Aquilo que se Chama de Irritante escrita por ally_albarn


Capítulo 16
Meus pais só inventam


Notas iniciais do capítulo

Adivinhem! PERSONAGENS NOVOS!!! Andrew vai aparecer menos durante alguns caps, mas ele não vai sumir completamente, não se preocupem! Bjos!!



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Bem, digamos que depois disso nada demais aconteceu. Mas não durou muito tempo. Sempre tem alguém que inventa pro meu lado. E adivinha quem foi dessa vez? MEUS PAIS!
Quando eu era pequena, meus pais a-do-ra-vam me colocar em muitas escolinhas infantis de dança, musica, esportes, línguas. Sim, até Frances eu tive que aprender. Ainda bem que foi por pouco tempo.
Mas um dia, do NADA, me veio a idéia de desistir de violão e tentar harpa, mas como meus pais já tinham comprado o violão e a harpa é extremamente cara, então eu não pude aprender a tocar, o que tornou minha vida infeliz durante três meses, até eu esquecer aprendendo a dançar sapateado (sim, eu tinha um gosto... digamos... um pouquinho diferente).
Mas meus pais ficaram com pena de mim até hoje, então resolveram contratar um professor para me ensinar a tocar Harpa. Isso depois de mais de cinco anos. Que beleza!
Eu tentei protestar quando eles me disseram que eu ia ter aulas de harpa, afinal, pensei que eles já tivessem desistido de me fazer aprender alguma outra coisa além de matemática e história, mas não. Eles disseram que, agora que já me matricularam, não poderiam voltar atrás. Eu sabia que era desculpa furada, mas não adiantava falar mais do que isso.
Era uma pequena escolinha de musica, uma casa com várias salinhas, cada uma usada pra um instrumento diferente, em exceção das salas vazias que eram usadas pro Coral ou para instrumentos portáteis como flauta e violão. Algo do tipo.
A sala da harpa não era das maiores. Na verdade eu achei pequena quando a vi. Mas não reclamei muito. Já havia feito bastante beiço no carro durante a ida. É claro que eu iria sozinha nas próximas vezes. Afinal, o local era perto e agora eu já sabia onde ficava. Ai de mim se matasse.
Fiquei no saguão central, sentada em um dos sofás. Uma garota sorridente sentou ao meu lado, segurando uma maleta comprida, provavelmente pra algum instrumento comprido, mais fino que violão. Ela abriu e tirou de dentro uma clarineta, me lembrei do bob esponja e seu amigo lula molusco com aquela clarineta horrível. Claro que ela não era verde, nem tinha tentáculos, nem tocava tão mal quanto ele.
-Gostou? – perguntou ela, quando percebeu que eu fiquei olhando.
-S-sim. – Eu não sou uma pessoa muito sociável, então fiquei um pouco envergonhada.
-Toco desde criança aqui. Você é nova, não é?
-Sou sim.
-Vai aprender o que?
-Harpa.
-Sério??? – Ela escancarou os lábios, como se tivesse visto um fantasma.
-S-sim, porque?
-Porque você é uma das garotas mais sortudas que existe por aqui!
-O que eu fiz?
-Digamos que o professor de Harpa é um gato!! Ele tem 26 anos, tem um rostinho de anjo e toca desde os 5 anos de idade! E não é só harpa que ele toca, ele também toca violão, piano, clarineta – ela levantou seu instrumento, como que para ilustrar a conversa. – e mais um bilhão de instrumentos que eu não sei dizer! Tive apenas uma aula com ele, e foi especial, pois minha professora chamou ele pra mostrar uma musica super difícil que nem ela sabia tocar direito. Foi tão incrível! Meus parabéns, sério.
Fiquei meio estranha ao ouvir aquilo. De algum modo, já estava cansando de garotos populares que todas garotas reclamam que eu tenho algo envolvido com eles. Tipo ANDREW.

O tal garoto apareceu no corredor e chamou pelo meu nome. Seguindo o rapaz, olhei para trás e vi a menina da clarinete erguer as mãos com sinal de “Yes”, erguendo o dedão de cada mão.
Chegando na sala, avistei aquela linda harpa dourada brilhando para mim. Havia apenas ela, um pequeno banco macio, uma poltrona encostada na parede e um pequeno armário na outra. O garoto segurava uma folha, e, parado na frente da harpa, lia com as sobrancelhas inclinadas.
-Larissa Sinclair, isso?
-S-sim. – Maldita mania de gaguejar!
-Meu nome é David. Sou seu professor de harpa. Sente-se, por favor. – E me apontou a poltrona.
Alto, cabelo de uma cor mel, quase loiro. Magro, ombros não muito largos, sobrancelhas escuras e compridas, mas finas. Maçãs do rosto bem formadas, gogó bem estampado, mas nada de muito exagero. Era o típico músico que todas as garotas babam. Ainda bem que eu não tenho esse problema.
Ele sentou no pequeno banco e deixou a folha de lado, em cima do pequeno armário da altura do queixo dele. Olhou para mim e sorriu, parecendo querer mostrar confiança, fracassando, obviamente. Eu era péssima em me sentir confiante nestes momentos.
-Então... alguma vez já tocou harpa?
-Não, é a primeira vez que vejo uma na vida – O que era verdade, nas outras escolas que eu freqüentei de musica nenhuma era boa suficiente para ensinar harpa. Ou era extremamente cara.
-Mas já tocou algum instrumento?
-Sim, vários. Violino, piano, violão, clarineta, flauta, saxofone, xilofone...
-Tudo isso?
-Bem... sim... só que a maioria não passou de meio ano. Acho que o que eu menos toquei foi saxofone, cansava muito. E o que eu mais toquei foi violão. Na verdade o que eu mais sei é violão e flauta, pois flauta também tocávamos em aula normal, então...
-Entendo. Bom, pelo menos não preciso ensinar as notas nem nada do tipo.
-Ah não, não, disso eu sei absolutamente tudo. Fui obrigada, hehehe... – Dei uma risada meio amarela, fazendo uma piadinha tosca.
-Que bom, geralmente tenho que encaminhar antes para a professora de flauta, ela que ensina essas coisas pros alunos geralmente, pra eles aprenderem pelo menos o básico.
-Ah, bom, se quiser que eu comece assim...
-Não, não, não vai ser preciso. Venha, sente-se aqui que vamos começar.
Pensei que viriam perguntas de sempre, como porque eu quis aprender harpa, ou o que eu acho de música, mas não, o rapaz foi simples e direto. Que bom pra mim.
No primeiro dia aprendi como se maneja os fios, e toquei nada muito pronto, nenhuma musica ou acorde. Na verdade até tentei tirar algo de ouvido, mas percebi que era praticamente impossível, pelo menos no primeiro dia de aula.
-E então, como foi sua primeira aula? – perguntou meu pai, quando foi me buscar.
-Boa...
-Está gostando então?
-Mais ou menos...
-Que bom, saiba que estamos pagando bastante para isso.
-Pensei que este fosse barato.
-O preço é melhor que aqueles outros que tinham, mas não deixa de ser caro. Aproveite enquanto pode.
-Tá bem...
Fiquei pensando nisso durante o dia, me imaginando tocando harpa. Era tão estranho...


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Notas finais do capítulo

Sério, eu fiquei mto emocionada quando recebi as recomendações Ç_Ç''
Bjos meus amados leitores!! szsz