I Can Feel escrita por Cihh


Capítulo 19
Capítulo 19 - Saída Fácil


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Eu queria agradecer à Loise pelo comentário. É, Thomas é bem complicado mesmo. Agora Luke chegou, será que isso vai mudar alguma coisa? Bem, boa leitura e beijinhos.



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Ela não o ama como costumava amar

Ele teve sua chance mas

Ele falhou

Ele a quer de volta

    (Easy Way Out)

 

POV Isa

Na hora combinada, Thomas veio me buscar e fomos para o aeroporto da cidade. Ele dirigiu durante vários minutos enquanto escutávamos Panic! At The Disco tocar e eu tentava nos localizar com um mapa em mãos.

—Como ele é? –Ele perguntou uma hora, olhando para mim de soslaio. Não levantei os olhos do mapa.

—Mais ou menos do seu tamanho, cabelos castanhos claros e olhos acinzentados. Mas eu já marquei com ele um lugar para a gente se encontrar, então não se preocupe.

—E onde ele vai ficar?

—Na minha casa. Vira aqui nessa rua.

—Como assim na sua casa? –Thomas olha para mim e vejo raiva em seu rosto de novo.

—Acalme-se. Ele é um amigo da família. Os pais dele estão viajando e pediram para ele ficar conosco por segurança.

—Porra, ele não é mais velho que você? Não pode ficar sozinho?

—Eu também não entendi, mas meus pais já falaram com os pais dele. Eles querem assim, o que posso fazer? –Thomas desvia o olhar e volta a encarar a estrada à sua frente. Procuro sua mão, tentando acalmá-lo.

—Relaxe. Ele vai se comportar.

—Ah, espero. Realmente espero. Senão algo realmente desagradável pode acontecer.

Dou uma risadinha com o ciúme dele. –É aqui. Agora temos que procurar uma vaga.

Ficamos alguns minutos procurando algum lugar para estacionar, sem sucesso.

—Eu vou procurar na parte de baixo. Sai aqui que estamos perto da entrada. Eu te ligo quando estacionar.

—Tudo bem. Não demore. –Pego minha bolsa e lhe dou um beijo rápido antes de sair do carro.

 

Fico de pé perto dos bancos de espera, onde nós combinamos de nos encontrar. Onde Luke resolveu terminar comigo alguns meses atrás, minutos antes de embarcar para sua nova vida. Sem mim.

—Dora? –Ouço uma voz masculina familiar chamar meu apelido que só uma pessoa usa. Sei que está atrás de mim, então me viro e corro até ele. Ele abraça minha cintura e ficamos juntos alguns segundos. Quando me afasto, consigo vê-lo melhor. Os cabelos castanhos estão um pouco maiores que do que eu estava acostumada, ele está mais forte e os olhos estão brilhando.

—Puxa! Você continua baixinha! –Ele sorri mostrando os dentes brancos e bagunça meu cabelo. Ele é um pouco mais alto que Thomas, mas não há muita diferença de porte.

—Essa é a primeira coisa que você diz para a pessoa mais importante da sua vida?

—Brincadeira. Estava morrendo de saudade. De verdade. –Ele beija o alto da minha cabeça. Já está com suas malas na mão. –Você veio sozinha?

—Não, eu... –Estico o pescoço um pouco, pois acho que vi alguém alto o suficiente para ser Thomas passar atrás de Luke. Mas desisto de procurar, já que tem muita gente andando perto de nós.

—Ela veio comigo. –Thomas para do meu lado, olhando Luke com os olhos apertados. Luke move a cabeça levemente para o lado, tentando entender.

—Ah, certo. Eu sou Lucas. Prazer. –Ele estica uma mão para Thomas, que a aperta.

—Eu sou Thomas.

Bom, eu não estava contando com o quão estranha essa situação seria quando pedi para Thomas me levar até o aeroporto. Os dois garotos ficam se encarando, examinando cada detalhe um do outro.

—Acho que já podemos ir. Certo? –Digo, nervosa.

—Sim. Vamos. –Luke dá um sorriso amigável, mas lança um olhar questionador para mim. Bem, eu falei que estava saindo com alguém quando nós nos falamos pelo telefone alguns dias atrás. Ele não pode me culpar por guardar segredo.

Andamos em silêncio até o carro de Thomas e, lá dentro, decido falar alguma coisa.

—Luke, já falou com seus pais?

—Na verdade não. Vou mandar uma mensagem pra falar que cheguei.

Ele está sentado no banco de trás, e Thomas ainda parece descontente.

—Como foi o voo? –Pergunto quando Thomas sai do aeroporto.

—Um pouco de turbulência, mas foi tranquilo. Vocês estudam juntos? –Ele pergunta, levantando a cabeça do celular e aponta para mim e Thomas.

—Sim. –Eu respondo. –Thomas é melhor amigo do namorado de Evey, Alex. Você vai conhecê-lo. Acho que vão se dar bem.

—Espero que sim. -Luke se volta para o celular e ficamos o resto da viagem até a minha casa em silêncio. Parece que as coisas vão ficar complicadas a partir de agora.

 

Assim que abro a porta de casa, um vulto de cabelos loiros claríssimos passa por nós. Me viro para ver Sarah dar um abraço apertado em Luke. Ele coloca as duas malas no chão e dá tapinhas carinhosos nas costas da menina. Assim que ele a solta, Thomas aparece na entrada segurando a mala de mão de Luke. Sarah sorri para ele.

—Parece que esse lugar não mudou nada. –Luke observa atentamente cada detalhe da sala de estar e Thomas para ao meu lado, roçando de leve a mão em meu braço.

—Você vai ficar no quarto de Léo. Já está todo arrumado, pode levar suas coisas lá.

Ouvimos uma porta se abrir e Seth aparece no corredor do andar de cima. Ele abre um sorriso e desce as escadas apressadamente para cumprimentar Luke.

—Quer ajuda? –Seth pergunta, apontando para as malas de Luke no chão.

—Por que não fazemos isso depois? Eu estava no meio do café. Vamos comer! –Sarah caminha saltitante até a cozinha. Eu olho para os outros três garotos presentes na sala e vou atrás dela. Eles me seguem.

A bancada da cozinha está repleta de comida: há bolos de sabores diferentes, pães e frios, café, suco e outras bebidas, além de biscoitos e leite e de chocolate.

—Por que você fez mais de um bolo? –Seth pergunta para Sarah, sentando ao lado da irmã.

—Eu não sabia qual sabor que Luke e Thomas gostavam. –Ela cruza os braços sobre o peito. –E eu vou dar para os moradores de rua o que sobrar, caso ninguém coma.

—Mas a gente vai comer, sim. –Luke se senta em uma cadeira e pega um pedaço de bolo de chocolate com as mãos. –Eu realmente estava com fome. Eu estava dormindo quando serviram a comida no avião.

Thomas se senta ao meu lado e pega um pedaço de bolo de limão. Eu pego um copo de suco de laranja. Sarah observa com atenção a reação de todos.

—Isso está bom. –Luke observa, apontando para o bolo em suas mãos. –Você sempre cozinhou bem, Sarah.

—Aqui também está bom. –Thomas diz comendo o bolo de limão. –Ei! O que é isso? –Ele pergunta, ao me ver colocando chá gelado em seu copo.

—Chá gelado.

Ele faz uma careta. –Mas eu quero café.

—Não tem café.

—Tem sim. –Ele aponta para um recipiente com um líquido escuro perto de Seth.

—É, mas você vai tomar chá.

—Que palhaçada... –Ele reclama, mas bebe um gole do conteúdo do copo.

—Como está indo a faculdade? –Seth pergunta olhando para Luke. Ele dá de ombros.

—É legal. Mas um pouco difícil. Já decidiu o que você vai fazer?

—Eu ainda quero ser jogador de futebol. –Seth dá uma risada. –Mas sei que meus pais vão me matar caso isso aconteça. Acho que vou fazer educação física em vez disso.

—E você, Sarah? –Luke pergunta e pega um punhado de biscoitos de leite.

—Gastronomia. –Sarah sorri orgulhosa e Thomas enche a boca com pão recheado com queijo e presunto. Sorrio para ele.

Eles continuam conversando por alguns minutos até Thomas olhar para o relógio em seu pulso e se levantar lentamente.

—Meu turno começa daqui a meia hora. Eu acho que já vou indo.

Ele diz isso, mas olha diretamente para Luke. Me levanto também e seguro seu braço. –Vamos lá para a frente então.

Todos nós acompanhamos Thomas e paramos na sala de estar.

—Thomas, você quer levar um pouco de bolo para casa? Sobrou um monte. –Sarah diz, mexendo nas tranças enfeitadas com laços vermelhos do cabelo.

—Ah, pode ser. –Ele dá de ombros e Sarah corre para pegar a encomenda.

—Ei, você não quer levar isso para seu quarto? –Seth pergunta para Luke, se referindo às malas ainda espalhadas pelo chão.

—Certo. Thomas, você pode me ajudar? –Luke pergunta sem olhar para Thomas. Este franze a testa, mas pega uma das malas. Observo-os subindo as escadas em direção ao quarto, os dois completamente em silêncio.

*****

POV Thomas

Coloco a mala do cara ao pé da cama e limpo as mãos. Após fazer o mesmo, Lucas olha para mim com os olhos apertados, como se estivesse me examinando.

—Qual foi? –Pergunto, ríspido.

—Nada. Queria ver de perto como é o namorado dela. –Ele faz uma cara de desgosto para mim. –Não sei o que ela viu em você. Parece um troglodita.

Sinto a raiva aflorando dentro de mim. –Eu, troglodita? Pelo menos eu não terminei com ela do pior jeito possível e voltei com o rabo entre as pernas.

—Fique só vendo. Quem vai voltar com o rabo entre as pernas é você. –Ele olha com superioridade para mim. O que esse palhaço está fazendo?

—Ah, pelo amor de Deus. Se você acha que ela vai voltar para você depois da merda que tu fez, deve ser muito idiota.

—Idiota? Idiota é você por pensar que ela gosta de você. Você nem sabe o que aconteceu entre a gente.

Olha, para falar a verdade, eu não sei exatamente o que aconteceu. Eu sei que eles tiveram um rolo por um longo tempo e ele terminou com ela de um jeito arrasador antes de voar para os EUA. Mas não falo nada ou ele vai pensar que Isa não confia em mim o suficiente para falar o que aconteceu entre os dois.

—Você sabe há quanto tempo eu conheço ela? Eu vi ela praticamente nascer. A gente tem um passado. –Ele continua falando.

Faço um esforço para controlar meu punho ao sentir o sangue ferver. -Isso mesmo. Um passado. Já foi. Ela falou para mim que não quer mais nada com você.

Ele franze a testa, mas não recua. –Bem, você não devia acreditar nela. Eu voltei pra conseguir ela de volta. E é o que eu vou fazer. Não é um cara que nem você que vai me impedir.

—Conseguir ela de volta? Você não entendeu? Ela não te quer mais.

—Mas eu quero. E com mais um pouco de tempo, ela vai querer também. Não sei se você sabe, mas Dora é um dos melhores partidos agora. Ela é filha de um império comercial. Nossas famílias são amigas há anos. Com quem você acha que os pais dela querem que ela fique?

—Eu não me importo com essa merda. O que importa é com quem ela quer ficar. E é comigo com quem ela quer ficar. Se você tocar nela...

Ouvimos passos vindo em direção ao quarto e ficamos quietos. Isadora entra no quarto e olha para nós, carrancuda.

—O que estão fazendo? Vieram aqui deixar as malas ou bater boca? Quantos anos vocês tem?

—Ele é um idiota. –Eu falo e ando até ela. Ela suspira e começa a falar alguma coisa, mas eu a interrompo com um beijo. Ela tenta se desvencilhar no começo, mas desiste e corresponde meu beijo com carinho. Ficamos assim alguns segundos. Eu separo nossas bocas e a seguro, impedindo que ela caia com o choque. –Você fique avisado. –Olho para Lucas, que não esboça nenhuma reação ao ver nosso beijo e puxo Isadora comigo para fora do quarto.

—O que foi isso? –Ela pergunta, quando já estamos quase na escada.

—Ele vai tentar te conquistar de volta. Não caie na lábia dele.

Ela dá um sorriso como se achasse graça no que eu acabei de falar. –Luke não vai fazer isso. Ele está brincando com você.

Encaro ela boquiaberto. –Não, ele não está.

Ela revira os olhos, mas ainda parece estar achando isso tudo muito engraçado. –Tudo bem. Agora vá logo para o trabalho que eu também tenho coisas para fazer.

Descemos as escadas juntos, mas eu olho para ela ainda irritado. –Olha, eu juro que se ele tentar fazer alguma coisa...

—Ele não vai, ok? Confie em mim. Mesmo se ele tentar, eu não vou deixar. –Ela sorri e dá um beijo carinhoso em minha bochecha.

Franzo os lábios, mas não discuto. –Certo. Mas eu vou ficar de olho. –Digo, saindo da casa.

Ela acena para mim dando uma risadinha. Mas como eu vou ficar de olho? Porra, eles tão morando na mesma casa. Essa luta está parecendo muito injusta!


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