Electus escrita por Khaleesi


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá! Quem está adorando minha inspiração ter dado um olá? Eu, haha.
Aqui está o capítulo que tanto queriam! Um pedaço do que está acontecendo no mundo humano. E preparem-se, pois eles vão se enrolar mais ainda.
Sem mais delongas, boa leitura!



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Capítulo 5

 

 

— Como vai pessoal? Conheçam meu novo amigo, Kentin.

O rapaz de cabelo castanho levemente espetado e de físico atlético nos cumprimentou agradavelmente, os olhos passando rapidamente sobre nossas características incomuns. As orelhas de Ezarel, as minhas orelhas e as caudas que balançavam suavemente por minha surpresa.

— Como estamos silenciosos esta noite – Nevra apontou nosso estado de choque com um tom brincalhão.

O som da porta se fechando, o humano ainda ali dentro, fez com que meus eixos voltassem ao lugar.

— Pode começar nos contando o que diabos houve – respondi, olhando afiadamente de um para o outro.

— Uma armadilha.

Minhas sobrancelhas se ergueram, novamente sendo surpreendida. Não fora Nevra quem me respondera e sim aquele rapaz. Como era seu nome mesmo? Ken… Kenin?

— Sua? - Ezarel perguntou, sorrindo de modo travesso.

Valkyon estava prestes a soltar um comentário quando Nevra estalou a língua, chamando a atenção.

— Fui até a bruxa conforme mandou – ele iniciou, fitando-me – mas, ela já estava um pouco ocupada quando cheguei – então ele balançou as sobrancelhas para o rapaz – o Kentin ali estava prestes a ser o jantar dela.

Ah, Kentin. Fiz um esforço para guardar o nome dele.

— Ela ficou decepcionada pela falta de carne dele e foi para cima do Nevra no lugar? - Ezarel, incapaz de segurar sua bendita língua, zombou.

— Talvez ela prefira orelhas pontudas – Kentin retrucou sem se abalar, sorrindo.

Aí estava a atitude que provavelmente fez Nevra ajudá-lo. Ou se ajudarem mutuamente, pelo estado que o vampiro se encontrava. Vi o brilho no olhar do alquimista e algo que me dizia que também estava impressionado como o outro não se mostrava abalado. Superficialmente falando.

— Você parece calmo – Valkyon comentou, interrompendo o relato de Nevra, deixando o amigo levemente emburrado.

Uma pessoa comum o julgaria como tranquilo. Porém, um bom observador notaria os pequenos espasmos em seu olho direito, o modo como mexia dois dedos da mão esquerda e como sua boca tinha um leve repuxo para baixo no esforço de manter o rosto em expressões.

Inteligente.

— Estar perto de ser cozinhado e ver coisas interessantes naquela cabana pode tirar um pouco da surpresa de uma pessoa – retorquiu, mudando o peso do corpo para outra perna – e ele prometeu que eu não seria machucado pelos seus amigos – finalizou, indicando Nevra com o queixo.

Kentin estava tentando não ter um ataque devido a sua vida ter sido salva, em resumo.

— Enfim, – Nevra aumentou o tom da voz, fazendo-se ser ouvido – quebramos a cabana dela no processo de fuga e na procura daquele determinado item, mas o máximo que encontramos foram partes de animais ou pessoas. Escapamos por pouco de uma maldição bem feia e corremos para cá.

— Nenhum sinal da flor? Nada? - pedi, um pouco desesperada admito.

O olho cinza visível emanava sua frustração de voltar com as mãos vazias. Sentia a aura dos outros dois cair também, afinal era uma esperança que tínhamos cultivado nas últimas horas. Fazer a poção e poder ter as memórias de volta parecia tão perto, a ponto de quase tocarmos.

— Bom, posso ir? - Kentin interrompeu meus pensamentos, indicando a porta com uma mão.

Valkyon pesou a situação e o corpo do rapaz.

— Acredito que ainda não é seguro para você se aventurar pela floresta novamente. Pelo menos não até o sol nascer – ele respondeu, calmo – aquela bruxa pode estar caçando-os em qualquer lugar.

O humano tentou segurar o gemido, mas nossos ouvidos apurados conseguiram detectar. Os lábios de Ezarel se enrolaram, prontos para mais uma brincadeira, porém parou ao notar meu olhar de censura. Kentin já havia vivenciado demais para uma noite e ter de permanecer conosco por segurança já era enervante o suficiente.

— Bem, então teremos um convidado esta noite – comentei, pegando os restos do jantar e indo em direção a cozinha – Você pode ficar no meu quarto e assim que o sol nascer Valkyon o escoltará até sua casa – finalizei no arco que separava os cômodos.

Sem esperar respostas, dirigi-me a pia e tratei de lavar os poucos utensílios que possuíamos.

 

(…)

 

As folhas mortas e úmidas do orvalho ainda estalavam sob minhas botas causando um barulho incômodo. Tomei uma lufada de ar, apreciando o fato de estar vivo e respirando. Ok, exceto pela dor aguda em minhas costelas conseguia respirar normalmente.

O guerreiro musculoso andava ao meu lado em silêncio. Os olhos dourados examinando o ambiente ao redor a procura do menor sinal de perigo. Meus nervos, apesar do que vivenciei nas últimas horas, estavam mais calmos a ponto de digerir tudo.

Sair para caminhar naquela floresta parecia uma boa ideia a princípio. Como sempre foi. Todos os meses, naquele mesmo dia, eu saía e fazia uma pequena corrida por entre as árvores dali. Era mais um ritual do que um exercício. Pois, a três anos uma grande amiga desapareceu sem deixar rastros naquela floresta.

Ainda me lembrava com clareza que Olimpya queria acalmar a mente da pressão sobre a vida adulta, de ter que ir trabalhar em uma grande empresa internacional e possivelmente morar sozinha, longe de todos os familiares e amigos. Despediu-se de nós com um sorriso condido e iniciou a trilha que todos conhecíamos de nossas excursões escolares. E nunca mais voltou.

Os primeiros meses foram um inferno em Sweets Amoris, policiais vasculharam cada centímetro dali e não havia nenhum mísero fio de cabelo dela a ser encontrado. Parecia ter evaporado. Seus amigos, Rosalya, Violette, Kim, Castiel, Lysandre, Armin, Alexy, Nathaniel, Priya, Melody, Peggy, Iris, Letty, Bia, eu e muitos mais também se aventuraram em sua procura, sem muito sucesso. E por incrível que pareça, até mesmo a Ambre se aventurou em sua procura. Assim, desde então, decidimos que faríamos passeios todo mês no dia de seu desaparecimento.

Atualmente, após todo esse tempo, apenas Alexy e eu continuávamos com o ritual. Cada qual em horários diferentes depois daquela briga que esfriou nossa amizade. Pensar na perda dos meus amigos me deixava com um humor digno de Castiel. Precisei morder a língua para evitar uma careta.

Voltei minha atenção ao calado Valkyon e o segui sem dificuldades. Ele andava com segurança de quem sabia onde estava indo. Então supus que ele já havia visitado a cidade várias vezes. Bem, os parcos itens daquele casebre eram a prova disso.

Apesar da intenção de que todos descansassem após o incidente ser narrado novamente, dessa vez com todos os detalhes, não foi o que aconteceu. Eu me sentia um caco, mas estava genuinamente curioso sobre o que eles eram e o que diabos faziam ali. Assim, conversamos por várias horas e fiquei sabendo seus nomes e suas espécies.

Miiko era uma kitsune e líder do pequeno grupo. Ezarel era um elfo de gênio forte e era incumbido pela comida. Valkyon era um guerreiro mestiço, cuja parte mágica lhe era desconhecida, responsável pela segurança e manter todos vivos. E por fim, Nevra era um vampiro – como já havia notado com o incidente da bruxa – que se acha irresistível e não tinha uma ocupação fixa no momento, mas lá no mundo deles ele era uma espécie de espião.

Os quatro foram jogados em nosso mundo por um traidor, sem as memórias dos últimos acontecimentos. Desde então sobreviviam como podiam e tentavam recuperar a memória perdida. Motivo o qual encontrei com Nevra naquela situação desagradável.

Belisquei-me umas sete vezes quando fiquei sozinho numa tentativa de cochilo. Aquilo tudo parecia tão irreal! Desde pequenos ouvimos histórias sobre seres sobrenaturais e depois descobrimos que são apenas contos. É difícil ir contra anos acreditando nisso. Se não fosse pela bruxa até poderia pensar que adormeci na floresta.

As dores que pontuavam meu corpo eram a prova da realidade, de que eu foi sim preso a uma mesa de madeira a poucos metros de um caldeirão com uma velha horrorosa me olhando como se fosse um coelho. Estremeci de leve ao relembrar a cena. Tentei fugir, claro. Levei uns bons socos e chutes antes e ser amarrado e agora colecionada vergões avermelhados nos braços onde me debati contra a corda áspera.

Até que a bruxa ouviu um som baixo demais para meus ouvidos humanos e se lançou na direção de um rapaz esguio. Nevra. Após uma rápida troca de palavras e um acordo simples, onde eu procuraria uma flor que ele descrevera e ele se ocupava da bruxa, minha bunda foi salva.

— Então?

Demorei alguns segundos para notar que Valkyon parou e falava comigo. Pisquei, apagando a memória do incidente e notei que estávamos na borda da floresta, próximos ao bairro industrial da cidade.

— Meu apartamento fica do outro lado desse bairro – respondi, indicando com a mão a pequena elevação da cidade atrás dos prédios a nossa frente.

Os olhos dourados dele esquadrinharam onde mostrei, na base do morro que seguia por bons quilômetros.

— Parece gostar da natureza – comentou, erguendo uma sobrancelha.

Fiz uma careta, mas não lhe respondi. Falar em voz alta dos motivos que me levaram a escolher aquele apartamento parecia ingenuidade e esperança de um tolo. A verdade era que ainda nutria esperanças de que aquela garota brincalhona apareceria algum dia, desorientada, em nossa cidade. E os locais mais prováveis seriam as bordas da floresta. Assim, instalei-me ali. E claro, era perto do meu trabalho atual.

— Motivos pessoais – disse, após um longo olhar de curiosidade do outro.

Atravessamos o bairro em silêncio, ouvindo os barulhos dos trabalhadores que iniciavam o dia o agitado daqui. Cumprimentei com um aceno de cabeça alguns dos mais velhos, conhecidos dos meus pais. Fiz uma anotação mental de visitar o cemitério ainda hoje.

— Chegamos – falei, erguendo os olhos para a fachada do prédio simples.

Não era nada espetacular, mas era confortável. A parte debaixo servia de galpão para as mais diversas coisas e em cima ficava o meu lar atual. Sua composição era uma sala, uma cozinha, dois quartos com um banheiro compartilhado e uma sacada. Haviam algumas plantas dando um ar de vida no local, uma tentativa de minha mãe de alegrar ali sem a sua presença.

Sem dizer nada, dei a volta no prédio e dirigi-me aos fundos, onde havia uma singela cobertura para a minha picape e as grandes portas do depósito. Sentia que Valkyon me seguia por pura curiosidade. Não lhe dei explicações enquanto pilhava alguns alimentos num balde qualquer, selecionando itens que são estragariam com facilidade.

— Tome – ordenei, oferecendo-lhe o balde.

O homem ergueu uma sobrancelha, fazendo-me revirar os olhos.

— Para que o orgulho de vocês permaneça intacto, imagine isso como pagamento por terem salvo minha vida ontem.

Os lábios dele tremeram ao segurar um sorriso.

— Obrigado – respondeu, pegando o balde. Apesar da fachada de durão, compreendi um certo alívio em seu olhar – e não entre na floresta de novo – finalizou, ordenando.

Soltei um bufo.

— Não espere que eu cumpra isso. Mês que vem estarei lá novamente – retruquei.

— Com vontade de tentar a sorte? - perguntou, estreitando os olhos.

— Motivos pessoais – disse, segurando o olhar.

Dando de ombros como se dissesse “o problema vai ser todo seu”, ele deu a costas e foi embora. Com um suspiro, fechei as portas e subi os degraus com um pouco de pressa. Estava com fome e precisava de um banho urgente.

E então visitaria uma determinada pessoa.

 

(…)

 

Após tomar um bom banho, assegurar ao Lysandre de que recolheria os alimentos em sua fazenda pela tarde, e fazer alguns curativos improvisados, comecei a fazer um café bem forte. Por mais que quisesse dormir, queria visitar aquela pessoa quando os acontecimentos ainda estavam frescos em minha mente. Poderia cochilar um pouco depois até o horário de almoço.

Enquanto a cafeteira trabalhava, providenciei um omelete simples e recuperei um pão fatiado do armário e fiz a mesa. Engoli todo o mantimento e preparei uma pequena garrafa térmica com o café e um pingo de leite para a viagem. E antes que saísse de casa, tomei um analgésico para aplacar um pouco a dor.

Conferindo as trancas das janelas, desci a escada sentindo o calor do café através da garrafa, aquecendo um pouco a minha vida. A Fera estava estacionada exatamente no local que deixei ontem, um Ford Super Duty de lataria preta, o último presente que ganhei de meu antes dele falecer por conta de um ataque cardíaco. Empilhei as caixas na carroceria para a tarde e segui viagem.

Ao passar pelas ruas da cidade observei meus amigos que ainda estavam na cidade, cada qual vivendo como podiam. Rosalya trabalhava com Leigh fazendo modelos das roupas a serem vendidas, sabia que Alexy a ajudava de vez em quando nas confecções. Ambre abriu uma loja de cosméticos que ia bem por incrível que pareça, contando com Melody – agora sua cunhada – na administração. Nathaniel cursava direito na faculdade da cidade vizinha e auxiliava em um escritório daqui.

Os demais passavam a maior parte fora de Sweets Amoris, voltando apenas nos períodos de férias. Castiel resolveu se aventurar pelo país inteiro como cantor solo junto de sua guitarra. Armin trabalhava como estagiário numa produtora de games na capital. Iris e Violette frequentavam a faculdade de artes, também na capital. Priya continuava rodando o mundo junto de seu pai, mas fazia visitas sempre que podia. Bia e seu namorado não se sabia ao certo seu paradeiro atual, mas a última notícia que tivemos foi que eles trabalhavam num hotel em alguma cidade próxima.

Quanto a mim? Lysandre e eu fizemos uma espécie de sociedade. Ele cultivava os alimentos na fazenda que herdara dos pais e eu negociava e transportava até os mercados da cidade. Simples, prático e um com bom rendimento. Tentei fazer uma faculdade de engenharia a dois anos quando fui visitar minha mãe na cidade de minha avó – onde ela se mudou após o falecimento de meu pai –, mas desisti por não gostar do assunto.

Aos poucos a ruas da cidade foram dando lugar a estrada interestadual que levava a zona rural. Tomando uma saída não habitual do meu caminho, dirigi-me a uma pequena associação de chacareiros locais. A pessoa que visitaria morava na última chácara dali, um pouco isolada dizia. Mas, parecia gostar que fosse assim.

Principalmente depois dos boatos de que era louca.

Estacionei a picape no final da estradinha que conduzia para dentro da propriedade. Ao lado da picape havia uma pequena placa que dizia “Bem-vindo ao lar dos Sefle!”. Era ali que morava Dona Margarita Sefle, avó materna de Olimpya. A família dela era uma das poucas que seguiam o costume de usar o sobrenome matriarcal.

— Ken! Meu garoto, como você cresceu!

A senhora abriu a porta da casa simples sem que eu precisasse bater palmas. Ali estavam os mesmos olhos violetas e o sorriso calmo de minha amiga. Minha garganta se apertou um pouco com as semelhanças.

— Bom dia, Dona Margarita. Espero não lhe atrapalhar – cumprimentei, aceitando o abraço dela.

— Imagine, Ken. Você sempre é bem-vindo a minha casa – ela respondeu, dando uns tapas em meu braço antes de me conduzir para dentro.

Ela era uma das poucas que permitia me chamar pelo antigo apelido. Afinal, ela me conhecia do ginásio, pois estudei desde pequeno junto de Olimpya.

A casa parecia simples por fora, mas por dentro era atulhada de itens. Sentei-me no sofá, observando os detalhes enquanto a senhora ia buscar algo para comer. Avós nunca mudam. O pequeno lustre continha vários cristais coloridos, haviam pequenos ramos empoleirados nas janelas e uma infinidade de pequenos artefatos para afastar mal olhado, maldições e atrair boas energias.

— Obrigado – agradeci ao pegar o pratinho oferecido com uma generosa fatia de bolo.

— Imagine – ela sorriu, sentando-se na poltrona a minha frente – agora se me permite perguntar. O que lhe traz aqui?

Tomei um pequeno folego antes de falar.

— Antes de mais nada quero pedir perdão por tocar num assunto delicado, mas a senhora é a única que pode tirar algumas dúvidas minhas – respondi, pousando o prato na mesa de centro.

Dona Margarita era conhecida como louca das fadas em Sweets Amoris por conta do incidente após o sumiço de sua neta. Ela havia brigado com sua filha, crente de que Olimpya havia sido levada para longe deles por fadas, ou melhor, por faelins. Dizia que seu desaparecimento não era algo do acaso e sim planejado e escrito por seus antepassados. Que precisavam achar um portal urgentemente para ajudá-la.

Não é preciso dizer que ninguém acreditou nela. A Dona Margarita foi internada por sua filha, preocupada que a mãe estivesse sofrendo com alucinações pela dor da perda. Afinal, a avó e a neta eram próximas uma da outra. Senti o olhar atento dela em mim ao pronunciar aquela frase. Sem dúvida já sabia sobre qual assunto vim até aqui e parecia pesar se estava fazendo chacota dela ou não.

— Sim? - instigou ela, a voz contida.

— Ontem a noite passei por uma situação inusitada. Vi coisas que achei que não eram possíveis e me deparei com alguns seres dignos de contos – comecei, falando com calma. Ainda parecia um absurdo falar em voz alta, então ergui a camisa para mostrar os ferimentos, mais para me assegurar do que para a senhora – fui atacado por uma bruxa e salvo por um vampiro – finalizei, rápido, como se puxasse um esparadrapo.

Ouvi ela puxar o fôlego rápido e preparei para uma bronca.

— Essa bruxa mora na floresta leste?

Precisei piscar algumas vezes antes de levantar o olhar para ela. Dona Margarita olhava minhas luxações com uma expressão clínica.

— Sim – respondi – fui correr por aquela floresta como sempre faço naquela data e acabei sendo capturado por ela – senti a necessidade de expor essa informação.

— Aquela sem-vergonha. Quebrando o tratado com tanto descaso – comentou, balançando a cabeça ao se levantar e vir para perto de mim – você não deveria ter sido tocado, garoto.

— Como? - pedi, confuso.

Ela remexeu na cômoda perto de mim e me ofereceu um pote antes de responder.

— Passe isso em suas feridas e vai acelerar o processo de cura.

Assenti, concordando e destampei o pote, revelando uma pasta branca com cheiro mentolado.

— Agora, vou lhe dar duas escolhas – a senhora continuou, observando-me espalhar o produto nos machucados – posso lhe dar uma poção que vai te fazer esquecer todo esse trauma ou entrar de vez nesse mundo e descobrir que nem tudo nesses contos é falso.

Pausei o processo e encarei a senhora. Aquele olhar me dizia que cumpriria com o que quer que eu escolhesse. Esquecer parecia ser a rota mais fácil, porém meu instinto me dizia para seguir em frente.

— Quero saber de tudo.

Ela deu um sorriso cansado.

— Então se prepare, pois vai ser uma longa história.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Obs: no jogo, a guardiã diz ser parecida com sua bisavó, mas resolvi alterar isso para sua avó, para que ela pudesse aparecer na fanfic.
Agora, digam-me, o que acham que vai ser essa história?
Querem que o próximo capítulo seja do kentin novamente?
Fico esperando o review de vocês em!
Beijos.



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