Meu Querido Cupido escrita por Bonnie Only


Capítulo 43
Para que cortem as suas asas


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!

Bruce terminará narrando o capítulo ♥



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Eu não soube responder àquela pergunta. Tive medo de dizer algo errado. Parando para pensar, nunca acreditei no cupido. Sempre que ouvia alguém falar dele, era sobre um garotinho danado que saía por ai atirando nas pessoas e fazendo com que se apaixonassem por pessoas aleatórias. Nada semelhante ao que eles são de verdade. Naquele momento me perguntei como foi que a humanidade sabia sobre a existência deles. Será que mais algum mortal já soube sobre eles além de mim e Stacy?

Vendo que eu não estava confortável, o rei dos cupidos me fez um convite.

— Venha jantar comigo. Acho que nós dois temos alguns assuntos a tratar.

Assim que aquele homem disse aquilo, eu queria recusar. Queria que tudo isso acabasse. Não fazia ideia do que ele planejava, mas queria recuperar o David e os meninos e voltar para casa. E ficar para sempre lá com eles. Queria ver a minha mãe e o Dolph.

Mas, se jantar com esse ser sinistro e inexplicavelmente bonito significa talvez uma chance de conseguir salvar o David e a mim, é o que eu devo fazer.

Eu aceitei, sem hesitar. 

— Como devo lhe chamar? — Pergunto. Não seria muito agradável lhe chamar de "chefe" ou então "rei dos cupidos". 

— Me chame de Eros.

Cerrei meus olhos. Tenho a impressão de já ter ouvido esse nome antes...

➴ ➵ ➶

Fui guiada até um grande salão. O lugar era imenso, cheio com quartos, escadarias, tudo muito grande, frio e de aparência antiga. Toda as vezes em que eu abria minha boca para dizer algo, minha voz fazia eco.

Em quase todos os lugares haviam pinturas antigas. E sempre se tratavam sobre as mesmas coisas. Um garoto com asas, pelado, segurando arco e flecha. Uma bela mulher nua, deitada, enquanto o garoto com asas está ao seu lado, um pouco atrapalhado, parece ter acordado a bela mulher de um sono profundo.

Alguns superiores me deixaram ali, diante de uma grandiosa mesa, cheia com frutas de diversos tipos. E chás. Assim que entrei ali, me assustei quando vi que havia uma mulher assentada no final da mesa.

Parei por alguns segundos para observá-la. Era muito bonita. Carregava um sorriso doce no rosto. Seus cabelos eram quase vermelhos, e ela estava vestida como uma princesa. Não me disse nada, apenas me recebeu com um sorriso, como se já me esperasse.

Me surpreendendo, por trás de mim apareceu o chefe dos cupidos. Ou devo dizer, Eros.

— Sente-se. — Ele apontou uma cadeira para mim e dispensou os superiores. Me assentei ali na mesa, diante daquele grande banquete.

Eros se assentou perto da mulher.

A mesa era gigantesca e ficamos bastante longe um do outro. Me senti desconfortável. Estava jantando com dois seres surreais. Sozinha.

— Esta é a minha mulher, Psiquê. — Olhou para ela, com carinho.

Nome tão estranho quanto o dele.

— Néctar? — Ela perguntou para mim, mostrando uma jarra extremamente bonita, feita de cerâmica.

Aceitei, me servindo do líquido, tentando acreditar que o chefe dos cupidos tem uma mulher. Isso é estranho. Um cupido com sua esposa, e não só um cupido qualquer, mas o rei deles!

Bebi todo o líquido doce, levando a grande xícara até minha boca. Naquele momento eu faria tudo o que esses dois mandassem, só para ter uma pequena chance de piedade.

Os dois eram um casal estranho. Mas bonito. Senti algo bom quando olhava para eles.

Isso é um sonho. Só pode ser um sonho. Eu enlouqueci, é isso. Tudo não passa de uma grande mentira. Talvez a ideia de que a verdadeira Cassie está presa em um manicômio não esteja errada.

— Na sua Terra nós somos um mito antigo. Deve ter ouvido falar de nós. — Eros falou, me olhando e explicando.

Encarei aquele homem com asas, de cabelo encaracolado. Ele tem uma leve semelhança com as pinturas espalhadas por esse lugar. Além disso, essa mulher também, é quase idêntica às pinturas. 

Enquanto ele falava, aproveitei para matar a minha sede e fome. 

— Pode nos deixar por um momento? — Ele pediu à esposa, que não hesitou em se retirar da mesa, ainda com aquele sorriso no rosto. 

Segui ela com um olhar, até que se retirasse.

— Por que está fazendo isso? Não deveria me matar? — Olhei para ele.

— Não poderia. Não ainda.

Deixei que ele falasse.

— Há muito tempo eu tinha um cargo. Era meu dever criar cada casal apaixonado da sua Terra. Era até divertido. Mas como em toda história, aconteceu um imprevisto. Eu tinha como missão encontrar um homem para Psiquê. Na verdade, um homem horrendo. Porém, por um descuido eu mesmo atirei uma flecha em meu coração, e me apaixonei por ela. Pela mais bela das mulheres mortais.

Não é possível...

— Eu costumava ser o cupido, mas algumas coisas contribuíram para que isso mudasse. Eu sei como é estar apaixonado por alguém que não deveria.

Olhei para baixo.

— Meu amor por ela fez as coisas mudarem. Eu desobedeci regras, e com ajuda, fiz com que Psiquê se tonasse imortal, para viver para sempre comigo. Construímos uma família. E então me veio a ideia de criar outros cupidos. Homens da Terra para assumirem o meu trabalho, e em troca, eles teriam uma segunda chance como humanos após sua morte. E com isso vieram os superiores. Eles trabalham para mim.

Aquilo era inacreditável, e eu podia ver sinceridade em suas palavras. Aquilo estava mesmo acontecendo.

— Descobri que sair atirando em pessoas não era algo justo, e que havia a pessoa certa para cada habitante daquele lugar. Ninguém melhor do que homens que morreram por amor para fazer este trabalho.

— Por que está me dizendo isso?

— Para que entenda. Não posso permitir que você e meus cupidos continuem vivendo se sabem sobre isso e se desobedeceram as minhas regras. Muitas coisas mudariam. 

— Prometo não dizer nada a ninguém. Nos deixe ir! — Pedi, sem gritar.

— Estou permitindo que esteja aqui comigo porque me despertou curiosidade. O que fez para resistir aos poderes dos meus cupidos? — Perguntou, curioso.

— Não fiz nada. — Franzi a testa — Eles tentaram, mas não funcionou. Continuei me lembrando de tudo no outro dia. David me disse que talvez não me esqueci porque era uma memória importante, e eles não têm o direito de apagá-las.

Ele ficou confuso, olhando para frente, tentando entender.

— Mas já funcionou antes... — Ele falou baixinho, como se discutisse consigo mesmo.

Franzi minha testa outra vez, ainda segurando a enorme xícara de chá.

— Por favor, me diga, para onde levaram Stacy? — Perguntei, interrompendo seu raciocínio interno.

Ele me olhou, questionando.

— Stacy. A garota que também descobriu sobre vocês. Machucaram ela? Por favor, ela não tem cul...

— Tenho tudo sob controle. — Ele ainda parecia confuso. — Nosso jantar acaba aqui.

Fiquei desesperada.

— O que vai acontecer com o meu escolhido quando eu morrer? Eu devo ter um, não é?

— Ele terá outra pessoa.

— Outra pessoa? Eu sou assim tão substituível?

— Uma outra garota que perdeu o seu amor. É isso o que ele terá.

— Isso é ridículo! E o que vão fazer comigo? — Me preparei, já querendo sair correndo.

— Dormirá aqui.

Isso foi bem além do que eu imaginava. Por que ele tanto adia a minha morte?

— O que fez com o David? 

— Sem mais perguntas, Cassandra.

Me calei, pronta para me retirar da mesa.

— O que quis dizer quando disse que viu uma garota inocente morrer? — Perguntou. Acho que estava remoendo tudo o que eu disse anteriormente.

— Hayley. — Respondi antes de me retirar do local. — Era uma garota que conheci em um dos bares que os cupidos frequentavam. Ela... Ela era legal. Mas estava no lugar errado e na hora errada, então um dos seus superiores tirou a vida dela, usando como refém. Dean a matou.

— Quem é Dean?

— Dean! O superior que me trouxe até você...

— O nome dele não é Dean. É Richard, e um dos meus melhores superiores.

Ótimo... Eu deveria adivinhar que Dean nunca usaria seu verdadeiro nome... Richard.

Bom, para mim continua sendo Dean.

— A garota Hayley, ela sabia sobre... — O chefe continuou.

— Não. Acredito que não fazia ideia. Era só uma garota que caiu nos encantos deles. Ela não merecia aquilo.

Eu tive vontade de fazer tantas perguntas a ele. Cada dúvida que tinha sobre os cupidos. Por quê eram portadores de uma beleza irresistível? Por quê ele é imortal mas os outros cupidos não são? Mas me reprimi, e me retirei dali. Fui obrigada a caminhar até um quarto pequeno, ainda cheio com pinturas antigas, e passei aquela noite interminável ali. Sentindo frio e com tamanha insônia. 

Tentando me lembrar do momento em que deixei de ser uma garçonete dos subúrbios do Brooklyn, até me tornar a garota que conheceu Eros e o seu sistema de cupidos.

Fala sério.

➴ ➵ ➶

Dormi pouco. Quando acordei, Dean estava à minha frente, e eu me assustei de forma que meu coração acelerou. Sem explicação, Dean me pegou pelo braço e me puxou para fora do quarto.

— Me larga! — Grunhi, arrumando o meu vestido vermelho que estava subindo demais.

— Ordens do patrão. — Ele me jogou para fora do quarto.

— Para com isso! — Gritei, tentando demonstrar todo ódio e nojo que sinto por ele.

Ele voltou a pegar meu braço, e me puxou para si, tentando me forçar a lhe beijar. Virei meu rosto e fechei meus olhos, sentindo sua respiração quente em meu pescoço.

— O David já era. Assim como você. Por que não para de lutar? Aproveite antes que tudo acabe para você. Eu venci.

— Você não me assusta, Richard! — Me virei para ele e cuspi em seu rosto. Ele me largou para limpar, enquanto eu acariciava meu braço, ofegante.

Ele pareceu abalado quando eu disse o seu verdadeiro nome.

— Tem sorte de estarmos aqui. — Voltou a me puxar. — Vamos!

Enquanto era arrastada pelo Dean, perguntei para onde estávamos indo, ele não respondeu. Deduzi que estávamos à caminho da minha morte.

Enquanto caminhávamos, olhei para o céu através de uma grande janela e vi que ainda estava escuro. Aquilo era estranho, o lugar parecia fadado à uma noite sem fim.

O céu ficava sempre escuro, coberto com poucas estrelas.

Quando Dean parou de me puxar, entramos em um salão grande e escuro como os outros. Mas esse era coberto por colunas de gesso, e o que me surpreendeu foi ver gaiolas gigantes. Apertei meus olhos, para ver melhor, então corri lá quando vi quem estava dentro.

Eram quatro gaiolas, e em cada uma estava um dos rapazes. Colin, Franklin, Louis e David, presos.

Grudei nas grades da gaiola em que o David estava, e me assustei quando o vi sentado no chão, pálido, sem camisa, apenas vestindo uma calça jeans surrada.

— David! David! — Eu repetia o seu nome inúmeras vezes, e minha voz fez eco.  Sacudi as grades. Ele levantou o olhar para mim e quando me viu sorriu, lentamente. Ele mal conseguia se mover. Fiquei me perguntando o que fizeram com ele. — Eu estou bem! Eu estou aqui! — Falei, desesperada.

— Cassie! — Os outros me chamaram. 

Olhei para cada um deles.

Dean se aproximou sem vontade, e então abriu a gaiola em que David estava, desanimadamente. Me joguei ali dentro, e me abaixei, para tocá-lo.

— Está tudo bem. — Balbuciei.

David levantou sua mão com dificuldade e levou até meu rosto. Seu toque em minha bochecha me fez fechar os olhos e escorrer uma lágrima quente. Toquei sua mão ainda em minha bochecha.

— O que fizeram com você? — Perguntei em meio ao choro silencioso.

— As costas, Cassie! — Colin gritou de longe.

Rapidamente puxei o David para ver suas costas, e não pude evitar de soltar um grito de espanto.

Suas costas sangravam muito, toda a sua tatuagem estava coberta pelo líquido. As costas estavam completamente vermelhas, e eu podia ver duas marcas ali, de onde saía todo o sangue.

As asas.

Cortaram as asas do meu cupido.

Minha vontade de chorar só se agravou. Me lembrei da primeira vez que o vi voando, e do nosso primeiro voo juntos. A sensação de estar nos altos.

David murmurou um "não chore" para mim, mas era impossível, vendo o estado em que ele se encontrava. Completamente sem forças, machucado, arrancaram dele suas asas... Penso em como deve ter doído.

— É uma das penalidades por se relacionar com sua escolhida. Eles cortam as nossas asas. — Falou baixinho, mas consegui entender.

O que será que fizeram com o Bruce? Por quê ele não está aqui? De repente meu medo finalmente voltou.

— Tudo bem, tudo bem. — Tentei confortá-lo, então coloquei sua cabeça em meu colo, e acariciei seu cabelo macio e incrivelmente preto.

Me surpreendendo, David sorriu para mim, olhando para meu rosto, deitado em minhas pernas dobradas no chão... Seus olhos carregavam um brilho sem igual quando olhava para mim.

— Cante para mim. — Pediu.

Fiz uma careta.

— Cantar? — Ri chorando.

— Sim. Aquela música que cantou no Kismet naquele dia. Sua voz é tão doce... — Falou, ainda sorrindo. As palavras misturadas com o seu sorriso eram deliciosas de ouvir.

Era a música típica da lanchonete do Dolph. Eu sempre costumava cantá-la em dias e noites com bastante clientela. Eles gostavam. E acho que David também. 

Parei para observar seu rosto antes de tentar cantar. Havia um corte perto de sua sobrancelha, e algumas outras marcas com sangue já seco em seu lindo rosto.

Ok, acho que não vou conseguir cantar uma palavra sem chorar, mas tentei fazer isso, por ele. Me preparei, e tentei:

— I love the way... — Tentei, mas acabei soluçando. Meu cabelo bagunçado caía contra meus ombros, abaixei minha cabeça para observá-lo melhor, e algumas mechas do meu cabelo caíam no rosto dele —  You love someone else — Uma lágrima caiu. — I'd like to get... some of that for myself... I wanna wake up next to you. — Minha voz saiu rouca, mas David pareceu gostar. Ele fechou os olhos enquanto ouvia e quando eu terminei porque não conseguia mais, ele abriu o mesmo sorriso novamente.

— Você é incrível. Eu amo a sua voz. — Tentou dizer, ainda com os olhos fechados. Continuei acariciando seu cabelo e chorando. Após dizer isso ele pareceu ainda mais fraco, como se estivesse perdendo a si mesmo. Naquele momento pensei que ele fosse morrer.

— Não... — Murmurei, vendo que ele não estava se movendo. — David? 

— Ah, chega! — Dean interrompeu. — Eu vou vomitar. Vamos!

Eu neguei com a cabeça, não querendo deixá-lo. 

Dean me puxou. David bateu com a cabeça naquele chão incrivelmente liso.

Minhas pernas e meu vestido ficaram cheias com o sangue das suas costas. O cheiro do lugar era de sangue fresco, era de partir o coração.

— Não... — Tentei gritar, mas foi como se tivesse perdido a minha voz, sendo arrastada pelo Dean enquanto via meu David ali, no chão, sem se mover, em meio ao sangue das suas asas.

— Largue ela! — Louis gritou.

— Solte ela, seu porra! — Colin gritou, insultando Dean do seu jeitinho.

As vozes dos dois gritando fazia eco. E Franklin estava ali, calado, sentado no chão da gaiola com as pernas abertas.

Escapei dos braços do Dean e corri até a gaiola do Franklin.

— Você está bem? — Perguntei, grudando as mãos em sua grade.

Dean revirou os olhos e ficou me esperando no mesmo lugar.

— Não importa. Cassie, tente obedecê-los. — Franklin pediu. — Vai ser melhor. — Ele parecia muito mal. Como se estivesse rendido, finalmente. — Eu tentei, Cassie.

Franklin se rendendo, não é algo comum. 

— Para onde levaram o Bruce? O quê fizeram com a Stacy? 

— Eles levaram o Bruce. — Respondeu, distraído. — Ao que tudo indica, acho que permitiram que ele veja a Stacy uma última vez, para ver se a amnésia funcionou.

Fiquei segurando as grades de ferro, sem reação.

Dean apareceu e voltou a me puxar. Eu deixei que ele me levasse. Aquilo foi bom, ao menos permitiram que eu visse o David e os meninos uma última vez.

➴ ➵ ➶

BRUCE

Empurrei cada porta do apartamento da Stacy, mas ela não estava lá. Gritei seu nome por todos os lados, desesperado, sem me importar se a amnésia funcionou e se ela pensaria que sou um maníaco.

Eu tenho pouco tempo.

Tenho que vê-la uma última vez. Os superiores permitiram que eu veja se ela se lembra de mim.

Não me restou outra opção, senão procurar por ela seguindo meu instinto. Sou seu cupido e às vezes posso sentir onde ela está, ou se está por perto.

Ela está nas ruas. Em meio à multidão, no meio da cidade movimentada. Isso me surpreende, Stacy não gosta de sair. Não em lugares cheios.

As ruas estão ensolaradas. Tento procurar por ela, a garota pequena e bonita, com seu ar rebelde. Eu a avisto de longe, saindo de um lugar que se parecia com uma agência de empregos.

Ela está caminhando decididamente, seu cabelo está preso em um rabo de cavalo, ela está muito bem vestida, roupas claras. Ela parece muito bem. Em uma das mãos segura uma sacola.

É a minha chance.

Ela está caminhando em minha direção, misturada em meio a um monte de pessoas. Preciso abordá-la, saber se ainda se lembra de mim.

Estou péssimo. Meu cabelo está bagunçado e acho que ainda tenho marcas de briga no rosto. 

Quando ela chega bem perto, eu a abordo, colocando uma mão em sua frente.

— Ei! — Digo. Ela para de andar, e leva um pequeno susto.

Stacy me olha confusa.

Olhei no fundo dos seus olhos, e senti vontade de abraçá-la, bem forte. Minha Stacy. Não quero que ela se lembre, pelo simples fato de que ela estará segura assim. 

Mas também quero que se lembre.

Não sei o que será de mim se ela me olhar apenas como um desconhecido, como alguém que nunca fez parte de sua vida.

Por favor, diga o meu nome...

— Tem um cigarro? — Pergunto.

Ela continua me encarando.

— Desculpe, estou largando o cigarro. — Respondeu.

Assenti. Aquilo acabou comigo. Ela não parece se lembrar. Continua me olhando de forma estranha, como se estivesse com medo, e eu posso sentir, ela não me olha como antes. Algo está diferente em seus doces olhos castanhos.

— Já nos vimos antes? — Decido perguntar, uma última vez, só para enfim ter certeza.

Ainda me olhando como um completo estranho, ela me responde, com indiferença:

Continuei olhando para ela, sem dizer nada. Ela não pareceu gostar.

— Desculpe, tenho que ir. Meu namorado está me esperando. — Tentou se livrar de mim.

Ela não tem um namorado.

É a desculpa dela de quando quer botar um homem para correr.

Apressada, Stacy volta a se misturar em meio à multidão naquele dia ensolarado. Eu consigo vê-la uma última vez olhando para mim.

Ela virou o rosto e me olhou rapidamente, e quando viu que eu estava olhando para ela também, apenas voltou a olhar para frente, constrangida. Foi uma rápida troca de olhares, depois um desvio de olhares.

Em seguida desapareceu juntamente com as outras pessoas.

Fiquei ali, parado em meio àquele mar de pessoas, debaixo do sol escaldante. Acho que minha missão está finalmente cumprida. 

Eu a perdi.

Agora preciso voltar para os superiores, para que eles me apliquem o castigo.


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Notas finais do capítulo

Música que Cassie canta para o David ♥ (ouçam, pf):

https://www.youtube.com/watch?v=mhVcjqQEwco



E para quem quiser saber um pouco mais sobre a história do chefe dos cupidos:

https://www.megacurioso.com.br/datas-comemorativas/102852-voce-conhece-a-fantastica-historia-de-amor-de-cupido-e-psique.htm

Beijos e até logo! ♥



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