A profecia esquecida - Harry Potter Universe escrita por Sr Mokona


Capítulo 2
O pub


Notas iniciais do capítulo

Parte dois de três



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                O pub Cabeça de Javali era conhecido pelos casuais encontros de pessoas encapuzadas, mas naquele ano, o fluxo de pessoas que queriam manter sua identidade escondida estava tão alto quanto na época da primeira ascensão de Lorde Voldemort. Edgar adentrou no pub escondido por sua roupa encapuzada azul escura que cobria metade do rosto, esperando que a sombra fizesse o resto. Mantinha a varinha escondida na manga caso alguém o reconhecesse naquele lugar.

                O alto barman do pub limpava um copo com uma flanela amarelo encardida quando Edgar entrou, mas como esperado por Edgar, o barman desviou os olhos, provavelmente por tomá-lo como desinteressante. Edgar olhou ao redor até encontrar uma pessoa de grande chapéu pontudo no canto do pub e foi encontrar-se com ela.

                - Peludo – disse a mulher que usava um chapéu pontudo quando Edgar sentou de frente pra ela na mesa. Seus grandes olhos giravam de um lado para o outro olhando Edgar, que impaciente disse:

                - Átropos, vejo que ainda se lembra do meu apelido, mas você tem certeza de que não era melhor nos encontrarmos em um lugar mais reservado?

                - Não precisa, seu tolo. E pra você é Átropos Trelawney, peludo – ela dava pequenas risadinhas.

                - Por favor, Átropos, diga-me o que você viu na época. Você me viu em uma de suas visões e até me disse isso e eu não me importei, mas me importo agora; por favor, me diga de novo.

                Ela olhava fixamente pra Edgar com um sorrisinho na cara. Passando a mão pela testa, afastando o grande chapéu, retirou um punhado de fios de cabelo e o pressionou contra a mão de Edgar e com os olhos semicerrados disse: - Agora você precisa da minha ajuda? Quando lhe falei da minha visão você achou que eu estava inventando isso para me reaproximar de você! – disse incisivamente, mas baixinho. – Não sei que tipo de acordo você fez com o ministério, mas na época eu achei que você apodreceria em Azkaban!

                - Eu cometi meus erros e na época eu estava... aturdido. Eu conheço você desde Hogwarts quando iniciamos na Corvinal e foi você quem eu procurei naquela época.

                - Procurou porque queria saber algo do seu “amigo” Régulo, achando que meu poder o ajudaria a procurá-lo, mas não ajudou, então você voltou a me esnobar.

                - Eu me expus a grande perigo lhe mandando aquela mensagem pra você naquela época e me expus te procurando agora, então acredite que você vale mais pra mim do que pensa.

                Ela soltou uma risadinha tão profunda que parecia ecoar por todo lado. Edgar teve vontade de sair naquela hora, pondo a mão com os fios da Átropos no bolso e segurando a varinha com mais força com a outra mão.

                - Você, meu caro peludo, que me expôs a perigo quando me procurou naquela época só para saber onde estava seu amado Régulo – disse baixinho. – Você me expôs a perigo. Você não sabe o que fizeram comigo quando você se comunicou comigo. – De repente ela ficou com um olhar fixo assustador.

                Edgar se sentiu um idiota, porque achou que fugindo, ninguém mais seria envolvido nisso tudo por culpa dele, mas ouvi-la dizer isso, o fez perceber como foi imaturo e isso causou certo pesar nele. Ele se inclinou para frente e com a mão livre, segurou o braço de Átropos suavemente, deixando-a desconcertada, como se não soubesse o que fazer, então como se tivesse despertado, ela tentou falar algo, até que conseguiu emitir sussurros:

                - Eles estão... eles estão... – disse baixinho Átropos, como se estivesse de garganta seca. – Eles estão... – disse com dificuldade. – Me... controlando.

                Naquele momento, Edgar entendeu tudo: o local de encontro sugerido por Átropos, os fios de cabelo, as risadinhas e quando ela falou sobre “o que eles fizeram”, ela não se referiu a mais de dez anos atrás quando Voldemort caiu, mas no dia anterior a esse encontro.

                Edgar levantou-se da mesa rapidamente e viu um encapuzado apontar a varinha pra ele. Edgar se defendeu do feitiço erguendo sua varinha e correu para a entrada do Cabeça de Javali, esquivando dos feitiços que zumbiam em sua orelha.

                - Não briguem aqui dentro! – gritou o alto barman do pub erguendo a varinha.

                Havia bastante feitiço anti-aparatação em Hogsmeade e Edgar não havia trazido sua vassoura para a Grã-Bretanha, por isso corria desesperado pela ruazinha de casas fechadas e atrás dele vinham duas pessoas encapuzadas. Os bruxos encapuzados atiravam feitiços contra ele, que defendia bem desengonçado, esperando que as maiorias dos feitiços simplesmente errassem o alvo.

                Tentou de novo aparatar, mas ainda não teve êxito, então dessa vez ele virou-se e com um aceno na varinha, um grande campo de labareda surgiu dela e se expandiu para atingir os dois encapuzados, que se defenderam, embora um deles tenha tombado mas se levantado rapidamente em seguida.

                Os três bruxos entraram em um duelo não-verbal numa área já afastada. No momento em que Edgar defendeu os dois feitiços com apenas uma girada de varinha, ele arqueou os dedos em torno da varinha, concentrando poder e liberou uma rajada de energia, atingindo os dois, mas deixando apenas um inconsciente. O bruxo que permaneceu consciente, aparentava estar gravemente ferido, erguendo a varinha desajustadamente, que Edgar expeliu da mão dele e em seguida o estuporou.

                Continuou correndo até que viu três bruxos encapuzados montados em vassouras, mas Edgar já tinha chegado a uma boa distancia e pôde aparatar daquele lugar.

                Após aquela estranha sensação em aparatar, Edgar abriu os olhos e viu o casebre abandonado da família de sua mãe no distrito londrino de Chiswick. Com a varinha em punho, investigou a casa a procura de alguém que poderia estar escondido procurando por ele, pois foi ali que ele entrou em contato com Átropos.

                Edgar era mestiço, tendo o pai bruxo e a mãe trouxa. Ele sempre achou um grande desperdício ter que conviver com a família da sua mãe, mas sempre era obrigado a passar as férias de verão com seus pais na casa da família de sua mãe. Após o terceiro ano em Hogwarts, Edgar comprou um par de vasilhames com água na Borgin & Burkes que tinham a especialidade em se comunicar entre si. Ele deu uma para Átropos para que eles se comunicassem nas férias de verão como uma forma para ele não se sentir tão longe do mundo bruxo.

                Quando Edgar voltou para a Grã-Bretanha, após semanas de sua saída da Islândia, ele se instalou na casa abandonada de sua família materna, local que sabia que o vasilhame ainda estava escondido pelos feitiços de ocultação. Sabendo que dificilmente Átropos tivesse mantido seu vasilhame intacto, ele saiu de sua casa na Islândia planejando outros meios de chegar a ela, mas para sua surpresa, o vasilhame que ele entregou a ela, estava intacto, porém escondido. Mandou diversas mensagens durante alguns dias, achando que dificilmente Átropos não perceberia.

                Depois de semanas arquitetando um modo de encontrá-la, ele recebeu uma mensagem dela com informações para se encontrarem no Cabeça de Javali. Até aquele momento, Edgar não sabia como os aliados de Voldemort teriam interceptado as mensagens que ela enviou, até lembrar de Mulciber. Mulciber era seu amigo sonserino que compartilhava o mesmo gosto pela curiosidade da arte das trevas e pela antipatia em relação aos trouxas. Lembrou que havia contado a ele o que fazia na casa dos avôs trouxas para se comunicar com Átropos. Será que Mulciber havia procurado por ele montando prontidão na casa dos Trelawney? Era provável que agora ele soubesse da profecia e que agora Edgar seria caçado ou invés de procurado. E era provável que soubessem onde Edgar estava agora.

                Edgar se apressou em colocar os objetos na bolsa e atirou os olhos extensivos para fora da casa, vendo o que parecia ser dois bruxos escondido no lado de fora, em cima do telhado de casas vizinhas montados em vassouras. Ele tentou aparatar, mas não conseguiu. Abrindo a porta sorrateiramente, Edgar apontou a varinha para onde achou ter visto o bruxo e sussurrou: Accio firebolt!  fazendo com que o bruxo desestabilizasse  e entregasse seu esconderijo. Edgar gritou: Expulso! nocauteando o bruxo e arrebentando pedaço do teto de uma das casas.

                O segundo bruxo era calvo e com uma estatura mediana que Edgar não reconheceu. Ele cruzava o céu rapidamente de vassoura lançando feitiços que Edgar defendia. Lembrou de como se defendeu e expulsou o dragão, mas naquela ocasião era um local aberto, o que havia facilitado um confronto direto com a fera. Edgar então pegou a firebolt do bruxo caído e voou com toda a velocidade, ganhando altitude. Quando o outro bruxo foi atrás dele, os dois travaram um duelo de atirar e repelir feitiços.

                Com mais confiança por se tratar de um local isolado, Edgar irrompeu chamas de sua varinha como se materializasse um imenso chicote flamejante, atingindo com toda a força o bruxo calvo, que mesmo se defendendo, o feitiço derrubou-o da vassoura inconsciente e com grandes ferimentos. Edgar precisou de muita energia para extinguir as chamas do fogo maldito tão bruscamente e apontando a varinha para o bruxo que caia, Edgar o prendeu suspenso no ar para que ele não despencasse no chão.

                Os dois bruxos estando nocauteados, Edgar podia agora aparatar, embora estivesse bastante cansado. Com a vassoura na mão, achou que isso facilitaria sua volta para casa e esperava bastante que não houvesse mais ninguém mal intencionado esperando por ele lá e que pudesse usar sua penseira para que conhecesse a profecia na integra.


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Notas finais do capítulo

Átropos é o nome de uma das três moiras da mitologia grega que regiam o destino.
Chiswick era o distrito de Londrês onde morava Donna Noble, personagem de Doctor Who.



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