Aquilo que se Chama de Irritante escrita por ally_albarn


Capítulo 17
A tal de Harpa!


Notas iniciais do capítulo

To sem criatividade pra titulos, e eu sei que eu demorei pra postar, mas não me matem por isso Ç.Ç''



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Contei a Jenny que estava tocando harpa, e ela adorou. Queria muito me assistir. Mas como aquela harpa era extremamente pesada, era praticamente impossível levar para casa para demonstrar. Então eu usava isso como desculpa. Pena que eu me arrependi de falar para ela.

Estava eu e Andrew conversando no recreio, com um bando de gente envolta, Jenny ao meu lado. Era estranho estar junto daquela gente toda “popular”, mas Andrew adorava a minha companhia. E eu trazia Jenny junto.

-Você sabia que a Larissa ta aprendendo tocar harpa? – Ela gritou para Andrew.

-Jenny!!

-Que foi, não era pra ele saber?

É obvio, sua louca! Tenho cara de que toca harpa e sai sorrindo por isso?

-É sério Sasá?

-Sim...

-Que demais! O que é harpa?

Era só o que me faltava...

-É aqueles instrumentos gigantes cheios de corda que os anjinhos e os cupidos tocam nos desenhos. – Jenny explicou, esticando os braços para ilustrar.

-Aah, sei! Mas a Sasá não é nenhuma anjinha pra ficar tocando harpa, haha!

-O que? – disse eu, perplexa.

-To brincando Larissinha, não esquenta comigo não.

 

 

Dias se passaram, semanas se passaram. E duas vezes por semana estava lá eu, tocando harpa.

-É uma boa você estudar de vez em quando. Em casa, no carro, no ônibus, você pode imaginar uma harpa na sua frente e tocar. Assim você pratica tanto os movimentos quanto a imaginação. – David sorriu para mim, aparentemente alegre. Eu percebia o quanto ele se sentia bem tocando e me ensinando. Me fascinava aquele amor pela música. E eu bem quieta, apenas fazendo o que ele dizia e obedecendo a tudo. De repente ele olhou no relógio, e seus olhos se arregalaram.

-Nossa, já passou do nosso horário! Quinze minutos já. Desculpe, seu pai deve estar louco da vida já.

-Não, imagine, eu vou embora sozinha, não tenho muita pressa.

-Ah. Sendo assim, eu não tenho mais nada pra fazer, hoje você é minha última aula.

-Nossa. Pensei que o expediente de professores de música fosse maior.

-Bem, são maiores, mas como eu sou muito novo nisso ainda, então eu trabalho como se fosse estagiário por aqui.

-Que legal!

-Eu ganho como um estagiário também, mas isso não importa. Afinal, eu estou perto da música e daquilo que eu gosto.

Ele baixou a cabeça, corado. Achei a coisa mais fofa do mundo.

-Que lindo...

-Desculpe, não deveria dizer isso.

-Não, que é isso, é bom ouvir essas coisas das pessoas.

-Mesmo? – Ele me deu um sorriso amarelado, parecido com o que eu dei no primeiro dia de aula.

-Claro!

A conversa continuou mais um pouco, e resolvemos ir embora. Nos arrumamos ao mesmo tempo, eu com minha pequena pastinha de folhas com partituras, ele com uma maleta com milhares de folhas de partituras. E um violão.

Quando fomos para a porta, David pegou sua bicicleta. Era a primeira vez que eu o tinha visto de bicicleta, e achei muito meigo os hábitos dele. Não era a toa que existia tanta garota apaixonada por ele: músico e atleta!

Eu fui embora antes dele, e quando vi, David andava em sua bicicleta ao meu lado, na mesma velocidade que a minha.

-Ola!

-Como está a senhorita?

-Muito bem, e como vai o senhor?

-Bem também.

Era divertido fazer estas brincadeiras com ele. O rapaz era envergonhado, mas tentava ser sociável quando podia. E eu era exatamente assim.

-Sua casa é muito para lá? – Perguntei, caminhando ao seu lado.

-Não muito, e a sua?

-Também. Mas eu dobro uma esquina depois de duas.

-Ah. Eu sigo reto.

-Em direção ao meu colégio!

-Na verdade eu passo dele.

-Nossa. É tão longe assim?

-Não, duas quadras apenas.

-Bem... a bicicleta deve ajudar.

-Bastante.

-Que divertido.

-O que?

-Nada, pensando alto apenas.

-Ah... Escute, Larissa, eu preciso falar com você depois.

-Não pode ser agora?

-Não... não é uma boa hora.

-Ah, está bem então. Tem a ver com a harpa?

-Não... bem, mais ou menos.

-Que medo.

Ele riu.

-Não é nada demais. Eu acho. Bem, eu vou antes que eu perca o jantar, tchau, tchau!

-Tchau! – Eu abanei quando o vi correr. Ele parecia nervoso. E eu fiquei curiosa.


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