Nova Geração de Heróis escrita por lauragw


Capítulo 61
Quem foi o primeiro?


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado à Flávia Simões.



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Ouvia o barulho do chuveiro enquanto tentava dormir na única cama de casal do quarto. Liam estava tomando banho e eu forçava a minha mente a se desligar o que vinha sendo quase impossível. Parecia que eu fazia questão de lembrar todos os momentos que tinha passado com ele naquela noite e que dormir não era mais uma opção.

 A cena da nossa primeira reconciliação passou na minha mente quando ele saiu do banho. Pela segunda vez, ele estava com os cachos molhados, dessa vez vestia uma blusa e boxer. Mordi o lábio inconsciente quando o vi de costas largando a toalha no chão e arrumando o cabelo na frente do espelho. Ele se virou e antes que eu pudesse fingir estar dormindo, falou comigo.

- Dificuldades pra pegar no sono? – ele falou sentando na cama.

Levantei-me e sentei do seu lado.

- Um pouco. – respondi olhando pra frente.

- Eu me engano ou é a primeira vez que a Lola Lutz tem medo de algo? – ele falou rindo.

- Sempre tive medo, mas não sei se é isso agora. – respondi sinceramente.

Não podia dizer que eu estava com dificuldades pra dormir, porque ele estava seminu do meu lado e eu ainda sentia muita coisa por ele.

- Não vou deixar nada acontecer com você. – ele falou olhando pra mim, mas eu ainda olhava pra frente.

- Você não pode estar sempre do meu lado. – eu falei fechando os olhos e ele colocou a mão no meu queixo e me virou pra ele.

- Vou fazer o possível, é uma promessa.

- Não prometa o que não pode cumprir. – sussurrei – Preciso fazer uma pergunta. – ele assentiu dizendo que eu podia prosseguir – Você vai sentir minha falta? Sabe, se tudo der errado...

– Lola, não vai dar nada errado e eu sempre vou te ter do meu lado. Se por acaso alguma coisa der errado, eu concerto.

- Você não vai sentir a minha falta.... – retomei o assunto.

- Se você precisa tanto dessa resposta. – eu assenti com a cabeça. – Obvio que vou, Lola. Eu sou um idiota, mas não sou burro. A única garota que consegue me fazer feliz, ir embora, vai ser a coisa mais dolorosa pra mim. E você? – eu entendi o que ele me perguntou.

- Posso ser sincera? – abri os olhos e percebi que desde o inicio da conversa ele se mantinha me encarando.

- Claro. – ele sorriu fraco.

- Liam, tu já me fez chorar demais, tu já me decepcionou inúmeras vezes, tu possivelmente já me traiu, tu já não acreditou em mim diversas vezes, e agora tu me pergunta se eu vou sentir a tua falta? – ele fechou os olhos pela primeira vez.

- É... – murmurou fraco.

- Não vou sentir – respondi o encarando. – Eu já estou sentindo. Eu ainda sou apaixonada e sinto falta de ter você do meu lado. Sinto falta de tudo que tem a ver com você.

Ele sorriu fraco.

- Só que você não vai voltar pra mim até que eu prove que não sou culpado de tudo aquilo não é? – ele falou num muxoxo.

- Quer saber, eu não ligo mais. – dei de ombros. – Preciso demais de você pra me importar com aquilo.

- Isso significa... – ele estava receoso mas o sorriso que eu tanto amava já brotava em seus lábios.

- Significa que eu espero que você não seja idiota o bastante e tome uma atitude antes que eu tome por você. – respondi sorrindo.

Sem me dar qualquer tempo para respirar, senti seus lábios nos meus. Sua língua já brincava com a minha e eu me senti realmente feliz com tudo aquilo. Suas mãos quentes estavam na base das minhas costas, enquanto as minhas brincavam com os seus cabelos ainda úmidos.

Sem interromper nada, seu corpo foi fazendo peso de leve no meu me deitando na cama. Mordi seu lábio de leve e ele riu se separando um pouco. Beijou a ponta do nariz e levou a sua mão até a barra da minha blusa. Quando viu que eu não ia fazer nada, foi puxando ela de leve, passando os seus dedos pela extensão da minha barriga.

(...)

Acordei com o sol entrando pela janela, tínhamos esquecido de fechar a janela na noite anterior. Peguei a camiseta de Liam que estava no chão do lado da minha cama e a vesti. Olhei no rádio-relógio que estava do lado da cama e vi que era cedo, o horário que tínhamos combinado se não houvesse imprevistos, era as nove da manhã na recepção, eram seis ainda.

Tomei um banho rápido e coloquei um jeans e uma blusa simples. Liam não tinha acordado ainda e mal tinha se passado meia hora. Abri uma fresta no vidro da sacada e me apertei pra passar por ali. Não queria acordá-lo, por isso cuidei pra não fazer barulho. O sol já se mostrava mesmo que fraco.

Olhei para baixo e vi que a rua estava deserta, nenhum sinal dos nossos reforços e também de qualquer adversário com sorte poderíamos ficar em paz até as nove horas. Sentei no chão e abracei minhas pernas apoiando minha cabeça nos joelhos. Pensei em como ficaria tudo.

Uma guerra se aproximava e tudo tinha as mesmas chances de dar certo e errado. Antes que tirasse uma conclusão disso, minha mente foi ocupada por outro pensamento. O que seria de mim e Liam agora que tínhamos nos acertado? Um lado de mim pensava que iríamos nos acertar e que tudo iria ficar bem, uma grande parte tinha duvidas quanto a tudo e uma pequena parte acreditava na possibilidade dele ir embora agora que já tinha tido o que supostamente ele queria.

Fui tirada dos meus devaneios pelo barulho da porta de vidro sendo aberta e um Liam usando apenas uma boxer preta apareceu e sentou do meu lado em silencio.

- Oi. – ele falou baixinho e sorrindo.

- Oi.

- Você vem sempre aqui? – fez graça.

Revirei os olhos e não respondi, apenas lhe empurrei de leve.

- E então? – ele perguntou e eu fiquei confusa.

- Então o que? – perguntei erguendo uma sobrancelha.

- Lola, não me faça dizer com todas as palavras... – pediu.

- Não faço a menor idéia do que você está falando, sério. – o olhei séria.

- Não vai rir de mim ok? – eu assenti. – Eu ou James?

Comecei a rir quando ouvi essa pergunta. Ri tanto que cheguei a engasgar e fui obrigada a levar uns tapinhas nas costas e levantar os braços, como minha avó mandava eu fazer.

- Hey, você prometeu. – ele falava me ajudando.

- Desculpa. – sequei uma lágrima que escorreu pelo meu olho. – Não acredito, Liam, que você quer saber isso.

- Vai custar muito dizer? – ele perguntou curioso.

Fiquei um tempo em silencio, decidindo se contava pra ele, que não tinha feito nada com o James ou se deixava ele na duvida.

- Não. – eu negaceei depois de um tempo. – Você. – falei corada.

- Sério? – ele falou espantado. – Pensei que ia ser difícil competir com a primeira vez.

Novamente devo ter virado um pimentão, porque Liam insistia em falar desse tipo de coisa. Ele sabia que eu corava com esse assunto.

- Er... James não foi o meu primeiro. – eu comentei brevemente.

Antes que ele esboçasse alguma reação ou falasse alguma coisa, me levantei e voltei pro quarto, comecei a juntar as minhas roupas e ouvi quando ele entrou também.

- É muita cara de pau, perguntar quem foi? – ele falou com a voz calma.

- É. – respondi colocando tudo dentro da mochila. – Mas você já perguntou. – eu comentei fazendo graça.

- Isso significa que eu ganho uma resposta? – podia jurar que uma das sobrancelhas dele estava erguida.

Fiquei em silencio e logo senti um par de braços me abraçando por trás.

- Vamos lá, Lola. – ele disse mordendo o lóbulo da minha orelha.

Virei-me nos seus braços pra ficar de frente pra ele. Seus olhos estavam no tom de roxo normal, mas eu via que ele estava curioso.

- Algum amigo de escola, um primo perdido, alguém do acampamento? – ele sugeriu.

- Alguém do acampamento. – respondi, sorrindo com a idéia que acabava de ter.

- Qual chalé? – ele entrou na brincadeira.

- 12. – respondi sabendo que era o seu.

- Do meu chalé? – ele parecia chocado.

- É... – eu respondi me desprendendo e indo até o banheiro.

Escovei meu cabelo e o puxei pra prendê-lo num rabo de cavalo.

- Muito difícil vestir uma roupa? – falei o olhando pelo espelho já que tinha deixado a porta do banheiro aberta e ele se encostou no batente da porta.

- Fiquei extremamente curioso agora. – ele disse me encarando.

Virei-me pra ele, encostando na pia já com o cabelo preso.

- Ótimo – falei sorrindo.

Peguei minha mochila e a pendurei no ombro. Dobrei o meu arco e guardei-o no bolso junto com a espada. Abri a porta do quarto e olhei pra ele.

- Vou estar tomando café. Te espero lá embaixo, tome um banho e vista-se. – pisquei e sai caminhando.

Desci pela escada, primeiro porque sabia que o elevador iria demorar séculos e segundo porque eu tinha medo do mesmo. Descer escadas era mais fácil do que subir então não tive tantas dificuldades para chegar ao primeiro andar.

Havia um pequeno burburinho, muitos campistas caminhavam por ali tentando se organizar. Em uma mesa mais afastada vi os meus amigos e me dirigi pra lá. Puxei uma cadeira e sentei ali. A mesa tinha vários pratos com comidas das mais diversas e me peguei pensando em como tudo aquilo vinha pra cá em tempo de confusão como era agora.

Dan ao contrário de mim parecia bem satisfeito com tudo que tinha ali, exceto por um prato que tinha bolo de cenoura e ele parecia não ter tocado ainda, então o peguei pra mim. Flávia estava quase dormindo em cima da mesa, enquanto mastigava uma torrada com toda calma do mundo. Clara e Oliver estavam conversando animados sobre alguma coisa que eu desconheço, acho que era alguma banda ou algo do tipo que tinham em comum. Luiza e James também estavam engatados em uma conversa e os dois pareciam estar se entendendo muito bem.

Concentrei-me em comer meu bolo até que Liam sentou do meu lado. Pegou uma torrada da pilha e se serviu um pouco de suco.

- Você me deve uma resposta, mas eu cobro depois. – ele sussurrou só pra mim. 


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Notas finais do capítulo

Obrigada e comentem por favor to super insegura.



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