Don't Wanna Know escrita por Queen Jeller


Capítulo 1
Capítulo 1: Sorry


Notas iniciais do capítulo

Começando uma nova história com meu novo shipp. Espero os comentários, sejam eles positivos ou construtivos.



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“Você pode vir ao meu escritório se ainda estiver no prédio?”

Era mensagem de Kurt às 20 horas da noite. Por conta do último caso que tivemos, eu ainda estava no prédio terminando de me arrumar para ir para casa. Patterson já tinham ido para casa e Jane estava pelo prédio, mas nossa amizade não andava das melhores nos últimos dias, eu não sabia o motivo mas decidi respeitar.

“Estou aqui. Estou indo.”

Enviei alguns segundos depois e terminando de vestir minha jaqueta fui ao escritório para saber o que ele queria. Ao chegar lá, ele estava em sua cadeira e Jane estava sentada entre a cadeira dele e a cadeira que havia a frente. Algo estava acontecendo.

— Hey, algo acontecendo? — Perguntei preocupada logo que entrava. Kurt e Jane não pareciam nada felizes.

Ambos me olharam.

— Você pode se sentar, por favor? — Perguntou Kurt sério. Senti o ar pesado naquele momento.

— Ok. — Eu disse enquanto me sentava a sua frente e ao lado de Jane. — O que aconteceu? — Perguntei olhando pra Kurt.

— Algumas semanas atrás nós estávamos dando andamento ao caso contra o ex ativo da Sandstorm, Matthew Weitz, e achamos isso. — Jane disse, estendendo em meu sentido uma pasta com vários documentos.

Se tratava de todos os documentos do começo do caso da Jane que eu havia vendido para Tom Carter alguns anos atrás. Droga, pensei, e quando olhei para Weller senti como se tivesse acabado de cair num lago congelado. Tudo em mim congelou e poucas vezes na vida eu havia me sentido tão mal quanto aquele momento. Nos olhamos em silêncio, e com um olhar machucado para mim, Kurt continuou.

— Weitz contou com a ajuda de algumas pessoas para conseguir o que queria e uma das pessoas com quem ele tentou ajuda foi você. Vimos que ele tinha todo um caso contra você e ao investigarmos vimos que se tratava de apostas e de um envio de documentos do FBI para a CIA. — Ele completou.

— Esses documentos. — Eu disse com a voz trêmula. — Me descul… — Eu comecei a dizer, mas Jane me interrompeu.

— Como você foi capaz disso, Tasha? — Ela disse com os olhos cheios de lágrimas. Eu nunca havia visto duas pessoas que eu gostava tanto tão desapontadas comigo como Jane e Weller naquele momento.

— Jane, eu… — Eu comecei, mas logo as lágrimas também estavam tomando meus olhos. Se arrependimento matasse, eu pensei.

— Eu sempre fui honesta com você, sempre fui sincera até nas nossas desavenças e mesmo quando não tínhamos eu sempre te respeitei e te protegi. Eu te considerava uma amiga, e era uma das poucas coisas que eu tinha na época, mas parece que eu era só uma moeda de troca. — Ela disse se levantando.

— Você era minha amiga também, Jane, mas… — Eu comecei, mas ela novamente me interrompeu.

— Amigos não vendem um ao outro. — Ela completou e depois fechou a porta da sala, indo pro elevador. Ficamos só eu e Weller.

Compartilhamos um silêncio mais ensurdecedor da minha vida.

— Eu nunca quis o mal dela. Você sabe disso. — Eu disse olhando pra Weller.

— Eu também nunca quis, Tasha, mas um passo em falso meu e ela foi parar nas mãos da CIA. Nosso relacionamento quase se tornou irreparável e eu sempre me culpei por isso e agora ficamos sabendo que você tinha a mão inteira nisso. Logo você que ela nunca teve mágoa, mesmo quando você atirou nela e que ela não teve qualquer problema em perdoar por isso. Vocês eram amigas!

— Ela provavelmente deve me odiar agora. — Eu disse olhando pra ele. — E você também.

— Nós não odiamos você, Tasha, caso contrário você já teria sido presa, mas estamos desapontados com você. — Ele falou e continuou. — Nós vamos nos casar em breve, e não estávamos preparados para lidar com isso agora.

— Nem eu. — Disse honestamente. — Desde que Jane assumiu que Carter a sequestrou eu me senti culpada, e desde que tudo se consertou que eu tento compensar nossa amizade pela traição que eu fiz com ela.

— Você precisava ter contado a verdade. — Ele disse bem sério.

— Como? Depois de tudo que aconteceu? Ela ia me odiar ainda mais, Kurt. Eu esperei o momento certo, mas ele nunca chegou.

— Mas a verdade chegou.

— Desculpa, Kurt, de verdade. Eu nunca me desculpei por isso, e agora não espero que vocês me perdoem. — Completei, colocando meu crachá e algemas sob a mesa de Kurt enquanto me levantei.

Ele me olhou contrariado.

— Você pode fazer o que você achar melhor. Eu não vou fugir do meu erro dessa vez.

— O que você está fazendo? — Ele me perguntou dessa vez com o olhar enrugado.

— Eu sei que devo ser demitida e indiciada, Kurt. — Completei.

— Sente-se. — Ele disse sério e me sentei ouvindo-o atentamente. — Jane fez questão que isso não acontecesse, Tasha. Ela sabe que você ama seu trabalho e o executa da melhor maneira.

— Sim. — Concordei com toda força que eu tinha. — Esse trabalho é tudo que eu tenho. — Ela concluiu, pensando que realmente era tudo que ela tinha e que ela estava quase perdendo.

— Você não o perderá, mas sabemos que não depende só de mim então você terá que prestar conta disso de algum modo.

— Eu faço qualquer coisa pra poder reparar de vez esse erro.

— Nós temos um acordo para apresentarmos a você. — Ele disse me estendendo um papel.

 

***

 

Eu quase não poderia acreditar que estava onde estava. Um orfanato. Fazia tempo que não entrava um. Desde que meus pais me abandonaram e eu e meu irmão acabamos sendo mandados para um logo que eu saí prometi para mim mesma que só voltaria ali para adotar alguma criança, mas não era o caso agora. Eu estava lá para trabalhar.

 

No acordo proposto por Kurt, eu tinha que prestar serviço social além do trabalho. Não ia ser algo difícil para mim, mas tomava todo o meu tempo já que já trabalhávamos muito no FBI. Eu não estava desapontada, apesar disso, fazia muito tempo que meu pouco tempo livre sobrava e eu gostava de crianças. Subi com a assistente social que me explicou que eu devia monitorar as atividades dos alunos. Ela não explicou muito, pois parecia apressada, porém eu já tinha uma ideia pelo tempo que passei no orfanato. O celular dela abriu e ela me olhou apressada.

— O outro monitor dessa turma deve chegar em breve. Você pode pedir ajuda a ele. As crianças aqui adoram ele. — Ela disse me dando as costas e saindo apressadamente.

Eu entrei na sala e a maioria das crianças estavam desenhando algo com giz de cera. A professora deles estava escrevendo algo em sua pauta e ela apenas acenou com a cabeça para mim.

— Crianças, assim que terminar o desenho de vocês, entregam a nova monitora Tia Zapata que está na porta e podem ir para o intervalo. — Ela disse.

Algumas crianças começaram a entregar seus desenhos e logo eu estava reunindo-os em minha mão. Ao começar a arrumá-los, uma doce menininha chegou perto de mim.

 

Ela tinha os cabelos castanhos claros e os olhos cor de mel, seu nariz era fino mas achatado e ela era menor que a maioria das crianças ali, mas era com certeza a mais fofa. Ela me ofereceu um sorriso super acolhedor e logo que ri para ela, encantada com sua doçura, ela me entregou seu desenho.

— Tia, eu estou feliz que a senhora está aqui. — Ela disse me entregando seu desenho. — Eu não sei desenhar, mas espero que goste. — Ela completou. Olhei o desenho e se tratava de uma menina de palitinhos, provavelmente ela, a professora e outro boneco que palitinho que parecia um homem. Eles estavam entre dois coqueiros e entre eles tinha uma faixa dizendo “Bem vinda, tia Tasha”. Todos os bonequinhos estavam sorrindo.

— Obrigada, florzinha. — Eu disse muito feliz. — Seu desenho está lindo. — Completei.

Ela me deu um abraço super carinhoso.

— Qual é o seu nome pra eu colocar no seu desenho? — Perguntei curiosa para saber o nome daquela menina que tanto tinha me encantado. Nossa conversa porém foi interrompida quando ela gritou.

— Tio Ian! — Ela saiu correndo no sentido da porta e logo que olhei lá estava ele.

O monitor da sala era o irmão da Jane.




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