Quando os dias estão frios
E as cartas todas dobradas
E os santos que vemos
São todos feitos de ouro.
(...)
~
{Pov Hiei} A minha fome só aumentava ainda mais, desde ontem que eu estava sem por nada na boca. Minha barriga estava roncando e devo admitir, a fome é uma das piores fraquezas humanas que pode existir. Se você não comer, você fica fraco, se não comer nada, morre. Isso é bastante patético, mas todos tem que se alimentar até mesmo eu. A árvore que ficava em frente do prédio da Baka Onna era uma masseira, tinha maçãs tão vermelhas que pareciam escarlates. Sem demoras, puxei uma e as abocanhei com vontade. Puxa, o gosto era tão macio e ao mesmo tempo doce. Desde após três anos atrás, minha vida mudou muito depois que eu conheci esses idiotas. E por mais que eu me odeie, acabei me lembrando do último contato que tive com a Baka Onna.
{Flashback: Último encontro Hiei e Botan, dois anos atrás}
O frio tomava conta do local onde ficava o templo da Genkai, um vento gelado passava entre o youkai que estava á observar o dia amanhecer com as duas mãos para trás. Ele devia admitir, que um dos seus passatempos era observar o dia nascer, era muito bonito. Todos os idiotas ainda estavam dormindo, incluindo eles, a Baka Onna. Ele pretendia partir para qualquer lugar do mundo hoje mesmo, só que embora odiasse admitir, queria passar mais tempo com seus amigos... Eles se tornaram pessoas especiais na sua vida.
—Pim pom, pim pom!
Aquelas pequenas palavras acabaram assustando Hiei, logo quando ele olhou para cima viu a maldita Onna em cima de seu remo o fitando com o mesmo sorriso infame de sempre. Maldita seja essa garota, maldita seja! Pensou Hiei devido ao susto que tinha acabado de levar de Botan. Ela estava com o mesmo kimono cor de rosa de sempre e os cabelos presos, logo pousou ao chão vindo correndo até o youkai.
—Não chegue muito perto, sua louca! –Disse Hiei, colocando sua mão direita a frente.
—Puxa Hiei-kun! Eu vim aqui especialmente me despedir de você! –Botan fez um biquinho, colocando as duas mãos a frente que estavam cobertas pelo kimono rosa, imitando patas de um gato.
—Como assim se despedir, onna? –Perguntou o dono do Jagan, arqueando uma das sobrancelhas.
—Eu sabia que você iria embora hoje, e eu vi você arrumando as coisas... Então, quis me despedir de você primeiro que todos para não te ver ir embora. –Ela falava isso com uma imensa dor, desviando o olhar. Seu rosto estava vermelho, sentia vergonha de falar aquilo.
—Vou só passar um tempo fora, sua idiota! Eu pretendo voltar... Esses idiotas precisam de mim. –Respondeu o Youkai, dando um sorriso de canto para o templo da Genkai, se referindo aos seus amigos.
—Sério? Poxa, eu fico tão feliz por isso! Não queria que fosse embora para sempre.
—Porque, baka onna? –Perguntou o rapaz.
—Por quê... –Botan mordeu os lábios inferiores antes de dizer isso. –Você faz parte da nossa família e sem você... Fica tudo incompleto e sem graça.
Hiei levantava as sobrancelhas, surpreso com aquilo. Não sabia que aquela garota se importava com ele dessa forma e o enxergava como ‘’parte da sua família’’ ela era totalmente estranha, maluca e pirada. Mais fora Yukina e Yusuke e Kurama, ela era a pessoa que mais se importava com ele e se preocupava isso o incomodava um pouco... Já que ninguém nunca fez isso por ele. O youkai suspirou fundo olhando para o céu alaranjado que indicava que o dia estava apenas em seu inicio.
—Você é a pessoa mais estranha e irritante que eu já conheci baka onna. Devo admitir que... Sentirei sua falta. –Disse Hiei mirando seu olhar para ela, dando um sorriso de canto.
Botan não se sentiu ofendida com as palavras vindas do koorime, e logo correu até ele e se inclinou um pouco para abraça-lo, já que era maior do que ele. O rapaz arregalou os olhos, não era acostumado com contato físico de seu ninguém, e aquilo foi uma surpresa. Ele por causa daquele ato queria mata-la ali mesmo, mas algo o impedia. Sem ter outra escolha envolve seus braços por volta da cintura da garota de forma desengonçada, já que nem fazia ideia como era abraçar alguém. Ele suspirou fundo, sentindo o abraço. Sentiu algo molhar seu ombro direito e quando virou um pouco o rosto percebeu que Botan estava chorando, droga que situação mais chata. Ele então suspirou, olhando para o vazio do céu.
—Pare de chorar, sua imbecil...
{flashback off}
Quando todos os seus sonhos fracassam
E aqueles que saudamos
São os piores de todos
E o sangue vai secando.
Quero esconder a verdade
Quero abrigar você.
Mas com a fera dentro
Não há onde nos escondermos.
(...)
{POV Hiei} Mais que droga! Como fui me lembrar de um dia como aquele? Mas odeio admitir, o abraço daquela onna era o mais caloroso e confortável que podia existir. Ela é alguém tão indefesa, pura, boba e ingênua. Com a situação em que o Koenma falou, ela não tinha chance nenhuma de se defender contra aquela gente. Ela precisava de ajuda, de pessoas como o time Urameshi tinha. De certa forma, eu talvez seja grato a ela por tudo e isso é a única forma que tenho de agradecê-la... a protegendo. –Eu não sou um tipo de pessoa que protege alguém, muito menos a salva do perigo. Não consegui nem ao menos proteger a minha irmã no passado, e eu me senti totalmente inútil por isso. De certa forma, eu precisava proteger aquela garota infeliz, deixar que nenhum mal a acontecesse. Droga, Hiei! Você está passando tanto tempo com o Kurama que as ideologias dele já estão começando a lhe consumir, esse não é você! Você é uma pessoa fria, sádica e cruel que todos tem medo! Bom, isso que eu pelo menos penso.
(...)
Quando você sentir o meu calor
Olhe nos meus olhos.
É onde meus demônios se escondem.
Não se aproxime muito!
É escuro aqui dentro.
É onde meus demônios se escondem.
(...)
{ Pov Hiei} Devido ao alaranjado tomado no céu, era fim de tarde e a Baka Onna ainda não tinha voltado. Maldito Urameshi! Será que deixou a garota vir sozinha? Se for exatamente isso, irei mata-lo. Mas eu me enganei completamente, logo vi abaixo Yusuke deixar Botan na porta de casa e os dois se despediu com um abraço. Realmente, o laço que os dois têm entre si é totalmente fraterno, como se fossem dois irmãos. Logo o Urameshi saia, devia está indo para casa. Inclinei-me um pouco para fitar a janela da baka onna e logo a vi entrar, jogando sua mochila para o lado. Mas algo me chamou atenção o que me fez dá um olhar assustado, ela estava gritando de pavor com as mãos sobre os cabelos. Droga! O que tinha acontecido? Na hora em que eu ia pular na árvore para ver o que tinha realmente acontecido algo me fez cair no chão, por sorte consegui pairar no solo em pé e quando olhei meu ombro tinha um pequeno corte. Droga! Será que são as pessoas que estão atrás de Botan? Olhei para a árvore, e tinham letras escritas com faca com o seguinte aviso ‘’Muito cuidado, senhor guardião’’. E uma faca gravada ao lado. Tremi os punhos, cerrando os dentes. Eles já estão começando a dá as caras!
~
Não quero decepcionar você
Mas meu destino é o inferno
Embora tudo isso seja para você
Não quero esconder a verdade
Não importa o que criamos
Ainda somos feitos de ganância
Este é o meu fim.
(...)
—Droga... Quem está fazendo isso comigo? –Dizia Botan aos prantos jogada no chão, sua sala estava toda revirada mesa caída, louças quebradas e tudo fora do lugar. E também tinha o seguinte aviso; ‘’Tome cuidado, estamos realmente de olho em você’’. Ela estava com medo, um medo imenso qual não sabia explicar. Seu sofá estava virando de cabeça para baixo, seu tapete por cima dele. Sua mesa de centro quebrada ao meio, e suas decorações todas em pedaços. Estava deitada ao lado do porta retrato quebrado da foto que tinha com seus amigos (capa da fanfic) e logo segurou firme no mesmo e alguns cacos de vidro acabaram ferindo sua mão fazendo-a sangrar em seguida. E ela logo abraçou aquele porta retrato, se acabando em chorar.
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(...)
Dizem que é o que você faz
Eu digo que depende do destino
Está enrolada na minha alma
Tenho que deixar você ir.
Seus olhos, eles brilham tanto.
Quero guardar esta luz.
Não posso fugir agora...
A menos que você me mostre como.