Storybrooke escrita por Aquariana Doida


Capítulo 176
Capítulo 176 - Cartas das Universidades


Notas iniciais do capítulo

Pessoas lindas do meu coração estou de volta!!

Um pouquinho atrasada, perto dos capítulos anteriores, mas confesso que domingo bateu uma imensa preguiça, ao ponto de ficar deitada a tarde toda vendo tv!! Então voltei para a história na segunda!!

Agradeço a todos que comentaram, favoritaram e ao pessoal que acompanha dentro e fora da moita!! Muito obrigada!!

Mais um capítulo focado ainda em Meghan e Júlia. Sei que elas não são o casal principal, mas acho legal contar a história delas! Aos outros filhos eu passarei pelas histórias também, mas acho que não tão aprofundado como a delas!

Boa leitura e divirtam-se!!



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— Chegou! – Júlia falou animada e mais alto ao entrar na casa – Onde está todo mundo? – questionou ansiosa.

— Aqui na cozinha Jú! – veio a voz de sua Emma. Sem dizer mais nada a adolescente saiu correndo na direção da cozinha.

— Aliás, chegaram! – corrigiu Meghan, ansiosa também, com algumas cartas em mãos, assim como Júlia, seguindo sua amiga na direção da cozinha – Chegaram! – anunciou novamente assim que entrou e viu todos ali, abrindo o leque de cartas.

— Para que tanta gritaria? – quis saber Regina tomando um gole de café que Eugenia havia acabado de fazer.

— Nossas cartas das universidades chegaram. – respondeu Júlia ao se sentar ao lado de sua mãe loira e Meghan ao lado de sua mãe morena Entendo o sentimento, pois fiquei assim quando chegaram as minhas cartas também!

— Hoje é um grande dia então? – perguntou Emma pegando a caneca que Eugenia trouxe Minha filha está crescendo! Não quero mente! Não se tem o que fazer Emma! Eu sei mente, mas ainda quero ela pequena! Ela sempre será sua pequena! — Obrigada Bah. – agradeceu enchendo a caneca com o líquido preto.

— Obrigada vó! – Ruby também agradeceu dando um beijo na bochecha de sua avó, para logo em seguida encher com café.

— Sim, ou pelo menos nós esperamos que seja! – respondeu Júlia, começando a mostrar sinais de nervosismo – E se eu não for aceita em nenhuma universidade? – murmurou e suas mãos focaram levemente trêmulas – O que vou fazer?

— Hey! Não pense assim, é claro que você foi aceita em alguma universidade. – disse Emma tirando uma mecha do rosto de sua filha, e colocando atrás da orelha Claro que você será aceita! — Alguma universidade foi doida o suficiente para aceitar você e a Meggie. – brincou olhando para sua sobrinha, tentando descontrair o clima Doidas elas seriam se não aceitassem vocês!

— Com certeza você foi aceita alguma universidade, então não diga isso. – completou Regina, segurando a mão de sua filha por um instante, a apertou para depois soltar Você tem total capacidade para ser aceita em qualquer universidade! — Estamos todos ansiosos para saber também. – piscou.

— Mas qualquer coisa, você pode trabalhar aqui comigo. – brincou Emma novamente Vamos diminuir a tensão! — Meggie sei que pode ficar com Rubs e você acaba ficando comigo e o prazeroso trabalho burocrático e braçal da fazenda. – riu da cara que sua fez, era de piedade. Um dia nas férias Júlia resolveu acompanhar sua mãe pelos afazeres na fazenda. Ao final do dia Júlia decretou que não queria fazer aquilo nunca mais, pois havia morrido e só faltavam enterrar o corpo.

— Emma! Não diga isso! – repreendeu a advogada – Com certeza uma universidade aceitou nossa filha e sobrinha. – animou.

— Ah morena, estou dizendo isso para diminuir o nervosismo, pois eu sei que a nossa filha e sobrinha foram aceitas em todas as universidades que se inscreveram. – piscou para sua esposa, filha e sobrinha – Mas a vaga de emprego está aberta para as duas. – brincou mais uma vez e tomou um gole de café.

— Obrigada tia, mas tenho certeza de que pelo menos uma universidade nos aceitou. – disse Meghan olhando confiante para sua amiga – Mãe, você sabe que eu adoro trabalhar com você, mas sem os conhecimentos necessários acho um pouco limitado meu trabalho com você. – piscou para sua mãe, que apenas riu e assentiu com a cabeça.

O toque do celular de Regina soou pelo ambiente interrompendo o momento das meninas – É Maura. – informou assim que viu quem era – Oi Maura! – disse ao atender – Claro que lembro... Elas conseguiram as vagas? Que maravilha! – exclamou contente e continuou escutando – Não... Elas acabaram de chegar cheias de cartas das universidades... Ainda não abriram!... Elas iam fazer isso. – fez uma breve pausa – Tudo bem, depois peço para Jú te ligar e falar sobre tudo. – sorriu – Até mais. – desligou.

— O que Maura queria? – questionou Emma terminando seu café.

— Meninas, vocês lembram no natal que Maura comentou sobre um minicurso? – perguntou.

— Sim, lembro. Um na área médica e outro na veterinária, não? Para pessoas que ainda não entraram na universidade. – respondeu Meghan tomando um gole de café roubado de sua mãe morena.

— Esse mesmo. – confirmou Regina – Maura acabou de ficar sabendo que vocês conseguiram a vagas.

— Oba! – as duas adolescentes comemoraram.

— Mas... – continuou a advogada – Maura disse que o curso começa logo depois de vocês se formarem. – viu a animação diminuir um pouco Mal teremos nossas filhas aqui conosco antes de irem de vez para universidade! — Depois vocês podem ligar para Maura e saberem melhor sobre o curso. – sorriu e as adolescentes assentiram com um gesto de cabeça.

Kathryn não se aguentava mais de curiosidade então soltou – Vocês com certeza estão mais curiosas que nós, então vamos ver as respostas, por favor? – pediu já cheia de ansiedade.

As duas adolescentes assentiram com a cabeça, e deram uma olhada melhor nos remetentes – Harvard... Stanford... Yale... Califórnia... John Hopkins... São Francisco... Estão todas aqui. – comentou Júlia soltando um longo suspiro – Todas que eu enviei o formulário de inscrição.

— Não sabia que havia se inscrito em tantas Universidades. – comentou Emma surpresa, colocando mais um pouco de café em sua caneca Achei que ela iria se inscrever duas apenas! — Eu achando que você havia se inscrito em duas apenas.

— Eu quis me inscrevi em várias para aumentar a chances de uma delas me aceitar. – respondeu Júlia com um sorriso travesso nos lábios Boa jogada!

— Eu cursei Stanford. – comentou Regina empolgada, ela sabia que a filha se inscreveria em muitas, mas não sabia quais seriam as universidades – Aliás, Kathryn e eu somos formadas lá. – sorriu ao se lembrar daquela época Bons tempos aqueles!

— Eu sei mamãe. – disse Júlia sorrindo para sua mãe morena – A tia Katy contou. – terminou e a advogada loira tinha um sorriso orgulhoso no rosto.

— E você Meggie? – perguntou Ruby, e Eugenia aproveitou para se sentar ao lado da bisneta, assim que terminou seus afazeres na pia devido ao café.

— Eu me inscrevi em... – foi vendo suas cartas – Virginia Tech... Oklahoma... Flórida... – fez uma pausa, suas mãos estavam tremendo – Pennsylvania, Ohaio e Maine.

— Eu cursei Maine. – comentou Ruby feliz por sua filha ter se inscrito na mesma universidade que ela. Assim como Regina, ela sabia que sua filha iria se inscrever em muitas universidades, mas não sabia quais.

— Eu sei, e é por isso que gostaria de ir para a Universidade de Maine. – disse Meghan com um sorriso. Aquilo aqueceu o coração de Ruby, que afagou o cabelo castanho da filha, enquanto mantinha um sorriso carinhoso no rosto.

Emma também estava surpresa – Vocês duas se inscreveram em várias universidades.

— Somente as melhores nos cursos que queremos. – disse Júlia sorrindo orgulhosa Muito bom!

Regina assentiu com a cabeça – Muito bem, então vamos abrir as cartas e ver as respostas. – agora era ela que estava ansiosa para saber Quero saber para que lado do país a minha filha vai! — Já não me aguento mais de ansiedade em saber.

— Quem vai primeiro? – quis saber Eugenia que até então estava em silêncio, assim como Cora e George, que apenas observavam tudo com sorrisos nos rostos.

— Pode ir Meggie. Eu deixo você ir primeiro. – respondeu Júlia ainda olhando para suas cartas intactas sobre a mesa.

A outra adolescente assentiu com a cabeça e começou a cortar o papel de cada envelope. Pegou o primeiro, as mãos trêmulas ainda – Aceita em Virginia... – pegou a segunda carta, as mãos ainda um pouco trêmulas – Também aceita na Universidade da Flórida... – abriu as outras e foi lendo rapidamente, e suas mãos já não tão trêmulas mais – Em Pennsylvania, Ohaio e Oklahoma não fui aceita... – fez uma pausa e respirou fundo e pegou a carta para que seria a principal opção e desejo – Prezada senhorita Meghan Lucas-Midas... – começou a ler a carta em voz alta até finalmente chegar no que queria – É com muita satisfação e notoriedade que nós, da Universidade do Maine, aceitamos a sua inscrição para o curso de Medicina Veterinária... – parou de ler em voz alta, seus olhos se arregalaram incrédulos, então olhou para todo mundo – Eu fui aceita! – comemorou feliz, erguendo os braços, e quase rasgando o papel.

— Parabéns minha filha! Minha filhotinha irá estudar na mesma universidade que eu! – parabenizou Ruby dando um forte abraço na filha. Eugenia nem disse nada, apenas abraçou as duas. Depois foram George, Emma, Regina e Júlia que deram abraços na adolescente.

Por último Kathryn – Ah minha filha vai seguir seus sonhos. Ela está crescendo! – deu um beijo nos cabelos castanho com mechas – Parabéns!

— Agora é você, Jú. – falou Meghan segurando apenas a carta da universidade de Maine – Veja suas cartas. – ela tinha um imenso sorriso nos lábios por ter sido aceita na universidade que tanto queria.

— Vamos lá... – soltou uma respiração longa para se acalmar, então começou a abrir as cartas. Deixou a de Harvard por último. Percorreu os olhos nos papéis – São Francisco e John Hopkins eu não fui aceita. – respondeu ao abrir essas duas cartas primeiro, soltou um suspiro desanimador Calma que ainda tem mais algumas chances! — Vamos ver o restante... – abriu o resto das cartas – Califórnia, Stanford eu fui aceita... – deixou de lado, separadas, e abriu um sorriso feliz – Pelo menos eu já tenho para onde ir, e não vou precisar do emprego aqui na fazenda. – piscou para sua mãe loira, e Regina soltou uma pequena risada Espertinha essa Jú, respondendo na altura de sua mãe loira!

— Mas é do outro lado do país, eu não sei se vou conseguir ficar tão longe assim de você, minha filha! – Emma se exasperou e fez um pequeno drama Se realmente ela quiser ir para o outro lado do país darei meu total apoio!

— Emma! – Regina a repreendeu mais uma vez, surpresa com aquele pequeno drama – Temos que ficar felizes por Jú ter sido aceita e não ficar reclamando. – completou Será difícil ter Jú tão longe, mas se ela quiser ir terá meu total apoio!

— Estou apenas brincando, mas é claro que estou feliz por ela ter sido aceita. Mesmo que seja lá do outro lado do país. – comentou Emma dando um abraço de lado na filha, e um beijo nos cabelos. Depois olhou para Meghan e viu uma leve tristeza, apesar do sorriso estampado no rosto Separadas por um continente agora será difícil mesmo esse namoro engatar! — Mas continue, que algo me diz que você quer uma universidade em específico.

Júlia apenas assentiu com a cabeça e abriu a penúltima carta – Prezada senhorita Júlia Swan-Mills... – começou a ler a carta – É com muita satisfação, notoriedade e honra que nós da Universidade Yale temos a felicidade em informar que a sua inscrição para o curso de Medicina foi aceita... – parou de ler em voz alta, suas mãos tremendo mais agora – Eu fui aceita! – comemorou feliz.

— Ah Yale pelo menos é bem mais perto que a Califórnia. – comentou Emma com um sorriso travesso nos lábios. Regina apenas ergueu uma sobrancelha para sua esposa O que?? Mas é verdade! — Ah morena, fale que você quer a sua filha lá do outro lado do continente?

Regina soltou um suspiro Não quero! — Não quero, mas se for desejo de Jú, não podemos impedi-la... – olhou para sua filha – Mas sua mãe tem razão, Yale é bem mais perto que Stanford. – sorriu brincalhona, e foi a vez de Júlia erguer uma sobrancelha – Só estou dizendo. – riu, fazendo todos rirem também.

— Essa última carta? – perguntou Cora – Eu vi você a deixando por último. – colocou a mão sobre a de sua neta – Eu tenho certeza que você foi aceita em Harvad.

— Mas se eu não for vovó, pelo menos eu fui aceita em Yale, que é era a minha segunda opção. – sorriu para sua avó, piscou para suas mães – E terceira opção Stanford.

— Mas abra e vamos ver o que diz. – disse Emma colocando a sua mão sobre a outra mão de sua filha Espero que você tenha sido aceita na universidade que quer ir! — E Connecticut não é tão longe assim mesmo. – piscou para a filha que sorriu – Abra a última carta.

Júlia assentiu novamente e soltou uma longa respiração. Pegou o papel dentro do envelope e o abriu sem pressa, suas mãos trêmulas, mais uma longa respiração – Prezada senhorita Júlia Swan-Mills... – começou a ler a carta em voz alta Fico tão feliz toda vez que Júlia pronuncia seu nome inteiro com orgulho! É muita felicidade mesmo Emma! ~ Ah mente fico tão feliz quando Júlia fala seu nome inteiro! É muita emoção Regina! — É com muita satisfação e orgulho que nós, da Universidade de Harvard, lhe damos as boas-vindas ao nosso grupo acadêmico médico. Nós, com muita honra, aceitamos a sua inscrição para o curso de Medicina... – parou de ler em voz alta mais uma vez. Seus olhos arregalaram felizes – Eu fui aceita! – comemorou feliz olhando incrédula para a carta – Eu fui aceita em Harvard! – olhou para suas mães – Eu vou para Boston. – sorriu para sua mãe loira.

— Boston com certeza é mais perto que Yale, e muito mais perto que Stanford. – comentou Emma sorrindo feliz Tinha certeza que ela conseguiria! apenas deu uma rápida olhada de canto de olho para sua sobrinha, e viu que aquela tristeza havia passado, mas mesmo assim havia algo melancólico, e claro, que ela estava muito feliz por sua amiga As cidades são mais perto, mas vamos ver qual será o desenrolar desse romance!

— Parabéns minha filha! – disseram suas mães ao mesmo tempo em que a abraçaram Boston é o mais perto, ainda bem! Mas extremamente feliz por Júlia ir para a universidade que tanto queria! — Eu sabia que você seria aceita. – falou Regina dando um beijo na bochecha de sua filha.

— Boston é mais perto ainda. – piscou Emma para sua filha Eu estou feliz demais que Jú irá para a universidade que tanto queria! Mas o melhor é que de todas, ela é a mais perto da fazenda, Emma! Mente isso é apenas um detalhe!

— Eu disse que você seria aceita, Jú! – falou Meghan dando um abraço de parabéns em sua amiga – Pena que vamos para lugares separados. – seu sorriso era feliz, mas sabia que os dias perto de sua amiga estavam contados.

— Sim, é uma pena. – concordou Júlia retribuindo o abraço – Pois você vai mais para o norte e eu mais para o sul.

— Pelo que entendi... – Eugenia se inseriu na conversa novamente, depois de dar um abraço na bisneta, assim como Ruby, Kathryn, George e Cora – A Meggie vai para Maine e a Jú para Harvard?

— Exato, vó. – confirmou Ruby com um sorriso orgulhoso nos lábios – Bom, pelo menos eu acho que é isso. – olhou para as duas garotas.

— É isso mesmo mãe. – confirmou Meghan sorrindo feliz – Eu vou para Maine e a Ju vai para Harvard, vó. – sorriu para a senhora, que apesar de saberem que Eugenia era bisavó, era tratada como avó.

— Ah... – comentou Emma chamando a atenção para si – Maine não é tão longe de Harvard. – brincou e piscou para as duas garotas, que imediatamente ficaram levemente vermelhas de vergonha Adoro esse amor adolescente! — E nós ficamos praticamente no meio do caminho. Podem voltar para cá mais frequentemente.

— Então espero visitas frequentes. – completou Regina sorrindo Só essas duas não vê que se amam! — Olhou para o relógio... Emma, está na hora de buscar o resto da prole. – brincou.

— Tudo bem. Daqui a pouco a casa da loucura ganha vida mais uma vez. – concordou Emma rindo e confirmando as horas. Levantou-se e colocou a xícara, agora vazia dentro da pia – A ida de vocês para a universidade que querem merece uma comemoração essa noite.

— Os seus outros avós ficarão louquinhos quando souberem, assim como seus irmãos. – comentou Regina se levantando Com certeza merece comemoração! — Ah e precisam ligar para Maura para conversarem sobre o curso e as respostas das cartas.

— Sim, mãe, nós faremos isso. – falou Júlia juntado todos os seus papéis, enquanto Meghan fazia o mesmo – Nós vamos lá para a sala de estudos, temos outra prova amanhã.

— Mas eu concordo com a Loirão, temos que comemorar. – Ruby também se levantou e viu Kathryn ao lado de Regina – Bom, daqui a pouco sua mãe estará de volta com seus irmãos e será só gritaria. – riu.

— Só acho que deveríamos comemorar com pizza! – exclamou Meghan sorrindo, assim que estavam a porta interna da cozinha.

— Acho muito mais do que justo comemorarmos com pizza. – comentou Regina saindo da cozinha indo na direção da sala para pegar sua bolsa e as chaves do carro feito para família grande para ir buscar os filhos Com certeza não teremos reclamação sobre o jantar sendo pizza! Kathryn havia sumido pela porta do fundo da cozinha indo para seu grande carro família também.

— Vem Jú, vamos jogar vídeo game. – chamou Meghan puxando a amiga pela mão na direção da sala de tv.

— Mas Meggie, e a prova amanhã? – questionou surpresa.

— Ah uma hora não fará diferença nos estudos. – respondeu Meghan olhando para sua amiga – Precisamos comemorar, e tenho o pressentimento que hoje eu ganho de você na corrida.

— Rá! – riu Júlia quase a porta da sala de tv – Mas não ganha mesmo! – entraram no local.

Emma e Ruby pegaram seus chapéus – Até mais tarde. – disseram e saíram pela porta dos fundos. No final acabou ficando somente Eugenia, Cora e George ali na cozinha.

— Estava tão bom a casa cheia... – comentou a cozinheira – Mas agora aos poucos ela vai começar a ficar vazia novamente. – completou com um suspiro saudoso.

— Mas enquanto a casa não fica vazia, vamos aproveitar ao máximo essa bagunça que nossos netos fazem. – comentou George recolhendo as xícaras e canecas foi para a pia e começou a lavá-las.

— Isso mesmo, vamos aproveitar que estão todos aqui ainda. – concordou Cora ainda sentada e sorrindo.

— Sim, vocês têm razão. – Eugenia se levantou caminhar na direção da porta dos fundos – Já que não precisarei fazer o jantar, vou descansar um pouco, minhas pernas estão pesadas hoje. –  anunciou e os dois amigos assentiram com um aceno de cabeça – Mas isso é o ciclo do vida. – abriu a porta, soltou um suspiro, e se virou para seus amigos de novo – Ah velho Henry iria adorar esse bando de netos que essas mulheres nos deram... – sem esperar uma resposta, fechou a porta atrás de si.

— Com certeza ele iria, assim como nós adoramos esses nossos muitos netos. Tanto de nossas filhas, quanto os do coração. – comentou George com um sorriso nos lábios. Cora apenas assentiu com um aceno, e acabou abraçando o braço de seu marido, quando o viu terminar a louça.

— Vamos sentar na varanda e esperar por nossos netos. – disse olhando nos olhos de seu marido. Ele apenas sorriu e assentiu. Com o silêncio sobre eles, caminharam por dentro da casa até chegarem a varanda da frente e ali sentaram na grande cadeira de balanço e começaram a conversar tranquilamente apenas esperando os netos chegarem.

—SQ-

— Filhotinha? – chamou assim que bateu na porta do quarto da filha – Tudo bem? – perguntou assim que entrou depois da escutar a permissão de sua filha.

Meghan olhou para sua mãe – Eu creio que sim. – respondeu deixando seu celular de lado.

— Atrapalho? – questionou assim que se sentou na beira da cama, de frente para a adolescente, indicando o celular.

— Não... Estava apenas mexendo na internet. – comentou e olhou para sua mãe.

— Ah estava escolhendo uma roupa para o baile? – questionou empolgada – Aliás, você vai com quem para o baile?

O pequeno sorriso nos lábios de Meghan se desfizeram – Eu não tenho ninguém para ir ao baile, e mesmo se tivesse eu não iria de qualquer jeito. – soltou um suspiro.

— Por que não? – perguntou confusa.

— Ah mãe, esse tipo de festa não é o meu estilo. – respondeu Meghan olhando para sua mãe.

— Mesmo se a Jú fosse sua companhia, você ainda não iria? – quis saber a veterinária.

A adolescente soltou um suspiro – Eu gostaria de ir ao baile com a Jú, mas como eu sei que isso não acontecerá, então eu não vou.

Ruby abriu um sorriso de lado – E se eu te disser que ninguém convidou Jú para o baile ainda. – comentou e viu um rápido brilho nos olhos da filha.

— Mas Jú não iria comigo com tantos outros garotos para convidá-la para o baile. – respondeu Meghan desanimando de novo – Acho melhor ficar em casa mesmo.

— Por que você não a convida para o baile? – sugeriu Ruby – Se ninguém ainda não a convidou, você pode convidá-la. – sorriu incentivando sua filha.

— Está ficando doida, mãe? – questionou Meghan em pânico – Eu não posso fazer isso. Sem falar de todo o falatório que teria depois.

Ruby a olhou, surpresa – Por que doida? E qual o problema de você convidar a Jú? – quis saber – Eu não ligo para o falatório.

— Mãe... – começou Meghan.

— Você não sabe o falatório que deu o meu baile de formatura. – riu enquanto Meghan apenas olhava curiosa para sua mãe – Quer saber? – a adolescente apenas assentiu com um gesto de cabeça e a veterinária começou sua história – E foi isso, história digna de filme... E o falatório? Morreu em menos de uma semana.

— Sério que você e a dinda Emma fizeram isso? – questionou ainda incrédula com a história. Ruby confirmou com um aceno de cabeça.

— Eu acho que você deveria convidar Júlia para o baile. – encorajou Ruby mais uma vez – E deixem que falem, se quiser podemos dar uma força indo ao baile junto.

— Tudo bem! – Meghan ergueu as duas mãos na direção da sua mãe – Eu vou falar com Jú. Mas acho que não vamos precisar de vocês indo ao baile junto. – riu, tirando um sorriso de sua mãe.

— Tudo bem, mas se mudar de opinião... – piscou.

Meghan soltou um suspiro – Mas se as coisas derem errado e Jú descobrir que eu gosto dela mais do apenas amiga? – quis saber.

Ruby olhou para sua filha mais velha – Esse é um risco que você terá que correr, Meggie. Como eu corri o risco naquele beijo com Emma. – fez uma breve pausa – Meghan, a vida é assim, feita de risco que precisamos correr, mas não desanime na primeira dificuldade, sempre pense que você pode mais e siga em frente. – sorriu e se levantou – Qualquer coisa é só me procurar.

A adolescente assentiu – Eu vou pensar direitinho sobre convidar a Jú para o baile. – comentou quando sua mãe estava a porta. Ruby apenas sorriu novamente e saiu do quarto fechando a porta atrás de si.

—SQ-

Fazia alguns dias que Meghan vinha pensando em convidar ou não Júlia para o baile. Ela pensou nos contras, e no que tudo poderia acontecer a favor, se Júlia aceitasse seu convite. Tinha horas que ela se enchia de coragem, mas no segundo seguinte desistia da ideia. Não faltava muitos dias para o baile, ela estava caminhando pelo corredor, indo para seu armário, quando fez a curva e viu Júlia no seu próprio armário trocando de livro. Meghan parou – Eu vou lá convidá-la... – murmurou. Encheu-se de coragem e quando foi dar um passo a frente na direção da amiga, Meghan foi empurrada para o lado por um grupinho de três garotos “famosos” da escola – Hey! – protestou, mas os três garotos não deram atenção a ela – Idiotas. – resmungou e foi dar um passo a frente quando viu aqueles três pararem a frente de Júlia.

— Essa música é para você, Júlia Swan-Mills. – falou o rapaz do meio, mais conhecido com Chad. Ele olhou para os amigos, então um deles pegou o celular e procurou algo, quando achou fez um sinal com a cabeça. Os três rapazes pararam em uma pose muito a lá band boy e quando a música começou a tocar, Chad começou a dançar e cantar junto. Logo em seguida os outros dois começaram a dançar. Aquele show começou a chamar a atenção de todo mundo que estava ali no corredor, que parou para ver a performance dos garotos.

Os olhos de Meghan se arregalaram em surpresa, e toda aquela coragem que ela estava sentindo, começou aos poucos a esvair. Quanto mais via aquela “performance de acasalamento do tamanduá africano”, como Meghan havia acabado de nominar, mais suas esperanças e coragem em convidar Júlia para o baile diminuíam.

Então em um último ato de sua performance, Chad ajoelhado tirou uma pequena flor do bolso e ofereceu a Júlia – Essa linda flor é para você. – estendeu na direção da filha de Emma e Regina. Sem saber o que fazer, Júlia apenas agiu por impulso e pegou a flor, abrindo um sorriso amarelo – Júlia, quero aproveitar o momento e lhe fazer um convite. – ele falou ao se levantar – Você me daria a honra de ir ao baile comigo? – convidou.

Aquilo fez tanto Meghan quanto Júlia arregalarem os olhos, surpresas. As pessoas começaram a aplaudir, no intuito de incentivar Júlia a aceitar o convite. Júlia olhou para os lados e não sabia o que fazer, se sentindo pressionada e ao mesmo tempo acuada, então olhou para o garoto a sua frente – Aceito. – murmurou por fim. Imediatamente Chad comemorou e falou mais alguma coisa que Júlia não entendeu por causa da gritaria no corredor e viu os garotos se afastando e a multidão que assistia começou a se dissipar.

Aquela resposta fez ruir de vez toda a coragem e esperança de Meghan, que deu alguns passos para trás, se escondendo no outro corredor. Limpou as lágrimas que se juntaram em seus olhos, respirou fundo e caminhou novamente como se nada tivesse acontecido, fazendo a curva na direção do seu armário, que ficava perto do armário de Júlia – Hey! Jú! – disse a menina como sempre quando se encontravam ali.

— Oi Meggie! – respondeu Júlia ainda tentando entender o que havia acontecido. Deixando a flor enganchada no armário fechado ao lado.

— Está tudo bem? – perguntou Meghan ao ver sua amiga ainda em choque.

— Você viu o que acabou de acontecer? – questionou Júlia olhando para sua amiga.

Meghan parou uns segundos olhando dentro do seu armário a procura do livro que iria precisar, debatendo se falava ou não, e por fim decidiu – Eu escutei um zum-zum-zum, mas quando cheguei não vi nada. – decidiu por fim não comentar nada do que havia visto.

— Eu fui convidada para o baile. – falou Júlia ainda não acreditando no que havia acontecido, pois aquilo tudo era muito fantasioso ainda na mente dela – Pelo Chad.

Meghan suspirou e tentou ficar feliz por Júlia – Então você vai ao baile. – sorriu pequeno, olhando para sua amiga.

— Parece que sim. – respondeu Júlia começando a voltar ao normal – Você vai também?

— Ah nem vou Jú! Não faz o meu tipo de festa. – comentou Meghan finalmente pegando o livro que precisava – Também não tenho com quem ir, e mesmo se eu tivesse não iria. – respondeu por fim, fechando seu armário. Júlia viu uma pequena tristeza brilhar nos olhos da amiga enquanto esta estava falando sobre o baile, quando resolveu falar algo o sinal tocou indicando que a próxima aula começaria – Vamos para a aula. – comentou Meghan percebendo que sua amiga queria falar algo, mas não deixaria ela dizer nada – Vem. – falou já começando a caminhar na direção da sala.

Júlia rapidamente voltou a realidade, pegou o livro que precisa, fechou o armário e saiu atrás de Meghan. Em segundos elas estavam dentro da sala de aula. Meghan passou a aula inteira concentrada, ou pelo menos parecia, e Júlia estava com o pensamento no mundo da lua com tudo que havia acontecido, mas principalmente, estava pensando na tristeza que havia visto no olhar de sua amiga. Para sorte ou azar, a próxima aula antes do almoço, cada uma ia para uma sala diferente. Na hora do almoço, Júlia havia tomado uma decisão. Iria conversar com o Chad e explicar que fora um mal-entendido e que não iria mais ao baile com ele. Mesmo elas almoçando juntas, Júlia não teve nenhuma brecha para conversar com Meghan sobre o baile.

— Meggie, eu preciso resolver um problema que surgiu agora na última aula, vou aproveitar esse tempinho. – se levantou com sua bandeja – Daqui a pouco eu volto. – começou a caminhar.

— Precisa de ajuda? – questionou Meghan ainda almoçando. Júlia negou com a cabeça e continuou caminhando. Deixou sua bandeja junto com as outras, depois de ter jogado o lixo fora, e ficou apenas com seu copo de suco e saiu a procura de Chad.

Estava a procura do rapaz quando escutou vozes e reconheceu a do Chad, então Júlia acelerou o passo, mas acabou parando atrás do grupinho de rapazes, que estavam sentados na escada e ninguém havia percebido sua presença.

— Como foi com a nerd jeitosinha? – perguntou um dos rapazes.

Chad começou a rir – Eu fiz a maior encenação, e ela caiu direitinho. – completou cheio de confiança. Aquilo fez Júlia arregalar os olhos com raiva, mas permaneceu quieta.

— Você vai levar Júlia, a adotadinha, para o baile mesmo? – questionou um outro garoto.

Chad encolheu os ombros – Não queria, mas entre ela e a nerd esquisita que rosna, fico com ela... Eu queria mesmo era levar a Mary Jane.

— Você e a escola inteira. – respondeu mais um dos rapazes rindo. Então Júlia não aguentando mais escutar tudo aquilo, apenas limpou a garganta alta o suficiente para ser notada pelos rapazes.

— Júlia? – questionou Chad se levantando rapidamente.

— Era com você mesmo que eu queria conversar. – falou séria, e com o olhar fixo no rapaz a sua frente.

— O quanto você ouviu da conversa? – quis saber já tentando montar uma desculpa.

Júlia apenas ergueu uma sobrancelha igual sua mãe morena – Tudo que eu precisava ouvir. – respondeu, e sua mão apertou levemente o copo de suco.

— Você escutou tudo errado Júlia...

— Sério? – ergueu novamente a sobrancelha, e aquilo fez o rapaz engolir seco – Qual parte que eu entendi errado? – fez uma breve pausa – A parte que você ofende a mim e a minha amiga? Ah já sei, foi a parte que entre minha amiga e eu, eu sou mais jeitosinha, e por isso sirvo de estepe já que sua opção principal não irá com você ao baile?... – sua raiva era evidente na voz – Melhor ainda é a parte que você fez a maior encenação e eu cai direitinho.

— Não Júlia...

— Pare de bancar o besta garoto! – exclamou enraivecida, aquilo fez todos os rapazes darem um passo para trás – Você não é melhor que ninguém para ficar se achando...

— Eu sou melhor sim, faço parte do time de basquete da escola. – tentou se vangloriar, então passou a mão no cabelo ensebado com gel melequento.

— Isso não te tornar melhor que ninguém... – retrucou – E aliás, você vai para o baile sozinho. – completou – Era sobre isso que eu queria conversar com você. Eu estou avisando que não vou ao baile com você.

Os amigos de Chad começaram a rir – Ih olha lá, o Chad levando o fora da nerd. – falou e Júlia apenas fuzilou o rapaz com o olhar. Este apenas engoliu em seco e deu mais um passo para trás, fechando a boca imediatamente.

— Como é que é? – ele perguntou surpreso.

— Isso que você ouviu. – respondeu Júlia – Eu não vou ao baile com você. – respondeu pausadamente – Agora você entendeu? – debochou.

— Você não pode fazer isso, ninguém me dá o fora assim! – exclamou ele ficando bravo – Quem você pensa que é para me dar o fora assim?

O semblante de Júlia fechou mais sério ainda – Eu tanto posso que acabei de fazer. – respondeu – Eu sou a nerd jeitosinha que você achou que levaria no bico, mas acabou se enganando. – sua mão no copo de suco apertava com um pouco mais de força.

— Escuta aqui! – Chade disse bravo, principalmente porque seus amigos estavam rindo dele, tentou dar um a passo a frente

— Escuta aqui você, nem mais um passo a frente. – disse Júlia autoritária.

— Eu não mereço escutar desaforo de uma nerdizinha otária. – retrucou o rapaz.

Aquilo foi o limite para Júlia – Realmente você tem razão, não merece escutar as minhas palavras... – olhou para o copo em sua mão, então um sorriso vitorioso surgiu nos lábios de Chad – Você merece algo pior. – jogou o suco de seu copo no rosto e cabelo do rapaz – Isso que você merece, um banho de suco para tirar a gosma nojenta de seu cabelo. – virou-se e jogou o copo no lixo e saiu pelo caminho que veio. Ela apenas teve tempo de escutar os outros rapazes rindo da cara do Chad e ele praguejando de volta para os amigos e para Júlia. Mas ela não escutou mais nada no momento que virou o corredor, caminhou para o seu armário, pois estava quase na hora da primeira aula da tarde, e assim como a última da manhã ela e Meghan não estariam na mesma classe. E para ajudar naquele dia elas não iriam embora juntas, já que Meghan ajudava no canil da cidade naquele dia depois das aulas.

—SQ-

Parecia até brincadeira do destino, pois Júlia e Meghan estavam se vendo apenas na escola, mas não tinham tempo para conversarem direito devido a tanta prova final e a correria de suas atividades extraclasse. Nesse ritmo se passaram mais dois dias, e o baile estava batendo a porta na vida das garotas.

Júlia havia contado para suas mães o que havia acontecido na escola, assim as mulheres já saberiam caso fossem chamadas para conversar com o diretor. Mas a ligação não veio, e a adolescente chegou a conclusão de que o Chad não comentaria nada, pois ficaria muito feio para ele ficar falado que levou um copo de suco no rosto da nerdizinha, além do fora dado por ela. Claro que as duas mulheres não concordaram com a atitude de sua filha, mas concordaram que o tal rapaz mereceu.

Era sexta final de tarde, as aulas finalmente haviam acabado, elas só estavam esperando a formatura para partirem para o minicurso e então a universidade. Meghan estava sentada na entrada da casinha da árvore, suas pernas suspensas, enquanto a parte de cima do seu corpo estava encostado no beiral da escadinha, seus braços por cima da madeira, apoiando sua cabeça. Seu olhar perdido no horizonte a sua frente, vendo sem se importar com a movimentação dos carros na estrada. Ela ainda se remoía com a lembrança da festa da fogueira a qual tocou aquela música e como olhava para Júlia. Sua Júlia. Soltou um suspiro. Dias depois sua mãe Ruby viera conversar com ela, e Meghan acabou confessando tudo. Sorriu ao se lembrar de com sua mãe a abraçou amorosamente e disse que tudo iria se resolver com o tempo. Soltou uma longa respiração mais uma vez fechando os olhos brevemente. Depois lembrou da conversa sobre convidar Júlia para o baile, então quando teve coragem suficiente, o ensebado do Chad chegou primeiro e levará sua Júlia para o baile. E para fechar com chave de ouro, cada uma iria para um lugar fazer o minicurso e de lá direto para a universidade. Está certo que não estarão tão distantes, mas seria a primeira vez que se separariam depois de se reencontrarem aqui na fazenda.

— Meggie? – escutou Júlia lhe chamando perto das mesas.

— Aqui em cima! – falou olhando para a escada a espera de Júlia.

— O que faz aqui em cima? – perguntou a adolescente sorrindo abertamente para sua amiga, enquanto subia a escada. Finalmente conseguia ver sua amiga sem ser na escola.

— Nada de mais, apenas pensando. – sorriu e voltou seu olhar para o horizonte assim que viu Júlia sentando ao seu lado e do mesmo jeito que em que estava sentada. Soltou outro suspiro quando a brisa lhe trouxe o suave perfume de sua amiga.

— No que pensa? – perguntou Júlia mais uma vez, enquanto olhava a movimentação dos carros na estrada que levava para a cidade.

Meghan ficou alguns segundos em silêncio – Pensando que estamos quase encerrando um ciclo, para isso falta a cerimônia de formatura, nossas cartas já chegaram, então sabemos para onde vamos e para fechar o bendito baile, o qual você irá... Com aquele idiota Chad. – fez uma pausa engolindo seu ciúme – E depois iremos nos separar por pelo menos quatro anos. – outra pausa – Será a primeira vez que iremos nos separar desde que nos reencontramos aqui na fazenda, e eu ainda não estou sabendo lidar com isso.

— Eu te entendo Meggie, também está difícil lidar com esse sentimento de separação... – suspirou triste – Mas acho que iremos conseguir lidar com isso no devido tempo. – completou, então sorriu de lado – Quem disse que eu vou ao baile e com o ensebado do Chad? – questionou Júlia olhando travessamente para sua amiga.

— Ué, não foi o que você me disse no começo da semana que ele havia feito sei lá o que e que você havia aceitado ir ao baile com ele? – respondeu Meghan também olhando para a sua amiga e depois voltou a olhar para o horizonte.

— Sim, foi isso que eu te disse... – respondeu Júlia, o som travesso na voz chamou a atenção de sua amiga, que a olhou – Ele realmente me chamou e eu respondei que aceitava, pois fiquei acuada e foi impensado. Mas o que eu não te disse foi que depois eu fui procurar por ele, e acabei descobrindo coisas que me deixaram muito brava. Ele contou a versão dele para os amigos, acabei escutando e discutimos e eu disse que não iria mais com ele para o baile, ele ficou bravo, brigamos e por fim eu joguei o suco que estava tomando nele e disse novamente que não iria para o baile com ele, e fui embora. – explicou e acabou sorrindo ao ver o imenso sorriso no rosto de Meghan – Então para não fica feio com o pessoal da escola, ele acabou inventando alguma desculpa esfarrapada que eu não dei moral, afinal faltavam poucos dias para aquilo tudo acabar.

— Você jogou suco nele? – Meghan perguntou incrédula, mas tinha um sorriso divertido no rosto.

— Joguei e aquele gel asqueroso que ele passa no cabelo derreteu tudo. – Júlia riu juntamente com Meghan. Até o silêncio pairar ali. As duas adolescentes ficaram apenas olhando para o horizonte – Sabe Meggie... – Júlia quebrou o silêncio – Você tem razão quanto a nossa separação... Agora sabemos para onde vamos estudar, não é tão longe uma cidade da outra, mas teremos a fazenda para nos ver sempre. – sorriu – Ou visitas uma a outra.

— Nisso você tem razão Jú... – concordou Meghan – Mas mesmo assim vou sentir muito a sua falta. – olhou amorosamente para Júlia.

— Eu também vou sentir a sua falta. – Júlia acabou abraçando Meghan pela cintura e deposito um beijo na bochecha da amiga e deitou sua cabeça no ombro de Meghan. Assim que sentiu os lábios de Júlia em sua bochecha, um suspiro desgarrou dos lábios de Meghan, que não passou despercebido por Júlia. Ficaram assim por alguns minutos enquanto o silêncio pairava novamente ali – Eu tenho algo para confessar... – disse a filha de Emma e Regina quebrando o silêncio – E queria saber algo de você. – completou Júlia se desvencilhando de sua amiga.

— Que confissão você quer fazer? – Meghan perguntou, confusa – E o que você quer saber?

— Semanas atrás eu estava procurando por você, então escutei um pessoal comentando sobre você e a tal Mary Jane... – começou Júlia e contou tudo o que escutou – Então saí dali e acabei encontrando você e a tal Mary Jane se beijando. – respondeu Júlia levemente enraivecida – Sei que não deveria, mas acabei me sentindo muito triste com isso, pois eu sabia que deveria ficar feliz por você e não consegui... – fez uma pausa e soltou um suspiro – E se você gostar dela...

— Eu não gosto dela! Pelo contrário, eu detesto aquela garota. – falou Meghan em espanto, por escutar que Júlia a tinha visto beijando, melhor sendo beijada por outra garota e não estava entendendo porque Júlia estava triste com isso – Ela veio com um papo que precisava conversar comigo, quando percebi ela estava me beijando, então eu a afastei e a ameacei caso ela tentasse fazer aquilo novamente. – fez uma pausa – Ela até tentou me beijar de novo, mas ameacei mais uma vez e saí da sala.

— Meggie, é sério, se você gostar dela... – voltou Júlia no assunto.

— Eu não gosto dela Jú! – Meghan exclamou veementemente – Eu gosto de outra pessoa... – soltou em um murmuro. Júlia não sabia se ficava feliz ou triste por escutar aquilo. Óbvio que ela havia ficado feliz por escutar que Meggie não gostava de Mary Jane, mas triste por saber que havia outra pessoa que sua amiga gostava.

— Quem é a pessoa que você gosta? – Júlia quis saber, mas seu tom era um misto de curiosidade, raiva e ciúmes.

— Vamos deixar esse assunto de lado... – Meghan tentou desviar da pergunta, mas viu sua amiga lhe olhar fixamente – Olha Jú, não tem importância de quem eu gosto, porque provavelmente a pessoa que eu gosto não gosta de mim, então está tudo certo.

— Sua resposta foi chata. – disse Júlia decepcionada, mas depois sorriu fazendo Meghan sorrir também – Não vou insistir, pois sei que você não irá me dizer mesmo. – fez um bico.

— Ah Jú, sem bico! – brincou Meghan não aguentando e fez cócegas de leve em sua amiga – Vamos tire esse bico. – pediu.

Em meio a risadas – Tá! Já tirei o bico. Pronto! – disse Júlia enquanto Meghan gargalhava, e mais uma vez o silêncio pairou sobre elas – Já sei! – Júlia exclamou como se tivesse tido a melhor ideia do mundo.

— Jú e suas ideias maluquinhas. – brincou Meghan e levou um leve empurrão ombro a ombro da amiga – Tudo bem, me conte a sua brilhante ideia. – sorriu travessamente enquanto Júlia mostrava a língua infantilmente.

Júlia tomou fôlego – E se nós nos beijássemos? – Meghan engasgou com a saliva e começou a tossir – Tá eu sei que não é tão brilhante assim a minha ideia, mas eu pensei que poderíamos fazer isso. Pois não quero ir para a universidade sem ter beijado uma pessoa no ensino médio. – fez uma breve pausa – Assim você seria o meu primeiro beijo e eu seria o segundo beijo. O que acha? – quis saber, mas agora estava vermelha de vergonha, pois entendeu quão estúpida fora sua ideia – Ai, esquece que eu te pedi isso, ou mesmo mencionei essa besteira toda. – olhou para o horizonte. Aquela ideia sobre pedir um beijo para sua amiga dentro de sua cabeça era maravilhosa, mas assim que deu voz, percebeu o quão ridículo aquilo tudo era. Júlia só queria saber como é beijar Meghan. Dias atrás acabou conversando com suas mães e confessou o que estava sentindo sobre sua amiga, mas tinha medo de toda aquela história ser apenas momento e acabar perdendo a amizade de Meghan. Emma sorriu e contou sua história do beijo com Ruby, então Júlia achou que poderia fazer a mesma coisa, mas então viu que não poderia fazer a mesma coisa, principalmente porque Meghan gostava de outra pessoa e não dela. Meghan ficou em silêncio ponderando se aceitava ou não a ideia da amiga. Aquele silêncio estava deixando Júlia extremamente insegura – Tudo bem se você não aceitar, sei que você quer beijar a pessoa que gosta, e sei também que foi uma ideia estúpida...

— Não foi estúpida! – cortou Meghan olhando para sua amiga – Apenas não esperava essa proposta. – sorriu de lado, ela também estava vermelha de vergonha, principalmente porque teria a chance de provar dos lábios que tanto queria beijar.

— Você não achou minha ideia estúpida? Quer tentar? – questionou Júlia levemente animada, já emendou – Mas também se não quiser eu não ficarei brava ou chatea... – ela foi interrompida quando sentiu os lábios de Meghan sobre o seu, e quando percebeu Meghan já estava de volta a seu lugar – Da... – sussurrou, e seus olhos arregalados em surpresa.

— Você não parava de falar. – falou Meghan sorrindo sorrateiramente.

— Mas poderia ter pedido que eu parava e esse beijo não teve graça. – comentou Júlia se endireitando e cruzando os braços na altura de seu peito – Aliás, nem pode ser comparado com um beijo. – terminou com um aceno de cabeça, como se tivesse conhecimento profundo daquele assunto.

Meghan sorriu de lado – Tudo bem, eu aceito a sua proposta insana do beijo. – respondeu por fim.

— Sério? – questionou Júlia surpresa. Meghan assentiu com um aceno de cabeça. A outra garota abriu um sorriso, então seus olhos se fixaram e lentamente foram se inclinando a frente, sem perder de vista os lábios uma da outra, até que finalmente se encontraram em um tímido contato. Quando sentiram mais confiança, começaram a mover suas bocas aproveitando a sensação do beijo. Aos poucos iam relaxando dentro do beijo até finalmente se separarem.

— Foi bom, mas pensei que seria, sei lá, diferente. – comentou Júlia colocando as pontas dos dedos sobre seus lábios, que estavam levemente formigando devido ao contato que tanto queria.

— Diferente como? – Meghan quis saber com seu coração querendo sair de seu peito através da boca. Seus pensamentos começando a ficar desconexos.

— Ah sei lá, diferente... – suspirou – Não sei explicar o que exatamente... – respondeu Júlia suspirando – Talvez se nos beijássemos novamente? Talvez consiga descobrir o diferente... – pediu – Quem sabe assim o beijo pode ser diferente desse primeiro. – argumentou. Meghan, levemente inebriada já, apenas assentiu com um gesto de cabeça e no segundo seguinte suas bocas estavam coladas novamente e se movimentavam com mais confiança até que Júlia sentiu a ponta da língua de Meghan em seus lábios, pedindo passagem. Instintivamente entreabriu e deixou a língua de Meghan invadir sua boca.

O beijo que era carinhoso começou a ganhar vontade, desejo a cada toque que as línguas davam, a cada encontro. Suspiros eram ecoados no ambiente, enquanto arrepios percorriam seus corpos devida aquela sensação dos lábios colados. Inconscientemente a mão direita de Meghan pousou na bochecha de Júlia, aprofundando mais o beijo. As trêmulas mãos de Júlia agarraram a cintura de sua amiga. Um beijo se tornou dois, três, quatro... Suas bocas não se desgrudavam. Seus corpos mais juntos e a temperatura se elevando, assim como a vontade de não largar aquele beijo, aqueles lábios. Respirar para que? Não era vital respirar, vital era beijar a boca deliciosa da amiga.

— Meggie! Jú! – chamou Sarah perto das mesas. Dali não dava para ver o que as garotas estavam fazendo, apenas que estavam ali por causa das pernas suspensas de Meghan.

Aquilo fez as duas garotas se separarem abruptamente devido ao susto – O-oi!... – gaguejou fracamente, Meghan limpou a garganta – Oi? – respondeu firme e sem gaguejar por fim. Olhava Meghan limpar os lábios e saborear o dedo.

— Hora do jantar! – respondeu Sarah – A mamãe e titia pediram para vir chamá-las.

— Tudo bem, já estamos indo. – respondeu Júlia do mesmo estado que Meghan. Trêmula, ofegante e extremamente vermelha, enquanto seus olhos fixos nos olhos de Meghan.

— Ok! – falou a menina e se virou para voltar para a casa.

— Esse beijo foi muito melhor. – Júlia sussurrou depois de alguns segundos em que o silêncio imperava no local, mas um sorriso satisfeito adornava seus lábios – Mas é melhor irmos. – completou e Meghan apenas assentiu com a cabeça para ambas as coisas. Ela não estava em condições mentais no momento para usar a fala, mal conseguia controle sobre seu corpo. Júlia soltou uma rápida respiração, se levantou e desceu as escadas rapidamente.

Meghan teve a única reação de se deitar e soltar um longo suspiro, fechando os olhos – Júlia será a minha morte. – abriu os braços e os olhos e olhando para o céu que estava começando a mudar de cor, dando início a noite – Com certeza Júlia será a minha morte.

 – Vamos Meggie! – chamou Júlia ao ver que estava sozinha ali perto das mesas – Vamos jantar.

— Estou indo! – respondeu Meghan se sentando imediatamente. Levantou-se e no segundo seguinte desceu as escadas e trotando levemente alcançou sua amiga. Assim sem conversarem as duas adolescentes caminharam na direção da casa de Júlia onde seria o jantar aquela noite.

 


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Notas finais do capítulo

As cartas das universidades chegaram, Meghan e Júlia mostrando toda a insegurança, mas mostrando todo o suporte emocional de suas mães e avós. Depois cada garota sabendo para onde vai estudar. Os três avós reclamando que a casa voltaria a ficar vazia com o tempo.

Ruby conversando com a filha sobre o baile e a encorajando para convidar Júlia para irem juntas. Quando finalmente reuniu coragem para convidar Júlia, apareceu Chad o ensebado, e conseguiu um sim de Júlia para o baile. Mas Júlia acabou pensando melhor e foi conversar com o rapaz, e acabou peitando o rapaz depois de escutar coisas horrorosas ditas por ele, terminou dando um banho no ensebado com suco.

Sim, finalmente uma conversa mais sincera entre Meghan e Júlia sobre o baile e sentimentos, mesmo Meghan se esquivando das perguntas sobre quem ela gosta e o grande finale: o beijo das garotas.

Quando estava desenvolvendo mais essa cena extra do beijo, lembrei que a escrevei a um ano atrás, foi na época que a escola estava de recesso e eu cumprindo horário. Pensar que ela demorou um ano para voltar para a história.

Até a próxima!

Quem puder fique em casa. Quem tiver que sair se cuide, e proteja quem você ama. Sempre de máscara e lavar as mãos sempre, e se não puder usar álcool em gel nas mãos!



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