Don't Wanna Know escrita por Queen Jeller
Notas iniciais do capítulo
Sei que estou indo em marcha lenta, mas não devo demorar para chegar onde queremos. Teremos FBI, um pouco de Jeller e todas as coisas que amamos em fanfics. Espero que tenham paciência até chegarmos lá!
— Olá, pequena! — Ele disse se abaixando, dando um caloroso abraço na menina. Ela fortemente retribuiu, quase derrubando-o. — Bom dia!
Observei em silêncio a interação entre eles.
— O senhor está bem? — Ela perguntou. Ele sorriu ternamente para ela.
— Sim. E você? Alguma novidade por aqui? — Ele perguntou ainda olhando fixamente para a menina.
Eu desviei meu olhar e fiquei apenas escutando.
— Temos sim. Tenho uma tia nova. Ela parece ser muito legal! — Ela disse e eles ficaram em silêncio por uns segundos.
— Legal. — Ele disse num tom mais sério. — Que tal você ir aproveitar seu intervalo? Assim que terminar você volta aqui pra sala e nós conversamos, ok?
Eu me virei e a menina deu um beijo em seu rosto.
— Ok, tio. Eu amo você. — Ela completou.
— Eu também amo você, pequena! — Ele disse e ela saiu correndo.
Ele veio em meu sentido. Eu fingi que não tinha visto nem escutado nada.
— Agente Zapata. — Ele disse um pouco sem jeito. — Devo dizer que estou surpreso em ver você aqui.
Nossa relação era um inferno no pouco tempo que ele ficou preso no FBI, e depois que saiu ele limitou seus contatos ali. Não o julgava por isso. Nós tratamos ele tão mal. Eu teria feito o mesmo, pensei.
— Estou cumprindo serviço social. — Disse olhando diretamente pra ele.— E você o que faz aqui? — Perguntei.
— Eu trabalho aqui. — Ele respondeu sorrindo.
Ainda nos olhando eu tratei de corrigi-lo.
— Pode me chamar de Tasha.
Ele me olhou com estranheza.
— O que? — Perguntei ao ver sua reação.
— Nada. — Respondeu. — Só podemos admitir que é estranho qualquer tentativa de intimidade depois de tudo.
— Eu estava errada sobre você, ok? — Disse respirando fundo. — Eu sempre estou errada sobre várias coisas e não sou boa em pedir desculpas.
— Sinceramente não culpo você por agir como agiu. — Ele respondeu.
— Sorte sua. — Eu disse honestamente.
Meu martírio pessoal era sempre errar e nunca saber como consertar. Eu já havia perdido muito por causa disso, e nunca soube como mudar isso. Nunca soube a hora de perdoar.
— Você não pode se culpar por ser quem é. Você deve apenas aceitar, ou se recriar. Nós sempre somos de algum jeito por algum motivo. Resta a nós mudarmos por tal motivo ou ficarmos nos culpando pra sempre. — Ele completou.
— Nunca pensei que escutaria isso de você. — Disse sinceramente. — Depois de tudo.
— Existem muitas coisas que você acha que nunca vai escutar de mim. — Ele completou sentando-se ao meu lado. — Porque você não me conhece. Você tem uma ideia sobre mim. Não quer dizer que o que você pensa que eu sou é o que eu sou, mas a vida é uma constante mudança e alguns meses atrás você me odiava, hoje você pode… — Ele disse quando eu o interrompi.
— Eu não odiava você. — Respondi em frustração.
— Não foi isso que você me disse alguns meses atrás. — Ele completou com um pouco de humor. — Mas calma, eu não guardo mágoa. — Ele disse com um riso.
Acabei também rindo de seu deboche.
— Eu falo muito da boca pra fora, mas no fundo não sei expressar minhas emoções. Eu só tinha raiva de você, não ódio. Ódio é uma palavra muito forte. — Finalizei olhando pra ele.
— Que bom que você conjugou o verbo no passado. Quer dizer então que tem uma chance de você não me odiar mais? — Ele perguntou me encarando.
Eu o olhei fixamente.
— Eu não sei. Eu não conheço você. — Respondi.
— Prazer, meu nome é Ian, mas você pode me chamar de Roman se preferir.
— Natasha Zapata, mas pode me chamar de Tasha. — Disse estendendo minha mão. Ele pegou e a beijou.
— Prazer, Tasha. Eu prefiro chamar você assim. Zapata é um nome estranho.
Eu o olhei meticulosamente.
— Você mal se apresentou e já está me zoando. — Eu disse fingindo seriedade.
— Já achei seu ponto fraco. — Ele completou com o sorriso.
Rimos juntos pela segunda vez naquele dia.
***
Estávamos sentados na parte superior do pátio onde as crianças estavam brincando e logo avistei a doce menina de mais cedo brincando de amarelinha. Ela estava com outra criança um pouco menor que ela, moreninha. Eu a estava olhando com muita admiração, ela parecia tão meiga com a outra menininha.
— Ela é muito doce, não é? — Roman disse me tirando de meus pensamentos.
— Quem? — Perguntei com estranheza.
— Você é tão desligada que não sei como é policial. — Ele disse rindo e depois apontando para a menininha. — Ela.
— Ah. Sim. — Eu disse com um sorriso. — Ela foi super fofa comigo.
— Ela sempre é. — Ele disse com um sorriso genuíno. — Acho que ela foi a única que não teve medo de mim quando eu vim aqui pela primeira vez.
— Por que medo? — Perguntei
— Uma das crianças disse que a minha cara dava medo. Logo depois ela disse que não. As crianças se acostumaram comigo, mas eu e ela nunca mais nos desgrudamos.
— A assistente social disse que as crianças adoram você. — Complementei.
— Elas só me deram uma segunda chance. — Ele completou me olhando. Aquilo foi mais direto do que qualquer coisa que ele pudesse ter dito.
— Qual o nome dela? — Disse mudando rapidamente de assunto.
— Aubree. — Ele respondeu. — Achei que ela já tivesse dito a você. Ela é muito falante.
— Ela ia me dizer, mas você apareceu e acabou com nossa conversa. — Respondi com deboche.
— Olha, eu atrapalhando Natasha Zapata. Parece que o jogo virou! — Ele disse com sarcasmo.
— Cale a boca. — Eu disse fingindo irritação.
Fomos interrompidos quando Aubree chegou na nossa frente.
— Tia Tasha. — Ela disse com um ar super cansado, mas animada por estar brincando. — Eu trouxe pra você. — Ela disse me estendendo uma rosa de origami.
— Obrigada, linda. — Eu disse abraçando-a.
— E para mim, o que trouxe? — Roman perguntou interrompendo nossa conversa.
Ela colocou a mão na cintura.
— Eu já dei uma rosa pra você. Essa é de boas vindas pra tia Tasha. — Ela completou.
— Obrigada, florzinha. — Eu disse agradecendo. — Ela é linda igual você.
Ela sorriu com as bochechas coradas e logo voltou correndo para a companhia de sua amiguinha.Rimos e logo compartilhamos de um silêncio. Pela primeira vez de um silêncio acolhedor e não mais estranho. Ainda observarmos Aubree voltando a brincar com sua amiga até que ela nos avistou e acenou para nós dois.
— Qual a história dela? — Perguntei quebrando o silêncio. — Você sabe?
Ele sorriu pra mim.
— Sim. Os pais dela foram servir os Estados Unidos e nunca voltaram. Na época, ela ficou com a vó materna, mas a vó morreu e não tinha mais ninguém de nenhuma das famílias então ela veio parar aqui. — Ele finalizou.
— Nossa... — Eu completei abismada. — Deve ter sido horrível.
— Um dia quando a assistência social me contou eu disse isso e ela acabou escutando. Logo depois ela veio até a mim e disse que ela estava tendo um novo começo. — Ele completou com um sorriso triste.
— Boa resposta.
— Pra uma menina de 8 anos com certeza. — Ele respondeu me olhando. — E você. Qual sua história?
Eu o olhei assustada.
— Todos nós temos algo pra contar. — Ele completou. — Não conto a minha porque você sabe de cor.
— Eu já vivi em um orfanato. — Disse depois de um tempo. — Meus pais eram problemáticos e faleceram quando eu era jovem. Eu e meu irmão ficamos num orfanato dos 14 anos aos 18. Ele porém saiu antes de mim. — Completei.
— Ele foi adotado e você não?
— Não. — Disse com um tom triste. — Ele faleceu.
Compartilhamos um pouco de silêncio.
— Desculpa, eu…
— Sem problemas. — Eu disse com um falso sorriso.
— Talvez daqui que você tenha que tirar. — Ele disse depois de um tempo.
Eu o olhei.
— O seu novo começo. — Ele finalizou.
Eu sorri em silêncio e embora nem soubesse, ele tinha toda razão do mundo. Aquele era meu novo começo.
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Aubree foi inspirada em sua doçura e características físicas na Aubree do reality "Teen Mom 2". Espero comentários e agradeço novamente a todas que comentaram o capítulo anterior!