Don't Wanna Know escrita por Queen Jeller


Capítulo 26
Capítulo 26 - Nós


Notas iniciais do capítulo

Quanto tempo pessoal!
Eu espero que vocês não tenham desistido dessa história. Apesar das coisas chatas que aconteceram na série, aqui tem muita coisa legal pra acontecer.
Aproveitem o capítulo!



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Já fazia alguns anos que eu não acordava assim, como se o ar não viesse as minhas narinas, mas foi como acordei após o pesadelo que tive. Me levantei lentamente para não acordar Roman, fui como num instinto ver se estava tudo bem com a Aubree e bebi água.

Ao voltar para o quarto, ele havia acordado, mas respeitamos o silêncio um do outro. Após me sentar na cama, de costas pra ele e respirando lentamente, tentando apagar o que estava na minha cabeça, ele fez um pequeno carinho nas minhas costas.

— Está tudo bem?

Eu virei-me pra ele e respondi com um falso sorriso e balancei com a cabeça que sim, mas não o convenceu e ele sentou-se na cama, se aproximando de mim.

— Eu sempre vou estar aqui pra você, ok? — Ele respondeu e beijou minha testa e eu o olhei nos olhos.

— Foi apenas um pesadelo, mas estamos todos bem. — Finalizei com um longo suspiro, encostando minha testa em seu ombro em busca de conforto. — Vamos voltar a dormir?

Ele me deu um selinho e então voltamos a nos deitar.

Ele foi o primeiro a dormir, mas conforme seu corpo foi relaxando no meu e fui escutando o som calmo de sua respiração, consegui me acalmar e voltei a dormir com o pensamento que não havia nada com o que se preocupar.

 

Não acordamos cedo naquela manhã. A junção do frio com o fato que eu havia acordado durante a madrugada e Aubree ficava com preguiça de acordar cedo quando nevava fez com que levantássemos quase no horário do almoço. O frio estava convidativo para ficar em casa assistindo filme, mas também estava convidativo para sair para patinar e foi isso que decidimos fazer já que estávamos devendo isso a Aubree.

Marcamos de ir para o Rockfeller pois Roman e Aubree nunca haviam patinado lá. Eu havia ido há muito tempo, logo que entrei no FBI, com Patterson e resolvi chamá-la para nos acompanhar.

Pouco depois de chegarmos, ela apareceu.

Um pouco de neve caía do céu e estávamos todos muito bem agasalhados com gorros, cachecóis, meias extras e calças e camisas longas. Roman e Aubree já haviam colocado seus patins e eu fiquei com Patterson me calçando.

— Eiiii. Que saudades! — Ela afirmou bem animada, acompanhada de um abraço, e logo seu humor me contagiou.

— Eu tava lembrando que na última vez que fiz isso foi quando viemos logo que entrei no FBI.

— Aqueles inesquecíveis 3 tombos!  — Ela completou e rimos.

— Eu prometi a Aubree e decidi aproveitar o dia como está pra vir. Não poderia estar aqui sem você.

— Claro que não poderia.

Enquanto colocávamos nossos patins, ela percebeu que algo me incomodava por conta do meu silêncio.

— Então… Tem algo acontecendo? Algo de ruim na vida de casada? Ta afim de voltar pra casa e não tem coragem de dizer ao Roman?

— Não. — Eu disse e ri. — Já falei pra parar de falar que estou casada.

Rimos e eu a olhei.

— Você me conhece como ninguém, né? Não é isso, é só que…  

Hesitei, mas logo depois continuei.

— Eu tive um pesadelo que uma gangue que prendemos a pouco tempo sequestrava a Aubree e isso ta me deixando com um pouco de medo. Ninguém pra me entender mais sobre isso que você. O Roman já tem tanto medo que algo aconteça a ela por causa do passado dele. Não quero ficar com o mesmo medo e nem passar isso pra ele.

— E você não vai ficar. — Ela afirmou segurando minha mão direita e apertando. — Isso nunca aconteceu antes, e não é agora que vai acontecer. Você é a pessoa que melhor sabe filtrar o que é bom e o que é ruim no trabalho. Você vai saber ignorar isso e ajudar ele a superar isso. A única coisa que sempre vai nos acompanhar é a nossa sombra, nosso passado só nos acompanha se quisermos. — Ela finalizou com um beijo na minha testa. — Vocês dois vão superar bem isso.

Eu sorri de maneira mais leve.

— É assim que gosto de ver você sorrindo. — Ela disse e se levantou, já com o patins nos pés. — Agora vamos!

Nos levantamos e nos juntamos a Roman e Aubree.

Não era algo que eu era muito boa, mas Aubree sabia fazer até piruetas. Todos nos divertimos juntos, patinamos juntos e Patterson tirou várias fotos. Quando Aubree estava brincando com Patterson, patinei um pouco pra mais longe com Roman.

— Eu finalmente descobri algo no qual você não é tão boa. — Ele começou, em tom de deboche tentando me desequilibrar.

— Faz quase 200 dias que você me conhece então… estava mais do que na hora.

— Agora vou conhecer as outras coisas?

Eu fingi pensar

— Não tem tantas assim, eu acho.

Ele me agarrou pela cintura, o que quase nos derrubou e nos fez rir.

— Eu vou adorar conhecer cada vez mais sobre você — Ele afirmou no meio de um rápido beijo. — Pra sempre.

Eu o puxei pelo pescoço e após roubar um beijo de deixá-lo sem fôlego, respondi.

— E eu vou adorar conhecer você cada vez mais também, e brigar com você também por você deixar a toalha molhada na porta do guarda-roupa…

— Aí, você já conhece meus defeitos. Eu sou muito transparente com você.

— Eu mesmo assim eu estou aqui, não estou?

Quando ele balançou com a cabeça que sim, eu encostei meu nariz ao seu.

— E não pretendo sair daqui tão cedo.

Tivemos nosso beijo interrompido quando Aubree veio em nossa direção e Patterson veio atrás dela rindo. O sol estava abrindo um pouco, mas o vento frio ainda era mais frio que o impacto do sol.

— Vamos comer! — Aubree pediu, puxando o casaco de seu pai. — Vamos!

E todos nós decidimos ir.

Patterson foi conosco e acabamos comendo em um restaurante brasileiro.

Aubree achou feijoada ‘feia’, mas quando provou comeu tudo.

Nós comemos muito bem e conversamos bastante. Aubree sempre falando muito e com animação sobre o fato de seu aniversário estar próximo

Ela faria 9 anos exatamente quando eu e Roman iriamos fazer 8 meses de relacionamento e ela estava super animada. Nós não havíamos prometido aniversário a ela, estávamos planejando um surpresa, mas a sua genuína empolgação era só por saber que comemoraria fora do orfanato e com seu pai.

Depois de comermos, nos despedimos de Patterson e fomos para casa.

Quando ela me beijou no rosto, ela sussurrou.

— Fale pra Roman.

Eu apenas pisquei para ela, mas não sabia se ou quando falaria. Não sabia se ia fazer bem a ele, que já tinha suas inseguranças quanto ao futuro de Aubree, saber das minhas. Porém parte de mim sabia que eu devia fazer aquilo. Afinal, relacionamento é companheirismo, era dividir tudo e ele dividia tudo dele comigo, então por que eu tinha que carregar meus pesos e problemas sozinha? Além do mais, eu também sabia que ele odiaria saber que estava carregando preocupações sozinha.

Chegamos em casa e no final de tarde e, duas horas depois, Patterson ligou perguntando se ela poderia ter uma ‘noite do pijama’ com Aubree. Roman concordou e eu e ele arrumamos tudo para ela, que ficou super animada para passar a ‘noite das garotas com a tia Patterson’.

Poucas horas depois, Patterson foi pegá-la na nossa casa e então ficamos eu, Roman e a noite fria de sábado entre nós.

O tempo ainda estava frio, mas o clima era confortável dentro de casa.

— Nós devíamos aproveitar que está frio e Aubree não está aqui. — Ele começou beijando meu pescoço e então eu me esquivei por causa das cócegas e ri.

— Pra fazer o que, especificamente? — O olhei com malícia.

Ele riu mais alto que o normal e então me abraçou mais forte.

— Ia apenas te chamar pra tomar um vinho e pedir pra ficar nos seus braços até você se cansar.

— Eu não pretendo cansar. — Eu respondi acompanhada de um beijo.

Após retribuir, ele levantou-se e voltou com duas taças e uma garrafa de vinho.

Nos deitamos nos braços um do outro no sofá enquanto bebíamos e conversávamos sobre amenidades, até que ele pegou minha mão direita e beijou.

— Você já parou pra pensar como vai ser o dia em que eu colocar uma aliança no seu dedo anelar direito? — Ele disse e sorriu genuinamente para mim, acompanhado de um olhar curioso.

Não esperando por esse assunto agora, aquilo me assustou. Para minha surpresa, não me assustou de uma maneira negativa, mas um frio na barriga me desceu ao pensar em Roman fazendo aquilo. Ele sempre fazia tudo, colocava todos os pingos nos i’s. Era assim no trabalho, na arrumação da casa, na maneira de gerir a vida e até no sexo. Deus, como eu agradecia por ele ser assim, mas eu sabia que  nós passaríamos por todos esses passos de pedido de casamento, noivado e casamento, por mais que nós dois odiássemos a ideia de uma grande e luxuosa cerimônia.

— Você não acha que ta muito cedo pra fazer isso? — Falei por brincadeira e então ele me olhou com seriedade.

— Talvez sim, mas acho que não. Você já mora comigo há meses e não quis me matar…

— Não depois de ter convivido com você. — Completei com humor e rimos e ele continuou.

— Patterson é sua família e ela convive com minha filha. O que falta mais para nos tornarmos um casal de velhos casados chatos?

Eu ri e depois de o beijar em resposta, apertei sua mão e o respondi.

— Falta adotarmos um animal, mas a Aubree é alérgica então…

— Então, só falta casarmos e passarmos 50 anos juntos sem você atirar em mim

— Ou sem você surtando quando Aubree começar a namorar ou se tornar uma adolescente teimosa porque essa fase vai chegar.

— Eu vou adorar passar por isso com você. — Ele finalizou com um beijo e deitando sua cabeça de lado em meu peito.

— Eu também.

Pegando em seu maxilar com a mão, era incrível como seu rosto encaixava na minha mão e eu adorava perceber isso sempre que pegava em seu rosto para beijá-lo e a cara que ele fazia quando eu fazia aquilo.

— Falando em passar por algo.. — Comecei, sem saber exatamente de onde partir, mas partindo da ideia de que se eu pensasse em casar com Roman, eu tinha desde já que aprender a compartilhar também as dores e não me machucar sozinha com aquilo. — Eu tenho estado com medo desde hoje de manhã. — Eu disse olhando séria para ele.

Como se sentisse todos os meus temores, ele me olhou e confortou meu corpo ao dele.

— Tem a ver com a Aubree? — Ele perguntou me olhando e então franzi minha sobrancelha.

— Patterson te contou algo pelo telefone?

— Não. — Ele sorriu. — Nem sabia que você tinha falado algo com ela, mas tenho dormido e acordado do seu lado. Sei quando algo está te incomodando e você estava ainda mais protetora com ela.

— Eu não quero que você fique com esse pensamento, ok, mas eu sonhei que meus inimigos tentavam me machucar e usavam ela pra isso e a última coisa que quero é machucar sua família.

— Nossa família. — Ele corrigiu, apertando minha mão. — E como você já me falou 400 vezes, Tasha Zapata, nada vai acontecer, ta? Eu estou aqui pra você. — Ele continuou e depositou um beijo aquecido em minha testa. — Assim como você está aqui para mim. Você não me disse pra parar de pensar no passado? Então que tal nos focarmos em nosso futuro?

Após finalizar com mais um beijo e tirar um peso das minhas costas, sorrimos involuntariamente um pro outro.

— Ok. — Selei com um beijo. — Vamos apenas pensar em nosso futuro.

— Nosso feliz futuro. — Ele completou e me pegou de uma vez pelos braços. — E nele eu também quero filhos, ta?

Eu ri em seus braços e o beijei rapidamente.

— Você ta muito apressadinho! — Eu disse com humor enquanto ele me apertava. — Temos Aubree então talvez teremos só mais um.

— Dois. — Ele teimou depois de me beijar, mas o olhei com malícia, tirando seu casaco.

— Mas podemos não pensar em ter filhos agora?

Ele tirou meu casaco e seus carinhosos beijos foram descendo pelo meu pescoço.

— Podemos praticar? — Ele perguntou ao me ver já ofegante por conta do roçar de sua barba em meu pescoço.

Não precisou dizer sim. Antes mesmo de sugerir que poderíamos fazer aquilo ali mesmo, ele já tirava minhas roupas. Com poucos segundos e algumas passadas de dedos ele conseguia me despir e não só despir minhas roupas, mas minha alma. Seu toque deixava minha alma nua e implorando por mais dele, implorando para que seu corpo me desse prazer e me deixasse dá-lo prazer. Era assim que nós incendiávamos um ao outro e que, mesmo com 7 meses de relacionamento, não deixávamos o sexo chato.

E com as promessas que eu havia escutado naquele dia eu sabia, eu poderia ter aquilo na minha vida pra sempre se eu quisesse. E eu já havia dito sim para tudo isso antes mesmo de ser perguntada. Agora eu só rezava para não estragar tudo, e para que nada no meu passado viesse a estragar também.





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Notas finais do capítulo

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