Herdeiros dos Black - Warlocks (INTERATIVA) escrita por Sirius Black


Capítulo 12
Uma nova busca


Notas iniciais do capítulo

Dae meu povo! Como vocês estão? Sei que estou diminuindo um pouco o ritmo das postagens, mas anda meio desmotivado. Temos muito leitores fantasma acompanhado a fic e poucos leitores que a apoiam mostrando sua presença. Deixando isso de lado estou trazendo um novo capítulo pra vocês. Nas notas finais vai ter algo importante então não deixem de ler.



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Os dias em Hogwarts não estavam tão ruins atualmente. Eu tinha ganhado algum respeito entre as outras casas depois de salvar Matt e o Potter.  Eu tinha novamente Lilith e Calliz ao meu lado. As primas de Calliz tiveram que aceitar que era melhor para a saúde dela estar ao meu redor. E a corte de Lilith de certa forma tinha reconhecido minhas habilidades e sabiam que eu não faria mal a ela. Meu convívio com os warlocks também melhorara, pois agora eu podia falar com eles abertamente sem causar nenhum problema para eles. Mal me lembro como foram aqueles semanas de isolamento.

Eu estava sentado em uma cadeira de frente para uma mesa cheia de livros, cadernos e pergaminhos na sala precisa. Estava junto de Lilith, Calliz Ric, Liz, Marie, Dougg, Tom, Izzy e Matt. Todos muito compenetrados em seus deveres de casa – bom os garotos estavam babando pedindo pra apanhar pelo jeito que estavam olhando pra Lilith, mas são meus irmãos então vou fingir que não vi a forma como olhavam pra minha amiga. Já eu olhava de forma entediada pra minha pena escrevendo no pergaminho por conta própria meu dever de runas antigas. Eu tinha enfeitiçado aquela pena tendo colocado uma copia de minha consciência e conhecimento nela. Era um feitiço muito chato que demorei muito pra dominar ensinado pelo Void, mas muito útil. Claro que não era perfeito a copia de minha consciência... acho que vou chamar de IT (inteligência temporária) só sabia o que eu sabia. Se tivesse uma pergunta que eu não soubesse responder ele também não poderia responder, enquanto eu poderia procurar a resposta. Eu só precisaria conferir se estava tudo certo depois que a pena termina-se.

Queria dizer que eu estava completamente atoa, mas volta e meia tinha que ajudar alguém com seus deveres de casa – principalmente o Ric que não manda nada bem em aritmancia.

   – Tony você podia me ajudar nessa questão? – perguntara Marie atraindo minha atenção. Ela estava com uma aparência aborrecida mesmo seu tronquilho massageando seu ombro (com patinhas tão pequenas deve surgir efeito zero).

   – Claro – disse ficando de pé feliz em ter algo pra me distrair – o porque do nome barrete-vermelho? É porque depois de matarem suas vitimas eles tingem seu barrete, seu gorro com o sangue delas.

   – Ecá... isso explica porque minha mãe sempre ergue feitiços especiais contra eles perto de nossa casa – dissera Mari fazendo uma careta de nojo voltando a escrever – Obrigada Tony.

   – De nada... – disse começando a voltar para minha cadeira quando Calliz me chamara.

   – Tony você poderia me ajudar com essa tradução? – perguntara Calliz que estava fazendo seu dever de runas antigas.

   – Vejamos... Segundo a mitologia nórdica, Ask ou Asque é considerado o primeiro homem. Tal como sua companheira Embla, foi criado a partir de uma árvore e deles descende toda a Humanidade. As veelas de determinadas regiões se referem aos bruxos como filhos de Ask e as bruxas como filhas de Embla. Acho que eu li algo sobre a descendência dos bruxos ter se originado desses dois, mas era meio vago – disse lembrando de um livro velho que peguei na biblioteca para me distrair.

   – Minha mãe já falara sobre isso para mim. Existem diferentes clãs de veelas separadas por regiões. Dependo da região em que estiver elas podem se referir aos bruxos de formas diferentes. O ponto principal é que as veelas acreditam que os bruxos originam de uma mãe que pode ter diferentes nomes dependendo da região em que estiverem. Frigg (nórdicos), Hécate (gregos) ou Lilith (judaísmo-catolicismo). Mesmo assim para as veela, os bruxos homens mesmos sendo descendentes da mãe-mágica, ainda traziam a impureza masculina e por isso ainda são filhos de Ask ou Adão – dissera Lilith tirando os olhos de sua lição sobre estudo dos trouxas.

   – Huum eu poderia até me sentir ofendido pela parte do “impurezas”, mas eu realmente não tenho muitos argumentos a meu favor nesse assunto – disse coçando a cabeça.

   – Imagina. Não sei quem pensaria que você é impuro. Ah já sei talvez seja por causa dos boatos de que você deu em cima da dona do Três vassouras – dissera Lilith fazendo os outros rirem, mas o olhar dela não estava pra brincadeira. Desviei minha atenção para o exercício de aritmancia de Liz evitando aquele olhar assustador que ela estava me dando. Serio, pare com isso prefiro enfrentar um dementador.

   – Não sei o que estou fazendo de errado nesse treco – dissera Liz coçando a cabeça olhando para seu pergaminho. Por sorte eu vi que ela estava com problemas por que se depende-se dela e seu eterno espirito competitivo ela não pediria ajuda de forma alguma. Na verdade era engraçado nas aulas de aritmancia ela tentar competir comigo e Hermione constantemente. Eu gostava de ter uma rival a mais, mas ela era um pouco complicada as vezes. Ela não era do tipo que gostava de perder.

   – Você tá usando o método aggripa, mas nesse caso é o método caldeu – disse vendo o exercício que ela estava se batendo para resolver.

   – Ah isso tudo é muito chato. Eu realmente não estudaria isso se não fosse útil para meu futuro – dissera Liz aborrecida – falando em futuro algum de vocês já tem planos pro futuro?

   – Se depender da minha família eu vou ter que tentar virar ministro um dia como meu avô, mas não sei se é isso o que eu quero – disse Ric concentrado em sua redação de transfiguração. Uma das poucas matérias que ele parecia gostar de verdade.

   – Eu vou ser auror como meu tio – dissera Dougg com seriedade. Era algo de se esperar. A única pessoa que sempre protegera ele fora o tio.

O resto incluindo eu ainda não tínhamos ideia do que fazer no futuro. Ainda era algo distante, mas ao mesmo tempo muito importante. Dependendo o que escolhêssemos teríamos que estudar ao máximo para ter os N.O.M.s necessários.

A pergunta ficara martelando em minha cabeça fazendo novas perguntas surgirem. O que eu quero para meu futuro? Quais meus planos? O que eu quero ser?  Eu sabia por enquanto que a única coisa que eu não queria era ser dominado pelas trevas e virar o destruidor da vida novamente. Eu queria um futuro diferente, mas o que aconteceria nele era um mistério e isso assustava.

Na noite daquele dia fui dormir com a cabeça cheia de perguntas e duvidas. Eu tinha tanto no que pensar atualmente. Tinha meu pai foragido, minha mãe sozinha em Paris, meus queridos warlocks, encontrar uma cura pra Calliz, meus estudos e meu futuro.

Abri os olhos lentamente me vendo sentado em uma cadeira branca de frente para uma mesa branca. A minha frente tinha um casal olhando para mim com interesse. Ela era incrivelmente branca e não estou falando de uma pele branca normal. Ela era branca como papel, fosse a pele, seus longos cabelos, roupas era tudo branco exceto seus olhos dourados. Ele também era uma visão incomum sendo completamente... ham... parecia que ele tinha sido mergulhado por fora e por dentro em tinta preta tendo apenas os olhos dourados me fitando. Por algum motivo aqueles dois faziam eu sentir muito medo.

   – Relaxe. Ainda não chegara a hora de nos encontrarmos a só e eu leva-lo pra descansar – dissera o homem com seriedade. Por algum motivo eu o conhecia muito bem.

   – V-Você é a... – comecei a dizer suando compulsivamente.

   – Ele é o fim ou morte se preferir – dissera a mulher parecendo se divertir com meu nervosismo – a proposito sou Vida. Sem piadinhas de que estou de mal com você, por favor. Por algum motivo todos acham que podem me levar na brincadeira... pelo menos no inicio – dissera a mulher estreitando seus olhos parecendo muito assustadora.

   – Eu... eu sou... – comecei a dizer, mas pela primeira vez eu realmente não tinha condições de lidar com as pessoas... seres... com aqueles dois.

   – Sabemos perfeitamente quem você é Anthony. No futuro muitas de suas vitimas me viram em seus olhos antes de morrerem – dissera a... o morte com simplicidade tomando um pouco do chá servido pela vida.

   – Veriam você quer dizer. Alguém tornou nosso trabalho mais complicado e adiara nossas férias, não é? – perguntara a Vida me olhando com seriedade.

   – Ham,.. me desculpe? – perguntei arqueando uma sobrancelha.

   – Vê ninguém me leva a serio depois reclamam quando não facilito as coisas para eles – dissera a vida parecendo aborrecida comigo.

   – Tsc, melhor do que ser visto como o inimigo numero um de todos na existência. Estou cansado de ouvir reclamações sobre como eu cheguei cedo demais ou levei alguém tarde demais – dissera Morte virando os olhos parecendo já ter tido aquela conversa antes.

   – É diferente eu que tenho que estar com eles do momento em que nascem até você chegar. Você os leva pra um lugar melhor ou pior. Ainda se torna aceito por aqueles que aceitam suas condições e ainda se despede como um amigo daqueles que renascem. Todos esperam por você. Já quanto a mim ninguém acha que eu sou boa o suficiente. Vivem tentando me mudar e até mesmo tentam acabar comigo mais de uma vez seja quando estou com eles ou com outros – dissera a vida cruzando os braços.

   – Não seja assim. Tem muitos que contam historias ótimas que você proporcionara a eles para mim – dissera Morte forçando um sorriso.

   – É... por que eu estou aqui exatamente? – perguntei achando aquela conversa entre a vida e a morte meio difícil.

   – Na verdade queríamos conversar um pouco com o causador de tantos problemas – dissera Vida tomando se chá.

   – Entenda. Você tem sorte de que já beneficiará muito meu trabalho e ainda ira facilitar um pouco o meu trabalho ou alguém poderia querer que eu te levasse imediatamente – disse Morte dando uma rápida olhada de canto para Vida.

   – O caso é que você também nos causara muitos problemas e provavelmente mais ainda viram. Nossos trabalhos não são fáceis e ter alguém interferindo em tal nível não é nada legal. Já temos problemas o suficiente tendo que lidar com o livre arbítrio de vocês e as escolhas que fazem para então alguém resolver mudar acontecimentos que já estavam planejados a séculos – dissera Vida com seriedade.

   – Por isso teremos que intervir de forma diferente. Entenda nós não gostamos de fazer isso, mas temos amigos que também não gostaram de sua interferência. O Tempo e Destino estão realmente magoados com a interferência que fizera no trabalho deles. Queremos que entenda que você não conseguira mudar o passado novamente. Por mais que possa ir ou vir no tempo não permitiremos que atrapalhe nosso trabalho de tal forma. Já teremos que lidar com os problemas que causara daqui em diante. Não permitiremos que mude os acontecimentos sempre que lhe convir – dissera a morte com seriedade.

   – O que! Mas... mas se pessoas morrerem... – comecei a dizer irritado ficando de pé.

   – Ira ter chego a hora deles partirem comigo! Entenda seu lugar, garoto – dissera a morte fazendo um simples gesto e eu me sentei... mas não fora eu. Era como se eu tivesse diante de duas das manifestações mais poderosas já criadas.

   – Devo alerta-lo que normalmente eu não tenho prazer em colocar diferentes provações para que as pessoas aprendam certas lições, mas você ganhara algumas bem interessantes na minha opinião – dissera Vida dando um sorriso de canto.

   – O que? – perguntei temo o que ela planejava.

   – Já conversamos bastante. Provavelmente nos encontraremos de novo em breve. Talvez quando eu vier buscar as garotas chamadas Lilith e Calliz – dissera morte com uma expressão neutra.

   – Espera... – tentei dizer, mas ao abrir os olhos tudo o que vi fora o teto do dormitório. Passei a mão pelo meu rosto e respirei fundo acreditando que aquilo tinha sido apenas um pesadelo criado por minha mente super criativa e insana.

Quando acordei novamente fiz meu ritual matinal. Fazer meus exercícios e sair pra correr usando meu moletom da Nike – é uma marca de trouxas que eu sempre gostei. Encontrei Lilith se aquecendo no portão. Sorri para ela me aproximando correndo. Ela sorrira para mim e não sei porque, mas eu tinha que cumprimenta-la de uma forma diferente. Me aproximei dando um beijo em seu rosto, mas a proximidade dos meus lábios em sua bochecha bem próximo de sua boca fora... diferente. Me afastei lentamente vendo ela me olhar com aqueles olhos lindo. A distancia que nos separava era tão pequena. Seu perfume era tão delicioso e atrativo. Mas eu tinha que resistir. Eu não era estupido de fingir que eu via ela e as outras garotas apenas como amigas, mas eu não queria perder nenhuma delas. Se escolhesse uma perderia as outras e isso eu não queria.

   – Então vamos correr juntos novamente? – perguntei dando dois passos para trás forçando um sorriso.

   – Claro. Eu estava lhe esperando – dissera Lilith levemente corada.

   – Então vamos – disse correndo no mesmo lugar.

   – Já estou indo – dissera Lilith rindo correndo na minha frente.

   – Com essa vista é difícil manter o controle – resmunguei correndo atrás dela.

Fizemos uma rápida corrida até conversando pouco um com o outro, mas o importante era a companhia. Eu gostava de ter momentos como aquele com Calliz, Lilith e Hermione. Eu até pensava que poderia arriscar apresentar uma delas um dia para minha mãe como algo além de amiga e arcar com as consequências. Se fosse por uma delas eu arcaria sem problemas... eu acho. O problema é que eu não estava disposto a perder nenhuma delas no momento. Por isso não tentava dar um passo a diante com nenhuma.

Lembro da conversa que tive a poucos dias com Ric, Dougg e Tom sobre Izzy. Ela era nossa irmãzinha adorada, mas que se fingia de cega – eu fico com o estomago embrulhado ao lembrar que já tive pensamentos errados com ela quando nosso laço ainda era fraco. Tinha um monte de garotos da casa dela que queria ser mais do que amigos dela, mas ela fingia não ver. Ela tinha amigos próximos que pareciam gostar dela de verdade, mas novamente ela fingia não ver. Ela sempre dizia que eles eram só seus amigos. Agora estando na situação em que eu estou eu me pergunto se ela apenas finge que não vê para não perder nenhum dos seus amigos da mesma forma que eu faço.

O pior é que eu não sei direito o que eu sinto. Quando estou com elas quero aproveitar cada segundo, quero estar o máximo possível junto delas. Por elas eu enfrentaria qualquer batalha. Estaria lá sempre que precisassem. Por elas eu até pagaria mico de ir naquele café rídico de Hogsmeade. Por elas eu queria fazer o melhor possível, mas não sei se isso é amor ou só gostar. Na verdade eu acho que por ser novo ainda não sei direito o que é amar.

Eu sei que sou muito convencido pensando que aquelas três podem sentir algo a mais do que apenas amizade... mas eu sou convencido mesmo. E uma parte minha realmente quer que elas sintam algo por mim. Isso só faz eu ver o quão egoísta e imaturo eu sou.

Parei de correr ao ver que Lilith para de correr e estava arfando segurando o peito. Corri até ela a tempo de segurá-la em meus braços. Ela estava muito, muito quente. Por um momento eu vi ela, mas era diferente. Era como se eu conseguisse ver a magia dentro dela, tão forte, tão confusa e revolta.

Não tenho certeza absoluta do que aconteceu depois. Sei que a peguei em meus braços e no outro tudo estava se movendo muito rápido ao meu redor, mas eu só olhava para Lilith. Sua expressão de dor, sua pele pálida, seus lábios trêmulos. Tudo fazia com que eu move-se meu corpo mais rápido do que antes.

Adentrei a ala hospitalar derrapando de joelhos com Lilith em meus braços. Madame Pomfrey tentara falar alguma coisa, mas eu já estava a deitando em um leito vazio.

   – Por favor! Ajuda ela! – pedi desesperado segurando a mão de Lilith.

   – Saia do meu caminho, garoto. Enquanto eu a examino me diga exatamente o que aconteceu – dissera Madame Pomfrey tomando meu lugar erguendo sua varinha na direção de Lilith recitando vários feitiços

   – Nós estávamos correndo um pouco antes da aula começar. Quando estávamos voltando ela começou a passar mal segurando o peito e desmaiara em seguida. O que é que ela tem? – perguntei com as mãos atrás da cabeça olhando desamparado para Lilith.

   – Ainda não sei. Meio-veelas são muito parecidas conosco, mas pelo sangue delas ser tão puro quanto o de bruxos puro-sangues também está sujeita a doenças que afetam apenas a eles – dissera Madame Pomfrey iniciando uma serie de exames – como eu temia... sangue-froid, sangue frio. É a magia dela. É forte demais pro corpo dela suportar. Esta causando danos a seu organismo. Pobre criança deve estar passando por isso a um longo tempo.

   – Então cura ela logo! Da alguma poção, faz um feitiço. Qualquer coisa, mas ajuda ela! – disse desesperado vendo que até mesmo os lábios de Lilith pareciam estar perdendo a cor. Eu lembrava perfeitamente da preocupação da professora McGonagall sobre meu poder magico crescer rápido demais e agora eu entendia o porque.

   – Você não entende. Essa doença não tem cura e nem tratamento. Tudo que eu posso fazer é diminuir a dor dela e esperar ela acordar... – dizia Madame Pomfrey, mas eu não escutava nem uma palavra do que ela dizia mais.

Talvez eu pudesse trazer Matt... não o dom da cura dele ainda é fraco. Mesmo que ele fosse mais forte o problema estava no fato do corpo dela não ser capaz de suportar o próprio poder, não é um ferimento ou doenças comuns.

   – “Absorva a energia dela. Isso vai fazer ela se recuperar mais rápido. Se você absorver magia o suficiente deve parar de causar dano ao corpo dela por um tempo”— dissera Void com seriedade em minha mente

   – Da licença. Eu sei como fazer ele melhorar. Só preciso absorver energia o suficiente do corpo dela pra que ela pare de sofrer – disse tentando tomar o lugar de madame Pomfrey que olhara para mim com os olhos arregalados.

   – Não posso permitir que você faça isso. Você pode acabar colocando sua vida em perigo... – dizia Madame Pomfrey tentando me impedir.

   – Saia da minha frente— disse ficando de cabeça baixa erguendo lentamente meu rosto revelando meus olhos completamente negros e minha pele pálida.

   – O-O que... – começou a dizer madame Pomfrey recusando assustada tempo o suficiente para eu assumir o lugar dela me debruçando sobre Lilith.

   – Prometo não tocar em suas memorias – sussurrei passando a separar lentamente meus lábios muito próximos dos lábios entreabertos dela. Eu não a beijaria apenas iria absorver o máximo de energia possível.

Comecei a absorver sua energia fazendo uma pequena massa de energia deixar seu corpo passando a adentrar meus lábios. Era tanto poder. Eu não conseguia acreditar que ela vinha mantendo tudo aquilo dentro dela. Eu sentia como se meu corpo estivesse recebendo fortes descargas elétricas, mas não era algo ruim, muito pelo contrario. Eu acabava desejando mais e mais.

   – “Não perca o controle ou ele morrera. É isso o que quer?”— perguntara Void em minha mente fazendo eu recuperar o auto controle. Eu não queria ela morta de jeito nenhum – “apenas mais um pouco. Isso pode parar”.

Parei de absorver a energia dela afastando meu rosto do seu a vendo abrir os olhos lentamente.

   – O-O que aconteceu? – perguntara se sentando lentamente.

   – Você passou mal. Mas tudo vai ficar bem... mas eu tive que absorver um pouco da sua magia – disse forçando um sorriso ao ver que ela já parecia bem melhor. Então me virei para madame Pomfrey que olhava para nós boquiaberta – a senhora poderia fazer um exame nela? Talvez seja bom ela ficar aqui de repouso? Eu tenho aulas agora pela manhã, mas...

   – V-Vocês dois não vão sair daqui! Estão de observação! Onde já se viu realizar tamanha inconsequência!? E se seu corpo não suporta-se a energia que absorveu. Deite-se ali no leito ao lado! Já vou fazer um exame pra ver como está seu corpo – mandara madame Pomfrey com o rosto vermelho de raiva.

   – Ok, ok a senhora é quem manda – disse erguendo as mãos em sinal de rendição me deitando no leito ao lado do de Lilith que sorrira ao ver minha reação.

Eu nunca gostei de hospitais, ficar de repouso na ala hospitalar de Hogwarts também não era nada agradável. O pior era os engraçadinhos dos meus amigos que vinham saber se eu tinha morrido ou se poderiam fazer algo pela Lilith. O pior é que a mala achava graça desses fardos que eu chamava de amigos e família. O único momento em que ela parara de se divertir a minhas custas fora quando Calliz viera me ver. Eu e Calliz estávamos mais próximos do que antes e isso parecera irritar Lilith – serio o olhar dela da medo, parece minha mãe!

Infelizmente madame Pomfrey não permitia que falássemos muito ou eu iria querer saber naquele momento tudo sobre a condição da Lilith. Eu podia disfarçar, mas sabia que a solução que eu tinha arranjado era temporária. Em breve o corpo dela iria repor a energia gasta e assim que ela força-se demais o corpo ele iria começar a definhar novamente. Pra piorar ela não era a única que estava com aquele tipo de problema ainda teria a Calliz. Eu tinha duas importantes amigas que corriam risco de vida e que eu não desejava perder de forma alguma.

Enquanto eu repousava procurava nas memorias que colhi até aquele momento algo que pudesse ajuda-las, mas nem mesmo no conhecimento de Nicolau parecia existir uma solução. Tinha uma opção... mas salvaria apenas uma delas no melhor dos casos. Eu tinha que encontrar uma forma que salva-se as duas!

Pelo conhecimento que eu tinha existiram vários bruxos e curandeiros que pareceram saber lidar com aquele tipo de problemas em lendas antigas, mas seu conhecimento tinha se perdido a muito e...

   – “Nem tudo se perdera”— dissera Void em minha mente.

   – “Como assim?” — perguntei com curiosidade.

   – “Bom... no futuro nós encontramos indícios de que em Hogwarts existem locais secretos que guardam muitos mistérios... acho que fora quando matamos uma diretora da época”.

   – “Claro que tinha que ter morte na historia. Esse lugar seria a Câmara Secreta? Eu ouvi historias a respeito dela. Parece que a pirralha Weasley quase morrera lá ano passado. Não parece ser um local que eu deseje ir”— disse cruzando os braços.

    – “Mortes e perigos a parte de nosso futuro. Em todo o caso descobrimos a existência da lenda da Biblioteca Secreta de Hogwarts. Essa biblioteca fora a maior criação dos quatro fundadores juntos. Diz a lenda que nessa biblioteca está o maior acervo magico do mundo. Se procura uma forma de ajudá-las com certeza está lá”— dissera Void com seriedade.

   – “Certo. Onde fica essa biblioteca secreta?”— perguntei com seriedade.

   – “Quanto a isso. Vaja bem... de inicio não acreditávamos na existência dela... estávamos atrás de poder não de lendas. Assim... só fomos ter certeza da existência dela depois que drenamos toda a magia de Hogwarts fazendo o castelo desmoronar assim como toda a área. Em nossa defesa o castelo está em um terreno magico muito puro e a magia era deliciosa demais para resistirmos!”— dissera Void apressadamente.

   – “Realmente... merecíamos o titulo de destruidor”— disse virando os olhos – “Mais importante do que isso. Tem certeza que essa biblioteca existe mesmo?”.

   – “Claro. A diretora que matamos tinha descoberto uma pista na câmara secreta. Só não sei que pista é essa” — disse Void como se termos matado a diretora não fosse nada.

   – “Se essa biblioteca existir pode ser que tenha algo que ajuda” — disse pensativo.

   – “Só tem um probleminha... pra chegar a biblioteca parece que você tem que reunir as pistas dos refúgios dos fundadores”— dissera Void.

   – “Certo. Primeiro temos a Câmara secreta pra essa é fácil só pegar as memorias da irmã do Ferrugem. O problema são os outros...” — disse pensativo.

   – “Talvez aja uma pista na câmara secreta, mas para entrar nela você precisa de um ofidioglota”— dissera Void com seriedade. Esse cara ta tendo informações demais... estou começando a me sentir manipulado.

   – “Eu tenho algumas soluções pra isso, mas por enquanto o mais importante é descobrir onde a câmara secreta fica e reunir meus amigos”— disse com seriedade.

Eu e Lilith tivemos que passar o dia em observação o que pra mim não era tão imcomodo, mas pra Lilith que se atrapalhava um pouco com o idioma escrito das aulas de historia da magia não deveria ser nada legal. Bom eu escapei da aula de herbologia, mas não tenho que ficar muito preocupado com isso por enquanto. Tenho conhecimento mais do que o necessário na matéria para terminar Hogwarts tranquilo.

Quando em fim fomos liberados na manhã seguinte já era hora do café da manhã – não pude fazer meus exercícios pra não irritar a madame Pomfrey. Fomos para nossos dormitórios e voltamos para o salão principal para tomar café da manhã com os demais. Sentei tranquilamente pensando em ler um livro enquanto comia, mas Lilith se sentara a minha esquerda e Calliz a direita. As duas me deram um olhar intimidador quando viram eu segurando meu livro que eu entendi perfeitamente “Atreva-se a ler esse livro e você tá morto”. Guardei meu livro e passei a tomar meu café da manhã notando que tinha mais gente ao meu redor do que o normal. Draco estava a minha frente com Pansy a esquerda, a direita Crabbe e Goyle. Também tinha um pouco menos da metade da corte de Lilith ao nosso redor tendo como única exceção Daphne que estava ao lado de Calliz. Fiquei um pouco surpreso, mas agi normalmente conversando sempre que alguém falava comigo principalmente Draco que contava como o Ferrugem reagira quando fora azarado pelo Draco que estava escondido vendo o outro garoto sapateando e rodando por um corredor enquanto recebia mordidas por todo o corpo. Eu não deveria incentivar aquele tipo de coisa... mas o Draco mandara bem! Por que eu não pensei em fazer isso com o aquele trasgo escroto também?

O dia passara bem tranquilo sem que eu tivesse tempo de conversar a sós com Lilith e entender melhor o que ela tinha. Quando chegara a hora do treino de quadribol fui para o vestiário onde me troquei ignorando o olhar da maioria. Muitos ali ainda não gostavam de mim. Eles aceitaram que eu era melhor como apanhador do que o Harper, mas não terem o financiamento prometido e agora perdido do pai do Harper não era algo que eles tinham esquecido. Sai do vestiário segurando minha vassoura devidamente uniformizado com as cores de minha casa. O treino seria contra o reservas no qual poderíamos usar os planos de Flint. Não posso dizer que eu repudiava os planos deles, mas por mais que alguns fizessem sentido outros eram idiotas. Fazer faltas propositais apenas para conseguir pequenas vantagens não parecia nada inteligente. Entretanto fazer movimentos que não eram considerados contra as regras para obter vantagens parecia mais interessante, mas sou apenas o apanhador... por enquanto.

   – Aquela garota da corvinal até que é bem gata e graças a Merlin é sangue puro. Só não entendo o que elas esperam? Que eu vire um garoto doce e amoroso? Ou um traidor do sangue... – dizia Draco até dar uma olhada de canto para mim.

   – Coisa de mulher. Meio triste na minha opinião, mas elas acreditam que é lindo quando bad-boys mudam pela mulher amada e etc. Na verdade o cara nunca muda apenas se controla e finge ser algo que não é – disse ignorando o comentário sobre sangue dele.

   – Pois então elas vão perder seu tempo – dissera Draco com indiferença.

Por algum motivo as pessoas insistiam em dizer que ele era assim pra agradar seus pais, mas na verdade ele acreditava no que os pais lhe ensinaram, mas agia da forma que agia mais por vontade própria. Os pais não o forçavam a azarar os outros ou chamar os outros de sangue-ruim e traidores do sangue pelas costas. Isso era coisa do Draco tudo o que ele fazia longe dos pais podia ser resultado de sua criação, mas também era quem ele era.

   – Não estou dizendo que não temos nada de bom. Somos capazes de fazermos coisas muito boas mesmo sendo sonserinos, mas o povo deveria aceitar quem somos tanto as coisas boas quanto ruins – disse com simplicidade. Izzy, Marie e Liz tinham reclamado um pouco quando não me importei com alguns alunos da sonserina azarando o pessoal das casas delas. Para elas eu tinha que controlar o pessoal da sonserina para que eles fossem melhores, mas... porque eu tinha que me envolver? Eu não conhecia as pessoas azaradas e eu mesmo já fui alvo de azarações, insultos e empurrões de pessoas tanto da minha casa quanto de outras. Então por que eu tinha que procurar mais problemas por pessoas que eu nem me importava?       

   – Estou te falando. Esse negocio delas criarem na cabeça delas uma imagem distorcida nossa é burrice. Depois reclamam quando sofrem por não sermos quem elas idealizam. Muito patéticas – dissera Draco com um sorriso maldoso.

   – Eu não diria patéticas, mas... talvez um pouco iludidas. As vezes é melhor aceitar as pessoas como elas são – disse dando de ombros até um baba... até um sujeito passar por mim esbarrando no meu ombro com força – eu vou derrubar esse cara da vassoura de novo!

   – Quando eu era o apanhador não tinha esses problemas – dissera Draco cheio de si.

  – Claro seu pai presenteara os jogadores com Nimbus 2001 – disse virando os olhos.

   – Você até parece a sangue-ru... – dizia Draco até eu dar um tapa na nuca dele.

   – Já disse pra não chamar os outros assim. Se quer fazer isso que não seja em publico ou perto de mim. Minha imagem já é ruim o suficiente pra pensarem que eu tenho essas ideologias – disse irritado. Eu não me importava quando ele chamava os outros assim na verdade desde que não fosse em publico, mas a Hermione era outra historia. Ela ele não podia chamar assim.

   – Depois não sabe porque te chamam de traidor do sangue na sonserina – resmungara Draco indignado pela agressão, mas ele não faria nada, não sem varinhas. Ele era meu primo e eu sabia que ele até se garantia em um duelo de bruxos, mas desarmado ele era meio... receoso. Eu não diria, mas não duvidava nada que um dia ele apanha-se de uma garota.

Respirei fundo varias vezes durante o treino para manter a calma. Harper tinha tentado fazer eu cair da vassoura mais um vez. Vi também quando ele sinalizará para os batedores mirarem os balaços em mim. Um pouco irritado eu não tive nenhum escrúpulo em absorver a energia dele e ver suas memorias descobrindo coisas... interessante. Primeiro ele pagara para os batedores tentarem fazer eu ficar... inutilizado pra jogar. Segundo descobri como Flint soubera que eu era um warlock, pois ele contara para Harper e o resto do time. Quando eu ainda era um bebe eu fui diagnosticado como um bruxo abortado logo pelo pai do Flint que atualmente trabalhava no ministério e ficara sabendo de toda a minha situação atual. Terceiro eu descobri que fora o cretino do Flint que estava usando azarações em mim no dia do teste e isso ainda teria volta. Também fiquei sabendo de algumas outras coisas, mas mesmo assim nada que seria útil no momento. Eu tinha coisa demais na cabeça pra desviar minha atenção e no momento eu tinha que manter minha atenção no treino.

Quando por fim o treino acabara eu posei no gramado bem a tempo de ver algo que fizera eu ficar irritado. O trasgo estava gritando com o Draco e o empurrando. O motivo era Draco ter deixado quadro lances passar por ele. Era uma estupidez pois o goleiro reserva deixara quase o triplo passar, mas mesmo assim o trasgo parecia mais irritado do que o normal. Quando Draco dera uma resposta afiada para ele o trasgo erguera sua mão para bater no Draco, mas eu já estava perto o suficiente para segurar seu punho. Draco podia ser um idiota, com ideais racistas, podia ter uma língua ruim e só falar coisas desagradáveis a maior parte do tempo, mas antes de tudo ele era meu primo, apesar de tudo. Eu podia conhece-lo a pouco tempo, podia ficar com vontade de esgana-lo em muitos momentos, mas eu era o mais velho e como ele mesmo dizia eu ainda tinha o mesmo sangue que ele. Na minha frente ninguém iria ferir alguém do meu sangue ou da minha família (tanto da warlock quanto a de sangue).

 O tragos olhara com raiva para mim estando com os olhos esbugalhado. Ele tentara acertar um soco em mim, mas consegui desviar e empurra-lo para longe. Ele avançara novamente tentando desferir um soco em minha direção, mas movi meu corpo mais rápido o fazendo quase passar por mim, até eu colocar meu pé esquerdo na sua frente fazendo ele cair de cara na grama. Peguei minha varinha e apontei para ele.

   – Se tentar fazer isso de novo esquecerei que você é o capitão do time e agirei em legitima defesa. Garanto que não vai será nada bom para sua reputação ser mais humilhado do que já foi – disse estreitando os olhos abaixando um pouco a cabeça fazendo meus olhos ficarem negros. Ele olhara com raiva para mim antes de ficar de pé e começar a deixar o campo.

   – Eu... eu não precisava da sua ajuda! Podia ter resolvido isso eu mesmo – dissera Draco com a mesma arrogância de sempre.

   – Claro que poderia – disse guardando minha varinha. Eu não diria minha opinião verdadeira para ele. Ele era um garoto apesar de tudo e tinha que manter seu orgulho – Eu apenas queria me divertir um pouco as custas dele. Na próxima vou deixar você acabar com ele, certo?

   – Certo... – dissera Draco forçando um sorriso.

   – Então galera. Alguém tá afim de uma bebida das boas? Vendo baratinho pra vocês – disse sorrindo tirando minha carteira do bolso fazendo ela virar uma maleta. Ouvi algumas pessoas reclamarem de eu estar cobrando deles, mas as bebidas que eu vinha vendendo feitas por mim mesmo na sala precisa estavam começando a ficar famosas. O único problema era esperar os ingredientes que eu encomendava para repor o estoque chegar. O importante era que mesmo reclamando todos os jogadores do time principal compraram e alguns do time reserva. Passamos a beber todos juntos em baixo das arquibancadas. Não era forte o suficiente para deixar alguém bêbado, mas era ótimo para começar a conquistar os outros jogadores. Podia não ser o suficiente para virar capitão, mas eu já vinha obtendo respeito agora faltava amizade e admiração. Como um homem de negócios eu tinha que saber jogar de diferentes formas.

Quando estava voltando para o salão comunal da Sonserina vi Lilith de pé ao lado da entrada encostada na parede com os braços cruzados para trás. Alguns dos jogadores que vinham andando ao meu lado um pouco alegres demais babara por ela e deram assovios nada bonitos antes de entrarem no salão comunal. Ouvi alguns comentários dirigidos a mim a respeito da Lilith, mas ignorei.

   – Como fora o treino? – perguntara Lilith desencostando da parede e parecendo totalmente alheia as reações dos garotos.

   – Fora muito bem. O time ainda precisa melhorar e algumas estratégias trazem mais problemas do que benefícios, mas está indo tudo conforme o esperado eu acho – disse dando de ombros.

   – Que bom, mas eu queria falar com você sobre outra coisa... sabe... minha doença... você poderia não contar pra ninguém? – pedira Lilith parecendo quase tão indefesa quanto no dia anterior quando passara mal.

   – Claro, mas quero saber exatamente o seu problema – disse com firmeza cruzando os braços.

   – Eu... tudo bem. Podemos ir para outro lugar? – pedira Lilith levantando o rosto.

Acompanhei Lilith até a sala precisa que parecia uma sala de musica. Ela se sentara em um banquinho e pegara um violino o tocando por um minuto apreciando a melodia. O som era um pouco dramático e sinistro, mas para uma garota que gostava de sangue e tinha gostos literários diferentes não era de se surpreender. Ela baixara o violino e olhara com seriedade para mim.

   – Promete não contar a ninguém? – perguntara com seriedade.

   – Prometo – disse sentando no banco de um piano de costas para ele olhando para ela.

   – Você se lembra do meu nome completo?

   – Ham... Artêmise Lilith Arven e... não lembro o resto – admiti vendo ela assentir.

   – Artêmise Lilith Arven Slytherin Inferes Juste. Reconhece algo no meu sobrenome?

   – Ham... Slytherin... de Sonserina, certo? Como Salazar Sonserina? – perguntei arqueando uma sobrancelha.

   – Sim ele fora um dos meus antepassados. E Juste vem de Artèmise Juste Mandeville uma das fundadoras de Beauxbatons – dissera Lilith com orgulho.

    – E eu achando grande coisa descender dos Black e Mckinnon – disse assobiando.

   – É eu tenho muito orgulho dos meus ancestrais paternos... apesar que entre os meus ancestrais teve um que fizera alguns experimentos que causaram mais mal do que bem... mas isso não vem ao caso no momento – dissera Lilith balançando a cabeça – O meu problema se mostra presente por vários motivos. Primeiro na linhagem do meu pai algumas mulheres despertam o mesmo dom que Artémise. Ela... ela tinha um dom bem raro chamado ocluador ou elementista.

   – O poder de controlar os elementos – disse assentindo mostrando que compreendia do assunto.

   – Isso, mas nem todas as minhas ancestrais despertaram o seu dom completamente. Muitas podiam controlar um ou outro elemento. Eu no entanto... até o momento controlo o mínimo possível dois elementos... mas o teste que fiz revelou que meu potencial é muito maior – dissera Lilith erguendo sua mão fazendo uma pequena esfera de fogo do tamanho de um bolinha de gude surgir – esse é o máximo que consigo sem usar varinha a não ser que eu esteja muito alterada, mas isso é difícil.

   – Tudo bem, mas sinto que não é só isso, certo? – perguntei arqueando uma sobrancelha.

   – Sim... como deve ter ouvido eu sou meio-veela. Va te contei sobra a lenda dos Bruxos e Veelas? Bom minha mãe é uma completa. Por isso meu fascínio é tão grande sobre homens e algumas mulheres, mesmo que eu o deixe no mínimo que eu consigo o tempo todo... ele já trouxera problemas pra mim e minha família... sabe... quando eu era uma bem pequena eu... eu fui tirada da minha família – dissera Lilith abaixando a cabeça.

   – Você fora sequestrada!? – perguntei arregalando os olhos.

   – Sim. Ele se encantara por mim quando visitara meus pais e na mesma noite voltara e me levara. Ele não era tão ruim... queria que eu aprendesse como ser uma boa esposa para quando eu crescesse. Hoje em dia eu entendo o quão louco e obcecado por mim ele era por causa do meu fascínio. Fora ele que me criara e educara por anos até meu pai biológico nos encontrar. Eu não gostava dele realmente... sentia que não devia estar com ele... que ele não era minha família, mas ele não era ruim comigo – dizia Lilith de cabeça baixa.

   – Ele você quer dizer seu sequestrador? – perguntei entre dentes.

   – Sim... Damiam. Ele trabalhara no Gringotts francês, mas deixara o ministério quando me levara. Ele passara a trabalhar com contrabando, dava mais dinheiro pelo que ele dizia. No dia do meu aniversario de seis anos ele ia fazer uma venda de três ovos de quimera, mas era meu aniversario e eu não queria abrir mão deles. Eu chorava achando um ultraje não poder ficar com eles. Eu tinha seis anos então não tinha o menor interesse em saber se eles eram mercadorias ou não. Eu os queria pra mim e ponto final – dissera Lilith forçando um sorriso estando um pouco corada.

   – Entendo, birrenta. Continue – disse forçando um sorriso.

   – O comprador na verdade era meu pai biológico disfarçado que estava trabalhando junto do ministério britânico para interceptar o contrabandista. Ele não sabia que eu estaria junto e muito menos que fora Damian que me sequestrara. Na época eu atendia por Luna e não reconheci meu pai de cara, mas ele me reconhecera. Eu não estava ligando muito pra discussão deles porque os ovos começaram a chocar nos meus braços. Quando vi aquelas criaturinhas um elo se formara entre eu e elas, mas eu ainda não entendia isso. Os dois começaram a brigar e meu pai... usara uma imperdoável em Damiam o fazendo sentir muita dor. Dois aurores apareceram e tentaram prender meu pai e socorrer Damiam, mas meu pai resistira fazendo as varinhas voarem inclusive a dele. Os aurores passaram a bater nele enquanto ele dizia que eu era filha dele e... eu lembrei de uma memoria dele. Eu sabia que ele era meu pai de verdade e estavam batendo nele... eu não podia suportar aquilo. Eu fiquei com muita raiva, uma raiva descomunal que fizera eu ver tudo vermelho. Eu via pelos olhos das pequenas quimeras que começaram a crescer – dissera Lilith fechando os punhos com força.

   – Então você possuía um elo com elas como eu e meus warlocks? – perguntei achando aquilo muito interessante.

   – Parecido. Tive um ancestral que não queria apenas a ofidioglosia, queria muito mais, mas isso não vem ao caso.  Eu fiz as quimeras absorverem um pouco da minha magia as fazendo crescer e atacarem os aurores... os matando. Eu... eu estava me divertindo. Fora como uma chuva vermelha ocorrendo, mas ainda não era o fim. Eu não tinha notado um terceiro auror que tinha aparecido. Ele tentara me proteger pensando que eu podia acabar sendo envolvida no ataque, mas eu não entendia isso na época. Eu gritei e uma das quimeras usara chamas contra nós dois. Eu teria sido atingida também se não tivesse erguido as mãos fazendo as chamas não me tocarem. Fora a primeira e única vez que controlei o fogo de tal forma – dissera Lilith fazendo uma pequena bola de fogo surgir entre suas mãos olhando demoradamente para ela – a operação que meu pai estava realizando fracassara de certa forma. Os aurores que estavam mortos, Damian morto, mas ele recuperara a filha. Quando as quimeras... eu não ia abrir mão de meus lindinhos de jeito nenhum.

   – Então esse fora o momento em que descobrira que possuía esse elo com as quimeras e seu poder com o fogo, mas você disse algo sobre ofidioglossia, certo? – perguntei com interesse.

   – Sim. Eu poço falar com cobras e meu pai também podia... – disse Lilith abaixando a cabeça.

   – Sinto muito – disse colocando minha mão sobre as dela.

   – Tudo bem... ele não nos deixou... apenas virou um fantasma... – dissera Lilith forçando um sorriso – é... bom meu elo com minhas quimeras não conta na verdade porque fora criado por diversas condições. Meus únicos poderes verdadeiramente é como elementista e ofidioglota.

   – Dois poderes incríveis. Contando com ser meio-veela e o resto isso explica porque seu corpo não suporta tanto poder. Um bruxo normal até pode aprender a usar certos poderes como os que meus warlocks possuem ou até mesmo controlar um ou outro elemento como você, mas é muito difícil um bruxo normal conter tanto poder em seu corpo – disse com seriedade. Era como encher um balão sem parar esperando que ele nunca explodisse.

    – Dizem que Você-sabe-quem tinha muitos poderes que excediam o limite normal. Dizem que ele podia criar serpentes de fogo sem usar varinha, podia voar, falar com cobras, possuir a mente de outras pessoas e muito mais. Se eu soubesse como ele podia fazer o corpo dele conter tanto poder... talvez eu pudesse... viver mais? – perguntara Lilith olhando para mim com lagrimas surgindo em seus olhos – eu... eu não quero morrer...

   – Você não vai! – disse abraçando ela – eu vou te salvar. Não vou te perder. Não vou deixar que você ou a Calliz morram! Eu irei encontrar uma forma de manter vocês duas vivas.

   – Ela... ela te contou? – perguntara Lilith se afastando secando as lagrimas.

   – Sim – disse com seriedade.

   – Ela acha que eu trai ela. Eu disse pra ela que não contei pra ninguém. Ela era minha melhor amiga. Eu contei tudo pra ela. Eu até queria fazer um juramento perpetuo para provar que não tinha contado pra ninguém, mas ela não acreditou em mim – dissera Lilith voltando a chorar – eu... eu nunca a trairia. Naquela época eu a amava como se fosse minha irmã!

   – Eu acredito em você. Na verdade eu sinto que você não é do tipo que revelaria algo tão importante... – dizia até ser abraçado por Lilith.

   – Ela... ela nunca acreditara em mim... mas fico feliz que você acredite – dissera Lilith me abraçando.

   – Ham... mas alguém deve ter espalhado a historia dela pelo colégio de vocês – disse um pouco encabulado.

   – Há isso eu descobri. Mesmo que a Calliz não tenha acreditado em mim e continuado a lançar azarações em mim eu descobri quem fora que espalhará o segredo dela pro colégio inteiro. A pessoa em questão se arrependera depois de... uma conversa entre mulheres. Ela tentara convencer a Calliz de que eu não tinha nada a ver com a historia, mas Calliz não acreditara. Ela não podia ler minha mente então desconfiava de mim. Eu tentei reatar nossa amizade varias vezes, mas ela não é a pessoa mais fácil do mundo. Depois de ser vitima de varias azarações eu meio que... perdi o controle com ela... sabe o lado veela é difícil de controlar... acabei declarando guerra a ela – dissera Lilith desviando o olhar.

   – Vocês duas deviam resolver isso. Eu não gosto quando ficam brigando o tempo todo – disse com seriedade.

   – Difícil... ela machucará um dos meus bichinhos que tentara me proteger usando o poder dela... ela pode fazer muito mais do que ler a mente dos outros ou colocar ideias lá, mas não posso falar sobre isso... não sei se ela te contou tudo – dissera Lilith com seriedade.

   – O suficiente pra eu saber que tanto você quanto ela precisam de ajuda. E eu acho que tem uma forma de ajudá-las por enquanto até encontrarmos uma cura, mas primeiro irei precisar reunir nosso grupo.

No dia seguinte reuni todo meu grupo na sala precisa. Estavam presentes Ric, Dougg, Tom, Matt, Izzy, Liz, Marie, Lilith e quando Caliz chegara sinalizei para ela se sentar em um dos sofás.

   – Eu chamei vocês aqui por um único motivo. Calliz e Lilith tem um problema o qual precisam de nossa ajuda. Eu não posso revelar o problema delas, mas no momento eu não tenho o conhecimento necessário para ajuda-las por isso irei precisar da ajuda de todos aqui. Temos pessoas de cada uma das quatro casas de Hogwarts o que ira nos ajudar e muito. Precisamos encontrar os locais secretos dos quatro fundadores – disse com seriedade.

   – Pra que? – perguntara Matt parecendo muito animado com a suposta aventura.

   – Nós iremos procurar um dos locais que contem o maior acervo magico do mundo. Vamos procurar a Biblioteca secreta de Hogwarts.


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Notas finais do capítulo

LEIAM!!!
Primeiro de tudo sou grato aos que estão lendo a fic. Segundo teve uma pergunta muito importante na fic principalmente para aqueles que mandaram suas fchas. O que seus personagens querem ser no futuro? Ja pensaram nisso? Digam pra mim o que eles querem ser ou esperam para o futuro
.
PARA AQUELES QUE NÃO RESPONDEREM A PERGUNTA A CIMA NÃO RECLAMEM SE SEUS PERSONAGENS UM DIA VIRAREM DONAS DE CASA OU MENDIGOS.

Agora sobre o próximo capítulo... ele está pronto. Ta um pouco... mais tenso do que o normal. Alguns podem até se revoltarem com algumas cenas. Tenho três capítulos prontos, mas não sei quando vou postar isso depende de vocês.



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