Dark Paradise escrita por Sky


Capítulo 7
Capitulo 6


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigado pelos comentários do capitulo anterior! Espero que gostem desse ♥



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Parecia deserto o que era bom. Mas mesmo assim, aquele hospital era grande e o fato de estar apenas eu e Negan me preocupava.

— Deixe o taco no carro e pegue uma arma – ele me ofereceu a arma e eu pensei seriamente em dizer que eu não sei atirar.

— Não, eu prefiro o taco.

Ele negou e tirou meu taco de minhas mãos.

— Ei! Negan, me devolve.

Tentei pegar de sua mão, mas ele era bem mais alto que eu.

— Você não consegue lidar com seus próprios problemas, como espera que mate uma horda de zumbis com um taco ao invés de uma arma – ele era baixo, aquelas palavras me magoaram extremamente.

Bufei e revirei os olhos e ele abaixou o taco me entregando a arma.

— Eu não sei atirar – peguei o taco de sua mão rápido demais, o que machucou minha mão, mas estava com raiva de mais pra o deixar ver.

— Como não?

Eu o olhei sarcasticamente.

— Talvez por que eu preferia matar alguns com o taco do que uma horda por causa do barulho?

Ele riu.

— Quer que eu te ensine? – perguntou e eu o olhei.

O que tinha pra perder? Nada.

— Se puder.

Ele novamente riu.

— Mas não vou – ele sorriu imensamente.

Eu o olhei incrédula.

— Como é?!

Ele riu pegando uma metralhadora no banco de trás do carro.

— Castigo por ter mentido para mim.

— Você disse que havia entendido!

— Mudei de ideia – ele disse com um sorriso no rosto – Agora, fica atrás de mim e atenta.

Eu me segurei para não bufar e o segui e seguimos para a entrada do hospital e estava trancado.

— Me empresta seu taco, por favor, querida? – ele pediu falsamente carinhoso e eu lhe entreguei sem lhe olhar – Se afaste.

Eu dei dois passos para trás e Negan bateu duas vezes com o taco arrancando o cadeado e abriu as portas e logo vários grunhidos ecoaram pelo lugar e dei de cara, como Negan falou, com uma horda de zumbis. Negan não esperou me entregou o taco e segurou sua metralhadora.

— Vai ao carro e busca mais armas, amorzinho? – pediu e eu arregalei os olhos e então ele começou a disparar lá pra dentro me fazendo cobrir meus ouvidos até o carro e peguei uma pistola e outra metralhadora e corri para seu lado preocupado.

Na hora que eu cheguei, não havia mais tantos errantes em pé, e o restante, Negan resolveu em segundos e eu me senti extremamente inútil.

— Onde fica esse tal aparelho? – perguntou colocando a arma na cinta como se ele não tivesse feito nada.

— Er...

Ele me olhou com uma sobrancelha arqueada.

— Algum zumbi comeu sua língua? – seus trocadilhos realmente me irritavam.

— Não – finalmente eu acordei – Em uma sala de neurologia provavelmente.

Eu segui em sua frente e ele veio me seguindo, dei uma olhada para trás de relance e vi que ele estava olhando para mim, só que um pouco mais para baixo.

— Pode parar de ser um pouco pervertido e ficar atento? – pedi e ele apenas riu.

— O que eu posso fazer se você rebola bastante? – eu bufei e revirei os olhos.

Deixei Negan pra lá, focando apenas no meu objetivo que era acha a porra da máquina.

E a máquina estava na última salas de exames do primeiro andar.

— Fecha a porta e não saia – Negan mandou olhando para fora e eu me assustei.

— Por quê?

Ele sorriu e piscou pra mim.

— Vou trazer o carro até aqui.

Como ele vai fazer isso?

— O que? Negan, você está louco só pode. Negan! – ele fechou a porta e eu fiquei ali parada olhando e ouvindo seus passos se afastarem.

Eu revirei os olhos e comecei a desmontar os fios da máquina cuidadosamente.

Negan era extremamente imprevisível e aquilo era assustador, não havia me acostumado a esse lado dele e nem queria, apesar de gostar um pouco.

Tudo era de seu jeito de A a Z. Eu não gostava de ninguém mandando em mim, mas ele... ele conseguia. Me irritava, sem dúvidas, mas eu preferia fazer do que discutir, pode ser depois de tudo que já me aconteceu e ainda esse ano pós apocalíptico me fez cansar de discussões, mas estaria me enganando se dissesse que sim, era apenas por que era o Negan, rei do Santuário e dos Salvadores e eu era apenas a garota que poderia possivelmente entender a origem disso tudo e se havia uma cura, mas eram certezas contra possibilidades.

Um barulho imenso se fez e eu percebi que era Negan derrubando a porta com o carro, então apenas comecei a enrolar os fios e colocá-los em uma sacola e esperar Negan abrir a porta, o que não demorou muito.

— Me esperado, boneca? – ele entrou sorrindo e eu revirei os olhos, indo pegar a máquina grande e ele passou na minha frente a pegando – Não quero que se machuque.

Ignore as implicâncias, Lucy. É bem melhor pra você

Apenas sorri sínica e me virei para pegar o outro computador e sai na frente de Negan para colocar na caçamba.

Assim que sai dali, ouvi um grunhido daquelas coisas, me virei e tinha uma mulher toda em pedaços vindo até mim. Sem pensar e entediada lhe dei um chute ainda segurando o computador a fazendo cair no chão igual a merda.

Negan achou graça de minha atitude e ficou rindo me olhando e eu ainda estava seria. Coloquei o computador com cuidado na caçamba e Negan colocou o outro ao lado dele, para que não fiquem trepidando. Peguei meu taco e antes daquele zumbi conseguir levantar, eu dei apenas uma pancada em sua cabeça e ele parou de se mexer.

— Você fica bem durona, quando com raiva não é? – Negan me olhou de cima abaixo.

— É reflexo do sentimento – sorri sínica e ele mordeu a bochecha sorrindo de volta e pela primeira vez, pude admirar as covinhas em seu rosto, o que fazia dar um ar incrível nele – Gosta do que vê?

Eu rapidamente saio do transe e me virei entrando no carro.

— Vamos embora – pedi e ele riu entrando no carro.

Negan deu partida e eu encostei a cabeça no vidro assim que saímos de dentro do hospital.

“- Você não consegue lidar com seus próprios problemas, como espera que mate uma horda de zumbis com um taco ao invés de uma arma”

Balancei a cabeça me livrando desses pensamentos, seria um longo caminho até o acampamento.

— Por que não me chamou? – Paul perguntou assim que entrou no laboratório.

— Eu ia, mas ele se ofereceu – eu disse e Paul se sentou no sofá.

— Pelo que vejo da sua cara, não foi um bom dia - ele disse me encarando e eu respirei fundo e me sentei na cadeira em frente ao computado.

— Eu passei a noite aqui, não dormi até agora e Negan... Ele é impossível.

Paul riu e eu o olhei com cara de poucos amigos.

— Desculpe, mas não é nada do que eu já não tenha ouvido antes. Agora me conta o que aconteceu?

Eu suspirei e lhe contei desde a briga na casa até quando chegamos aqui e ele ficou prestando atenção.

— Pera, recapitulando. Ele ficou com ciúmes achando que eu sinto algo por você e vice-versa, se ofereceu, não te expulsou quando descobriu que mentiu para ele e ainda ficou te olhando?

Concordei com a cabeça, mas parei relembrando o que ele acabou de dizer fazendo uma cara de confusa.

— Como assim, não me expulsou? – perguntei e Paul se recostou no sofá.

— Você é mulher, nunca o vi maltratando uma, mas definitivamente expulsaria ou faria alguém que ama pagar. Mas um homem, já viu alguém aqui desrespeitar ou mentir para Negan? – eu neguei – Tem um por que, não acha?

Eu não respondi, apenas o deixei continuar.

— Negan não atura certas coisas e com você, ele não se importa. Ele nunca deixaria ninguém por um zumbi dentro desse acampamento, mas você ele deixa.

Balancei a cabeça negativamente.

— Ele sabe que eu preciso disso para tentar...

— Negan não está nem ai para a cura, Lucy. Ele já se adaptou com isso tudo e pra ele, esse mundo é melhor do que o de antes.

Eu passei a mão em meu rosto e pelo eu cabelo.

— Ok, o que você quer dizer com isso? – perguntei de uma vez.

— Acho que Negan está interessado em você, e não é pra achar uma cura – Paul se levantou e veio até mim – Todos nós estamos do seu lado, pois queremos a cura e saber como isso aconteceu, mas ele não.

Isso me fez lembrar que eu não contei a ele sobre minha descoberta.

— Eu acho que ele está interessado em mim, para me colocar naquele arem junto com as outras mulheres.

Paul deu de ombro.

— Isso eu já não sei, mas segundas intenções a gente sabe que ele tem. Se tem terceiras ou quartos. Iremos descobrir.

Será mesmo, ou a bebida que ele tomou era forte demais.

— Tudo bem, preciso dormir, já não sei mais o que pensar de sono – decidi deixar esse pensamento para lá e Paul concordou.

— Te acompanho até lá.

Concordei e me levantei saindo do laboratório com ele e Kanon e Leo vieram em nossa direção.

— Ei! Estávamos procurando vocês! – Leo parou sorrindo.

— Oi gente – cumprimentei.

— O que precisam? – perguntou Paul.

— Nada, só que na busca de hoje, achamos algumas cervejas e queremos saber se querem tomar com a gente – Kanon convidou e eu sorri, mas estava cansada demais.

— Hoje eu tenho que recusar, to muito cansada.

Kanon balançou a cabeça e Leo abriu os braços incrédulo.

— Ta de brincadeira, Lu! – Leo fez cara de puto.

Lu?

Sorri baixinho pelo apelido de Leo.

— Eu estou realmente cansada, Leo. Não dormi essa madrugada, fiquei a noite toda no laboratório – eles iam falar mais algo, mas os cortei – Mas, amanhã se ainda sobre uma, eu tomo com vocês.

Eles sorriram e Kanon apontou para mim.

— Isso é uma promessa ouviu? – eu assenti rindo.

— Vamos cobrar e se não pisar fora de novo, te amarro em uma cadeira com uma garrafa de cerveja na mão – Leo avisou apontando para mim.

— Nossa, que castigo imenso – ri sarcasticamente e ele me abraçou, beijando o topo de minha cabeça.

Isso me fez sentir especial, era um carinho que eu não recebia de um homem a anos, e me fez sentir saudades de meu irmão e de meu pai. Sabia que não deveria ter relembrado essa história, principalmente com Negan hoje.

— Se cuida – Kanon fez o mesmo gesto de Leo e eu sorri ainda mais.

— Até amanhã gente, se cuidem também – dei um último abraço em Paul e me virei para ir embora.

— Guardaremos uma cerveja para você! – Kanon gritou e eu me virei ainda andando.

— Acho bom mesmo! – eles riram e eu sorri me virando novamente e indo para casa.

No meio do caminho, eu cruzo meus olhos castanhos com outro par mais escuro, não apenas na cor, mas de raiva.

Negan me encarava e do jeito que ele estava parecia que já estava de olho em mim a tempos e deduzi que ele tinha me visto com os meninos.

Devolvi o olhar e voltei a andar meu caminho para casa tentando não pensar na mistura de raiva e de luxuria que haviam em seu olhar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do Negan sem-filtro e ele já mostrando algumas de suas intenções para Lucy? E a amizade de Paul e Lucy com Kanon e Leo? Quero saber a opinião de vocês ♥



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