Hogwarts, Outra História escrita por The Escapist
Alvo ainda não sabia exatamente o que faria dali para frente. Não tinha tido tempo para pensar sobre o futuro. Durante as férias, enquanto o irmão estava em casa, ele estavam mais ocupado em se divertir, e esquecer de vez os acontecimentos do ano anterior. Mas agora que Tiago e Loreley voltaram para Irlanda e as aulas em Hogwarts iam começar, ele estava imaginando o que fazer. Ficar em casa ajudando a mamãe?
Estava tomando café da manhã quando teve a resposta. Conversava com Lilian, que não estava nada animada com a ideia de voltar a Hogwarts e encarar todo mundo.
— Eu vou acabar sentindo falta de Hogwarts.
— Já eu adoraria não ter que voltar.
— Qual é o seu problema, Lily? — Lilian não respondeu. — Você deveria agradecer ao Rubinho por terminar com você, já que você não teve a consideração de fazer.
— Ahm? O que é que você sabe sobre relacionamentos, Alvo Severo?
— Nada. Mas, se tem uma coisa que eu aprendi, Lilian Luna, foi que não é legal trair a confiança das pessoas que a gente ama e que nos amam. E não é certo usar as pessoas, nem brincar com os sentimentos alheios!
— Ok! Já deu pra ver que você aprendeu muita coisa! Acho que eu vou estudar Runas antigas esse ano — Lily fez questão de mudar de assunto quando Giny entrou na cozinha.
— A propósito, vocês vão ter um novo professor de História da Magia não é? — Lilian fez uma careta ao concordar; já não aguentava mais ouvir falar no tal novo professor de História da Magia, algum gênio maluco amigo de sua tia Hermione.
— Eu gostava do Binns.
— O papai disse que o novo professor é ótimo.
— Mesmo assim eu gostava do Binns, ele é tão bonzinho!
— Olá, bom dia, crianças! — Harry entrou e deu um beijo na cabeça da filha. — Alvo, chegou uma coruja para você.
— Para mim? — Giny e Lily olharam para a carta que Harry acabava de entregar ao filho. — Quem pode ter me escrito? — Alvo pensou imediatamente na ‘maluca da Bones” que estava nos EUA, mas o envelope era elegante demais para ter sido mandado por Penélope. Alvo analisou o papel timbrado, e abriu o envelope. — “Caro Sr. Potter — leu — é com muita honra que informamos que o senhor foi aceito na Escola Superior de Magia, Ordem de Merlin” — Alvo parou de ler estupefato, não era possível! Giny também estava sem acreditar; só Harry não parecia surpreso. — Não pode ser!
— O Al vai entrar para a Ordem de Merlin?
— Mas eu não... como isso é possível? — Harry pigarreou, e riu travesso. — Foi você?
— Eu não coloquei você lá, Alvo, eu só, dei um empurrãozinho. Foram suas notas e seu histórico escolar.
— Oh, querido, parabéns! — Giny abraçou Alvo, ainda abobalhado com a notícia.
— Mas, pai, eu não me inscrevi e...
— Que eu saiba, essa Escola Superior de Magia é para grandes mentes bruxas, e vamos combinar, Alvo, suas aventuras no ano passado não foram muito acadêmicas! — Alvo acabou concordando com a irmã e olhava interrogativamente para Harry.
— Eu fiz a sua inscrição, e enviei antes de, bom, antes de tudo que aconteceu no ano passado.
— Mesmo assim, o que ele fez de extraordinário para merecer isso?
— Lilian, querida, uma grande mente bruxa não se forma com um feito extraordinário! Enfim, Alvo, você foi simplesmente “Excelente” em todos os exames que fez em Hogwarts desde o primeiro ano, isso não é pouca coisa, filho.
— Pai, eu, nem sei o que dizer!
— Bom, alguém precisa honrar o nome dessa família. Você merece isso, Alvo.
— É, parabéns, Al — Lily deu um abraço discreto no irmão. — Vê se não ficar muito metido — disse dando um murro brincalhão no ombro de Alvo. — Então, quando nós vamos poder ir a Londres, pai?
— Londres? Nós vamos a Londres?
— Pai, você prometeu me levar pra fazer compras!
— Lilian, eu não sei, tem muita coisa para fazer em Hogwarts, as aulas começam em uma semana, eu não sei se temos tempo de ir bater perna em Londres!
— Mas você prometeu!
— Você prometeu, Harry!
— Eu sinto muito, hoje é impossível. Aliás, eu preciso sair. Tenham um bom dia — Harry se despediu da família e desapareceu pela lareira.
Lilian amarrou a cara durante o dia todo. Estava realmente com vontade de ir à Londres, fazer compras e passear, mas nem Giny nem Harry estavam dispostos a ajudá-la com isso. Deitada no quarto pensando num jeito divertido de passar a última semana de férias, Lilian tentou listar todos os amigos que tinha e chegou à conclusão de que nenhum deles estaria disponível para ela. Hugo estava viajando pelos EUA com Penélope, Alvo, depois do ano passado estava bancando o adulto, Rubinho... enfim, não tinha ninguém. A não ser...
— Mãe! Mamãe!
— Qual é o problema, Lilian?
— Eu vou para Londres.
— Você vai... pra Londres?
— Eu vou sozinha, tudo bem, fico na tia Hermione, eu não vou dar trabalho, eu juro.
— Não acho legal você sair de casa sozinha, muito menos sem falar com o seu pai.
— Bom, ele prometeu me levar, e nada! Mãe, as férias acabam em uma semana!
— Está bem, pode ir — Lilian só teve tempo de fazer uma mala rapidamente com o estritamente necessário para passar três dias fora.
Usando a rede de Flu chegou à casa de Ron e Hermione em Londres. Apenas o tio estava em casa, cuidando do pequeno Ronny.
— A Rose e o James estão fazendo uma pequena viagem — Ron explicou meio sem jeito. — Você veio sozinha?
— Anham, o papai está ocupado com a... você sabe... cadê o Hugo?
— Bom, o Hugo, também está viajando. Você sabe...
— Eu vou ficar uns dias aqui, tudo bem tio? — Ron mal conseguiu disfarçar um ar de desânimo, ter a sobrinha como hóspede não era exatamente o que ele planejava nesses dias em que a casa estava praticamente livre. Não era que não gostasse de Lilian, embora preferisse quando ela ainda era um bebê e não falava tanto.
— Claro, não tem problema, hum, você pode ficar no quarto da Rose.
— Legal. Obrigada, tio — sem mais palavras, Lilian entrou direto para o antigo quarto de Rose.
— A propósito, fica à vontade.
Lilian ficou quase uma hora no quarto e quando voltou encontrou o tio brincando com Ronny sentado no chão da sala.
— Você vai sair? — ele perguntou percebendo que a garota tinha se arrumado toda.
— Humhum...
— E você vai sair sozinha? — Lilian revirou os olhos, até parece que ela tinha cinco anos que não poderia andar pela Londres trouxa sozinha.
— Eu só vou fazer umas compras, tio.
— Talvez fosse melhor você...
— Tchau, tio Ron, eu telefono se alguma coisa acontecer — telefono? Ron pensou enquanto Lilian desaparecia porta a fora.
— Essa juventude de hoje não é, Ronny?
Ao contrário do que os adultos da família pensavam, Lilian sabia se virar muito bem na Londres trouxa. Saiu da casa dos tios e foi direto para a estação de metrô e em poucos minutos estava do outro lado da cidade. Pegou a agenda na bolsa e conferiu o endereço, depois de certificar-se que estava no bairro certo continuou procurando o prédio.
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