No Time For Love escrita por Unhas Roxas


Capítulo 16
Minha amiga Thalia e sua barraca




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     Flechas certeiras de Anna passavam entre a gente e acertavam o monstro bem no meio de sua testa. A primeira vez que a flecha o atingiu pouco efeito fez, mas lá pela quarta ou quinta vez o fez sentir muita dor.

     Percy alcançou o Minotauro primeiro, depois eu e Annabeth e por último Robert morrendo de medo, mas pelo menos foi tentar ajudar. O ruivo foi o alvo mais fácil e o primeiro a ser atingido, sendo lançado para quase perto da sala dos pertences (o que me fez ficar bem por dentro, de uma maneira estranha).

     Na luta não estávamos nos saindo muito bem, ninguém conseguia se entender e volta e meia esbarrávamos em Annabeth invisível.

     -Precisamos mesmo de um plano! –Gritou ela de algum lugar, enquanto Anna continuava com as flechas.

     -O que sugere? –Perguntou Percy desviando por pouco do machado do Minotauro.

     -Foi você que acabou com ele da ultima vez.

     -Foi há muito tempo atrás. –O monstro me atingiu na perna, me fazendo gritar de dor.

     -Mas você conseguiu! –Annabeth tinha ficado visível para poder gritar melhor com Percy.

     -Foi sorte! –Percy deixou o Minotauro de lado para virar-se para a namorada.

     -Cuidado! –Eu gritei e no último segundo Percy desviou de uma chifrada. –Parem de discutir e pensem em alguma coisa. –Levantei-me para voltar à luta, mesmo com a perna doendo.

     -Nós precisamos... Ahhhhhhhhh

     Ouvimos um grito agudo, logo em seguida vi o corpo de Anna caído no chão com uma poça de sangue se formando em sua volta. Aquilo me enfureceu de mais. Fui com toda minha raiva pra cima do Minotauro, Annabeth e Percy também e ao mesmo tempo. Finalmente conseguimos acabar com o monstro.

     Corri para Anna e vi muito sangue ainda jorrando.

     -Ainda bem que estamos em um hospital. –Disse Robert.

     -Por que sempre nos encontramos nesses momentos tão ruins? –Me virei e vi a líder das Caçadoras de Artemis olhando para Anna. –Vou levá-la ao nosso acampamento.

     Thalia pegou Anna no colo com uma facilidade inacreditável, falou alguma coisa para uma das caçadoras e foi embora com outras vinte tão rápido quanto chegou, me deixando ali de queixo caído.

     -Não se preocupe, Thalia sabe muito bem cuidar de meios-sangues, mais do que esses médicos, e Lady Artemis esta lá em nosso acampamento. –Era uma menina morena de cabelos cacheados que aparentava ter treze anos. –Sou Jéssica, a propósito.

     -Sou Annabeth filha de Atena, estes são Percy filho de Posseidon, Nico de Hades e Robert, indefinido.

     -Ok, ela falou para se trocarem que depois eu levo vocês para se juntarem a amiga de vocês.

     Voltamos à sala dos pertences e por algum motivo, alguns médicos não consideram roupas, como pertences. Felizmente eu tinha outras roupas dentro da minha mochila e emprestei umas para Percy, que não ficou muito feliz em vestir uma calça preta, com uma blusa preta de caveira e um chinelo também preto. Eu e ele ficamos ridiculamente iguais.

     Annabeth também pegou minhas roupas, e ficamos nós três iguais. Além de a roupa ficar extremamente larga em Annabeth. E quando voltamos para falar com Jéssica ela ficou rindo.

     -Por que todo mundo critica meu jeito de me vestir? Vocês deveriam me agradecer por não estarem andando com roupas de hospital. Agora vamos logo!

     Jéssica recusou nossa companhia e começou a andar na frente, Annabeth foi com ela para a menina não ficar sozinha, dentro de alguns minutos as duas já estavam rindo e conversando como se fossem super amigas.

     Entramos em uma reserva florestal e começamos a andar em uma trilha. A menina começou a contar as arvores de flores amarelas e na sexta nós viramos para a esquerda. Em seguida ela contou mais três arvores de flores amarelas e virou para a direita.

     Demos alguns passos e vimos uma clareira com quinze barracas brancas montadas em duas fileiras, uma de frente para a outra como em uma rua, e no meio dessa “rua” havia uma grande fogueira. Várias meninas passeavam de um lado a outro, como se nada estivesse acontecendo.

     -A barraca de Thalia é a ultima, a lá da ponta, vão indo que depois os alcanço.

     -Ok, tchau Jess.

     -Jess? –Percy perguntou assim que começamos a andar em direção a ultima barraca.

     -Ela é muito legal, e não tem 12, tem 18 anos, igual à gente.

     Deixei os dois discutindo e Robert de vela e comecei a andar mais rápido para poder chegar logo a Anna. Aquele maldito nervosismo estava me matando, queria... melhor, precisava saber o que havia acontecido com ela.

     Não há como bater na “porta” de uma barraca então entrei me anunciando.

     -Thalia?! Anna está bem?

     Anna estava deitada numa cama de olhos fechados parecendo bem, enfaixada na cintura usando um top e um short mínimo, ambos pretos. Thalia estava virada de costas para ela mexendo em uma mochila a procura de alguma coisa. Ela se virou e me encarou feroz.

     -Como você chega ao quarto de uma garota e sai entrando assim? –Ela continuava com uma expressão mortífera.

     -É, acho que você passou tempo de mais com as caçadoras. –Ela não parou de me encarar, mas agora relaxada.

     -Me da um abraço priminho. –Ela disse.

     -Olha quem fala. –Eu havia crescido muito desde a ultima vez que vi Thalia, estava bem maior que ela.

     -Quando te conheci você tinha 12 anos, você sempre vai ser meu priminho.

     -Você sabe que eu tecnicamente já era mais velho, e agora eu tenho 16 e você continua com 15. –Olhei para Anna, que ainda estava deitada, com ar sereno. –Como ela está?

     -Ficou resmungando alguma coisa sobre por que o namorado dela não estava indo com ela e que se eu estivesse a levando sem o consentimento dele que o garoto iria me matar.

     -É que ela não sabe que eu sou seu amigo. –Sorri para Anna que ficava uma gracinha dormindo.

     -Espera você ta namorando ela?! –Thalia me olhou incrédula, depois começou a rir. –Desculpa Nico, mas nunca pensei e você com qualquer pessoa, namorando!

     -Há-há. Mas ela está bem?

     -Perdeu muito sangue, mas Lady Artemis disse que ela vai se recuperar rápido. Podem ficar conosco até ela ficar bem, depois podem continuar a missão de vocês.

     -Na verdade, nossa missão era te achar.

     -Como assim?

     -Vamos esperar todo mundo e depois a gente te fala.

     -Muito obrigada, agora eu vou ficar curiosa.

     Thalia saiu batendo o pé, irritada. Sentei-me na beira da cama de Anna e fiquei olhando a dormir. Ela parecia tão mais pálida, talvez fosse a perda de sangue, isso a fazia parecer frágil e bela.

     Não sei quanto tempo passou, mas se foi muito tempo pelo menos ninguém veio me chatear. Anna começou a mexer o nariz de forma muito engraçada, depois se sentou espreguiçando e dando gritinhos fofos, ela sorriu e depois abriu os olhos.

     -Nunca vi ninguém tão linda enquanto dorme.

     -Que bom! Sabe por que eu amo acordar? –Sacudi a cabeça negativamente. –Primeiro que geralmente é manhã, e segundo que sempre tem alguma surpresa me esperando. É por isso que eu sorrio e depois abro os olhos.

     Nós dois sorrimos e nos encaramos por um momento.

     -Fiquei preocupada com vocês.

     -Conosco? Você ai jorrando baldes de sangues e ainda ficou preocupada conosco? –Ela sorriu sincera e disse:

     -É.

     -E é por isso que eu te amo.

     Segurei seu rosto e a beijei. Ela retribuiu com o mesmo carinho, fazendo caricias em minha nuca. Quando começamos a ficar mais empolgados e o beijo mais rápido, Anna o interrompeu. Ela sorriu com uma expressão safadinha e se sentou em meu colo de frente pra mim com as pernas cruzadas comigo no meio.

     Ela deu uma risadinha provocante e retomou o beijo de onde estávamos, dançando com os dedos por dentro da minha blusa pelas minhas costas. Devo dizer que foi bem difícil me controlar, ainda mais quando ela começou a querer tirar a minha blusa.

     -Anna, estamos no meio de um acampamento de garotas que juraram nunca nem olhar para algum garoto.

     -É o que torna mais divertido.

     -É sério Anna, é claro que eu quero fazer isso com você, mas não aqui. Thalia iria ma matar se nos pegasse.

     -Nico di Ângelo que não quer correr riscos? –Vi que Anna não estava chateada, só queria entender

     -Te prometo que vai ser magnífico quando acontecer, mas vai ser surpresa.

     Ela sorriu e me deu um beijo na bochecha, se levantou e começou a procurar na mochila que Thalia estava mexendo tempos antes alguma coisa.

     -O que você quer?

     -Caso não tenha percebido, amorzinho, estou semi-nua. E mesmo que os únicos garotos, além de você, aqui sejam Percy e Robert, não gosto de ficar andando por ai assim.

     -Vou deixá-la trocar de roupa.

     Sai e fui encontrar com meus amigos próximos a fogueira. Percebi que já estava quase de noite, comecei a imaginar as piadinhas que fariam sobre minha longa estadia na barraca de Thalia.


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram? Prometo que o momento Nico/Anna vai acontecer, mas talvez não tão logo e em um lugar mais especial que a barraca de Thalia.
Desculpem mais uma vez a demora, vou tentar postar no próximo fim de semana!
Bjux, boa semana e até a próxima!!!