"— Voldemort está sentado na Casa dos Gritos?! — exclamou Hermione, indignada. — Ele não... ele não está nem lutando?

— Acha que não precisa lutar. Acha que vou procurá-lo.

— Mas por quê?

— Ele sabe que quero as Horcruxes... está mantendo Nagini junto dele... obviamente eu terei de procurá-lo para me aproximar daquela coisa...

— Certo — falou Rony, aprumando os ombros. — Logo, você não pode ir, se é o que ele quer, o que está esperando. Você fica aqui e cuida da Hermione, e eu irei pegar...

Harry interrompeu-o.

— Você dois ficam aqui. Irei com a Capa da Invisibilidade e voltarei assim que...

— Não — discordou Hermione —, faz muito mais sentido eu levar a capa e...

— Nem pense nisso — disso Rony, rispidamente."

— Harry Potter e as relíquias da morte.

Cap 32 – A varinha das varinhas.

Depois de irem até a casa dos gritos e virem à morte de Snape, os três voltaram para o castelo. Hogwarts estava completamente destruída. Assim que entraram no grande salão encontraram muitas pessoas feridas ajudando outras feridas, também haviam alguns corpos estirados no chão, estavam mortos.

Encaminharam-se até um grupo cheio de cabeças ruivas, os Weasley’s estavam reunidos em volta do corpo inanimado de Fred. Assim que se aproximaram, Gina abraçou Hermione e passou a chorar nos ombros da amiga. A morena tentou manter-se calma, mas foi impossível conter as lágrimas ao ver os corpos de Lupin e Tonks, um ao lado do outro. Imediatamente lembrou-se do pequeno Ted que Tonks afirmara estar seguro na casa de sua mãe, e chorou silenciosamente. Ela lançou um olhar a Harry que se distanciou com a aparência perturbada, seria difícil prosseguir com as perdas.

Rony que estava abraçado a Percy encaminhou-se até Gina e Hermione, e logo a irmã trocou os braços da amiga pelos dele. Hermione observou tudo e passou a distanciar-se também, pensando que aquele devia ser um momento da família, mas o ruivo segurou sua mão, tentando lhe dizer que ela devia ficar.

Hermione abraçou cada um dos Weasley’s, mas nenhum deles pareciam tão arrasados quanto Molly e Jorge. Depois ela encaminhou-se até os corpos de Lupin e Tonks e abaixou-se diante deles, lembrou-se do momento em que Fred foi atingido. Lembrou-se de tentar manter-se sob controle para tirar Rony da linha de fogo. Lembrou-se de vê-lo ao lado de Percy sem acreditar no que havia acontecido com Fred. Fred, que morrera fazendo mais uma de suas incontáveis piadas, mais uma de suas implicâncias com os irmãos, mais uma e a última. Então foi impossível controlar os soluços.

Pouco tempo depois Rony ajoelhou-se ao seu lado e a abraçou. Sempre tentando acalmá-la quando ele mesmo não estava bem.

— Vamos sair daqui? — ele pediu e ela concordou.

Os dois afastaram-se da multidão e foram se sentar em outro lugar. Rony abraçou-a e ela descansou a cabeça em seu peito.

— Você está bem? — ela perguntou, pois sabia que ele chorava silenciosamente.

— Pode ficar tranquila, não se preocupe comigo...

— Ron, você precisa parar de se preocupar comigo e pensar em você. Você é um ser humano também! — ainda deitada sob o peito dele, ela levantou a cabeça para olhá-lo.

— Eu estou bem... Nós vamos acabar com isso logo. Vamos matar a cobra!

— Já disse que eu devia pegar a capa e...

— Não me venha com essa história de novo! Você não vai e pronto.

— Mas Ron...

— Nem adianta insistir! Já disse que não vai. Eu não vou passar por aquilo de novo, não vou! — ele disse apertando o abraço entorno do corpo dela.

— Passar pelo o quê? — assim que ela perguntou, ele desviou o olhar e passou a fitar o nada. Parecia angustiado e seus olhos voltaram a marejarem.

— Hermione, se você o soubesse o quão desesperado eu fiquei quando a Bellatriz estava te torturando. Eu nunca me senti daquele jeito, foi a sensação mais horrível que senti em toda a minha vida. Parecia que ela estava me torturando também, e se você for atrás da Cobra e... Eu não posso ficar aqui com a incerteza de se você está bem ou não. Eu não posso perder você! Então, por favor, tire essa maldita ideia da cabeça...

Rony foi interrompido pelo beijo que Hermione lhe deu. Os dois tinham lágrimas escorrendo por seus olhos, mas se recusavam a acabar com aquilo. Os dois sonharam tanto com aquele momento, mas não esperavam que tivesse sido daquela maneira. A guerra estava acabando com eles, e levando com ela todos os possíveis momentos que teriam para ficarem juntos.

— Você não vai me perder, Ron.

— Não, eu não vou. Porque não vou deixar que nada te coloque em perigo ou te deixe longe de mim.

— Nós vamos matar a cobra e então não vamos mais precisar nos preocupar com isso, ok?

— Eu nunca vou parar de me preocupar com você, Mione. — ela lhe deu um leve sorriso e inclinou-se para beijá-lo novamente.

— Obrigada. — agora ela repousou a cabeça no peito dele novamente e fechou os olhos.

— Temos que ir procurar o Harry. — ele disse após um tempo.

— Eu sei. — ela sussurrou baixinho, lutando contra a vontade de permanecer ali abraçada a ele.

— Vamos?

— Vamos.