Hogwarts, Outra História escrita por The Escapist


Capítulo 90
Capítulo 90




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Não demorou até que o professor Andrew se tornasse um dos preferido dos alunos, e devido a sua condição de jovem solteiro, alguns (diga-se, as alunas) chegavam a preferi-lo ao professor Potter! E até mesmo Lilian, que a princípio não tinha ido com a cara do tal “nerd afetado”, teve que admitir que as aulas dele eram agradáveis e muito proveitosas.

Reunidas no pátio da escola as garotas do sétimo ano, a maioria de Sonserina, mas também estavam duas de Corvinal e uma de Lufa-Lufa, concordavam que além de ser um bom professor, Andrew também era extremamente atraente; e até Lilian concordava, embora achasse que se ele não usasse tanto gel no cabelo, óculos, e não estivesse sempre com aquele uniforme bem arrumadinho ficaria melhor.

— Eu acho que ele é muito sexy! — disse uma das bruxas de Corvinal enquanto acompanhavam com os olhos o professor Andrew atravessar o gramado e entrar no castelo, ao passar em frente as garotas, ele sorriu com seu jeito tímido e mexeu nos óculos.

— Acho que é o jeito com ele mexe nos óculos. Ele deve ser um espetáculo na cama! Dizem que os tímidos surpreendem! — completou uma aluna de Sonserina.

— Avril! Eca! Mesmo que ele seja um pouco sexy, pelas barbas de Merlin, estamos falando de um professor! — Lilian repreendeu a colega, mas Avril não pareceu incomodada.

— Sabe quem também é sexy? O professor Potter! — as garotas deram uma risada coletiva, inclusive Lily.

— Hey, não chame meu pai de sexy!

— Claro, que se agente fosse fazer uma eleição para escolher o pai mais sexy, o Harry venceria — disparou Sheryl enquanto as outras estavam rindo do vermelho nas bochechas de Lilian.

— Com certeza!

— Vocês são inacreditáveis! Acho que vocês acham até o Neville Longbottom sexy!

— Não, o Neville, não!

— Mas o Mears sim!

— É! — nesse instante o próprio professor Mears passava em frente as garotas que davam suas risadinhas irritantes, e pelo jeito como ele olhou, podiam apostar que tinha ouvido o que acabavam de dizer, principalmente por que Lilian não estava falando tão baixo, por isso todas viraram os rostos e disfarçaram, começando outro assunto.

Lilian ainda não tinha visto Rubinho desde o dia da festa de casamento de Tiago, pelo que ela ficava grata, porque, honestamente ainda se sentia envergonhada demais para encará-lo; até que uma semana antes do Natal, depois das aulas da tarde, perto do crepúsculo resolveu dar uma volta para relaxar um pouco depois da semana apertada com tantos deveres para fazer, e desceu na direção na cabana de Hagrid, queria chegar até a borda da Floresta.

Mal terminava de descer a trilha, a porta da cabana se abriu, e ele saiu de lá; parecia ter crescido muito desde o último encontro e Lilian se sentiu mal mais uma vez ao lembrar que ele estava magoado com ela. Mas a atitude de Rubinho foi a mais surpreendente; assim que a viu chegando, ele abriu o sorriso, e correu pra tomá-la nos braços, como sempre fazia;

— Lily! Que saudade de você! — disse depois de girar Lilian no alto e devolvê-la ao chão.

— Hey! Ahm...

— Poxa, como você tá linda, bom, você sempre foi linda! Sabe, tem uma coisa que eu quero te mostrar, você tem um tempo para entrar?

— Eh, claro, mas, Rubinho... ahm, você está maior ou é impressão minha?

— Um pouco, sabe, o papai disse que eu posso ficar do tamanho do Grope! — Rubinho falou e se divertiu com a cara de espanto que Lilian fez. — É brincadeira, Lily!

— Ahm, engraçadinho! — Rubinho sorriu de novo com seu sorriso largo, brincalhão, e Lilian não conseguia ver nenhuma sombra de mágoa naqueles olhos. — Eu pensei que você estivesse com raiva de mim...

— Raiva de você? Lily, eu nunca poderia ficar com raiva de você.

— Mas...

— Nós tivemos nossa história, Lily, não deu certo, agora a vida continua, certo?

— Oh, Rubinho! Você é um anjo! — Lilian pulou no pescoço de Rubinho e lhe abraçou.

— Ahaha, claro, agora, vem aqui que eu tenho que te mostrar uma coisa.

— Anham, claro — Lilian seguiu Rubinho e os dois entraram na cabana. A garota precisou piscar os olhos duas vezes antes de entender direito o que estava vendo. Com certeza agora fazia sentido que Rubinho estivesse tão feliz, mas também se sentiu um pouco desconfortável ao ver a garota tão loira de olhos azuis como o céu, incrivelmente linda (embora Lilian nunca fosse capaz de admitir, aquele desconforto poderia ser facilmente chamado de inveja). — Oi — disse, com um indisfarçável sorriso amarelo.

— Essa é a Sophie, Sophie, essa é a Lily.

— então, você é a Lily! — Sophie arqueou a sobrancelha bem feita. — Enchetè! O Rubinho tem falado muito de você, Lily... muito bem! — Sophie acrescentou com um sorriso sincero quando Rubinho se postou ao seu lado e colocou o braço em volta dos ombros.

— Ahm, Rubinho é um pouco exagerado, às vezes!

— Isso é verdade!

— A propósito, é um prazer te conhecer também, Sophie — as duas moças apertaram as mãos e Lilian aceitou ficar para o chá, sem poder deixar de ficar surpresa por ver Rubinho oferecendo chá. Talvez agora ele esteja mais do lado Maxime, afinal, pensou. E não era a única mudança. Rubinho estava empolgado, estava treinando para ser auror, logo faria os exames teóricos e práticos; ele explicou que Sophie também estava estudando para ser auror e falou muito mais sobre a moça; no final da conversa e passada a inveja Lilian ficou satisfeita por ver Rubinho tão feliz, e acabou aprovando Sophie. — Bom, acho que eu devo voltar pra escola, antes que anoiteça.

— Eu posso te acompanhar, Lily.

— Não precisa, Rubinho. Ahm, boa sorte com os exames, e para você também Sophie, mas uma vez, foi um prazer te conhecer.

Naquele Natalao invés da costumeira reunião n’A Toca, a festa foi na casa dos Potter em Godric’s Hollow, mesmo assim a Sra. Weasley fez questão de ajudar com a comida. Alvo chegou logo cedo, para total surpresa da mãe, já que na carta que tinha recebido do filho, Alvo não dava como certa sua presença em casa no Natal; Tiago e Loreley entretanto, só chegaram no início da noite porque antes de virem para Godric’ s Hollow passaram na casa dos avós de Loreley em Londres.


À noite toda a família já estava reunida — todos os Weasley, incluindo Percy, os pais de Hermione, além de James e Teddy Lupin e os avós de Loreley, os Gilmore. Por mais que tentasse bancar a adulta, Lilian não tinha aberto mão de arrumar a árvore de Natal, e diga-se de passagem, Tiago e Alvo também participaram da arrumação, mas coube ao pequeno Ronny colocar a estrela no alto da árvore, contando com a ajuda de Tiago, a quem os “adultos” da família estavam atribuindo grande admiração pela mudança e como ele estava muito mais sério e responsável.

Tiago apenas sorriu, orgulhoso de si mesmo, e ficou observando com carinho a esposa grávida de seis meses, conversando com Rose, e ele mesmo teve que admitir que tinha realmente passado por grandes mudanças em um tempo curto; não fazia tanto tempo, ele era completamente obcecado pela prima e sentia um verdadeiro ódio por James Malfoy, e agora ele estava segurando o filho de James e Rose no colo, e olhando aquela que esperava um filho seu; não poderia desejar nada diferente.

Depois de arrumar a árvore com os irmãos e o priminho, e ajudado a decorar a mesa do jantar, Lilian subiu para o quarto pra se arrumar, e embora estivesse certa de que não haveria nenhuma plateia além daquela a quem já estava acostumada a “encantar”, fez questão de caprichar no visual. Olhando-se no espelho e ficando satisfeita com a imagem, saiu do quarto e começou a descer as escadas, mas parou na metade, exatamente no momento em que Harry estava recebendo um convidado. Lilian teve um acesso de raiva, ninguém tinha lhe avisado que teriam outros pessoas além da família em casa aquela noite; e a surpresa dela aumentou ainda mais quando, terminando de descer a escada, reconheceu a voz do professor Andrew, que agora estava cumprimentando Alvo e Tiago, respectivamente.

— E a Lilian, você já conhece — Harry falou, claramente orgulhoso quando viu que a filha estava na sala.

— Senhorita Potter!

— Professor Hawkins! — Lilian forçou um sorriso, não conseguindo conter o olhar reprovador ao visual do professor; comparando-o rapidamente com Tiago, concluiu que, embora eles tivessem quase a mesma idade, Andrew parecia pai de Tiago! Felizmente, Lilian pensou, eles não começaram a falar de nenhuma reforma educacional, nem de qualquer assunto sério, a não ser, é claro, da recente admissão de Alvo na Escola Superior de Magia. Mas durante a ceia a conversa geral foi bastante descontraída.

— Então, vocês já sabem se é menino ou menina? — Victorie perguntou se dirigindo ao primo quando a conversa girava em torno do bebê que Loreley esperava.

— Na verdade, não — Tiago respondeu displicente, e recebeu, pela primeira vez no dia um olhar reprovador de Giny. — Nós preferimos a surpresa.

— Eu não aguentaria ficar esperando.

— Eu suponho que vocês vão esperar que o bebê escolha o próprio nome? — Giny disse querendo brincar, mas sem esconder uma pontada de sarcasmo e reprovação ao que ela chamava de irresponsabilidade de Tiago e Loreley. Tiago apenas encarou a mãe, e deu um sorriso debochado, mas teve medo que Loreley tivesse um daqueles “ataques” e começasse a dizer que Giny não tinha que se meter na vida deles, etc. mas Loreley também sorriu.

— Acho que essa é uma ótima ideia, senhora Potter!

— Bom, espero que esse ano os Cannons voltem a vencer o mundial — Ron falou, dirigindo-se especialmente a Tiago, mudando bruscamente de assunto, ao que todos agradeceram silenciosamente.

— Não se depender de mim, tio!

— Ah, por que você tinha que ser tão bom? — Ron e Tiago começaram uma longa discussão sobre quadribol que se estendeu até depois da ceia quando estavam de volta à sala; enquanto isso, Hermione estava entretida conversando com Andrew, Alvo estava sendo paparicado pelos avós, e Harry e Giny conversavam com os Gilmore. Jorge Weasley ocupava as atenções do resto da família, com exceção de Lilian e Hugo, sentado no pé da escada. Hugo só estava “descansando depois de comer tanto”, mas Lilian estava prestando atenção, ainda que involuntariamente, a conversa de Hermione e Andrew.

— Por que ele tem que ser tão irritante? Fala sério, quem fica falando de História da Magia em plena noite de Natal?

— Minha mãe.

— Mas ela não conta, porque eu nunca vi a sua mãe falar de outra coisa!

— É...

— Além disso, ele parece um velho de setenta anos! Que roupa é essa, parece mais o vovô Weasley! E tem que ficar toda hora mexendo esse óculos?

— Nossa, você tem reparado mesmo no professor Andrews!

— Definitivamente ele é ridículo! — Lilian falou em tom conclusivo, sem dar atenção a Hugo. — Não perde uma oportunidade de bajular o meu pai!

— Quer saber, Lily, eu tô começando a achar que você está interessada no professor!

— Quê?!

— Você só falou nele a noite toda!

— Eu não falei nele, falei, dele e de como ele é ridículo! É diferente.

— De qualquer forma, você tem agido assim desde que o conheceu, sabe, quem desdenha quer comprar!

— Ora, por favor, Hugo Weasley me poupe das suas teorias baratas! Essa é a ideia mais idiota que eu já ouvi na minha vida!

— Então para de falar nele, ou dele, por um instante, está bem? A propósito, Lily, você está muito bonita hoje.

— Obrigada.

— E eu acho que comi demais, ahm, preciso ir ao banheiro, com licença.

Argh! — Lilian ainda ficou sentada por uns minutos, quando se levantou disposta a se juntar aos primos e ouvir as histórias do tio Jorge, esbarrou justamente em Andrew, que segurava um cálice de hidromel, o qual se derramou inteiro pelo vestido vermelho de Lilian. — Argh! Olha o que você fez, seu imbecil! — Lilian gritou, porque pensou que tinha sido Hugo; mesmo que achasse o professor Andrew sem dúvida nenhuma um grande ridículo, não poderia jamais dizer em voz alta, nem tratá-lo mal dentro da sua própria casa, isso não era o tipo de coisa que uma garota educada, como Lilian certamente era, faria; por isso ao levantar a cabeça e perceber o seu gravíssimo engano, a garota ficou mais vermelha do que o vestido que estava usando.

— Eu sinto muito, senhorita... — Andrew disse, parecendo extremamente retardado.

— Ahm...

— Me desculpe, pelo desastre...

— Não se preocupe, professor, está tudo bem...

— Deixe-me, deixe consertar isso, por favor. Limpar! — disse ele com um aceno da varinha e num instante o vestido de Lilian estava limpo.

— Obrigada. E, ahm, professor, eu não quis chamar você, o senhor de imbecil. Eu achei que fosse o Hugo — Lilian disse e admitiu para si mesma que, considerando o jeito como tinha tratado o professor desde que o conheceu, aquilo soava como a mentira mais ridícula que alguém poderia contar, e ele não estava nem de longe acreditando!

— Não tem importância, senhorita Potter. Bom, está na hora de ir, na verdade, eu estava indo me despedir dos seus pais... — Andrew ajeitou os óculos mais uma vez e Lilian chegou à conclusão de que ele tinha um tique nervoso. — Boa noite senhorita Potter.

— Boa noite, professor — Andrew beijou a mão de Lilian, o que deixou a garota atônita, aquele não era exatamente o tipo de cavalheirismo com o qual estava acostumada! Depois foi se despedir dos donos da casa. Logo os outros convidados também se despediram.


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