Herdeiros dos Black - Warlocks (INTERATIVA) escrita por Sirius Black


Capítulo 11
Pequenas mudanças


Notas iniciais do capítulo

Primeiro de tudo obrigado pelas recomendações Shindou0 e Apollo_22. Como recebi uma nova recomendação dada pelo Apollo_22 estou aqui trazendo um novo capítulo para vocês. Queria tambem agradecer pelos comentários que venho recebendo, ta melhorando. Todos os comentários estão respondidos.
Sobre esse capítulo as coisas vão melhorar um pouco, mas também terá algo um pouco chato e um pouco "bonitinho" também.
Espero que gostem.



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Conseguimos pegar pelo menos a segunda aula depois que fiz um feitiço para disfarçar a aparência de choro dos warlock. Eu não sabia se amava ou odiava aquele lugar. Ele era o único lugar que eu podia estar com meus warlocks e dar o meu melhor para ter um futuro diferente. Ao mesmo tempo aquele lugar sempre parecia trazer alguma tristeza para algum de nós.

   – “SOCORROOO!!!”— gritara uma voz desesperada m minha mente.

   – “MATT!!!”— gritei acompanhado de outras vozes em minha mente.

Sai correndo segurando minha varinha mudando de direção que estava indo. Em vez de ir para o salão principal corri para os portões do castelo. Corri com todas as minhas forças descendo o gramado passando por Hagrid que me olhara assustado. Eu conseguia sentir que o Matt estava com problemas! Que ele estava sentindo dor!

Quando estava próximo a margem esquerda do lago vi alguns garotos se reunindo ao redor de uma grande rocha cinzenta. Pressionado contra a rocha estava Matt levando socos de um babaca do sexto ano da sonserina. Aquilo iria acabar com qualquer amizade que eu tenha feito na sonserina, mas não deixaria eles saírem impunes depois de tocarem em um dos meus irmãos!

   – “Matt estou chegando feche os olhos!”— disse erguendo minha varinha na direção do grupo – Lux ignis!

Uma esfera de luz branca disparara de minha varinha indo até o grupo criando um forte clarão de luz fazendo os seis gritarem. Abri os olhos agradecendo a Merlin por nenhum pedra ter entrado em meu caminho. Empurrei os garotos que ainda tampavam os olhos e puxei o Matt para longe deles.

   – Accio varinha – disse fazendo a varinha dele que tinha sido jogada no rio voar para minha mão. Entreguei ela para ele enquanto corríamos – vai pra castelo! Explica o que tá acontecendo pra algum professor.

   – N-Não... eu...—dizia Matt estando com o rosto machucado e o óculos quebrado.

   – É uma ordem!— disse forçando a magia que nos unia a fazer ele obedecer. Matt era um garoto do primeiro ano ainda. Por mais forte que ele quisesse ser ele não estava nem de longe pronto pra algo assim.

   Matt sairá correndo em direção ao castelo, mas o castelo ainda estava muito longe. Me virei vendo os seis vindo em minha direção tropicando parecendo não enxergar direito. Eu tinha que atacar primeiro!

   – Dens morsus – disse apontando minha varinha para eles fazendo três deles gritarem assustados sentindo seus corpos serem mordidos em diferentes partes.

   – Expelliarmus – dissera um deles apontando a varinha para mim.

   – Protego! – disse bloqueando não apenas um, mas vários feitiços que passavam a vir em minha direção.

Por sorte ouvi alguém correndo em minha direção e magias voando na direção de meus oponentes. Os outros warlocks vinham correndo em minha direção. Fiquei grato por Matt ainda não estar entre eles. Ele era o mais novo de nós e não conseguiria lidar contra um aluno do sexto ano sozinho.

Ric que estava com os cabelos vermelhos disparava varias azarações sem aparar de correr até chegar ao meu lado. Eu e ele passamos a disparar feitiços e bloquear ataques dos seis enquanto os outros ainda não tinham chegado. Era difícil resistir a tantos inimigos estando em menor numero. Dougg disparara uma magia da sua varinha de longe que desenhara um arco sobre nós caindo nos seis fazendo três deles ficarem com as pernas bambas. Quando Dougg se colocara ao nosso lado ficara um pouco mais fácil bloquear os ataques do inimigo. Os dois bloqueavam os feitiços e eu fazia vários ataques.

Quando por fim Tom e Izzy chegaram a batalha ficara controlada. Nós podíamos estar em menor numero, mas tínhamos um trabalho em equipe melhor por causa de nosso elo. Fomos desarmando um a um enquanto ouvíamos vozes se aproximando. Quando o ultimo deles fora desarmado passei um feitiço entre meus companheiros e o realizamos ao mesmo tempo.

   – Taenia immobilitas – dissemos fazendo varias faixas de luz rodearem os seis os prendendo espremendo uns contra os outros.

   – O que está acontecendo aqui!? – gritara Hagrid se colocando entre meu grupo e o que estava preso. Matt estava com ele e parecia muito cansado. Olhei para trás vendo vários curiosos olhando o show.

   – Peguei esses seis batendo nesse garoto do primeiro ano e tive que ajudar – disse fingindo não conhecer Matt.

   – Nós vimos esses seis atacando esse sonserino e viemos ajudar também – dissera Izzy ao meu lado.

   – Não acredita neles! Esse fedelho é um warlock! Nós vimos ele lançando magias e as absorvendo – dissera um dos rapazes do sexto ano.

   – Todos eles devem ser! Devem ser aberrações como esses dois – dissera outro garoto.

   – Aberrações? – perguntara Izzy indignada erguendo sua varinha – você é que é uma aberração! Seu lixo preconceituoso!

   – Viram ela não nega ser uma warlock!

   – Tirando as duas francesas de Beauxbatons todos eles devem ser warlocks!

   – Como se atreve a... – comecei a dizer irritado com meus olhos passando de brancos para negros. Ele estava expondo meus companheiros. Mas Dougg erguera seu braço.

   – Sim somos warlocks! – dissera Dougg com orgulho.

   – E se tentarem mexer conosco novamente... – dizia Ric erguendo sua varinha.

   – Vão desejar nunca ter nos conhecidos... – Dizia Tom com um olhar frio.

   – Se mexer com um de nós... – dizia Izzy com seus olhos cheios de ferocidade.

   – Não espere sair impune... – dissera Matt se colocando ao nosso lado apontando sua varinha também. Forcei um sorriso ao ouvir o que eles falavam. Agora não podia fazer mais nada do que aceitar aquilo

   – Ainda vão encarar essas aberrações? – perguntei erguendo minha varinha recitando um feitiço fazendo o grupo amarrado flutuar parando em cima do lago. Sorri maldosamente olhando para eles os fazendo ficarem de cabeça pra baixo – desistem?

Como esperado os dois grupos ganharam detenções e perderam pontos. A sonserina que antes estava na liderança fora muito prejudicada perdendo muitos pontos – pontos que dei muito duro pra conseguir! Mas diferente do que eu esperava os warlocks não estavam sendo totalmente rejeitados. Claro tinha pessoas que tinham um pouco de medo deles, mas eles já eram conhecidos em suas casas e tinham amigos que não os julgavam. Quanto a mim eu também fui surpreendido. Apesar de perdemos pontos muitos alunos do quinto ano pra baixo pareciam impressionados com eu conseguir resistir a seis alunos do sexto ano. Na verdade isso não fora apenas na sonserina. O fato de que eu tinha enfrentado seis garotos do sexto ano para proteger um do primeiro parecera se espalhar melhorando um pouco minha imagem – o que não era tanto já que meu pai prejudicara minha imagem anteriormente de novo.

Ainda tinha aqueles que olhavam para mim com medo e faziam comentários maldosos em relação ao meu pai, mas eu não iria deixar eles afetarem aquele momento. Sabia que sempre que algum boato em relação ao meu pai aparecesse eu teria que lidar com os problemas que aquilo acarretaria, mas nem por isso deixaria aquilo me abalar novamente. Não iria chorar na frente de meus amigos novamente. Eu era orgulhoso demais para isso.

Quando meus clientes vieram tentar comprar coisas de Hogsmeade alguns reclamaram um pouco dos preços, mas mesmo assim fiz boas vendas. Meu estoque ainda estava cheio, mas se continuasse assim eu iria precisar de mais. Principalmente de cerveja amanteigada. O fato dela continuar tão quente e boa quanto quando eu a comprei chamara muita a atenção dos clientes principalmente com o inverno chegando. Eu precisava de um jeito de sair do castelo pra comprar mais em breve. Por sorte eu tinha colocado alguém pra cuidar de uma missão especial relacionada a esse assunto.

A única coisa chata é que o jogo pra o qual eu estava tão ansioso por ser minha estreia como apanhador não ocorreria. O novo goleiro (Draco) da sonserina ainda não estava com o braço completamente recuperado. Era uma artimanha digna de sonserinos na verdade. O jogo ocorreria em breve e a previsão de chuva para o dia não parecia muito animadora. Muito menos enfrentar um time mais forte agora que nosso time foi reformado e ainda não estávamos devidamente treinados. Essa artimanha nos daria tempo de fortalecer o time e jogar em condições de tempo ideais. Claro que o pessoal da Grifinoria e de outras casas não viam assim.

Sai do castelo tendo terminado meu almoço cedo e ainda tendo algum tempo até a próxima aula. Vi Marie sentada em uma rocha próximo ao castelo olhando para o lago. Me aproximei lentamente.

   – Oiii Marie – disse em seu ouvido fazendo a garota quase ter um ataque.

   – Quer me matar do coração garoto!? – perguntara Marie com a mão no peito olhando ferozmente pra mim.

   – Paz, paz. Por que esta sentada aqui fora sozinha? – perguntei me sentando ao lado dela sem pedir permissão a empurrando um pouco pro lado.

   – Eu estava pensando em algumas coisas... hoje temos aula com o Lupin de novo – dissera Marie passando a fitar o chão.

   – Huum... entendo. Pensando no bicho-papão da primeira aula? – perguntei arqueando uma sobrancelha.

   – Sim... aquele fantasma... na verdade é o meu medo. Medo de perder minha mãe. Medo dela morrer e eu descobrir que não sou exatamente o que ela sempre disse – disse Marie mantendo a cabeça baixa.

   – Entendo... mais o menos. O que ela sempre te disse? – perguntei olhando para o lago.

   – Ela sempre contara pra mim historias sobre como ela conhecera meu pai... sabe ela é nascida-trouxa e ele um puro-sangue do lado ruim. A relação deles fora algo muito rápida porque ele... fizera suas escolhas. Minha mãe fugira durante a guerra para que eu nascesse em segurança. Não posso reclamar sobre isso. Fui criada em uma floresta repleta de seres incríveis e muito amada, mas nunca pode conhecer minha família materna e muito menos paterna – disse Marie passando a olhar para o lago novamente – o pessoal da minha casa até me zoa dizendo que eu sou semi-humana por viver em uma floresta. Isso quando não estão usando outros nomes que eu não gosto.

                – E seu medo além de perder sua mãe é que as historias em relação a seu pai sejam mentira? – perguntei a vendo assentir – Deve ser difícil ser uma mestiça... ai!

   – Detesto quando me chamam assim! – disse Marie depois de acertar uma cotovelada em minhas costelas.

   – Desculpa... mas se você tem uma mãe nascida-trouxa e seu pai é puro-sangue. Isso torna você uma... bruxinha é claro – disse vendo Marie ameaçar dar outra cotovelada em mim. Serio as garotas desse lugar tem problema.

   – Eu apenas não gosto... não parece certo distinguir as pessoas assim – dissera Marie.

     – Olha. Eu sou um warlock, filho da única pessoa capaz de fugir de Azkaban e ainda sou cheio de problemas. Mesmo assim eu aceito perfeitamente quem eu sou – disse com simplicidade.

   – Talvez... você esteja certo. Sabe pra um sonserino até que você é bem legal – disse Marie sorrindo.

   – Não se deixe enganar por essa aparência quase divina e esse sorriso de bad-boy eu ainda tenho coração – disse sorrindo a fazendo virar os olhos.

   – Convencido como todo sonserino – dissera Marie se levantando – Vamos entrar, gatinho. Temos mais aulas ainda hoje.

   – Viva a carga horaria desse infernato.

Quando chegara a vez da aula de DCAT fiquei um pouco surpreso com o fato do professor Snape estar substituindo o professor Lupin. Pra piorar ele não gostara nenhum pouco quando fez perguntas para classe e eu ergui minha mão para responder. Ele sabia que a sonserina precisava recuperar os pontos perdidos por isso permitira que eu respondesse as perguntas e contra sua vontade dera dez pontos para sonserina – paciência seboso, paciência.

O professor Snape pulara vários conteúdos entrando em lobisomens. Aquilo fora muito estranho. Por sorte eu já tinha lido e possuía bastante conhecimentos sobre eles. Vendo o fato de que o professor Lupin não estava em condições de dar aula, o professor Snape abordar aquele tema antes da hora e tudo mais... era estranho. Eu começava a ter uma suspeita... mas não seria possível.

Os dias se passaram bem rápido e o jogo da Grifinoria contra a Lufa-lufa teria inicio. O clima estava terrível como esperado. Chuva e ventos fortes. Condições péssimas para uma partida de quadribol ao ponto de ser quase impossível ouvir o publico por causa dos trovões. Era uma irresponsabilidade sem tamanho deixar o jogo ocorrer naquelas condições, mas o campeonato imitava uma partida oficial. Em partidas oficiais o jogo não seria cancelado em nenhuma circunstancia.

Os jogadores da Grifinoria entraram em campo usando seus uniformes escarlates ao mesmo tempo em que os jogadores da Lufa-lufa entravam em campo usando seus uniformes amarelo-canário. Os capitães foram para o centro do campo onde apertaram suas mãos. O capitão da Lufa-lufa Cedrico Diggory sorrindo. Do lado da Grifinória o capitão chamado Olívio Wood não parecia nada feliz. Eu também não estaria se tivesse que enfrentar um time para o qual não estava preparado e ainda por cima naquelas condições.

O jogo logo dera-se inicio e as coisas não estavam fáceis para a Grifinoria que tentava a todo o custo enfrentar a Lufa-lufa, mas seus oponentes tinham estratégias melhores e estavam mais bem preparados. O jogo estava mostrando a clara diferença entre os dois a cada minuto. A Lufa-lufa podia ser uma casa repleta de entulho e sobras (desculpa Matt, mas não deixa de ser verdade), apesar disso eles não eram burros e sabiam trabalhar bem em equipe. Seu capitão mesmo procurando o pomo dava ordens para seu time estando em uma posição vantajosa podendo voar pelo campo livremente atrás do pomo.

Quando o capitão da Grifinória pedira tempo eles milagrosamente estavam cinquenta pontos na frente o que me surpreendera. Eles estavam menos preparados, mas no final seus jogadores ainda eram melhores do que os da Lufa-lufa. Eu assistia o jogo observando e analisando cada um dos times vendo seus pontos fortes e fracos. Os dois eram oponentes admiráveis... talvez fosse bom quebrar acidentalmente os braços de alguns jogadores do time que eu fosse enfrentar.

A partida se reiniciara, mas mesmo assim o clima não dava trégua. Eu estava encharcado mesmo usando minha capa de chuva e com frio. O vento era impiedoso fazendo a chuva parecer pequenas agulhas. Quando um enorme raio cortara o céu eu tive a certeza de ver a silhueta de um enorme cão formado por nuvens no céu.

Ouvi algumas pessoas parecendo eufóricas na arquibancada o que fizera com que eu olha-se na direção do Potter vendo ele e o Diggory voando para cima em busca do pomo. Infelizmente minha atenção fora tirada dos dois pelos gritos de pessoas ao meu redor. Olhei para frente vendo um dementador voando em minha direção. Eu não sabia como, mas sabia que aquele era o mesmo dementador que incapacitei em Paris e espanquei no trem. Ele voava em minha direção exalando uma forte energia negativa repleta de intenções assassina. Meu corpo se movera instintivamente. Abri meus braços segurando minha varinha em minha mão direita. Minhas duas mãos e minha varinha tinham uma aura branca as envolvendo. Movi minhas mãos na direção uma da outra fazendo a minha varinha bater na palma de minha mão esquerda estando os dois apontados para o dementador. Recitei mentalmente minha magia “Sagitta magica” fazendo uma flecha de luz ser disparada de minha mão e varinha. A flecha voara muito rápido atingindo o dementador no ombro esquerdo fazendo um buraco em seu manto e uma grotesca queimadura em seu ombro. O dementador sairá voando a toda velocidade na direção oposta segurando seu ombro ferido.

Antes mesmo de poder respirar aliviado olhei para cima vendo o Potter em queda livre. Puxei meu braço direito para trás e dei uma forte estocada no ar na direção do Potter gritando “Aresto momentum” fazendo uma massa de energia embranquecida voar na direção do Potter o atingindo reduzindo a velocidade de sua queda. Ele parecia estar sendo descido lentamente preso a uma corda invisível. Quando ele tocara o chão abaixei minha varinha sentindo meu corpo cansado, mas mesmo assim movi minhas pernas em direção ao campo junto com os demais depois do diretor expulsar os dementadores.

Quando tropecei Lilith me amparara colocando meu braço em volta de seu ombro sorrindo para mim com os olhos brilhando. Ele me ajudara a ir até o Potter que estava sendo colocado em uma maca. A professora McGonagall falara algo pra mim sorrindo e eu só entendi que ela me dera pontos, mas o gasto de energia que eu tinha tido fora muito grande para eu conseguir me concentrar nela. Eu tinha usado minha sagitta magica pela primeira vez com sucesso – mesmo o gasto de energia tendo sido muito mais alto do que deveria. O mais importante fora que eu descobri que ela era um feitiço não-verbal! Meu primeiro feitiço não-verbal!

Lilith me levara até a ala hospitalar, mas como eu tinha dito eu só precisava de umas gotinhas de minha poção vital para ficar melhor como a própria madame Pomfrey comprovara. Mesmo assim fiquei deitado em um leito ao lado do que o Potter estava. Só podia ser castigo! Eu salvo o cara e ainda tenho que ficar ouvindo aquele falatório do meu lado? Nem fu... nem por cima do meu cadáver.

Tentei me levantar e sair discretamente aproveitando que Lilith disse que ia trocar de roupa e eu estava sozinho. Quando estava quase saindo da ala hospitalar de fininho alguém batera no meu ombro fazendo eu me virar com minha varinha saindo da manga de minha blusa apontada para o chão. Hermione que se assustara erguera os braços em sinal de rendição.

   – Desculpa. Não quis te assustar – dissera a garota enquanto eu guardava a varinha em seu suporte escondido em minha manga.

   – Eu não devia ter reagido assim também... mas nunca se sabe – disse lembrando daquele dementador que ficava me seguindo tentando acabar comigo.

   – Eu acho que faria o mesmo no seu lugar. Os dementadores te odeiam pelo que eu vi – dissera Hermione demonstrando sua preocupação em seu olhar.

   – Acho que eu e eles estamos virando inimigos mortais – disse dando de ombros.

   – Tomara que não. Mas não é disso que eu queria falar com você. Eu... eu queria agradecer por ter salvado o Harry – dissera Hermione sorrindo para mim. A forma como ela estava sorrindo me lembrava a forma como a Lilith sorrira para mim mais cedo. Tinha algo especial naqueles sorrisos e olhares. Algo que eu não estava acostumado.

   – Não foi nada. Agi meio que por impulso – disse desviando o olhar colocando as mãos nos bolsos de minha calça.

   – Isso mostra que Anthony Sirius Black é realmente uma boa pessoa. Como eu sempre disse pra todo mundo – dissera Hermione sorrindo parecendo um pouco convencida demais.

   – O mais importante é que eu fui recompensado com pontos para minha sonserina – disse sorrindo vendo ele virar os olhos e cruzar os braços.

   – Tinha que estragar o momento – dissera bufando.

   – Faz parte do meu charme. Bom já vou indo gatinha. Até depois – disse dando um beijo na bochecha dela e indo embora.

No dia seguinte o Potter e o Ferrugem vieram falar comigo na hora do café da manhã. Ele queria agradecer pela ajuda e tudo mais. Apenas aceitei o seu agradecimento e o dispensei antes que alguém da minha casa nos incinerasse com seus olhares irritados. Tive que ouvir algumas reclamações, mas como eu tinha ganhado muitos pontos para a nossa casa tendo salvado o garoto todos pareceram aceitar aquilo mesmo contra suas vontades.

No dia seguinte aproveitando meu horário livre a tarde fui para a sala precisa. Mesmo a professora McGonagall já tendo estado ali ela não conhecia os segredos da sala como eu e meus amigos. Entrei na sala vendo uma piscina não muito grande cheia de agua liberando um pouco de vapor. Sorri abertamente agradecendo do fundo do meu coração aos fundadores. Aquele era o melhor lugar de Hogwarts!

Troquei de roupa atrás de um provador ficando só de shorts e guardei minhas roupas dentro de minha carteira a escondendo – nunca se sabe quem ira aparecer e tentar roubar minhas roupas. Entrei na agua adorando a temperatura. O clima fora do castelo vinha esfriando muito para meu gosto e ter um lugar onde eu poderia tomar um banho quente era ótimo. Nadei um pouco e fiquei boiando até sentir aguem jogando agua no meu rosto. Fiquei de pé surpreso olhando para Calliz que estava sentada na borda da piscina com os pés descalços dentro da agua.

   – Então é por isso que você tem aparecido no salão comunal com o cabelo molhado esses dias – dissera Calliz em tom de acusação.

   – Lugar perfeito, não é? – perguntei nadando até perto dela me encostando da borda da piscina.

   – Tão egoísta da sua parte guardar esse segredo pra você – dissera Calliz dando um cascudo na minha cabeça.

   – Ai... as melhores coisas são mantidas em segredo. Na minha opinião – disse colocando a mão direita no local agredido.

   – Então... você é líder de sua geração? – perguntara Calliz enquanto balançava os pés submersos.

   – Senhor de minha geração. Ou pelo menos o primeiro – disse colocando a mão embaixo da agua e fazendo cocegas no pé esquerdo de Calliz o que a fizera erguer a perna e eu receber mais um cascudo. Garotas são tão violentas as vezes.

   – Quer dizer que pode ter mais de um? – perguntara com curiosidade enquanto ameaçava me dar outro cascudo ao ver eu tentando novamente fazer cocegas em seu pé.

   – Claro, mas como eu fui o primeiro a despertar os outros teriam que encontrar outras formas. Por exemplo vários warlocks errantes se encontrarem e elegerem um senhor para seu grupo, mas não é bem a mesma coisa. É uma versão inferior, mas talvez o mais difícil seja encontrar tantos warlocks sem clã e que mesmo assim consigam manter a razão e controlar seus instintos como meu clã faz – disse erguendo as mãos em sinal de rendição não querendo ser agredido sem motivo de novo.

   – Então as historias sobre vocês adquirirem poderes mágicos matando bruxos são verdades? Se um aborto matar um bruxo ele vira um warlock? – perguntara Calliz voltando a balançar seus pés.

   – Mais o menos. Primeiro nem todo aborto tem o necessário para ser um warlock. Para um aborto virar um warlock ele tem que ter tido pais puro-sangue ou ser despertado por um senhor de sua geração como eu. Mesmo assim despertar sozinho é muito difícil e a dor faz a pessoa perder qualquer razão – disse com simplicidade.

   – E essas estrelas em suas mãos? – perguntara Calliz fazendo eu olhar para a estrela de seis pontos em cada uma das palmas de minhas mãos.

   – A esquerda é a do senhor da geração e a direita do guardião. Normalmente um senhor da geração escolhe alguém para herdar o fardo de seu o guardião, mas meu despertar fora um pouco especial – disse me lembrando da dor absurda que Void fizera eu sentir.

   – Pelo que eu entendi um guardião é o executor das leis dos warlocks e... copiador de poderes? – perguntara Calliz arqueando uma sobrancelha.

   – Sim um guardião protege e executa as leis ao mesmo tempo em que é um mmetistamago. Ou seja alguém capaz de copiar os poderes únicos de outros bruxos ou raças – disse com tranquilidade, mas Calliz quase cairá na agua de tão surpresa que ficara.

   – Mimetistamago são lendas, eles eram muito raros séculos atrás! Ele podem copiar poderes, doar, bloquear e analisar os poderes de qualquer um! – dissera Calliz parecendo mais surpresa que o normal deixando seu ar serio e observador de lado.

   – Não sei fazer nada disso ainda entretanto. Quero dizer... quando meus olhos ficam negros são os olhos do senhor da geração e brancos do guardião. Um para enfrentar inimigos e julgar traidores e o outro para compreensão e proteção. No momento não sei fazer nada disso... bom eu sei que você e Lilith tem poderes únicos, mas ainda não os compreendo – disse ficando com os olhos totalmente brancos olhando para Calliz.

   – Eu e a Lilith... somos casos complicados. Eu... eu normalmente guardaria isso pra mim, mas... mas você revelara tanto sobre você e nem brigara comigo e as meninas por segui-los... se quiser eu te conto – dissera Calliz mantendo a cabeça abaixada colocando suas mãos cruzadas sem cima de sua saia.

   – Calliz se você quiser falar eu vou estar aqui pra te ouvir, mas só se você quiser – disse olhando com seriedade pra ela colocando minha mão direita sobre as dela.

                – Eu... eu vou te contar... – dissera Calliz fazendo uma pausa e respirando fundo – eu nasci na França como sabe. Da mesma forma que você eu tenho pais bruxos puro-sangue poderosos, mas você deve saber tão bem quanto eu que quão mais poderoso forem os pais mais consequências os filhos podem ter que herdar. É um jeito da natureza tentar trazer equilíbrio. Normalmente os que tem sorte, crescem destinados a serem bruxos e viverem tranquilamente. Nosso caso é o oposto. Uma das consequências é o filho de dois bruxos poderosos nascer sem um poder sendo chamado de aborto e a única forma de obter poder é se tornando um ser diferente. Esse é o seu caso. Uma das outras opções é a criança nascer amaldiçoada seja por um destino terrível ou por um poder sem controle. Esse é o meu caso.

“Eu nasci em uma mansão dos Greengrass escondido dos alpes franceses. Meus pais sempre foram neutros em relação a disputa de poder entre Você-sabe-quem e os governos. Por serem poderosos sua neutralidade não era aceita o que fazia com que tivessem inimigos dos dois lados por isso se isolaram com nossa família. Quando nasci eles esperavam que eu fosse uma pequena bruxinha normal como meu irmão mais velho e ter um ótimo futuro fosse na França onde meu pai nasceu, cresceu e prosperara. Ou como minha mãe na Grã Bethânia onde ela criara fama entre as famílias puristas pelo seu talento e poder. Infelizmente eu nasci... diferente, mas só foram perceber isso quando mais nada poderia ser feito” dissera Calliz com um pouco de amargura e tristeza.

“Quando tinha quatro anos eu tive a certeza de que não era normal. Eu achava que estava ouvindo meus pais falando, mas eles não abriam suas bocas por isso os questione. De inicio eles não entenderam o que eu queria dizer, mas quando começaram a compreender se assustaram. Eu estava ouvindo as vozes deles em minha mente. Eu ouvia cada pensamento por mais rápido ou simples que fosse. Eles tiveram medo de que alguém do ministério tentasse estudar meu poder e acabasse me prejudicando como já acontecera com tantos outros. Minha família passara a guardar segredo de todos sobre meu poder para minha proteção. Eles sempre se preocuparam demais comigo...” dissera Calliz dando um fraco sorriso. “Aos seis anos meu poder começara a aumentar. Eu podia até mesmo colocar pensamentos na mente das pessoas. Esse também fora o momento em que meu poder começara a sair do controle. Antes eu ouvia poucas vozes, mas naquele momento eu podia ouvir os pensamentos de todos que estavam ao meu redor ao mesmo tempo. Você não tem noção de como isso é doloroso”.

“Meus pais fizeram de tudo pra me ajudar. Usaram a influencia de nossa família, gastaram centenas de milhares de galeões, cobraram favores. Tudo o que podiam fazer para encontrar uma forma de encontrar uma cura eles fizeram. Por fim depois de diversas experiências encontramos uma poção que aliviava a dor e diminuía as vozes em minha cabeça. Por um tempo tudo estava bom. Aos sete anos quando entrei para Beauxbatons eu tinha que tomar diariamente aquela poção pra conseguir levar uma vida relativamente normal. Nessa época eu já conhecia Lilith e acredite se quiser éramos amigas. Aos nove meus poderes cresceram novamente fazendo as dores voltarem. A poção que eu tomava aliviava um pouco a dor, mas ainda era algo muito intenso. Lilith que sempre estava comigo começara a aparecer estar preocupada... não acho que estava de verdade. Ela era a única que eu conseguia manter uma amizade perto de normal não conseguindo ouvir seus pensamentos porque... porque ela tem os próprios segredos” dissera Calliz fazendo uma careta.

“Quando fiz dez anos as dores ficaram muito intensas. Eu era mais nova e não estava mais conseguindo lidar com tudo aquilo sozinha. Eu... eu contei tudo para Lilith confiando que ela não contaria para ninguém da mesma forma que jurei não contar os segredos dela que ela confiara a mim. Ela até tentara me ajudar... ou talvez estivesse se ajudando” dissera Calliz fechando os punhos com força. “Dias depois todos no colégio sabiam meu segredo. Os pensamentos deles eram tão... cruéis. Elas tentaram até mesmo tirar o meu lugar em nosso time como batedora dizendo que eu podia estar usando o meu poder em beneficio próprio... eu estava, mas elas não tinham provas. Quando encontrei Lilith a fiz pagar varias e varias vezes. A diretora ajudara meus pais a encontrarem um velho curandeiro em um pântano na américa do norte que desenvolvera uma nova poção muito mais poderosa do que a anterior para mim, mas eu ainda tinha que lidar com a forma que as pessoas do colégio olhavam para mim... você deve entender disso tão bem quanto eu” – dissera Calliz olhando para mim que apenas assentira.

   – Consegui recuperar algumas poucas amigas, mas ainda estava muito difícil de lidar com tudo aquilo tendo tantas pessoas que sabiam sobre meu poder. Minha mãe sempre quisera que eu viesse estudar aqui em Hogwarts como ela e toda a sua família. Fora uma oportunidade de fugir de toda aquela loucura e ter um pouco de paz. Vim para Inglaterra e passei a frequentar o Beco diagonal principalmente aquela botica onde nos encontramos – dissera Calliz dando um leve sorriso.

   – Hum... então você ouvi meus pensamentos desde aquela época. Quero deixar claro que não pensei por mal sobre sua bun... – dizia até receber um tapa na nuca.

   – Você pensara algo sobre a minha bunda, sem vergonha? – perguntara Calliz me pegando pelos cabelos.

   – Claro que não... mas fora uma forma de saber se você ouvia meus pensamento – disse fazendo caretas de dor.

   – Acho bom! – dissera Calliz soltando meus cabelos – eu não posso ouvir seus pensamentos, idiota. Eu até achei que você era só um rostinho bonito com nada na cabeça.

   – Epá! Por mais que tenha admitido que sou bonito ainda estou ofendido por achar que eu não tinha nada na cabeça! – disse visivelmente magoado.

   – Quem dera fosse só um rostinho bonito. Pra piorar você tinha que ser o garoto mais inteligente do nosso ano!? Ainda por cima virou apanhador da nossa casa!? Te falta humildade, garoto! – dissera Calliz parecendo muito indignada.

   – Humildade? Desculpe, mas essa palavra não consta em meu diciona... parei, parei! Sem agressões! – disse conseguindo desviar por pouco de um tapa na nuca – Agora serio. Quando você está comigo você não consegue ouvir meus pensamentos?

   – Nem os de ninguém. Quando estou com você eu consigo controlar meu poder, mas quando não está comigo as dores de cabeça voltam junto com os pensamentos de todos no castelo. Todos exceto os seus warlocks e os que tem defesas mentais. Eu não ouço o pensamento de seus warlocks, mas também não fazem nenhum efeito em mim da mesma forma que você.

   – Entendo. Sobre essas dores de cabeça. Você... corre algum risco de vida? – perguntei com seriedade olhando em seus olhos fazendo ela desviar o olhar.

   – A-Aparentemente sim... tem vezes que a dor é muito intensa... eu sangro pelo nariz e ouvidos... mas não precisa se preocupar meus pais estão procurando ajuda pra mim... – dissera Calliz forçando um sorriso. Me sentei ao lado dela colocando a abraçando fazendo ela colocar sua cabeça em meu ombro tendo uma de minhas mãos em suas costas e a outra em sua nuca.

   – Eu vou te ajudar. Eu... eu me recuso a te perder e a qualquer outra pessoa importante em minha vida – disse com seriedade. Eu não permitiria que nada precioso me fosse tirado.

   – Eu... o-obrigada – dissera Calliz em voz baixa mantendo o rosto escondido em meu ombro.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Esse capítulo deve deixar algumas pessoas um pouco esperançosas, mas não garanto nada. No próximo capítulo vamos ter mais um momento bonitinho. Espero que estejam gostando até aqui. Deixem seus comentários. Suas criticas, opiniões e tudo mais. Até o próximo capítulo.



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