Storybrooke escrita por Aquariana Doida


Capítulo 221
Capítulo 221


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta, pessoas lindas do meu coração!!

Obrigada a todos que comentaram, favoritaram e ao pessoal que acompanha dentro e fora da moita!

Vamos para mais um capítulo de data comemorativa...

AVISO: “Este capítulo contém cenas em que você poderá querer chorar, evite ler em público se não quiser pagar mico!”

Boa leitura e divirtam-se!



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— Finalmente chegamos! – exclamou Júlia ao sair do lado do carona, quando o carro de Meghan parou entre o carro de Tom e Daniel dentro do galpão para protegerem do frio da noite, que seria intenso – E pelo visto, já tem mais visitas. – sorriu, pegando sua mochila e uma mala comum.

— Ai havia esquecido que aqui faz mais frio que Boston. – resmungou Meghan ao descer do carro e arrumar seu gorro – Pelo visto sim. – sorriu – Desculpa atrasar para vir, mas aquela cirurgia foi emergência. – pegou sua mochila e uma mala também.

A médica sorriu – Ah minha linda, não precisa se desculpar, entendo muito bem de emergências. – piscou e fechou até em cima seu grosso casaco – Vamos que temos uma pequena caminhada no frio até chegar em casa. – disse sorrindo – Chegamos! – anunciou Júlia assim que entraram e fecharam a porta.

— Oba! – disse Emma assim que foi receber as duas mulheres Ainda bem que vocês chegaram, já estava ficando preocupada! — Que bom que chegaram, e estão bem. – deu um longo abraço em sua filha – Saudades de você, minha pequena morena. – então abraçou sua sobrinha – Saudades de você também, Meggie.

— Saudade também, tia. – sorriu a veterinária – Desculpem o atraso, mas surgiu uma cirurgia de emergência na clínica.

— Não precisa se desculpar, entendemos perfeitamente. – a loira disse com um aceno casual de sua mão – Mas venham, que aposto que estão com fome. – completou já caminhando na direção da cozinha Porque eu conheço a minha filha esfomeada!

— Praticamente com o estômago colado nas costas. – falou Júlia sorrindo travessamente.

Meghan soltou uma risada – Isso porque antes de sairmos, passamos numa lanchonete para pegar algo para virmos comendo durante a viagem.

— Essa é a minha filha. – Emma riu assim que entraram na cozinha, foi até a geladeira e começou a tirar os potes com o que sobrou da janta – Aqui tem tudo o que vocês precisam para jantarem. – terminou de colocar a comida sobre a mesa Comida para um batalhão!

— Sem problema, que agora nos viramos. Obrigada mãe. – Júlia sorriu dando um prato para sua namorada, enquanto ficava com um. Colocaram comida e esquentaram no micro-ondas.

— Que bom que vocês chegaram. – falou Regina entrando na cozinha Agora posso ficar tranquila! — Espero que tenha sido uma viagem tranquila. – completou dando um abraço apertado em cada mulher.

— Sim, não tivemos problema nenhum na viagem. – comentou Meghan sorrindo, entregando o prato quente para sua namorada e em seguida colocou o seu prato dentro do eletrodoméstico.

— E o pessoal, já chegou? – Júlia perguntou começando a comer.

— Daniel e família. – respondeu Emma assim que se sentou com um copo de água para si Pena que não virão todos! — Tom e Amanda também. Mas todos já estão dormindo. Bagunça somente amanhã.

— Zelena e a família só vem amanhã. Assim como Hen, Violet e Amy. – completou Regina Saudade deles, mesmo morando na mesma cidade, parece que quase não os vejo! — E como vocês sabem, esse ano Jane com a família passará na casa da mãe de Maura.

Júlia sorriu de lado – Imagino a felicidade da tia Jane. – brincou. Aquilo fez todas rirem, apesar da brincadeira, no começo o relacionamento entre Jane e a mãe de Maura era bem conturbado, mas com o tempo as coisas foram melhorando.

— Agora elas se dão bem melhor. – comentou Meghan depois de tomar um gole de seu suco.

— Sim, mas tia Jane não perde nenhuma oportunidade de vir para cá. – comentou Júlia colocando uma garfada de comida na boca.

— Cadê aquela tratante? – brincou Kathryn assim que abriu a porta do fundo da cozinha. Meghan apenas ergueu a mão, enquanto mastigava a comida – Nem para avisar?? – abraçou fortemente sua filha.

Meghan engoliu a comida – Mas eu avisei. – disse – Avisei a mãe. – apontou para Ruby, que sorria travessamente.

Kathryn apenas estreitou seus olhos – Vocês duas... – foi dar um abraço em Júlia.

— Oi filhotinha. – falou Ruby dando um abraço apertado em sua filha, depois que havia abraçado Júlia – Estão bem?

— Sim, estamos. – respondeu e voltou a comer. Conversaram mais um pouco, e por fim Júlia e Meghan decidiram dormir na casa das mães da veterinária, uma vez que a casa de Regina e Emma estava levemente cheia já.

—SQ-

O dia mal tinha começado e a bagunça nas duas casas da fazenda estava a toda. Principalmente que Henry, Violet e Amy chegaram para tomar café com a família, aumentando ainda mais a bagunça. Emma e Regina apenas sorriam, matando um pouco da saudade de ver aquela cozinha cheia como nos tempos anteriores. Claro, que estava faltando algumas crianças crescidas, mas as duas mulheres estavam satisfeitas no momento. Mais para o meio da manhã, Zelena e família chegaram para aumentar mais ainda a bagunça que já não era pouca.

Emma tomava uma cerveja enquanto observava toda aquela bagunça, que deixava um sorriso em seu rosto, quando Regina se sentou ao seu lado. Apesar do frio a maioria do pessoal estava do lado de fora da casa, com os mais novos brincando na neve. A “leva” do meio estavam sentados conversando tranquilamente.

— Um centavo por seus pensamentos. – comentou Regina sentando-se ao lado de sua esposa, que por incrível que pareça estava sozinha na cadeira de balanço O que tanto está deixando a minha loira tão pensativa?

Emma riu – Assim você me ofende morena. – piscou e tomou um gole de sua cerveja – Pensei que depois de tanto anos juntas...

A advogada soltou uma gargalhada – Eu já disse que te amo hoje? – perguntou sorrindo apaixonada para sua esposa  Porque eu te amo e muito!

A loira fez uma cara pensativa Não dentro dessa hora! — Desde hoje de manhã ainda não... – retribuiu o sorriso.

— Eu te amo. – confessou Regina e deu leve selinho nos lábios de sua esposa Como amo! — Mas falando sério, no que você está pensando? – tirou uma mexa loira do rosto de sua esposa.

Emma soltou um suspiro Apenas observando algo muito peculiar! — Morena, você sabe que quando eu comento algo, geralmente tem um fundo verdadeiro...

Regina apenas assentiu com um aceno de cabeça O que será, minha loira! — E o que você quer comentar?

— Dê uma olhada e me diga o que acha? – apontou discretamente com dedo indicador, que segurava a long neck, para Alice e Robbie Quero a sua opinião! Os olhos castanhos de Regina fixaram nas duas garotas, apenas observando a interação delas, enquanto o silêncio pairou sobre as duas mulheres momentaneamente – Então? – questionou a loira quebrando o silêncio entre elas Me diga!

— Eu vejo uma amizade entre elas. – respondeu Nada além de amizade!

— Sim, mas veja nas entre linhas. – murmurou e tomou mais um gole de sua cerveja. A advogada focou nos detalhes. Viu um carinho mais amoroso, uma troca sutil de olhares, um sorriso discreto Vamos morena, sei que você não é cega!

Imediatamente os olhos castanhos se arregalaram Oh por meus saltos! — Sério? – questionou escondendo um sorriso maroto.

— Você sabe que geralmente eu não erro nesse assunto... – comentou Emma Aliás, acho que nunca errei!— Lembra quando eu falei da Jú e da Meggie, e ninguém acreditou.

— Mas elas ainda são crianças...

— Morena, crianças são a Amy, as praguinhas, Louis... Elas já estão a um passo de irem para a universidade. – disse Emma terminando sua cerveja Elas são tudo, menos crianças!

— Será que elas engatarão um romance? – quis saber – Afinal uma mora aqui e a outra em Boston.

O sorriso de travesso que surgiu nos lábios de Emma era puro deboche Ah esqueci que minha morena nunca viveu um romance sapatônico quando adolescente! — Morena, e desde quando distância atrapalhou casal de sapatão? Hum? – brincou – Hey! – reclamou depois que levou um pequeno tapa no braço.

— Emma! – exclamou Regina rindo Essa minha loira brincalhona! — Não fale assim.

— Mas morena, é verdade... – brincou a loira – Júlia e Meghan apesar de ficarem um tempinho separadas, o namoro delas aguentou uns bons anos a distância.

— Tudo bem, nessa parte te dou razão... – Emma sorriu vitoriosa Viu? — Apenas sobre o namoro de Jú e Meggie, porém, elas são novas ainda e temos que esperar para ver se acontecerá alguma coisa entre elas.

— Bom... – Emma soltou uma longa respiração satisfeita Mas que eu tenho razão, tenho! — Teremos o natal todo para observar. – piscou.

— Pessoal! – chamou Cora assim que apareceu a porta – Vamos que o almoço está pronto.

— Todo mundo lavando as mãos antes de sentarem para comer. – Emma falou assim que se levantou Oba! Hora do almoço! — E não quero escutar nenhuma reclamação, principalmente das praguinhas e dos monstrinhos... E da mini versão de Hen. – sorriu ao ver sua neta fazer um bico Igual ao Hen quando criança! mas depois soltou um riso assim que seu pai a pegou no colo e começou a fazer cócegas. Regina e Emma apenas sorriam diante da cena.

—SQ-

— Ah lembrei... – falou Júlia toda feliz, enquanto almoçavam – Amanda, já que você gosta de saber histórias sobre a nossa família, você já escutou sobre o nascimento dos monstrinhos, mas quando minha mãe achou que a bolsa que havia estourado era outra e não a da gravidez?

Aquela informação fez os olhos de Amanda brilharem – Não inteira, por assim dizer, Tom me contou alguns detalhes, mas como ele era pequeno não lembra de muita coisa. – fez uma pausa – Mas claro que eu quero escutar a versão inteira. – abriu um sorriso.

— Ah loirão, agora você está perdida. – brincou Ruby rindo assim que se lembrou do vuco-vuco que foi aquele dia.

Um sorriso travesso surgiu nos lábios de Emma Como não lembrar daquele dia? Um dos dias mais felizes da minha vida! — Na realidade Amanda, aquele dia foi um alvoroço total, porque Ruby ficou com inveja e resolveu dar a luz ao Sam também.

— Sério? – a futura psicólogo olhou para a veterinária – Sabe, eu sempre me perguntei porque eles faziam aniversário no mesmo dia, mas pensei que fosse uma coincidência cósmica como tudo que vocês me contam. – brincou.

— Então Mandoca, senta que a história é longa. – falou Julia sorrindo triunfante. Os avós apenas riam com tudo que estava acontecendo, afinal para eles agora era apenas curtir o momento.

A festa corria bem, mas Regina estava se sentindo levemente indisposta – Eu vou me sentar um pouco. – avisou sua esposa.

— Está tudo bem? – Emma perguntou preocupada.

Regina apenas negou com a cabeça – Está, acho que é muito tempo em pé.

— Tudo bem, vá se sentar um pouco, qualquer coisa me chame. – deu um beijo nos cabelos de sua esposa. Regina apenas assentiu e foi se sentar em uma cadeira perto da janela.

— Por meus pacientes de quatro patas. – disse Ruby assim que se sentou ao lado de Regina na outra cadeira vazia – Meus pés estão me matando. – soltou uma longa respiração assim que se encostou na cadeira, se deixando relaxar no momento.

Regina riu do drama que Ruby fez, mas sabia perfeitamente o que ela estava sentindo – Pelo menos são apenas seus pés... – riu mais uma vez assim que Ruby a olhou – Eu, além dos pés, tem as costas e o peso em dobro. – se levantou para dar alguns passos para o lado e voltar na direção contrária, passando a frente de Ruby.

— Você está bem? – perguntou olhando para a amiga.

— Sim, estou. – respondeu Regina voltando a se sentar – Acho que é a empolgação da inauguração. – fez sinal para um garçom lhe trazer água – Daqui a pouco passa. – tomou um gole de água. Ela e Ruby se envolveram em uma leve conversa e descontraída. Já havia se levantado e caminhado um pouco novamente, havia esvaziado seu copo de água, mas a sensação continuava ali, e por fim havia voltado para seu lugar novamente.

— Melhor? – perguntou Ruby vendo sua amiga ainda um pouco incomodada.

— Um pouco... Mas a sensação ainda não passou. – respondeu Regina com as mãos em sua grávida barriga – Hey, meninos, por favor, me deem uma trégua... – acariciou a barriga – Logo estaremos em casa e vocês poderão descansar. – disse para seus meninos.

— Tem certeza? – Ruby estava olhando ainda preocupada. Regina apenas assentiu com a cabeça, quando seus olhos se arregalaram – O que foi? – pânico era evidente em sua voz, ao mesmo tempo em que se levantou e se aproximou de sua amiga.

A morena olhou para baixo de sua cadeira e viu um pouco de água – Minha bolsa estourou. – disse e sua voz estava levemente em pânico – Meus bebês estão nascendo! – disse olhando para a sua amiga – Meus bebês estão nascendo! Cadê a Emma?

Ruby, em completo pânico, procurou por Emma, mas não a estava achando. No segundo seguinte, avistou e chamou a filha de Emma, que estava passando ali perto – Júlia! – gritou pela sobrinha e sinalizou para se aproximar – Chame Emma! Fale para ela vir aqui urgente. Diga que a bolsa Regina estourou. – pediu e voltou sua atenção para sua amiga.

— Meus irmãos estão nascendo? – perguntou Júlia ansiosa, vendo sua mãe com as mãos em sua barriga, e Ruby apenas assentiu enquanto tentava se acalmar e acalmar Regina ao mesmo tempo. A menina assentiu com a cabeça e saiu em disparada procurando por sua mãe loira – Mãe! – chamou assim que a viu e começou a se aproximar – Mãe! – chamou de novo assim que parou ao lado de sua mãe loira.

— Sim, Jú? – Emma disse voltando sua atenção para a filha. A loira estava conversando com algumas pessoas que haviam sido convidadas.

— A bolsa da mamãe estourou. – disse a menina olhando para a sua mãe, já pegando na mão para começar a puxá-la se fosse preciso – Ela está precisando de você.

— Ah Jú, sem problema, qualquer coisa ela manda arrumar ou mesmo compra outra bolsa. – respondeu Emma não se atentando ao real significado do que sua filha havia dito – Isso não é importante no momento.

Júlia bufou irritada com a lentidão de sua mãe loira – Não é esse tipo de bolsa mãe. A bolsa dos bebês que estourou. A mamãe está tendo os bebês. Meus irmãos estão nascendo. – falou firmemente já puxando a sua mãe pela mão – Corre para ajudar a mamãe.

Os olhos de Emma se arregalaram cheios de surpresa – Por meu chapéu! – exclamou a loira dando o copo de bebida que segurava para a pessoa a qual conversava, e no segundo seguinte estava correndo até a sua esposa – Morena! – disse avistando sua esposa e rapidamente se aproximou – Calma, está tudo bem. – disse, olhou para Ruby, ao se abaixar para ajudar sua esposa – Por favor, Rubs, liga para Emilie e diga que estamos indo para o hospital agora. – falou ajudando Regina a se levantar da cadeira – Vem morena, com calma. – falou Emma tentando passar uma calma que não tinha naquele momento, Kathryn percebeu uma estranha movimentação e imediatamente se aproximou.

— Por meus clientes, os bebês estão nascendo! – anunciou alto o suficiente para muitos ali perto escutarem. Aquela notícia parou tudo ali perto, e o silêncio foi tomando a festa ao ponto de pará-la por completo e chamaram a atenção de todos os presentes para o casal. Cora e George, que conversavam com Terry e Trisha assim que ouviram que Regina estava tendo os bebês se apressaram e no segundo seguinte estavam ao lado das mulheres.

— Vem que eu ajudo, Emma. – George estava do outro lado de Regina, ajudando sua filha a levar a esposa para a pick-up com Cora e Kathryn no encalço.

— Vamos morena, que vou te levar para o hospital. – falou Emma andando com sua esposa na direção da porta, por sorte ela havia parado a pick-up perto da pousada – Pai... – começou, mas foi interrompida pelo seu pai.

— Não se preocupe filha, cuidaremos dos meninos e assim que der, iremos para o hospital. – respondeu George ao abrir a porta do veículo para Emma ajudar Regina a subir no mesmo.

— Emilie falou que está te esperando. – anunciou Ruby assim que conseguiu alcançar o pessoal.

— Muito obrigada, Rubs. – agradeceu Emma – Assim que tiver alguma notícia eu ligo. – informou sentando a frente do volante, no segundo seguinte a pick-up saiu em disparada para o hospital.

— Por meus futuros casos! – Amanda se acabava de rir – Confesso que a história da guerra na lama e a briga pelo buquê ainda são as duas primeiras colocadas, mas essa se tornou a terceira na posição, porque achar que foi a bolsa de dinheiro que estourou, é muito engraçado.

Emma ria – Para ser sincera, história é o que não falta nessa família imensa e louca. – fez uma pausa – O senhor Sullivan tinha pesadelos conosco durante as gestações. – brincou. Amanda apenas olhou para a loira – Porque era uma noite sim e a outra também, as vezes até duas vezes na mesma noite que fazíamos visitas na casa dele para que pudéssemos comprar os desejos que tanto Ruby, Kathryn e Regina tiveram.

— E eu amo essas histórias? Com certeza eu amo. – falou Amanda tomando um gole de seu suco – Mas vocês falaram que o Sam também nasceu no mesmo dia.

— Ah essa eu conto. – Ruby abriu um sorriso travesso.

Ruby abriu os olhos, sonolenta, mas com o cenho franzido – Mas que coisa... – estava sentindo uma sensação estranha. Ficou alguns instantes acordada para ver se aquela sensação passava. Ao perceber que não adiantou muito, a veterinária se sentou na cama, respirando profundamente, quase uma bufada cada respiração.

— O que foi Ruby? – perguntou Kathryn ao perceber a movimentação estranha de sua esposa no meio da noite. Acendeu a luz do abajur e olhou para sua esposa – Está tudo bem? Você está sentindo alguma coisa? – perguntou com certeza preocupação em sua voz.

— Então, eu não sei... – respondeu a morena confusa – Estou sentindo uma sensação estranha e não sei o que é. – explicou, puxando seus cabelos para fazer um coque e tentar se refrescar. Suas mãos abanando seu rosto.

— Talvez sejam todas as emoções da noite. – arriscou Kathryn se levantando e indo ao banheiro para pegar um copo de água para sua esposa – Talvez um pouco de água ajude a você se refrescar e essa sensação passar.

— Talvez você tenha razão. – veio o comentário do outro quarto, junto com o barulho da coberta sendo removida – Ow por céus! – exclamou a morena em pânico.

Aquilo fez Kathryn sair rapidamente do banheiro – O que foi Rubs? – perguntou vendo a cara de espanto de sua esposa.

Ruby apenas olhou para suas pernas, tanto o colchão quanto o lençol, coberta. Todos molhados. Com a luz do segundo abajur acesa dava para ver melhor no quarto – Minha bolsa estourou. – anunciou ainda olhando para suas pernas.

Os olhos azuis de Kathryn se arregalaram em pânico – Por meus casos!! – deixou o copo sobre um móvel qualquer no quarto e começou a andar para todos os lados do quarto sem um objetivo específico, feito uma barata tonta – O que eu faço? – soltou a pergunta ao olhar para sua esposa – Ai socorro! – exclamou em pânico praticamente girando ao redor do quarto. Totalmente perdida.

— Me leva para o hospital, oras! – a veterinária trouxe sua esposa para si novamente. Kathryn parou e a olhou – Nosso filho está nascendo, e não quero que ele nasça aqui no quarto. – disse Ruby tentando se levantar da cama.

Kathryn no segundo seguinte estava a lado de sua esposa – Vem, me deixe ajudá-la. – passou o braço ao redor de sua esposa. Assim que elas estavam passando a frente do quarto de Meghan, a porta se abriu.

— O que está acontecendo? – a menina perguntou esfregando o olho, em claro sinal de sono – Porque os gritos?

— Meggie! – exclamou Kathryn surpresa.

— Sam está nascendo. – disse Ruby segurando a parte baixa de sua barriga.

Aquela notícia fez a menina acordar por completo – Meu irmão está nascendo! – exclamou feliz.

— Sim. – confirmou Kathryn ajudando Ruby a descer as escadas – Tome, pegue o meu celular e ligue para o hospital e diga que sua mãe está indo para lá imediatamente. – pediu olhando onde tinha colocado as malas prontas, assim que ajudou Ruby a entrar no carro e correu para pegar as malas.

— Pronto! Eles já estão avisando a médica. – disse Meghan devolvendo o celular para sua mãe loira – E agora?

— Agora vá para a casa de Regina, que os tios estão lá... – fechou o porta-malas e caminhou na direção do lado do motorista – Diga que assim que der daremos notícias. – entrou no veículo. A menina assentiu e saiu correndo na direção da casa mencionada. No segundo que Kathryn viu Meghan entrar na casa de suas amigas, saiu em disparada para o hospital.

— Tudo bem, agora eu entendi... – falo Amanda enquanto ajudava a lavar a louça do almoço, depois que terminaram – Mas a médica conseguiu fazer os três partos ao mesmo tempo?

— Não foram os três ao mesmo tempo... – falou Regina guardando a louça que estava recebendo seca das mãos de Kathryn – Georgie e Ben, nasceram com uma diferença de uma hora ou um pouco mais par ao Sam, então apesar de ter sido cansativo, Emilie conseguiu fazer os três partos sem problema, porque teve um intervalo entre os gêmeos e Sam.

A conversa se estendeu por mais um pouco de tempo até que cada grupo dispersou para um canto da casa, para conversarem ou mesmo descansarem até dar a hora dos preparativos para a ceia.

—SQ-

Júlia estava sentada na cama, enquanto Meghan tomava banho. As duas estavam no quarto na casa das mães da veterinária. Em suas mãos, a caixinha com o par de alianças – Não tem um momento especial em específico... – murmurou as palavras de sua mãe loira – O momento especial é você quem faz... – murmurou novamente – Só você saberá quando esse momento for especial... – soltou um longo suspiro – Esse é o problema mães, eu não sei se esse momento já não passou e eu aqui esperando feito uma tola... – soltou outro suspiro profundo. Ficou mais alguns minutos olhando fixamente para o par de alianças quando escutou passos no corredor, então fechou a caixinha e a guardou dentro da mala novamente, que estava ao pé da cama.

— Sua vez de tomar banho. – falou Meghan assim que entrou no quarto, vestia uma camiseta e um shorts, enquanto a toalha vinha segurada na mão – Vá antes que alguém resolva ir primeiro. – brincou e sentou ao lado de Júlia – Está tudo bem? – viu sua namorada pensativa.

A médica sacudiu a cabeça levemente e então abriu um sorriso – Sim, está tudo bem. – deu um beijo na bochecha e se levantou – Vou para o banho antes que alguém pegue o banheiro. – piscou e pegou sua toalha saindo do quarto no segundo seguinte.

Meghan apenas olhou para a porta pensativa – Tem alguma coisa acontecendo com a Jú... – murmurou preocupada – Preciso achar um jeito de fazê-la se abrir comigo. – soltou um suspiro longo – Melhor começar a me arrumar... – se levantou e foi na direção da sua mala pegar a roupa que iria usar naquela noite.

—SQ-

A casa estava animada com todo mundo festejando. Havia vários grupos espalhados pela casa. O grupo das crianças menores, dos adolescentes, do pessoal dos casaizinhos, dos pais e mães, dos avós. Uma música com tema natalina preenchia o ambiente. A casa toda decorada com enfeites natalinos. Uma imensa mesa estava abarrotada de comida que o pessoal ia se servindo ao longo da noite. A alegria naquele ambiente era contagiante. John contando suas aventuras de quando moço, e Amanda toda maravilhada com elas.

Emma estava um pouco afastada de todos, tinha um copo de eggnog, ou mais conhecida como gemada alcoólica. Ela olhava a tudo, com um sorriso nos lábios, só não era maior porque estavam faltando algumas pessoas de sua família ali naquele momento Como amo momentos assim, pena não estar todos aqui! A loira estava tão concentrada em seus pensamentos que só despertou quando sentiu um par de braços a envolver pela cintura por trás.

— No que pensa, minha loira? – perguntou Regina olhando atentamente para sua esposa Será pensamentos do passado? Espero que não!

Sorrindo a loira passou um braço por seus ombros e a trouxe para um abraço aconchegante Penso em nada especial! Regina nem recusou, se aconchegou melhor no abraço de sua esposa – Penso que está na hora da tradição natalina. – ergueu o seu copo com a gemada e apontando para sua família – Vamos começar?

— Que seria? – Regina quis saber Emma e suas loucuras!

— Que beijar a pessoa que ama debaixo daquele visgo todo natal nos trará sorte, felicidade e tudo de bom. – acrescentou Emma sorrindo feliz – Vamos?

— Só se for agora. – disse Regina segurando a mão de sua esposa e caminhando para debaixo do visgo. Passou seus braços ao redor do pescoço de Emma, que imediatamente envolveu a cintura de sua morena – Que comece a tradição. – brincou e uniu seus lábios com os de sua loira em um beijo carinhoso Gostei dessa tradição!

— Mas o que as duas divas estão aprontando? – Daniel sorrindo quis saber, assim que parou ao lado das duas mulheres.

— Começando uma tradição muito importante. – respondeu Emma sorrindo, assim que terminaram o beijo Que espero que perdure por muitos anos!

— Tudo bem, eu não me importaria de vocês dividirem conosco. – brincou o paisagista.

Regina riu Ah esse Daniel! — Para você eu conto. – piscou travessamente – Começar uma tradição de sorte dando um beijo na pessoa que você ama debaixo desse visgo. – apontou o dedo para o pedaço de ramo.

Imediatamente o paisagista abriu um imenso sorriso – Divas sapatônicas, sabe que eu amei essa tradição... – procurou por seu esposo – Kiki! Venha aqui. – chamou assim que o encontrou – Não demore.

— Oi? – perguntou Killian assim que se juntou aos três.

— Vamos dar continuidade na tradição... – foi apenas o que disse, olhou para suas amigas – Nos dê licença, divas sapatônicas, que agora é a nossa vez.

Emma riu Entra ano e sai ano e ele continua o mesmo! — Sim, os divos viadônicos. – brincou.

Daniel riu – Com muito orgulho. – segurou o rosto de seu marido e debaixo do visgo lascou o maior beijo – Pronto! Mais um ano de sorte. – piscou para seu marido, que riu e decidiu perguntar depois para Emma e Regina do que se tratava – Próximo! – chamou mais alto.

— O que foi gazela esganiçada. – brinco Ruby ao se aproximar – Próximo no que?

Daniel brincou revirando os olhos – Ai essa diva tapada... Próxima no beijo debaixo do visgo e continuar a tradição.

— Adorei. – disse Kathryn já se enlaçando a sua esposa.

— Mas na frente de todo mundo? – brincou a veterinária.

— Ah Rubs, vai bancar a tímida nesse exato momento? – Emma falou com ironia Era só o que faltava, Rubs toda tímida a essa altura da vida!

— Muito falatório. – brincou Daniel – Vamos logo e para continuarmos a tradição.

Kathryn e Ruby riram e resolveram não dizerem nada e apenas trocarem um beijo suave e carinhoso.

— Ai não acredito que vocês quatro trocaram beijo de virgens. – Daniel não perdeu a oportunidade de brincar com as amigas.

— E você de depravada. – rebateu Ruby rindo.

— Adoro. – piscou travessamente para a veterinária.

— O que vocês estão fazendo? – perguntou Tom vendo aquela pequena reunião.

— Meu garoto, vem aqui e traga aquela diva maravilhosa da sua namorada que vocês irão participar da tradição também. – falou Daniel e explicou para o sobrinho. Amanda prontamente aceitou e deram um beijo carinhoso debaixo do visgo. Não contente, Daniel foi chamar todos os casais da casa. Henry e Violet. Elsa e Zelena. Cora e George. Péppe e Eugenia – Vocês duas também. – falou para Júlia e Meghan – Logo vocês serão as próximas.

Júlia percebeu que aquele seria o momento perfeito para fazer o pedido e nunca agradeceu pela impulsividade em pegar a caixinha no último segundo antes de sair do quarto e deixa-la dentro do bolso de sua roupa – Acho que só sobrou a gente agora. – brincou a cardiologista.

— Não podemos fugir da tradição. – brincou Meghan rindo, quando as duas pararam debaixo do visgo.

— Pessoal... – chamou Daniel todo feliz, assim que olhou para seu relógio – Trinta segundo para a meia noite.

Júlia olhou profundamente para sua namorada – Megan... – começou em tom sério – Sei que passamos por muitas coisas... – tirou a caixinha do bolso.

— Oh por meu chapéu! – exclamou Emma percebendo o que estava acontecendo. Regina apenas colocou os dedos sobre sua boca, em surpresa É agora!

— Vinte e um! Vinte! – Daniel foi contando, mas sorrindo abertamente ao perceber o que estava acontecendo.

— E que ainda teremos muitas coisas para passar... – respirou fundo – Também sei que já moramos juntas...

— Quinze! – o paisagista contou. Kathryn e Ruby não conseguiam falar nada diante da cena.

— Que conversamos muito sobre casamento, filhos... – fez uma breve pausa – Mas eu quero muito poder te chamar de minha esposa. – mostrou a caixinha e a abriu mostrando o par de alianças – Meghan Lucas-Midas, você me daria a honra de ser a minha esposa? Você quer casar comigo?

— Dez! Nove! Oito! – Daniel começou a contagem final, mas um imenso sorriso em seus lábios.

— Aceita? – Júlia perguntou cheia de nervosismo pelo silêncio de Meghan.

— Cinco! – veio a voz de Daniel.

— Aceito. – Meghan sorriu finalmente e imediatamente seus olhos umedeceram com lágrimas que surgiram repentinamente, enquanto a cardiologista colocava a aliança em seu dedo.

— E pela tradição do natal... – Emma sorriu, fazendo Regina também olhar Teremos mais um casamento a vista!

— Três! Dois! – Júlia se inclinou a frente e selou seus lábios com de sua, agora noiva, em um beijo terno – Um! – terminou Daniel todo sorridente – Feliz Natal!

Depois que se separaram, Meghan pegou a outra aliança da caixinha e colocou no dedo de sua noiva – Eu te amo, Jú. – se declarou.

— Eu também te amo, Meggie. – abraçou sua noiva fortemente.

— Agora de acordo com a tradição todos teremos mais um ano de sorte e felicidade. – comentou Regina olhando apaixonadamente para sua esposa Além dos que já tivemos!

Emma olhou para sua amiga de infância É agora! — Pode passar, Rubs. – estendeu a mão, sorrindo abertamente.

— Argh Meggie, eu não acredito que você deixou a Jú te pedir em casamento primeiro. – disse passando uma nota de um dólar para a amiga – E você, sua larápia, sabia que sua filha faria o pedido, já que a ajudou a escolher as alianças.

— Opa! Segura os cavalos aí. – brincou Emma Sabia das alianças, mas achei que Jú tivesse amarelado no pedido! — Nossa aposta foi muito, mas muito antes de Jú resolver comprar a aliança. Então não trapaceei.

— Eu não acredito que vocês fizeram uma aposta? – disse Daniel inconformado.

— Eu também não acredito. – Júlia se juntou ao tio na reclamação.

Um sorriso travesso surgiu nos lábios de Daniel – Apostaram e nem me falaram nada? Belas amigas que vocês são.

— Tio? – resmungou Júlia perplexa naquele momento.

— Ah Jú, meu amor, me perdoe, mas eu fui excluído dessa aposta. – respondeu o paisagista ainda indignado – Mas tudo bem, não levarei isso para o coração.

— Mas já levou. – Ruby riu da cara do amigo.

— Tom, eu já disse que amo esses acontecimentos na sua família? – Amanda perguntou para seu namorado, que a abraçava por trás – Esses momentos fazem a minha família parecer tão normalzinha. – riu.

— Mas sua família também é maravilhosa, porque ela me deu um amigo e ótimo parceiro de time, e uma namorada fantástica. – disse Tom olhando para sua namorada – E se continuarmos nesse ritmo, logo você fará parte da família também.

— Aahh que coisa linda. – sorriu toda apaixonada – De onde você tirou isso?

Tom sorriu de lado e olhou para suas mães, que estavam abraçadas rindo e conversando com os amigos de longa data – Aquelas duas ali, a morena e loira – apontou para suas duas mães – Me ensinaram e muito nessa vida, e continuam me ensinando até hoje. – sorriu – Mas vamos que temos que parabenizar as mais novas noivas dessa família. – caminharam na direção da irmã e cunhada.

— Jú! Meggie! – Henry exclamou sorrindo abertamente para as duas mulheres – Ah que coisa maravilhosa. – abraçou as duas mulheres ao mesmo tempo – Desejo muitas felicidades a vocês.

— Quem diria, não? – brincou Tom ao se aproximar – Que vocês duas iriam se apaixonar e então engatarem um noivado. – disse feliz e dando um abraço em cada mulher – Desejo muitas felicidades. – sorriu para as duas mulheres.

— Parece roteiro de filme. – disse Amanda sorrindo feliz também, depois de abraçar as duas mulheres.

— Roteiro de filme é a histórias de nossas mães. – respondeu Meghan sorrindo feliz, e apontando para as quatro mulheres – Do vô John...

— Ah Meghan, não diminua a história de vocês duas. – pediu Amanda – Vocês também têm uma história tão linda.

As felicitações não acabaram e continuaram por parte de todos, e a festa continuou agora sem mais grandes emoções.

— Hey diva ruiva, por que está tão quieta hoje? – Daniel se aproximou de Zelena.

— Apenas pensativa e me maravilhando com tudo que está acontecendo. – disse sorrindo – E outra, a nossa vez de sermos protagonistas já passou, agora é a vez da próxima geração. – apontou para a própria filha com o marido, as recém noivas.

— Meu bem, eu sempre serei protagonista. – brincou o homem, então desfez o sorriso soltando um longo suspiro – Eu sei que é a vez da próxima geração brilhar, mas não podemos esquecer que também estamos vivos, porém sempre podemos brincar. – piscou para a amiga que lhe sorriu.

Aos poucos a festa foi terminando, primeiro a ir embora foram os avós. Depois Henry e família, uma vez que Amy está dormindo a muito tempo, mas preferiram voltarem para casa, mesmo Emma e Regina oferecerem para eles dormirem na fazenda. O casal prometeu que voltariam para o almoço no dia seguinte. Logo em seguida foram Elsa e família. E os que ficaram foram aos poucos se recolhendo para dormirem.

A casa estava em silêncio total agora, apenas Tom andando por ela, indo atrás de seu copo de água habitual no meio da noite. Então sem sono, decidiu se sentar um pouco na varanda e pensar em tudo e ao mesmo tempo em nada. Ele estava feliz por sua irmã e Meggie, agora noivas. Estava feliz por seu irmão Henry que havia começado a construir sua família. Estava feliz por Lucy, mesmo ela não estando ali para comemorarem o natal, afinal ela estava correndo atrás de seu sonho. Estava feliz porque seus irmãos mais novos Ben e Georgie logo iriam para a universidade. Estava feliz por ver duas irmãs caçulas tão grande e tão parecidas com suas mães. E claro, estava muito feliz por ele, afinal havia sido campeão pela segunda vez com seu time do coração e tinha uma namorada maravilhosa.

— Hey! – chamou Amanda ao colocar a cabeça para fora e ver seu namorado ali sentado, contemplando a vista – Sem sono?

— Hey, senta aqui. – pediu o rapaz e abriu o braço com o cobertor para acolher sua namorada, que não pensou duas vezes e se deixou abraçar e ficar aquecida – Eu te acordei?

— Não... Fui ao banheiro, muito refrigerante. – brincou – Quando voltei vi, que você não estava no quarto, já que a sua porta estava aberta e quase tiver certeza de que estaria aqui. – sorriu e se aconchegou melhor contra o corpo de Tom.

O rapaz soltou uma longa respiração – Estava pensando aqui, em tudo e em nada ao mesmo tempo... E lembrando de um natal muito antigo... Na realidade nem sei porque esse natal em específico me veio a mente...

— Quer falar sobre? – perguntou assim que olhou para o rosto do namorado.

— Você vai me analisar? – brincou ele passando a mão carinhosamente pelo braço de Amanda.

A moça riu – Prometo não fazer nenhuma análise, apenas te ouvir.

Tom soltou um suspiro – Esse natal aconteceu a muito tempo atrás, pois éramos menores, mas já entendíamos o que acontecia ao nosso redor... – começou – Acho que a história que a minha mãe Emma contou sobre ela, talvez me marcou profundamente...

— Você quer contar? Você pode contar? – perguntou Amanda.

— É uma história que mexia muito com a minha mãe, agora ela consegue lidar melhor com a situação... – falou Tom – Talvez por sermos a maioria adotados, talvez eu a entenda...

— Vai me contar a história? – pediu.

— Nós, eu, Hen e Jú queríamos ver o Papai Noel pela primeira vez, então resolvemos que iríamos nos esconder e ficar esperando.

Emma caminhava lentamente pela casa sem fazer barulho e agradeceu pelos cachorros estarem dormindo tranquilamente. Por precaução a loira havia se vestido de Papai Noel e estava indo colocar os presentes debaixo da árvore. Soltou um suspiro ao lembrar de seu pai e John brigando para ver quem seria o Papai Noel, mas que por fim não chegaram a um acordo e sobrou para ela.

Assim que entrou na sala onde a árvore estava toda enfeitada e com o pisca-pisca funcionando sorriu, sem pressa se aproximou da árvore, então viu o prato de cookies e o copo de leite. Aquilo fez a loira sorrir mais ainda ao se lembrar de suas gêmeas “conspirando” que elas tinham que colocar os cookies e o leite para o Papai Noel, e que elas iriam esperar acordadas por ele. Claro que elas foram as primeiras a caírem de sono depois de um dia bem agitado.

Emma pegou um cookie e o colocou em boca, enquanto ia mastigando, se ajoelhou no chão e abriu seu saco de presentes e com cuidado ia colocando os mesmos debaixo da árvore juntamente com os de seus convidados. Pegou mais um cookie e o devorou em questão de segundos. Assim que terminou de arrumar os presentes, soltou um suspiro e se sentou no chão. Acabou tirando a barba falsa e o gorro do Papai Noel e ficou imersa em seus pensamentos que nem escutou quando sua esposa se aproximou.

— Hey! – chamou Regina ao perceber sua esposa longe em pensamentos. Em pânico, Emma tentou colocar o gorro no rosto e a barba na cabeça, claro que em vão, o que fez a advogada sorriu – Calma, que sou eu... Todos dormem tranquilamente. – se sentou ao lado de sua esposa – Já terminou?

Emma suspirou aliviada – Hey! – disse ao ver sua esposa se sentar ao seu lado no chão – Sim, já terminei.

— O que você estava pensando? – quis saber sorrindo para os presentes arrumados debaixo da árvore.

— Apenas memórias do passado. – comentou a loira e devorou mais um cookie.

— É para o Papai Noel. – falou Regina ao ver sua esposa devorar o biscoito.

Emma a olhou – E eu sou o que nesse exato momento? – brincou dando uma piscada e terminando o cookie.

Regina sorriu travessamente, então soltou um suspiro – Quer me contar sobre as memórias do passado?

O silêncio pairou sobre elas por alguns segundos até finalmente a loira começar a falar – Não lembro ao certo se era o meu primeiro ou segundo natal depois que fui adotada por George e Ingrid... – fez uma pausa – Eu ainda tinha muito medo de ser levada de volta para o orfanato, mesmo que eles dissessem que não tinha mais como eu voltar para lá... – outra pausa para lidar com as emoções que estavam sentindo, afinal fazia muito tempo que não lembrava – Quando minha mãe falou que o Papai Noel viria, eu entrei meio que em pânico com receio dele me levar embora de volta para o orfanato, mesmo que meus pais dissessem que não tinha como isso acontecer. – soltou um suspiro – Medo bobo né? – abaixou seu olhar para os presentes, enquanto suas mãos apertavam o gorro e a barba.

— Eu não acho, afinal você ainda tinha suas inseguranças, o que é muito normal... Qualquer criança teria. – comentou Regina, enquanto fazia um carinho nos cabelos loiros de sua esposa.

Outro suspiro escapou dos lábios de Emma – Só sei que naquele natal eu estava decidida a lutar para ficar caso o Papai Noel aparecesse e quisesse me levar embora.

— Mas por que você achou que ele te levaria embora? – quis saber.

— Algumas crianças na escola, que não gostavam de mim, falaram que eu seria levada embora no natal pelo Papai Noel. – respondeu – E isso só me fez ter mais receio ainda. – parou de falar, Regina também não se pronunciou, apenas continuou com o carinho nos cabelos de sua esposa – Naquela noite eu escutei Ingrid e George conversando que o Papai Noel havia confirmado que viria para deixar meu presente. Eu nem consegui dormir tamanho era o meu medo, e quando a casa estava quieta eu fui até a sala e me escondi esperando o Papai Noel. Ele não demorou a aparecer, enquanto ele colocava o meu presente debaixo da árvore, uma raiva se apoderou de mim e eu sai correndo para cima dele. – riu com a lembrança – Falei que ele não iria me levar embora e pulei em cima dele.

— Você não fez isso? – questionou Regina rindo.

— Fiz e derrubei o Papai Noel. – comentou Emma rindo também – Então Ingrid apareceu assustada com o barulho e eu tentando bater no Papai Noel e dizendo que ele não ia me levar embora. Só lembro do George tirando a barba e o gorro falando que ele era o Papai Noel que ele nunca iria me levar embora. Que eu morava com eles e que nunca me deixariam ir embora. – fez uma pausa – Por fim acabamos conversando naquela noite, e por incrível que pareça eu fiquei contente em saber que meu pai era o Papai Noel e não um velhinho qualquer como todas as histórias diziam que era. – sorriu e pegou o último cookie do prato, mas dessa vez o molhou no leite e devorou o biscoito.

— Que história, minha loira. – falou Regina sorrindo amorosamente – E os natais seguintes?

— Foram sem problema nenhum, já que eu sabia que o Papai Noel não existia, que era meu pai que se fantasiava e essa era a magia que o natal me trazia quando criança.

— E agora? – perguntou mantendo o sorriso amoroso no rosto.

Emma olhou para sua esposa – A magia é que eu tenho a melhor família que eu poderia ter e estou aqui colocando os presentes para eles. E poder comemorar esse momento com todos vocês. – sorriu e se inclinou para selar seus lábios com os de sua esposa em um cálido beijo.

— Gosto de cookie. – brincou a advogada. Emma riu e tomou um grande gole de leite, deixando o restante no copo perto o prato vazio – Acho que agora podemos voltar para a cama, não? – questionou ao ver sua esposa se levantar e lhe ajudar a se levantar.

— Sim! – respondeu a loira sorrindo feliz. Voltaram para o quarto e não perceberam seus três filhos mais velhos escondidos, observando e escutando tudo.

— Então resolvemos nunca contar para nossa mãe. – terminou Tom soltando um longo suspiro – Porque sabíamos que era uma história delas, e também que talvez levássemos bronca por estarmos acordamos.

— Posso fazer uma pergunta um pouco invasiva? – questionou Amanda, emocionada pela história que havia escutado.

— Claro, o que você quer saber?

— Você saberia quantas vezes sua mãe foi devolvida para o orfanato? – quis saber.

— Se não me falha a memória, foram três vezes. – respondeu Tom e olhou para sua namorada – Tudo bem, faça a sua análise. – brincou.

Amanda riu – Não fiz análise nenhuma para sua decepção. – riu novamente – Mas eu entendo o sentimento que sua mãe sentiu quando passou o primeiro natal com os pais adotivos, assim como entendo o que você sente com relação a essa história... – fez uma pausa e riu – Isso não é uma análise, apenas um comentário... – explicou e Tom apenas assentiu com a cabeça e ela continuou – Natal geralmente remota a sentimentos íntimos, familiares, então é normal você, sua mãe Emma sentirem uma certa depressão, por causa que essa época é mais intimista, e ela causa esses tipos de sentimentos nas pessoas... – respirou – E quando as pessoas estão fragilizadas, tendem a serem mais sentimentais nessa época, assim como páscoa, ação de graças...

— Entendi. – murmurou Tom mais introspectivo no momento.

— De todas as histórias que já escutei sobre a sua família, confesso que essa é a mais triste, mas fico feliz que no final deu tudo certo. – sorriu – Sua Emma foi adotada por um casal maravilhoso, que tiveram muitos filhos fantásticos e que hoje esse “fantasma” não assusta mais ninguém nessa família.

— Nisso você tem razão. – concordou Tom sorrindo – Vamos para dentro? Que já não estou mais sentindo a minha bunda. – brincou parcialmente.

— Vamos que as pontas dos meus dedos dos pés estão dormentes por causa do frio. – se levantaram. Tom parou centímetros antes da porta – O que foi? – questionou Amanda curiosa.

— Obrigado. – sorriu e depositou um beijo nos lábios da moça. Amanda apenas sorriu e entraram na casa.

 


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Notas finais do capítulo

O natal chegou, assim como uma bagunça gostosa como sempre na casa na fazenda. Tivemos o pedido de casamento de Jú, o início de uma tradição na família e uma cena mais intimista de Tom e Amanda. E um breve lampejo de Emma e suas intuições com relação a Robbie e Alice huhuhu

Até a próxima!



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