I Can Feel escrita por Cihh


Capítulo 20
Capítulo 20 - Aquela Garota


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. Tudo bem com vocês? Eu tenho um comunicado: amanhã (quinta) eu vou viajar e não vou conseguir postar até domingo, então não teremos capítulo na sexta. Mas domingo o capítulo vai ser especial e longo para compensar. Ah! Queria agradecer a dois leitores pelos comentários no último capítulo: Carina Darlly e
catchtherainbow. Sim, vocês tem razão. Luke vai aprontar várias. Huhashs. Espero que gostem do capítulo e beijinhos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/715949/chapter/20

Como eu poderia esquecer?

Ela agita meu mundo

Mais que qualquer outra garota

    (That Girl)

 

POV Alex 

Quando chego em casa depois da escola, encontro meu pai sentado no sofá branco (minha mãe dizia que na verdade era cru) assistindo a televisão. Ele parecia triste, uma expressão que se tornou comum desde a ida de minha mãe. Cumprimento-o rapidamente e subo as escadas em direção ao meu quarto. Jogo a mochila em uma pilha de roupas acumuladas no chão e me pergunto o que será de nós sem minha mãe aqui. Enquanto tiro a  camiseta suada, percebo que há  duas mensagens na caixa de entrada do meu celular. A primeira de minha mãe é outra de Thomas. Abro-as nessa ordem assim que coloco uma camiseta branca limpa.

 

'Olá Alex. Como estão as coisas em casa? Lamento não ter ligado ontem, quando cheguei na casa de sua avó, mas coisas aconteceram e só consegui escrever essas mensagem agora. Espero que você e seu pai estejam bem. Qualquer coisa me ligue. Beijos, mamãe'

Decido responder depois e abro a mensagem de Thomas.

 'Conheci o ex de Isa. Ele é um boçal'

Franzo a testa. Boçal? Me pergunto o que esse ex fez para deixar Thomas assim. No fundo, espero que Thomas desista da aposta. Eu mesmo já estou me sentindo culpado até o talo do cu tendo que esconder isso de Evey e vendo Thomas tratar Isadora carinhosamente. Como ele consegue? Suspirando, disco o número de Evey. 

—Oi, Alex. –Consigo ver o sorriso em sua voz assim que ela atende.

—Oi.  

—Novidades?  

—Minha mãe mandou uma mensagem.

—Tudo bem? 

—Acho que sim. Tirando o fato de estarmos vivendo de lasanha congelada... Thomas mandou uma mensagem também falando que conheceu aquele ex de Isa.

—Ele conheceu Luke? –Ela dá uma risada. –Luke é brincalhão. Acho que você vai gostar dele. 

—Pode até ser. Mas Thomas não gostou nem um pouco.

—Claro que não. Thomas parece ser super possessivo.

—Normalmente ele não é. Não sei o que acontece. 

—Ele parece super possessivo com Isa. Acho que ele gosta mesmo dela.

—Han... Evey, eu vou descer para o almoço, ok? A gente se fala depois. 

—Tudo bem. Bom apetite. Beijos.  

Eu desligo o celular e me jogo na cama. Eu realmente não consigo lidar com a culpa. Thomas gostando realmente de Isa? Que piada. Jogo o celular para o outro lado da cama, irritado. Ouço meu pai gritar do andar de baixo:

—Alex, desça para o almoço! 

 

—Estava falando com sua namorada? –Meu pai pergunta quando terminamos de comer. Eu contei para ele sobre Evey, e o velho pareceu muito feliz. Não me lembro de ter apresentado uma namorada minha para meus pais alguma vez, e isso pareceu animá-lo um pouco.

—É, eu estava.

—Você vai trazê-la aqui?

—Pai, faz pouquíssimo tempo que a gente tá junto. Ela vai se assustar se eu resolver apresentá-la para você.

—Ah. –Ele parece desapontado.

—Mas quando a gente completar um tempo junto eu trago ela aqui. Você vai adorar ela. Eu tenho certeza.

Eu me levanto e levo nossos pratos para a pia.

—Você falou com sua mãe? –Ele pergunta, trazendo os copos e panelas para a pia também enquanto eu começo a lavar a louça.

—Ela me mandou uma mensagem. Falou que chegou bem e disse que se eu precisasse de alguma coisa, era para ligar pra ela.

Ele fica em silêncio enquanto arruma a mesa de jantar. –Que bom. Combine com ela algum dia para você ir na casa da sua avó.

—Tudo bem. –Sorrio para ele e me concentro no copo na minha frente.

 *****

POV Thomas  

—Não. Não mesmo.

Eu encaro minha mãe nos olhos, me sentido traído por suas palavras. Ela suspira, derrotada. Acabei de chegar do trabalho e me deparo com uma pergunta ridícula dessas. 

—Thomas, por favor. Você sabe o que isso significa para ele.

—Caguei pra ele. Ele está te usando pra me convencer a fazer essa merda!  

—Olha, talvez seja divertido. Já faz tempo que eles não te veem.

—Sinceramente, não estou muito interessado em vê-los.

—Tenho certeza que ela quer conhecer mais você. –Ela solta o cabelo e suspira profundamente. Mais um dia longo no trabalho de minha mãe. Será que eu sou um filho horrível por estar falando com ela assim? Talvez. Mas ela que começou com essa história toda.

—Eu não quero conhecê-la mais. Ele pode se casar com ela, eu não me importo. Não precisa nem me convidar para o casamento. –Torço o nariz.

—Você está sendo tão infantil! Quando vai parar de tratar seu pai assim?  

—Ele está colhendo o que plantou. Eu não vou conhecer mais a namorada do meu pai. Nem fudendo que eu vou nesse jantar. Qual é a obsessão dele por jantares? Sabia que ele ficou de marcar um jantar com Marcos e o pai dele? Ele não se contenta comigo, quer fazer a vida dos meus amigos um inferno também?  

Ela tira os saltos dos pés, que caem com barulho no chão da sala. –Por favor, filho.

Reviro os olhos. Não a acredito nisso. Como ela pode fazer isso comigo?  

—Eu vou pensar. –Me levanto de um dos bancos da bancada da cozinha e passo pela sala em direção ao meu quarto. No caminho, vejo o olhar de agradecimento de minha mãe. Merda. Ela sabe que eu não consigo negar as coisas pra ela. Ele também deve saber porque sempre pede pra ela falar comigo quando tem algo a comunicar. Quando chego no quarto ouço o toque do meu celular e corro para atender.  

—Alô? 

—Oi Thomas. É Isa. –Sorrio instintivamente.  

—Olá. Precisa de alguma coisa? 

—Não... Eu só queria pedir desculpas por todo aquele negocio com Luke. Você está bravo comigo?  

—Não. Mas com ele sim. Ele é um idiota. Por que você namorou com ele mesmo?  

—Não vamos falar disso. Você está bem?  

—Sim. Por que?  

—Tem algo estranho na sua voz. Aconteceu alguma coisa?  

Franzo a testa por um segundo. Minha voz está estranha por causa da conversa com minha mãe e ela percebeu isso?  

—Não sei direito. Meu pai quer jantar comigo. Ele quer que eu fique mais próximo da namoradinha dele.

—Uau.  

—E ela é tipo, alguns anos mais velha que a gente. Ele é tão desprezível.

Ela fica em silêncio por alguns segundos, como se pensando o que fizer.

—Eu sei que não devia interferir no seu relacionamento com seu pai, mas você não acha que devia dar uma chance a ele?  

—Não. Ele não merece uma.

—Como você sabe? Ele está tentando se redimir com você.

—Ele é um idiota, não merece mais uma chance.

—Você nunca deu uma a ele. Pense nisso, Thomas. Talvez ele não seja tão mal quanto você pensa. 

Suspiro pesadamente e tenho uma ideia.

—Você não quer ir comigo?  

—Aonde?  

—No jantar.  

—Ah, não. Isso é com você e seu pai.

—Fala sério. Ele vai levar a namorada dele. Eu não posso levar a minha?  

—Bem, teoricamente eu não sou sua namorada, mas... 

—Eu vou conseguir suportar algumas horas na companhia dele se você for comigo.

—Você consegue fazer isso sozinho. 

—Se você for, eu vou me comportar. Eu posso até dar uma chance para ele. Só por uma noite.

—Sério?  

—Só se você for comigo.

Ela fica em silêncio, levando a ideia em consideração.

—Quando vai ser?  

—Domingo à noite. Vá comigo, por favor. 

—Tudo bem. Eu vou. Mas você tem que prometer... 

—Eu vou me comportar. E tentar ser bom com ele.

—Certo... É para eu ir com que roupa?  

—Não precisa se arrumar para isso. Vai ser como jantar com dois palhaços.

—Thomas.  

—Tá ta. Não precisa ser muito formal, vai ser na casa dele. Eu te pego às oito.

—Ok. Tenho que desligar. Desculpa de novo por hoje. E obrigada por ter ido comigo até o aeroporto.

—Por nada. Até mais.  

Ela desliga e eu fecho os olhos por um segundo. Eu consigo aturar meu pai por uma noite. Eu consigo. Só depois que ela desliga que eu me lembro que tínhamos combinado de conversar sobre a possibilidade de irmos na festa de Vanessa do dia seguinte. 

 

Apoio a cabeça nas palmas das mãos estendidas, olhando para Nath. Ela sorri. Estamos quase todos reunidos na nossa usual mesa do pátio. É hora do intervalo, e Marcos teve que comunicar as decisões do grêmio para a coordenação, e Mateus resolveu passar mais um dia com seus outros amigos ao invés da gente. Por alguma razão, ele pareceu aceitar meu relacionamento com Isa, e estou me acostumando com sua presença, assim como Alex. Na realidade, Alex e ele parecem até quase amigos, o que está me deixando um pouco incomodado.

—A festa da Vanessa é hoje. Alguém vai? 

Alex coça a parte de trás da cabeça, aparentando estar desconfortável. Evey, ao lado dele franze a testa e Isa suspira.

—Eu acho que seria legal. -Isa diz e todos tem um pequeno sobressalto. Ela está querendo ir na festa de Vanessa? -Não me olhem assim. Estou falando por Luke. Acho que uma festa dessas pode ser uma oportunidade de ele conhecer todos vocês e talvez encontrar alguns dos antigos amigos dele. 

Evey parece pensativa por um segundo, mas concorda com um movimento de cabeça. -Sim. Nem eu mesma vi esse garoto!  

—Confesso que eu estou ansiosa para conhecê-lo, de tanto que vocês falam dele, mas nós mesmos podemos marcar alguma coisa, só entre nós. -Nath diz, mexendo no cabelo. 

—Mas eu sei que pelo menos um dois dos amigos dele vão estar lá hoje. Já estava nos planos de Luke encontrar com eles, então... 

Alex dá de ombros, mas fico tenso com a ideia de Isa estar em uma festa com Lucas. -Por mim tudo bem. Como eu disse, bebida e comida de graça. –Alex diz.

Suspiro, derrotado. -Tudo bem. Então nós vamos, mas impeçam aquela maluca de ficar atrás de mim a noite inteira. -Eu digo, passando a mão pelo rosto. Ouço risadinhas vindas dos meus amigos.

Isa sorri para mim e chega mais perto no banco para falar em meu ouvido. -Eu vou cuidar disso. -Ela me dá um beijo rápido nos lábios. Por que tudo nessa vida é complicado? Todo mundo fica marcando esses compromissos que eu realmente não tenho absolutamente nenhuma vontade de ir.

 

POV Isa 

—Festa? –Luke passa a mão pelos olhos, tentando acordar. Bati na porta do quarto dele durante algum tempo depois de voltar da escola, e descobri que ele passou o dia inteiro dormindo. Ele atendeu a porta vestindo apenas calças pretas e é como ele está olhando pra mim agora.

—É. Às sete e meia. Quero que você conheça meus amigos.

—Olha, -Ele faz uma careta e tateia na cama em busca de alguma coisa. Sua mão para em uma camisa cinza, e ele a coloca. –se os seus amigos forem que nem Thomas, prefiro nem conhecer.  

—Pare com isso. Eu sei que foi você quem começou a implicar com ele.

—Ei. Você está traindo seu amigo e tomando partido do namorado? –Ele balança o dedo indicador perto de meu rosto. –Que decepção, Dora. 

Reviro os olhos. –Não estou traindo ninguém. Mas pare de implicar com Thomas. Ele vai estar na festa, então trate de se comportar. 

Luke mostra a língua para mim e fecha a porta do quarto. Sinceramente. É como se eu estivesse falando com uma criança. Vou até meu quarto e decido ligar para Thomas de novo. Será que já saiu do trabalho...? 

—Oi.  

—Oi! Pode falar? 

—Para a sua sorte, acabei de sair do trabalho, então sim. Sou todo seu.

Sorrio ao ouvir a gracinha. –Você vem me buscar para a festa?  

—Depende. Vou ter que levar Lucas?  

—Acredito que sim. Desculpe. 

Ouço um suspiro. –Tudo bem. Vou fazer isso por você.

—Que horas você vem?  

—Acho que umas sete.

—Hum... Estava pensando se você não quer vir antes? Evey normalmente se arruma comigo para esses programas, mas ela não pode sair mais cedo hoje. 

—Antes? Bem, eu posso passar em casa e ir direto para aí. Aí a gente se arruma junto.

Dou uma risadinha. –Tudo bem. Vou te esperar então.

Desligo o celular e parto para o armário. Thomas deve demorar uns dez minutos para chegar em casa, e mais uns quinze para chegar na minha própria casa. Dá tempo de tomar um bom banho. Sexta-feira à noite e nossa programação é marcar presença na festa de Vanessa. Confesso que estou um pouco arrependida de ter sugerido para irmos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Can Feel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.