"[...] uau — acrescentou, pestanejando rapidamente quando viu Hermione vindo apressada ao encontro dos dois. — Que máximo!

— Sempre o tom de surpresa — respondeu Hermione, embora sorrisse. Usava um esvoaçante vestido lilás com sapatos altos da mesma cor; seus cabelos estavam lisos e sedosos. — Sua tia-avó Muriel não concorda, acabei de encontrá-la lá em cima entregando a tiara a Fleur: "Aí, não, essa é a menina que nasceu trouxa?", e em seguida "má postura e tornozelos finos demais".

— Não se ofenda, ela é grosseira com todo o mundo — disse Rony.

(...)

[...] Vítor Krum havia sentado na cadeira desocupada por Luna. Hermione pareceu agradavelmente perturbada, mas desta vez Krum não viera cumprimentá-la. Com o rosto contraído, ele perguntou:

— Quem é aquele homem de amarrelo?

— É o Xenofílio Lovegood, pai de uma amiga nossa — respondeu Rony. Seu tom agressivo indicava que eles não iriam rir de Xenofílio, apesar da clara provocação. — Vamos dançar — acrescentou ele, bruscamente para Hermione.

Ela pareceu surpresa, mas também feliz, e se levantou: eles desapareceram na pista de dança que agora ia enchendo de dançarinos.

— Ah, eles estão juntos agora? — perguntou Krum, momentaneamente distraído.

— Ah... mais ou menos — respondeu Harry."

— Harry Potter e as relíquias da morte:

Cap 8 – O casamento.

Hermione seguiu Rony entre as pessoas. O garoto pareceu esquecer de que suas pernas eram muito mais longas que as dela, e que de saltos ela quase não conseguia manter-se de pé.

Quando chegaram ao centro da pista de dança eles pararam. Rony estava olhando-a apreensivo, sem saber o que fazer, e ela por sua vez, cansada de esperar que ele fizesse algo, resolveu tomar a iniciativa.

— Você não vai segurar a minha cintura? — ela perguntou.

— Como? — ele perguntou recebendo um tom rubro.

— Colocar suas mãos na minha cintura.

— Colocar minhas mãos na sua cintura?

— Sim, para dançarmos... Você não vai...?

— Ah, vou, sim, claro, claro! — ele disse nervoso, mas lentamente ele colocou suas mãos na cintura fina da garota sem apertá-la, pois estava muito nervoso.

Hermione retribui-lhe a situação lhe oferecendo um sorriso tímido, e logo repousou suas mãos sobre os ombros largos e fortes do ruivo. Os dois começaram a se balançar para um lado e para outro, acompanhando a lentidão da música que tocava.

Rony passou a sorrir largamente enquanto olhava o sorriso envergonhado que Hermione lhe oferecia. Achava uma graça vê-la olhando para cima para fitar seu rosto, ela era bem pequenina. Característica que fazia que com que ele sentisse o dever de protegê-la, e principalmente: sentir vontade de tê-la em seus braços.

— Ron... — ela começou.

— Sim?

— Você sente ciúmes do Vítor?

— O QUÊ? — ele perguntou assustado, já voltando ao tom rubro que se encontrava antes.

— Você sente, não sente? — insistiu.

— Não! Claro que não! Que bobagem! Por que raios eu sentiria ciúmes do Krum? — ele disse se atropelando entre as palavras.

— Eu não sei, só pensei que... nada, deixe pra lá! Você tem razão, é bobagem. — ela disse um pouco desapontada.

— É claro que é bobagem... — ele disse ainda um pouco nervoso, mas reuniu toda a coragem que tinha para lhe fazer uma pergunta: — Mas por quê? Você queria que eu tivesse?

— Não! Claro que não! Por que é que eu iria querer uma coisa dessas?

— Eu não sei...

— Que bobagem! — ela disse agora tão vermelha quanto ele.

— É, uma grande bobagem! — agora era ele quem se entristecera.

Os dois continuaram nas posições em que estavam enquanto se balançavam, mas agora seus olhos já não se encontravam mais. Cada um mirava um ponto fixo ao longe, envergonhados demais para voltarem a se encarar.

Hermione gostaria de ter ouvido que ele sentia ciúmes de Vítor... Não de Vítor exatamente, ciúmes dela com ele. Mas ele não sentia.

Rony gostaria de ter ouvido que ela gostaria que ele sentisse ciúmes dela, que queria que ele gostasse dela. Mas ela não queria. E tomado pelo desespero de não conseguir impressioná-la o suficiente para que ela gostasse dele, soltou:

— Estou feliz por ter aceitado meu convite e estar aqui dançando comigo. — ele disse e rapidamente ela voltou o olhar para ele.

— Estou feliz por ter me convidado. — respondeu gentilmente com mais um sorriso tímido.

— Me desculpe por não ter te convidado para ir ao baile comigo.

— Que baile?

— O baile de inverno. Em homenagem aos campeões do Torneio Tribruxo.

— Ah, está tudo bem. O baile foi bem legal da mesma forma... Quer dizer, nem tão legal assim.

— Por que não? Você estava com o Krum. Aparentemente todas as garotas queriam ir com ele.

— É, mas eu não. Quer dizer, não que eu não quisesse ir com ele. Eu queria sim! Vítor sempre foi um doce comigo, mas eu esperava que você me convidasse. — declarou timidamente.

— Sério?

— Sério... Mas você foi com a Padma. Nunca imaginei vê-lo convidando a Padma.

— É... Não fui bem eu que a convidou. — disse decepcionado após saber que ela gostaria de ter ido com ele. Se soubesse o que sentia antes talvez não tivesse perdido tanto tempo!

— Mas estou feliz em estar aqui com você agora, é como voltar no tempo e fazer tudo de novo de uma maneira melhor.

— Você se lembra da coreografia?

— A coreografia que a professora McGonagall nos ensinou para a primeira dança dos campeões?

— Essa mesmo! Se lembra?

— É claro que sim. Eu a dancei com... — ela se interrompeu antes de dizer o nome nem um pouco adorado por Rony — Sim, eu lembro.

— Ótimo! Vamos dançá-la então! — ele disse sorrindo.

— Como assim? Ron, espera! — ela dissera rindo e logo sentiu o ruivo erguendo-a no ar e girando-a, assim como a coreografia do baile de inverno.

Os dois dançaram todos os passos que ainda se lembravam da coreografia. Rony saíra girando e erguendo Hermione no ar, e a garota era só sorrisos. O ruivo girou a morena mais uma vez e aproveitou o momento para trazê-la para mais perto de si. Notando a proximidade em que estavam, Hermione sorriu timidamente para ele outra vez e repousou a cabeça em seu peito abraçando-o. Ele por sua vez, envolveu o pequeno corpo da morena em seus longos braços abraçando-a também e teve que abaixar-se um pouco para depositar um beijo no topo de sua cabeça. E assim que o fizera, esbarram nos dois fazendo com que se separassem.

— Vamos botar pra quebrar agora, maninho! — Fred dissera e Jorge empurrara Rony para o meio de uma roda que havia se formado em volta dos dois.

Na roda estavam Gina, Luna, Fred, Jorge e algumas primas Veelas de Fleur em que os gêmeos estavam interessados. E agora, consequentemente Hermione também integrava aquela roda, e todos o encaravam esperando que ele dançasse ao som da música agitada que começara a tocar.

Se as três maldições imperdoáveis não fossem proibidas, sem dúvida alguma ele teria usado as três em Fred e Jorge. Rony sentiu-se completamente envergonhado ao ver todos o fitando enquanto ele estava no meio da roda. Ele buscou os olhos de Hermione, que o fitava entusiasmada para vê-lo dançando, então ele soube que não haveria como escapar. Arriscou uns passos desengonçados que arrancaram boas risadas do grupo, e só assim ele foi dispensado e pode sair do meio da roda, agora era Fred que se oferecera para adentrar o centro do circulo.

Todos ficaram ali dançando e se divertindo por muito tempo. Todos tiveram seu momento para liderarem o centro da roda, e todos dançaram juntos também.

Aquela noite teria sido incrível por inteira, senão fosse pelo momento em que os dois se separaram e a festa foi invadida por Comensais da Morte.