Eu já estava pirando na sala de espera, quando chegamos eles não me deixaram acompanha-la alegando ser uma área restrita. Eu sentia o meu sangue correndo gelado, não parando de me culpar um minuto se quer.

— Por favor enfermeira, eu estou acompanhado a srta. Megan Lily, ela chegou a algum tempo e ninguém me deu muita informação até agora. Será que você poderia me informar.

— Os médicos fizeram uma ressonância e tiraram algumas radiografias agora a levaram pra cirurgia.

— Como assim CIRURGIA!? Cadê o médico pelo amor de Deus?

— Calma rapaz, eu estava na sala quando os resultados da ressonância da Srta. Marra estavam sendo analisados. -  disse um médico se aproximando.

— Então me diz, porque ela está em cirurgia? Não teriam que ter autorização para fazer uma cirurgia? Ela está correndo algum risco?

— O sr. é parente da moça? Esses dados são confidenciais.

— Eu sou namorado dela. – disse já frustrado com a falta de informação.

— Hum.. – o médico me olhou avaliando se ele devia ou não me dar a informação. – O impacto com o carro foi forte ela teve uma clavícula quebrada assim como duas costelas. Fraturou levemente o pulso esquerdo e teve um fêmur deslocado. O trauma na cabeça foi leve sem nenhuma concussão grave. Mas devido o deslocamento do fêmur ela foi encaminhada para sala cirúrgica para poder colocar a articulação na posição original. E a autorização nesses casos não é necessário pois não é uma cirurgia de risco, estaremos apenas buscando recolocar o fêmur da senhorita Marra no lugar. Então sugiro que agora o senhor se acalme um pouco e espere por novas informações.

— Obrigado. – disse me sentando no banco e quase arrancando os meus cabelos, isso tudo é culpa minha, a Megan está em um centro cirúrgico e a culpa é minha.

— Davi? Davi.. cadê a minha baby girl Davi? –Pâmela perguntou assim que me viu.

— Pâmela, eu sinto muito..

— Sente muito? – ela me olhou horrorizada.

— Eu sinto muito pelo acidente da Megan, agora ela está lá dentro no centro cirúrgico, não deixam ninguém entrar.

— Oh, God!

— Surgery, as well as surgery David? – Dorothy a amparou quando viu que ela cambaleou começando a chorar.

— Pelo que o médico me disse a pouco eles fizeram uma ressonância nela pelo fato dela ainda está desacordada e detectaram duas costelas quebradas assim com o osso da clavícula, ela também fraturou um pulso e deslocou o fêmur, por isso eles levaram ela pro centro cirúrgico para poder posiciona-lo no lugar certo.

— My poor girl. – ela disse praticamente em um sussurro. - Como isso aconteceu Davi?

— Nem eu sei ao certo como aconteceu, num momento eu estava abaixado pegando o meu celular que tinha caído no outro a Megan estava me gritando e eu vi um carro vindo pra cima de mim, então ela me empurrou e o carro acabou pegando ela.

— Let me see if I understand, a minha baby girl está em uma sala de cirurgia agora porque ela ti empurrou da frente de um carro e acabou sendo atropelada no seu lugar? – ela me olhava meio em choque.

Nossa colocando assim, a coisa fica pior ainda.

— Desculpa Pâmela...

— Não tem o que desculpar Davi, was her choice. Agora é esperar que tudo corra bem.

Não sei quanto tempo ficamos ali esperando notícias da Megan, mas logo fui retirado dos meus pensamentos ao sentir o meu celular vibrar, era uma ligação da Manu. Atendi me afastando da Pâmela.

— Oi Davi.

— Oi Manu.

— Está tudo bem Davi? O Igor me ligou falando do acidente que teve na Gambiarra.

— Comigo está tudo Ok, é a Megan que não está muito bem.

— A Megan? O que a Megan tem a ver com isso?

— Ela tem tudo a ver com isso! Manu não estou com cabeça pra conversar agora, depois conversamos.

Desliguei a ligação e aproveitei pra desligar o celular também. Não estava com cabeça para conversar com ela agora. 

Voltei pra perto da Pâmela no mesmo momento que um médico chegou.

— E então doutor como está a Megan?

— Como está my little girl?

Perguntamos ao mesmo tempo.

— Ela está estável, conseguimos recolocar o fêmur no lugar, mas devo confessar que em casos assim é bom ter a família e entes queridos por perto.

— What do you mean by cases like this?

— No momento a paciente se encontra em coma induzido, para que o corpo possa se recuperar melhor do acidente, o corpo poderá sarar mais rápido com a ajuda dos remédio sem ela passar por ansiedade ou stress. E quando cortarmos os medicamentos ainda teremos que espera-la acordar para saber como ela está, por isso é importante a presença de pessoas importantes na vida da paciente.

— Então.. então.. – eu não conseguia completar a frase, respirei fundo. – Ela pode ter algum dano permanente? Quanto tempo ela ficará no coma induzido?

— Infelizmente, não saberemos dizer ao certo até que a paciente acorde. – eu perdi meu chão depois dessa resposta. – E diminuiremos o medicamento em algumas semanas.

— Explique isso por favor doutor. – Dorothy questionou aflita.

— Apesar do traumatismo dela ser leve, as consequências são bem variáveis, ela pode permanecer mais tempo no coma após cessarmos o medicamento. E ela terá que focar na fisioterapia no momento que ela acordar – o quadro que o médico pintava só piorava, não conseguia sequer imaginar minha Megan assim! – Ela pode ter alguma alteração de comportamento, e nos primeiros meses também por causa das limitações. O melhor agora é aguardar a paciente acordar para podermos fazer outra bateria de exames. - Pâmela a esse ponto só chorava, e acho que eu não estava muito diferente dela.

Quantas vezes eu ‘salvei’ a Megan de se meter em confusões, pra no final ela se meter na frente de um carro pra mim salvar? O que aquela maluquinha tinha na cabeça quando fez isso?

— Podemos vê-la doutor? Por favor. – mal consegui reconhecer a minha voz.

— Claro, a paciente já está sendo levada para um quarto.

O médico indicou o caminho. Quando entrei no quarto nem cheguei a reparar na parafernália médica em volta dela, só o que consegui ver era Megan deitada ali, pálida demais, os cílios abaixados cobrindo os olhos castanhos que tanto me fitaram transmitindo alegria e confiança, o rosto tinha alguns arranhados, no pescoço tinha aqueles colares cervicais. A perna direta estava imobilizada com gesso e numa espécie de apoio, o pulso direito também estava imobilizado por com uma tala.

Pâmela logo se aproximou da filha pegando a mão que não estava imobilizada.

— Oh my little girl, you have to recover soon! Can not be giving these scares on his mother. right back at me!

Notei que ela estava usando aqueles aparelhos para ajudar da respiração. Eu senti algumas lagrimas descendo pelo meu rosto, por ver a minha Bad Girl assim.

— O que você estava pensando quando me empurrou da frente daquele carro Megan?

— Oh dear, the heart comandou a escolha dela, be sure. – Dorothy respondeu e Pâmela apenas assentiu apesar de não tirar os olhos da filha.

— Por favor Megan, você tem que acordar. Nenhum de nós pode viver sem você... precisamos de você Megan.

Eu supliquei olhando pra ela inconsciente daquele jeito.

— Davi, você pode voltar para sua casa, e voltar amanhã se quiser dear.

— Pâmela, se não for ti incomodar eu preferiria ficar aqui com a Megan.

Ela me olhou quase com pena, mas assentiu.

— Dear, eu vou voltar para casa, tenho que informar o Brian o que aconteceu.

— Tudo bem madrinha, vou ficar aqui com a Megan.

— Dorothy, você poderia me fazer o favor de ligar para a minha tia e avisa-la que ficarei aqui no Hospital com a Megan também.

— Claro, querido. – disse se retirando do quarto.

Voltei a olhar para Megan, eu não poderia abandona-la nesse estado, principalmente quando o maior culpado dela está assim sou eu. Como um dia eu pude duvidar do amor dela por mim? Eis uma questão que não saia da minha cabeça, desde o momento que eu entrei na ambulância com ela desacordada.