Z de Morte escrita por Mallock


Capítulo 10
Capítulo 9 - Último Relato?


Notas iniciais do capítulo

Depois de uns dias off, voltei e logo trarei surpresas interessantes rs



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11:07PM

Meu relógio marcava bem as horas e foi assim durante um bom tempo. Alguns anos pra ser mais exato. Agora estava bem próximo da meia noite e eu não sabia disso. Fiquei tanto tempo naquela cama que imaginei que fosse de manhã, porém, pela primeira vez pude notar algumas janelas. Estou, aparentemente, em um prédio hospitalar. Tem ambulâncias lá embaixo, devo estar no 20º andar. Ou mais.
As janelas estão blindadas com vidros inquebráveis. Bom, imagino isso pela grossura que isso aparenta ter. Também está escuro, então, com essas luzes piscando, fica difícil descrever alguma coisa.
O corredor está vazio e sombrio. Tem marcas de sola de tênis, como se alguma criança tivesse corrido por aqui e brincasse de escorregar graças ao chão liso desse lugar. Também há marcas de rodas de alguma cadeira — ou algumas — que passou por aqui. No lado de uma das duas portas que encontrei, há um boné vermelho. Me abaixei para pegá-lo e vi o nome de uma lanchonete — ao menos era o que parecia. Havia uma pizza costurada ali — que talvez fosse aqui de perto. Por mania, resolvi cheirar e não gostei de ter feito isso.
Coloquei o boné na cabeça e levei a mão na maçaneta de uma porta cinza sem nenhuma descrição. Mas de relance, eu vi algo no chão que me fez parar para olhar.
Era uma placa pequena e quadrada que pertencia a essa porta. Percebi isso por causa da marca que havia nela, e então ao ler, percebi que se tratava de uma sala particular. Pois estava escrito "Somente pessoal autorizado", em letras grandes.
Eu ri e coloquei minha mão novamente na maçaneta e a girei. Porém, não obtive sucesso.
Me deu certa raiva naquele momento e quase bati na porta, mas lembrei da aberração que quase me matou e resolvi que não era hora de fazer barulho e chamar a atenção de uma delas.
Medo, estou com muito medo. Um medo que nunca havia sentido antes. Se fosse em outra situação, eu entraria em uma sala dessas e ficaria lá até alguém do exército aparecer e dizer que a humanidade venceu a doença e os infectados foram curados, ou eliminados. Nessa altura tanto faz. Só o que quero é poder andar sem me tremer todo para qualquer mínimo barulho que ouço. Nessas situações de extremo medo, percebemos o quanto ter uma boa audição é fundamental para tentar seguir adiante. Estou bem atento. Pronto para correr no menor sinal de perigo. Mesmo que esteja com uma arma. Se existem mais deles por aqui, um tiro chamaria a atenção de outros.
Mas espere... Tem algo errado aqui. Isso... Como não pensei nisso antes?
Droga! E se eles estiverem me enganando? Eu juro que vou usar essa arma nesses desgraçados se estiverem me usando.
Pensando bem, talvez eles o tenham matado com uma faca. Ou um facão. Apesar de eu não não ter visto algum com eles.
Ah, devo estar pensando besteira. Não posso ser precipitado. Só ficarei mais atento com eles da próxima vez que os ver. Isso se eu conseguir sobreviver até o nosso próximo encontro, claro.
Cheguei a frente da outra porta desse corredor. Para seguir adiante, tenho que entrar nessa porta de um jeito ou outro. Apesar que não sei como vou derrubar uma porta de ferro maciço.
Coloquei a mão na maçaneta e ouvi um barulho. Meu coração gelou e tremi dos pés à cabeça. Senti um arrepio horripilante no corpo inteiro e fiquei em estado de choque. Parado. Sem mover um músculo pra tentar ouvir novamente. E logo ouvi outro barulho. Era de um ferro caindo ao chão. Me lembrei de um cano que havia visto lá atrás. Não muito distante de mim. Era no outro corredor. O corredor ao lado. Droga!

 

                     ****

 

A porta está teimando em não abrir. Girei várias vezes a maçaneta e não consigo abri-la. A qualquer momento o estranho que está vindo vai aparecer na reta, e vai me ver aqui. E então, eu estarei perdido.
Cansado de tentar abrir a porta, peguei a arma e mirei na minha cabeça. Ela estava carregada. A morte mais rápida deve ser melhor que a sofrida. Eu não quero ser devorado vivo por ninguém. Mas... Eu... Não posso fazer isso. Prometi aquela garota que a manteria segura e agora estou dando uma de fraco. Preciso ser forte. Preciso me concentrar em matar a coisa que está vindo. Mas não consigo parar de tremer.
São dois. Dois malditos vindo em minha direção. Não sei se consigo sobreviver a isso. Eu não consigo nem mirar. Eu estou tentando parar de tremer, mas minhas mãos estão pesadas. A pistola parece pesar muito. Uns 100kgs ou mais. Mas como isso é possível? Nos filmes parece tão fácil atirar. Eu já atirei antes, não entendo porque estou sofrendo tanto. Estou suando feito um porco. Eu tenho... Que... ser forte. Eu preciso ser forte.
Eles estão se aproximando. Um vem pelo teto e outro pelo chão. Como se tivessem se organizando para me atacar. Mirei no de baixo e mirei no do teto e fiz isso algumas vezes enquanto eles se aproximavam. Estou com medo de atirar e mais deles aparecerem. Mas só tenho uma arma e um isqueiro.
Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Outras surgiram de repente. Minhas mãos trêmulas e meu pensamento a mil por hora. Não perdi mais tempo. Mirei a arma na minha cabeça e disse as únicas palavras que vieram naquele momento: "Me perdoe garota sem nome".
Por fim, apertei o gatilho...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

Obs: Nos capítulos seguintes, a história pode tomar um rumo surpreendente. Espero que estejam aqui comigo, para descobrirem o desfecho dessa história e saberem qual será o destino de Demian e a Garota "sem nome?!"



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