus estalou os dedos na frente dela, mas não houve resposta.

                - Está numa espécie de transe. É a energia ainda a transpassando.

                Genny tombou a cabeça no ombro de Magnus como se estivesse exausta.

                - Genesis! O que ela tem? – perguntou Freya.

                - Está cansada coitadinha. – respondeu Magnus. – Tem um lugar onde eu possa coloca-la?

                - Traga para o quarto que ela está ocupando.

                Antes que Magnus pudesse pegá-la, Elijah se adiantou.

                - Eu a levo. – a pegou nos braços com facilidade.

                Magnus ficou olhando para ele levando Genny, depois meneou a cabeça.

                - Eu estou bem... – Genny falou ao ser colocada na cama.

                - Nada disso, anjinho. Você se exauriu, por que não está acostumada a usar seus dons. Fique quietinha e descanse. – Magnus respondeu.

                - Há algo que possamos fazer, Magnus? – Freya perguntou

                - No momento não. Se ela não melhorar até amanhã, talvez nós possamos fazer um feitiço. Mas não vai ser necessário, não é anjinho? Ela é jovem. Só precisa aprender a lidar com seus dons. – Magnus se inclinou e beijou a testa de Genny. – Preciso voltar para o Instituto. Devem estar me procurando.

                Genny acenou com a cabeça. Magnus deu uma olhada para Freya e saiu do quarto. A Mikaelson o seguiu.

                - Ela precisa ser monitorada. Agora que a porta foi aberta, existe a possibilidade, ainda que remota, de Sebastian a localizar. Se for preciso faça um feitiço de bloqueio, mas Genny não deve, em hipótese nenhuma, sair daqui. Pelo menos não sozinha – Magnus completou ao ver Elijah se sentando na beirada da cama. Ele fez um gesto com as mãos e um anel apareceu. – Esse anel a ajudará a sentir alguma presença demoníaca. Somente Isabelle Lightwood e agora você possui algo assim.

                Freya pegou o anel e o colocou no dedo.

                - Ficarei de olho nela.

                - Ótimo. Até logo, Freya Mikaelson. – e numa nuvem azul, ele sumiu.

                Enquanto isso, Elijah ficou observando Genny dormir. Ela parecia tão desamparada assim daquele jeito. Ele nunca conhecera uma mulher assim. Tão frágil, tão delicada quanto um cristal ou uma peça de porcelana.

                No momento em que ele estava em sua muda contemplação, a moça gemeu e suas pálpebras tremeram indicando seu despertar. Rapidamente ele afastou-se, indo até a janela.

                Genny abriu os olhos e olhou para ele.

                - Oi, como você se sente? – o original se aproximou da cama.

                - Desperta, mas ainda sentindo como se um caminhão tivesse passado em cima de mim.

                - Magnus disse que você irá se recuperar aos poucos. Não tenha pressa. Está com fome? Posso trazer algo para você.

                - Não... eu só quero... esquecer.

                - Não pode. O que está feito, está feito. É o que minha irmã sempre diz.

                - Mas eu matei aquelas pessoas.

                - Você se defendeu.

                - Mas e se eu pudesse me defender, sem precisar usar meus dons? Como meus pais sempre fizeram.

                -Da mesma forma, você mataria.

                - Mas teria igualdade de forças.

                - Para um vampiro, a sobrevivência vem de forma instintiva. Faz parte da nossa natureza lutar. Você não tem esse instinto. – Elijah argumentou.

                - Mas posso desenvolvê-lo, não? Você pode me ensinar. – Genny insistiu

                - Ora Elijah... dê uma chance à garota. Quem sabe o que ela pode fazer... – Klaus comentou, enquanto embalava Hope.

                Elijah olhou para o irmão com os olhos semicerrados.

                - Niklaus... Eu sei o que você pretende, e isso não vai acontecer. – ele se levantou e saiu do quarto.

                - Obrigada, Klaus por mais esse favor! – Genny bufou e saiu da cama, correndo para fora do quarto.

                - De nada Cinderela.

                - Elijah, espera! – Genny gritou.

                Ele olhou para cima e cruzou os braços esperando-a

                Ela desceu correndo as escadas até ele.

                - Olha, eu não sei o que o Klaus quis dizer, mas esquece ele. Eu quero aprender a lutar para não ser um fardo. Eu poderia ter ajudado a Clary, o Adrian..., mas o que eu pude fazer foi me esconder. E eu não quero mais isso para mim. Se eu e você estivermos numa situação de ataque, não quero que você fique preocupado se eu vou estar segura ou não. Quero estar lado a lado com vocês, como uma família.

                Elijah considerou as palavras de Genny por um momento.

                - Começamos amanhã. – disse simplesmente antes de começar a andar. Genny sorriu satisfeita ao conseguir o que queria e nenhum dos dois notou Klaus que os observava de cima com um sorriso nos lábios.

Naquela noite, Genny custou a pegar no sono. Fazia mesmo 24 horas que sua vida havia virado de cabeça para baixo. Que havia descoberto que, além de não ser uma mundana, era metade anjo e metade demônio e que sua metade demônio poderia arrasar o mundo?

Sua família estava morta, não podia sequer voltar para casa porque a organização que ela acreditava proteger a todos queria joga-la em um buraco escuro e esquecê-la lá.

E agora ela estava à mercê de uma família de vampiros com mais de mil anos cujos membros se matariam se pudessem. Mas que também possuíam grandes qualidades, como coragem, nobreza e perseverança.

Ela desceu da cama e saiu do quarto. Silenciosamente desceu as escadas indo na direção de onde achava ser a cozinha. Não errou, constatou com um sorriso ao acender a luz.

Pegou um bule e leite na geladeira e esquentou um pouco. Encostou-se na pia e começou a beber o leite morno. Lagrimas lhe vieram aos olhos ao lembrar de Clary lhe levando uma xicara toda noite antes de dormir quando ela era criança.

Estava quase terminando quando um ruído chamou sua atenção. Ela foi até a vidraça e espiou para fora. Não enxergou ninguém que fosse uma ameaça.

"Estou vendo coisas onde não existem. Relaxa Wayland."

Ao se virar, deu de cara com Elijah que ainda estava vestido de terno como sempre.

Com o susto, deixou a xicara cair, mas ele foi mais rápido e a pegou antes que ela espatifasse.

— Oh!

— Tome. Essa xicara pertenceu ao jogo de porcelana de Luís XV.

— Não... serio? E por que aqui está escrito o nome do fabricante e embaixo North Virginia? – ela indicou o fundo da xícara.

Ele deu um sorriso torto e Genny sentiu seu coração acelerar.

— Muito bem observado, Genesis. Está sem sono?

— Sim. Eu já tenho dificuldades para dormir e depois de hoje...

— Não se preocupe. Com Freya e Magnus lhe auxiliando, você vai aprender a lidar com seus dons.

— Parece tão fácil falando assim. - ela tomou mais um gole do leite.

Quando voltou a olhar para Elijah, ele estava sorrindo.

— O que?

—Você está com um bigode de leite.

—Oh senhor! - ela passou a mão pela boca.

— Então saiu?

Ele se aproximou dela, até que o quadril dela estivesse encostado a pia. Ergue a mão até o rosto dela e lhe tocou o lábio superior com suavidade.

— Aqui e aqui. - ele percorreu toda a extensão do lábio dela.

Em nenhum momento os olhos dele deixaram o dela e sob o dedo ele sentia o hálito dela a medida que a respiração lhe era difícil.

Quando Genny achou que ele iria lhe beijar, Elijah baixou a mão e respirou fundo.

— Boa noite, Genesis. – e lhe deu as costas saindo da cozinha.

Ela ainda permaneceu parada feito uma estátua, sentindo o toque dele nos lábios.


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Notas finais do capítulo

E agora? A aproximação entre Genny e Elijah está tomando rumos inesperados. Será que ele continuará sofrendo por Hayley ou nossa anjinho penetrará no coração do Original?



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