Entre o Céu e o Inferno escrita por Lu Rosa


Capítulo 8
Um anjo entre nós




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/726984/chapter/8

— Como assim?

                - Valentim, em sua amaldiçoada inteligência, tirou uma matriz de um anjo aprisionado. Jace e Clary tentaram libertar esse anjo, mas ele estava muito debilitado e não resistiu. Vai saber mais o que ele havia feito com a pobre criatura. Então, ele colocou a matriz no óvulo da moça aprisionada e o fecundou com magia. Ela gerou você.

                - Então, eu sou um clone... – Genny levantou-se do banco e deu alguns passos. - O clone de um anjo.

                - Sim. Mas com características humanas, entretanto.

                - Hum hum. E como Clary e Jace souberam disso? E o que fez eles me levarem?

                - A moça revelou a eles que você não era filha natural de Valentim. Disse que seu nome era Genesis, por que você representava o início de uma nova raça de Shadowhunters. E que a ideia inicial era que ela entregaria você a ele quando nascesse. Mas, quando você nasceu, Valentim estava empenhado na guerra contra a Clave. E ela te teve sozinha. No momento em que olhou em seus olhos, foi tomada por um amor tão incondicional que ela não pôde te entregar e então fugiu. Mas Sebastian a encontrou, a trouxe de volta e a deixou na cela, sem comida nem água. Ele não sabia que ela estava com o bebê. Ela escondera você dele, decerto.

                - E por piedade, eles me adotaram. – ela viu seu reflexo em um grande espelho que havia no pátio.

                - Não por piedade, mas por amor. Clary amou você desde o primeiro olhar. E Jace também, embora não demonstrasse. Eles a levaram para mim, Magnus Bane, para que eu a examinasse. Foi então que descobrimos outra coisa.

                - Ah meu Deus! Tem mais?

                - Infelizmente sim, anjinho. Você não é só parte anjo. É parte demônio também.

                Ao ouvir essas palavras, Genny ainda olhava o seu reflexo e podia jurar que seus olhos relampejaram um brilho vermelho. Ela fechou os olhos assustada e quando os abriu, eles estavam como sempre. Azuis e límpidos.

                - Mas eu não saio matando pessoas por aí.

                - A minha teoria era que, baseado em amor, sua parte anjo prevaleceu sobre a demoníaca. Então Clary e Jace juraram que o contrário nunca aconteceria. Por isso, mantiveram você longe dos mundanos e das atividades, digamos, mais violentas do Instituto.

                - Mas eu sinto raiva...

                - Isso é um sentimento humano, assim como amor, tristeza. Sentimentos demoníacos, é.… outra coisa.

                - Que você nunca irá sentir. Eu te garanto. – Elijah se aproximou dela.

                - Ninguém pode garantir isso, Elijah. Eu... eu sou uma bomba relógio.

                - Todos nós temos um demônio dentro de si. A questão é você irá controla-lo ou deixar ele fazer isso com você?

                Freya olhou admirada para o irmão. A garota, sem saber, o estava ajudando a lidar com os seus próprios demônios.

                Genny ficou pensando nas palavras dele. Sim, até ali as pessoas controlavam sua vida e ela sempre questionou isso. E agora sabia as respostas. Tudo fora baseado no amor que Clary, Jace e até a pobre encarcerada tiveram por ela. E era em nome desse amor que ela nunca deixaria os seus demônios prevalecerem sobre ela.

                - Magnus, o que eu devo fazer?

                - Por enquanto você deve ficar aqui. Eu virei para auxiliá-la em seu aprendizado. Em hipótese nenhuma a Clave deve saber do seu paradeiro. Alexander mandaria prender você e leva-la para Idris

                - Olha, me desculpe. – Klaus abriu a boca pela primeira vez – Mas isso não seria mais seguro para todos, feiticeiro?

                Genny olhou para ele assustada.

                - Não, Mikaelson. Não seria não. Apesar de Alicante ser uma cidade fortificada, com milhares de Shadowhunters, a presença de demônios também é maior. A proteção em torno do mundo mundano é mais forte e mesmo assim eles conseguem passar. Imagine em Idris onde a presença de Genny seria mais facilmente detectada. Não, é mais seguro para ela em qualquer outro lugar, menos em Idris.

                - Então que ela vá para outro lugar.

                - Ela não sairá daqui Niklaus. – Elijah interpôs. – A não ser que você queira que eu me vá também.

                Klaus olhou para ele surpreso.

                - Você deixaria sua família por ela?

                - Assumi um compromisso de protege-la. Não vou quebra-lo.

                - Você também tem um compromisso conosco, ou já se esqueceu? Sempre e para sempre, lembra?

                - Não. Não me esqueci. E é por isso que ela fica.

                Durante a discussão, ninguém reparou que Genny havia afastado. Uma vez fora do complexo, ela começou a caminhar pelas ruas, ignorando as pessoas que iam e vinham comprando coisas, ouvindo música ou simplesmente andando de um lado para outro.

                Ela não desejava a separação da família Mikaelson. Embora o gênio de Klaus às vezes tirasse Elijah do sério, via-se que eles lutariam contra qualquer um que ameaçasse alguém da família.

                E Klaus sabia que ela, Genny, era uma ameaça. Desde o início, via-se que ele não desejava sua presença no complexo. E agora então, depois de saber a verdade sobre sua origem, ela que queria se manter longe da família.

                Magnus estava sendo muito confiante ao achar que ali ela poderia se esconder de Sebastian. Ele não tinha a encontrado em Nova York?

                Imersa em pensamentos, Genny não percebeu que chegara a uma parte menos movimentada da cidade.

                “Que droga! ”, pensou ela. “Da próxima vez que consigo um guia turístico. ”

Quando percebeu seu erro, dois homens bloquearam a passagem dela.

— Por favor, deixe-me passar...

— Olha só o que o gato trouxe... A protegida de Elijah Mikaelson.

— Se vocês sabem que eu sou a protegida dele, seria uma grande mancada me atacarem, não acham?

— É... Mas você está sozinha aqui. Que foi, a garotinha está fugindo de casa? – eles andaram na direção de Genny

— Isso não é da sua conta! – ela deu um passo para trás, sentindo um arrepio percorrer seu corpo. Como se fosse uma onda de calor.

— Você não está em condições de ser marrenta, menina.— eles deram mais um passo em direção à ela. – Você nos escapou uma vez. Elijah Mikaelson nunca saberá desse nosso encontro.

Genny sabia que eles tinham razão. Um raio não caía duas vezes no mesmo lugar.

— Olha, por favor... me deixem ir e ninguém se machuca. – pediu. Genny sentia seu corpo arder como se estivesse com febre. Ela sabia que isso não era bom e aqueles dois idiotas não se apercebiam disso?

Quando eles arreganharam aos dentes e ela soube que não teria escapatória, Genny fechou os olhos e estendeu as mãos para frente como se pretendesse pará-los. Uma força percorreu seu corpo e dois feixes luminosos saíram de suas mãos atingindo os dois vampiros.

Quando ela os abriu novamente, uma nuvem de cinzas flutuava à sua frente e não havia sinal dos vampiros, a não ser duas marcas de queimadura na parede à sua frente. Ela correu de volta para o Complexo querendo afastar aquilo da mente a medida que se afastava do local.

Genny sabia que havia feito algo. Algo de muito ruim.

Uma bruxa que assistia a tudo escondida também achou isso. E a Regente deveria saber que os Mikaelson tinham uma arma poderosa nas mãos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Entre o Céu e o Inferno" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.