Chances. escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 26
Capítulo 25 - O Mundo Não Gira Em Torno De Carlie.


Notas iniciais do capítulo

Cheguei trazendo para vocês o primeiro capítulo do ano de CHANCES, e com alguns avisinhos para dar;

1 - Para quem me acompanha desde Totalmente Por Acaso, sabe que a história ganhou uma segunda temporada chamada Totalmente Por Destino que teve quase 10 capítulos postados, o caso é que eu desisti daquele enredo e decidi postá-lo de uma maneira diferente, ou seja, agora há uma nova versão dela com o prólogo já postado, então quem quiser acompanhar vou colocar o link aqui: https://fanfiction.com.br/historia/751740/Totalmente_Por_Destino/

2 - Para quem curte fanfics inusitadas também postei uma com Victoria e Edward como personagens principais: https://fanfiction.com.br/historia/744401/The_Price_Of_A_Farse/ (ela será atualizada hoje.)

3 - Para quem curte drama tem uma fanfic minha que só falta mais um capítulo para ser finalizada: https://fanfiction.com.br/historia/700624/A_Busca/

4- Por fim se você ainda não me acompanham em A Love Of Another Life leiam: https://fanfiction.com.br/historia/714451/A_Love_Of_Another_Life/

Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/721365/chapter/26

Ponto de vista: Carlie Biers.

 

O que tivemos...Foi um erro. Eu amo a Bree. É com ela que eu devo ficar...Sinto muito.

Ter aquele bilhete deixado por um homem que na noite anterior transou com você e depois ser abandonada por ele deveria ser humilhante. Mas, enquanto relia o conteúdo pela milésima vez em uma das mesas da lanchonete do hotel, eu tentava me convencer com toda convicção que aquilo era o melhor. Que eu não podia me envolver mais. Que isso estava fadado a dar errado.

—Está sozinha hoje? — o atendente de ontem me questionou, resgatando minha atenção. Pisquei algumas vezes para entender o que ele tinha perguntado e quando compreendi, engoli a seco antes de amassar o papel em minhas mãos e responder.

—Sim. Estou. —  assinto, sentindo de repente uma onda de agonia me atingir. Não estou sozinha só em questão de companhia, estou sozinha emocionalmente, porque não deixei que se aproximassem, não dei aos meus pais a chance de serem ouvidos, não dei a Owen a chance de me apaixonar por ele. Não dei a ninguém chance alguma.

—Quer pedir algo? — indaga quando nota que não vou falar mais nada.

—Não...Eu tenho que ir. — digo me levantando de repente e capturando a chave do meu carro no bolso traseiro da calça que agora uso. Eu já tinha fechado a conta mais cedo, então todo processo de ir embora seria mais fácil.

Dei as costas e sai do estabelecimento em passos decididos. Logo que entrei dentro do carro, respirei fundo, me perguntando se eu realmente estava pronta para voltar. A resposta era sim. Lógico que eu estava.

Acelerei rumo a Forks com a certeza de que deveria parar de fugir de sentir algo. O caminho até lá foi mais triste do que a vinda até aqui, havia silêncio sim, mas, eu não tinha no banco do lado um Cullen que queria me ouvir caso eu decidisse falar.

Foram as três horas mais longas da minha existência, a cada curva que eu manobrava e cada acelerada que eu dava o que temi enfrentar se aproximava de mim.

Quando a fachada da fazenda Biers se fez presente em minha visão, suspirei. É, eu tinha que fazer isso.

Assim que desci do veículo fui cumprimentada por alguns funcionários que me desejaram boa tarde, exibi um sorriso falso e os cumprimentei de volta. Sei que a fofoca sobre meu escândalo ainda está fresca e todos aqueles são responsáveis por compartilhá-la.

Subo a escadaria trabalhada em pedras da mansão e em questão de segundos estou adentrando a minha casa. Como espero, há uma comoção na sala; Meus pais, junto com tia Rose discutem entre si e tenho plena noção que é sobre meu comportamento. Solto um pigarro para que me notem, e a primeira a fazer isso é minha mãe, que me fita com extremo alivio. Esse que se completava a imagem exausta em seu rosto.

Mordo os lábios a fitando.

É, sou uma vadia egoísta realmente.

—Então...Sei que não há desculpas no mundo que englobem a razão de eu ter sido uma estúpida naquela festa e que justifiquem o fato de você não merecer o que eu fiz, mas, essa sou eu, aqui e agora, sendo cretina o suficiente para dizer que sinto muito. Sinto muito, mãe, de verdade. Por tudo. — espero que ela grite, isso vai me ajudar a me culpar mais, mas, tudo que Isabella faz é vir até mim e me abraçar com força.

—Eu deveria ter contado...Eu...Simplesmente devia ter contado. — ela diz em meio a um choro, a aperto contra mim, não sabendo como responder aquilo. Olho para meu pai, que sustenta uma expressão séria para mim e tento.

—Não importa...Ou...Não devia importar, você fez o que achava que era melhor para mim, eu entendo isso, agora, sóbria, controlada. Você sempre faz o que é melhor para nós, e imagino o quão pesado tenha sido para você carregar esse fardo...Então, tudo bem para mim. Tudo bem. — finalmente lhe garanto isso e me surpreendo ao notar que realmente sinto aquilo.

Bella se separa de mim e me olha agora também com seriedade, antes de tentar enxugar suas lágrimas.

—Ficamos tão preocupados...O rastreador não funcionava...Não tínhamos a mínima ideia de onde você estava. — desabafa aflita.

—É...Eu meio que quebrei ele. — admito e meu pai se limita a suspirar.

Antes que qualquer outra pessoa fale mais algo, ouço passos na escada e em questão de segundos, Liam está na sala também, com uma expressão fria que eu nunca o vi antes. Me encolho sem entender a razão. Meu irmão mais novo se posiciona ao lado do meu pai e é como se ele o incentivasse a fazer algo.

—O que você fez...Ultrapassou qualquer outro erro que já tenha cometido. Não te criamos para resolver situações daquele jeito. — Jasper inicia com seu tom mais calmo. — Eu entendo que se magoou, mas, você deveria ter nos ouvido antes de escandalizar nossa família...Se tivesse ouvido, saberia que eu nunca quis esconder isso de você. — revela, e eu sei que tem permissão mãe nisso.

—Mas... — tento me justificar.

—Aro falou a verdade quando disse que você era o próprio Haras...A imagem e honra dele. — me interrompe de modo que franzo as sobrancelhas com o rumo daquela conversa. — Discutimos um pouco sobre isso...E decidimos juntos, que alguém que não consegue se manter séria em uma cerimônia como aquela, não serve para representar o Haras. — anuncia de modo que minha mãe desvia os olhos de mim. Estática, nem tenho tempo de questionar o que significa. — Você não compete mais pelo Haras Volturi, Carlie. — meu pai me informa e eu sinto lágrimas se formarem em meus olhos. — E nem Leal nem Penélope, são mais seus cavalos, eles serão vendido para uma fazenda no Texas. — arfei sem acreditar.

Meu pai estava me punindo pelo meu comportamento, me tirando tudo que eu mais amo. Quem é esse cara a minha frente? Jasper Biers, nunca seria tão duro.

—Você não pode fazer isso comigo. — me revolto. — Eu fui a pessoa que mais sofreu com aquilo tudo e agora sou culpada a ponto de sofrer uma punição? — indago argumentando.

Liam enche a sala com uma gargalhada cheia de escárnio.

—Talvez ninguém tenha te avisado ainda, então desculpa se eu vou te dar essa notícia sem te preparar antes: a porra do mundo não gira em torno do seu umbigo. Ficou chocada? Acontece.  — minha mãe arregala os olhos para a fúria dele e eu olho tão chocada quanto ela, para meu irmão do meio que sempre me admirou e agora está me rejeitando. — O que você fez Carlie, como expôs a gente frente a cidade toda, foi cruel, até para você...Não se preocupou com os sentimentos de ninguém...Com que consequências isso levaria...Não pensou no Tommy...Já pensou se alguém lá fora enche a cabeça dele de minhocas sobre essa situação louca? Você é egoísta e o que quer que seja tirado de você agora, é pouco. — depois de discursar dessa forma, ele me lança mais um olhar duro e sai da sala pisando fundo.

As lágrimas finalmente caem, quando sinto o peso das palavras de Liam sobre mim.

—Eu não... — novamente sou interrompida.

—Tente entendê-lo. — minha mãe pede e não sei se se refere ao meu pai ou a Liam.

Solto um grunhido de frustração, passando as mãos por meu rosto, me perguntando porque sempre que tenho que ser a criatura estúpida que ferra com os outros, então, antes de qualquer outra coisa ser dita por eles, também lhe dou as costas, indo para fora de casa onde poderei tomar algum ar.

Desço a escadaria de pedras da mansão de forma rápida e logo me encontro perto da cerca que nos separa dos Cullen, me agarro a ela, chorando quase sem ar. Que droga era essa? Porque essa família teve que vir para cá?

Choro por mim.

Choro por Bella.

Choro por qualquer pessoa que sofra com essa história.

Então, o choro é interrompido, quando vejo um caminhão de bebidas desembarcar no quintal dos Cullen. Franzo as sobrancelhas confusa, e quando um dos funcionários da nossa fazenda passa por mim, surpreso por meu estado o chamo.

Ele era bonito demais para ser um capataz qualquer, me surpreendo com isso, mas, não me foco tanto.

—Você sabe o que esse caminhão está fazendo ali? — é lógico que sabe, a maioria das pessoas de Forks são fofoqueiras.

—Sim, ele está ali porque o senhor Alec Cullen pediu a namorada em casamento, e pelo que dizem a senhora Esmee pretende fazer uma festa hoje mesmo para consertar a reputação deles depois do escândalo no Haras. — sinto uma indireta na última parte da fala, mas, me limito a me focar na primeira.

—Covarde. — digo com firmeza, olhando para a fazenda.

—Desculpe? — o funcionário indaga.

—Alec é um covarde, ele não consegue lidar com seus sentimentos e agora é que está cometendo um erro ao pedir a Bree em casamento. — desabafo. Isso porque uma parte de mim dói, por ele ter tomado essa decisão logo depois do que tivemos.  — Eu deveria fazer algo a respeito, mas, se eu fizer envolverá uma coisa que machucará muito pessoas, e da última vez que fiz isso acabei tendo que abrir mão das coisas que eu mais amava no mundo, então...Acho que a escolha não é minha. — começo a tagarelar.

—Sabe, eu já trabalhava na fazenda quando sua mãe era adolescente. — revela e eu quase digo que sua aparência um tanto mais velha evidencia isso. — Eu a via com o senhor Edward, em seus encontros as escondidas, o que eles tinham era bonito...O jeito como se olhavam era bonito. Você é bonita por nascer de algo como aquilo. — me conta como se achasse que depois de toda confusão eu devesse saber disso.

—Bem, eu acho que devo te dizer obrigada por isso...Mas, eu não me sinto “bonita” por nada disso...Eu não sou uma boa pessoa, certo? — indago calma.

—Por que diz isso? — o homem que parou seu trabalho para me atender indaga.

—Qual é! Eu sei o que vocês falam por ai, sobre meu egoísmo, minha personalidade libertina e minha capacidade de desonrar os Biers...Agora que sei que sou uma Cullen, acho que podemos justificar porque não sou uma boa pessoa. — falo aquela verdade para um homem que nem sei o nome, digo, eu dizia me importar muito com meus funcionários, mas, nem os conhecia direito.

—Ser uma pessoa boa ou má, se trata de escolhas. Nós escolhemos o nosso próprio caminho. Nossos valores e nossas ações, eles definem quem nós somos. — me aconselha de modo sábio.

—Eu tenho feito péssimas escolhas...Sou tão superficial... Eu sou pior do que superficial. Eu sou uma piscina de criança. — dramatizo e o homem se permiti rir.

—Todos estavam comentando sobre as coisas que falou na festa do Haras, sobre como disse que existia um lado sombrio em você por causa dos Cullen, acho que esse tal lado não se encaixa bem a você, porque você passou todo esse tempo lutando contra isso, quando  deveria estar aprendendo a controlar isso. — continua com as palavras de incentivo e eu acho que ele tem razão sobre essa última parte, a única maneira de mudar as coisas é tentar mudá-las.

—Uau. Você é melhor do que qualquer terapeuta de Manhattan...Qual é seu nome? — pergunto afim de saber mais sobre ele.

—Lewis Harper. — revela com um sorriso contido e eu sinto uma sensação estranha.

—Nós já nos vimos fora daqui? — questiono arqueando uma sobrancelha.

—Suponho que não. — diz sorrindo. — Agora, eu preciso voltar ao meu trabalho. — me avisa e eu assinto, ainda com aquela sensação.

Sensação que eu ignoro e substituo por uma dor diferente. A dor que em domina quando olho mais uma vez para a fazenda dos Cullen e me recordo do que Alec fez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

LEIAM AS NOTAS INICIAIS.
Comentem!