"Ele pôde, então, andar pelo salão sem interferências. Localizou Gina a duas mesas de distância; estava sentada com a cabeça no ombro da mãe: haveria tempo para conversarem depois, horas e dias e talvez anos. Ele viu Neville, a espada de Gryffindor pousada ao lado do seu prato enquanto comia, cercado por um grupinho de fervorosos admiradores. Ao longo dos corredores entre as mesas, ele caminhou e viu os três Malfoy juntinhos, como se não soubessem se deviam ou não estar ali, mas ninguém lhes dava a menor atenção. Para todo lado que se virava, Harry via famílias reunidas, e, por fim, viu os dois cuja companhia ele mais desejava.

— Sou eu — murmurou, agachando-se entre os amigos. — Podem me acompanhar?

Eles se levantaram imediatamente e, juntos, ele, Rony e Hermione deixaram o Salão Principal."

— Harry Potter e as relíquias da morte.

Cap 36 – A falha do plano.

Rony tinha entrelaçado seus dedos nos dela quando se encaminharam ao Salão Principal. Os dois rumaram em direção à família Weasley que parecia muito abalada, mas todos lhes deram pequenos sorrisos ao verem o casal.

— Finalmente. — Gina disse com a voz fraca, tentando demonstrar que estava feliz pelos dois.

— Estava mais do que na hora, não é? — Jorge comentou abraçando Rony e depois Hermione.

— Acho que todos nós já esperávamos por isso. — Gui disse.

— Será uma honra tê-la em nossa família, Hermione. — Percy se pronunciou para a surpresa de todos.

— Eu lhe desejaria boas-vindas à família, mas sabe que é parte dela há muito tempo!

— Obrigada, dona Molly. Obrigada a todos vocês! — Hermione os agradeceu, completamente encantada com a bondade dos ruivos diante da situação em que se encontravam.

— Nós vamos... Queremos ficar sozinhos um tempinho, ok? — Rony perguntou.

— Tudo bem, filho. Podem ir! — Arthur dissera e então os dois se afastaram.

Caminharam um pouquinho até que pudessem ficar um pouco isolados dos outros. Rony por sua vez abaixou-se e encostou suas costas na parede, ficando de pernas abertas para que Hermione pudesse se sentar entre elas. Assim que ela o fez, ele abraçou-a pela cintura e beijou-lhe o ombro quando ela recostou-se sobre ele.

— Nós somos um casal agora? — ela perguntou quando ele descansou seu queixo no ombro dela.

— Acho que sim... Quer dizer, se você me quiser é claro.

— Então nós somos um casal. — após a afirmação dela ele a apertou, trazendo-a para mais perto de si.

— Está cansada?

— Muito.

— Pode dormir se quiser, se não estiver confortável o suficiente...

— Seus braços sempre vão ser confortáveis!

— Então pode dormir.

— Não vai cansar de me ninar, não?

— Não.

— Está fazendo isso há quase um ano.

— Eu não me importo.

— Você é um doce, sabia?

— E você é perfeita.

Quando ele terminou de falar ela virou-se, ficando de frente a ele e o beijou apaixonadamente. Quando o beijo cessou eles colaram as testas e sorriram, mas logo Hermione descansou a cabeça no peito do ruivo e ele a abraçou.

— O que será de nós agora, Ron? Depois de toda essa guerra, essas perdas...

— Eu não sei. Só sei que quero ficar com você. Quero ficar com você pra sempre! — ela sorriu e encolheu-se mais contra o peito dele — Eu esperei tanto tempo por isso.

— Eu também.

— Me desculpe por não ter assumido isso antes. Talvez se tivesse o feito eu não tivesse sido tão covarde e babaca...

— Shiu! — ela colocou o dedo indicador nos lábios dele enquanto o encarava — Não quero ficar pensando nisso, ok? Tudo o que aconteceu era porque tinha que acontecer! Isso não muda em nada o que sinto por você, entende? Eu gosto de você desde que nos conhecemos, nenhuma bobagem me faria parar de gostar.

— Não foi uma bobagem, Mione...

— Ei! Pare com isso, ok? O dia em que um cara que salvar minha vida e a de Harry for considerado um babaca eu te aviso... Até lá você será o meu herói, está bem?

— Também gosto de você desde que te conheci! — ele deu-se por vencido e passou a acariciar o rosto da morena.

— Isso é bom. Se gosta de mim a todo esse tempo significa que está preparado pra aguentar as minhas chatices.

— Eu até negaria, mas sempre deixei bem claro que pra mim você é uma sabe-tudo irritante! — o que ele disse acabou arrancando uma leve risada dela.

— Será que o senhor legume insensível está realmente preparado isso?

— Se está se referindo a me apaixonar eu acho que sim. Mesmo que ache que eu tenho a amplitude emocional referente à profundidade de uma colher de chá, quando se trata de você eu não tenho limites.

— Você quer mesmo se apaixonar por mim? Quer dizer, por uma garota como eu?

— Mione, você é brilhante! Seria estranho se eu não quisesse me apaixonar por você. Aliás, eu já estou apaixonado. Sempre estive apaixonado por você! Nem consigo acreditar que uma garota tão linda e inteligente esteja disposta a se apaixonar por mim.

— Eu já estou apaixonada por você, Ron. Sempre estive. Será que não vê o quão brilhante e incrível você é? Tem que parar com essa mania de se menosprezar...

— Acho que é o costume.

— Pois pare com isso. Eu não me apaixonaria por você a toa! Sem você comigo durante todo esse tempo eu não teria aguentado e você sabe disso! Se acredita que eu sou tão brilhante quanto diz, devia acreditar que também é.

— Você é maravilhosa, sabia?

— Você também é. Sem Rony não existe Hermione! Você é minha base... É como se...

— Você me completasse! — ele terminou a frase por ela e os dois riram — Será que vai dar certo? Sabe, eu e você?

— Não faço a menor ideia, mas eu quero muito ficar com você, Ron!

— Também quero ficar com você, Mione! — agora era ele que tinha a beijado.

Os dois ficaram ali trocando beijos e carícias, e por um momento tentaram esquecer toda aquela guerra que tinha acontecido, o que era uma tarefa muito difícil. Mas com o apoio que tinham um do outro os ajudaria e muito!

Logo Harry chegou e os chamou para o acompanharem, e então ele lhes contou tudo o que havia acontecido. Aquele era o fim de uma guerra e o inicio de uma era.

O início da vida a dois de Ronald Weasley e Hermione Granger.