"Será que ele poderia ser... talvez... meu irmão?"

Capítulo 12. Companheiro.

No monte Cáucaso, onde se encontra o castelo de Prometeu, um brilho estranho é emanado, saindo de uma das montanhas que compõem a gigantesca cordilheira. O brilho esverdeado parece viajar na velocidade da luz, até pousar em um local desconhecido, na França.
Um jovem e amargurado rapaz sai de uma taberna, semibêbado, resmungando. Caminhando por entre as pedras, tenta encontrar algum caminho reto por onde andar. Chega a uma calçada, onde avista moradores de rua deitados, dormindo.
— Idiotas, estão atrapalhando meu caminho! ONDAS DO INFERNO!
O rapaz lança o ataque, fazendo desaparecer todos os homens que estavam ali deitados. Neste momento, um brilho verde-escuro explode bem na frente do jovem, se revelando uma brilhante e sombria armadura, no formato de um ramalhete de oferendas. O rapaz fica curioso por um instante, e observa aquele impressionante artefato.
Por detrás da armadura surge uma velha senhora.
— Olá, meu querido. Essa é a Nota de Usba, a montanha assombrosa. Ela quer que você a use...

Longe dali, Shaina chega a um local de treinamento do santuário, onde é recebida por um velho amigo:
— Shaina! Que bom revê-la. Por onde esteve?
— É você! Misty, o cavaleiro de prata de Lagarto!?
— Todo o santuário está em choque com a destruição da vila das Amazonas. Até mesmo o mestre, que não tem estado muito presente enviou uma nota lamentando a perda de tantas vidas.
— Essa é uma longa história, Misty. Por enquanto não quero falar sobre isso. Você mencionou o mestre, não é mesmo? Há algumas pessoas desconfiadas que possa estar havendo alguma coisa de errada no Santuário. Você está sabendo de algo?
— O mestre deve estar atarefado cuidando da pequena Atena, que ainda é praticamente uma criança. Nós temos que confiar na bondade dele!
— Se algo acontecesse, Misty. De qual lado você ficaria?
— Bom, eu estou do lado do Santuário. Você não?
— Mas é claro!

Após a breve conversa, Misty se lembra que precisa ir a uma missão de busca por um cavaleiro perdido.

— Tenho que ir, Shaina. Se cuide!
— Espera Misty. Onde vai?
— Jasão de Retículo está desaparecido. Há boatos que ele foi visto em sua cidade natal, na França. Recebi a missão de ir atrás dele conferir o que aconteceu.
— Irei com você. - Diz Shaina, tendo uma sensação de que precisava ir com o cavaleiro.
— Será um prazer ter sua companhia. Vamos!
Shaina e Misty rapidamente chegam a seu destino. Logo que chegam, sentem um poderoso cosmo emanando em um local, e correm para ver o que está acontecendo. Dentro de uma taberna, um alto homem de cabelos azul-claro, vestindo uma armadura verde-escura fazia uma chacina no local, matando todos que via pela frente.

— Jasão!? Diz Misty espantado.

O homem se vira após ter ouvido seu nome ser mencionado.

— Misty de Lagarto e Shaina de Ofiuco? O que fazem aqui?
— Jasão, o que aconteceu com você? Que armadura é essa? Onde está a armadura de retículo? - Pergunta Shaina.
— Tolos. Aquela armadura fraca nunca me serviu de nada. Agora sou Jasão de Usba, um réquiem de Prometeu!
— Prometeu? - Assusta-se Misty.
— Jasão... Foi um destes guerreiros de Prometeu que destruiu a vila das Amazonas. Como você pôde se juntar a eles? Exclama Shaina.
— Aquelas mulheres sempre foram fracas. Eu não me importo. Todos vocês do santuário são muito fracos! Agora com a Nota de Usba: a montanha fantasmagórica, eu tenho tanto poder quanto um cavaleiro de ouro! Talvez eu possa até destruir aquele homem que roubou de mim a armadura de Câncer! Hahaha...

O cosmo de Jasão começa a crescer, e ele se lembra do treinamento que fizera para conseguir a armadura de Ouro de Câncer. Parceiro de Máscara da Morte, conseguiram forças e técnicas similares, mas a armadura escolheu Máscara da Morte como cavaleiro de Câncer. Desde então, Jasão tinha sido contemplado como cavaleiro de prata de Retículo, mas sempre guardando raiva pelo seu antigo companheiro de treinamento.
— O cosmo de Jasão está descontrolado! - Exclama Misty, sendo empurrado pela energia emanada por Jasão.
— Jasão... Não faça isso.. - Diz Shaina.
— Todos vocês vão pagar... em nome do Santuário! E em nome daquele maldito homem que tomou a armadura de câncer de mim!!!!! - Grita um descontrolado Jasão, queimando em fúria e partindo para cima dos dois cavaleiros.
— Não resta opção, teremos que lutar contra ele. - Diz Misty. FURACÃO DAS TREVAS!
Misty estende seus braços, lançando um poderoso turbilhão de energia contra Jasão. Porém, o ataque não surte nenhum efeito no ex-cavaleiro.
— Hahahaha! Você sempre foi fraco, Misty de Lagarto! Gaba-se por nunca ter experimentado a dor, agora eu te farei sofrer! DESTRUIÇÃO ESPIRITUAL!
Jasão eleva mais ainda seu cosmo, arremessando contra Misty uma poderosa onda mortífera. Shaina se joga na frente do cavaleiro, salvando-o da destruição que o ataque causaria.
— Misty, ele está descontrolado! Se lutarmos iremos morrer!
— Shaina, ele feriu meu ego! Não posso deixá-lo viver!
— Seu idiota. O cosmo descontrolado de Jasão está tão poderoso quanto um cavaleiro de ouro! Temos que fugir!
— Argh..
— Anda, Misty! Tire-nos daqui!
Jasão já se preparava para lançar outro ataque, quando Misty cria um poderoso tufão de ar em volta de si e de Shaina. O turbilhão se expande rapidamente, arremessando os dois para bem longe dali.

...

Misty continua criando tufões, arremessando ele e Shaina a grandes distâncias para escaparem do Réquiem.
— Misty, acho que aqui estamos seguros, não sinto mais o cosmo de Jasão.
— Certo, Shaina. Agora me explique que história é essa de Prometeu e Réquiens.
— Pelo que parece, o selo de Prometeu foi rompido, e agora ele deseja deixar a humanidade em escuridão eterna... Os Réquiens são os guerreiros de Prometeu. Inclusive um deles foi quem destruiu a vila das amazonas... eu me lembro muito bem...
— Shaina, isso me parece interessante. Acho que por enquanto vou acompanhá-la em seu destino. Acho que posso me divertir um pouco com esses Réquiens.
— Tolo, você acabou de fugir de um deles!
— Não me subestime!

...

Um pouco longe dali, Jasão conseguia acalmar seu cosmo. Dando um breve sorriso, ele se dá conta do poder que alcançou e agradece Prometeu.

— Meu novo senhor é você, Prometeu, que me concedeu esse poderoso cosmo! - Não adianta fugirem. Eu irei achar vocês logo logo, cavaleiros! Hahahaha!