Dark Paradise escrita por Sky


Capítulo 6
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Obrigado pelos comentários incríveis que eu recebi ♥



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1 mês depois

O relógio do computador marcava 01:00 da manhã e eu ainda estava tentando comparar os genes do errante com os que estavam nos arquivos do computador. Não havia nada igual.

Peguei o sangue de Negan, Kanon e do cachorro que eu havia achado em meio a mata, quando fui a busca de mais equipamento, pois aqueles não estavam dando o resultado que eu queria, mas não ficou aqui no acampamento.

E falando em Negan, não o via direito desde aquele episódio. Poderia estar ocupado ou ele estava me evitando, pois quando me via não falava nada além de comprimentos. Conversei bastante com Paul sobre isso. Às vezes quando saia do laboratório mais tarde o via entrando ou saindo daquele maldito harém. Tentava não pensar nisso e focar no meu trabalho, mas as vezes era difícil, mas não hoje.

 A glândula de Negan e Paul eram idênticas, mas também como a do errante também estava igual a deles.

Isso não era normal.

O genes de Negan e Paul tinha algo diferente de um genes normalmente, os anticorpos que defendiam outros vírus chegavam a quase zero.

— Vírus.

Juntei o sangue dele com o de do zumbi e assisti a cena pelo microscópio.

A célula mãe deles estavam sendo engolidas pelas celular do zumbi sem mesmo lutarem. Não havia anticorpos o suficiente. Como uma pneumonia.

Primeira etapa concluída, o que tornou as pessoas assim foi um vírus, como uma simples gripe que deixa os outros canibais e mortos...

Fiquei olhando para aquele zumbi respirando aquela pequena descoberta esperando mais respostas.

Se aquilo tudo é um vírus, como se espalhou assim sem ter pessoas nos hospitais e tudo repentino?

O zumbi tentava chegar perto, mas a corrente agarrava cada vez mais seu pescoço. Seu pescoço... Fui rapidamente para perto dele o analisando e vi um corte em seu pescoço. Depois de 1 mês ali o reconheci.

“- C-corre-re – ele avisou em meio aos sufoco.”

Mas... Ele morreu antes de algum tipo de zumbi chegar perto dele e eu fiquei ali sofrendo com Cameron mesmo depois de sua morte.

Olhei para o resto de seu braço e não havia nenhum sinal de mordida, então comecei a procurar e não achei nada. Ele estava se decompondo, mas do mesmo jeito sem mordidas.

Era um vírus que já está em você, mas só se contagia com o toque da ferida do mesmo vírus. Era o que acontecia com a mordida.

A mordida causava febre e a febra acordava o vírus.

Tirei meus óculos e me sentei no sofá tentando digerir aquilo tudo.

Por que não percebi que era esse o motivo do apocalipse ter sido tão rápido, milhares de pessoas morrem todos os dias, morreram com o vírus já neles e voltaram como mortos-vivos carnívoros.

— Estamos todos contaminados – eu ri nervosa e passando a mão por meu cabelo.

Mas... Se eles estavam mortos, por que ainda havia audição, faro e fome?

Levantei do sofá e comecei a fazer pesquisas novamente. Arranquei um pedaço de sua pele e coloquei no microscópio. Sem vida, como imaginei.

O cérebro! Precisaria do aparelho pro sistema sensorial e precisava de Paul para isso. Deixei isso de lado e pensei pedir para ele ir comigo buscar quando fosse de manhã. Voltei a fazer mais pesquisas e anotações e ainda assim um pouco triste.

Dar um passo pra frente quando a 1 ano você não descobrira nada, era incrível, eu tinha descoberto algo que todos também querem saber, mas mesmo assim, não foi algo positivo e também tinha a reação das outras pessoas.

Com esse pensamento e tentando outras opções acabei por olhar pela janela e ver que já estava extremamente claro. Olhei para o relógio e marcavam 10:40.

— Droga.

Não havia visto o tempo passar com toda essa loucura.

Desliguei todos os computadores e tranquei e fui direto para casa.

Cheguei em casa e comi algo e fui tomar banho com o pensamento se eu voltaria para lá ou não. Precisava do aparelho novo se quisesse continuar, preciso encontrar Paul e ir até a próxima cidade atrás de um hospital.

Vesti minha calça jeans, uma camiseta e uma jaqueta de couro que Kanon havia trago para mim, o que me lembrava que eu teria que ir atrás de roupas para mim, pois precisava.

Decidi apenas dormir mais tarde, se eu dormisse agora, não iria dormir à noite.

Desci as escadas para ir à procura de Paul e dei de cara com Negan entrando na porta.

— Bom dia.

— Boa tarde – ele me corrigiu propositalmente e apenas sorri sem graça.

Ele estava nitidamente irritado.

— Onde estava que chegou só agora? – perguntou diretamente e eu arqueei uma sobrancelha.

— Como é?

Ele continuou ali em minha frente esperando uma resposta.

— Eu estava no laboratório, onde mais estaria?

— Sozinha?

Aquilo já estava começando a passar dos limites.

— O que te importa? – perguntei começando a ficar com raiva também – Você passa um mês me ignorando e agora quer saber se eu estava sozinha no laboratório?

— Tudo que tem a ver com meu acampamento me importa – ele ignorou a minha última parte o que me deixou mais irritada.

— Sim, eu estava sozinha! Satisfeito? Agora eu preciso achar o Paul, me de licença – tentei passar por ele, mas ele agarrou meu braço me trazendo pra perto dele, quase colando nossos corpos.

— Você não vai.

O que?

— Negan, me solta!

Ele continuou me segurando, sem botar muita força. O empurrei e coloquei a mão onde ele segurou, não doía, mas me deixou com raiva.

— Você disse quando eu vim pra cá que não deixaria ninguém me machucar, mas nunca prometeu que você não iria me machucar!

Ele ficou surpreso e com a cara incrédula.

— Eu nunca faria isso com você!

— Não tenho tanta certeza – falei baixinho, mas com certeza de que ele iria ouvir.

Nós ficamos em silencio e eu passei a mão por meu cabelo nervosa.

— Olha, desculpe se eu causei uma impressão errada – ele disse tentando se acalmar também.

— Tudo bem – eu realmente não queria discutir, estava cansada física e mentalmente – Preciso saber se alguém que você conheceu ou que viveu aqui morreu de alguma causa de não seja perfurado o cérebro? – mudei assunto repentinamente o que o fez ficar confuso, mas pensou antes de responder.

— Não, ninguém.

— Tem certeza?

— Como você mesmo viu, não moram muitas pessoas e eu conheço cada uma delas. Por que essa pergunta? – perguntou e eu me encostei na mesa da sala cruzando os braços e ele ficou esperando a resposta.

Eu ainda estava um pouco abalado por tudo, então não pensei em um modo leve de lhe contar, não que ele precisasse.

— Descobri uma coisa hoje.

Ele me olhou e pela primeira vez nesse tempo que eu o conheço o vi com um pouco de esperança.

— O que?

— Isso tudo é um vírus. E todos nós estamos contaminados por ele. O vírus já está dentro de nós, a mordida do zumbi é apenas um modo para que comece a febre para que o vírus se manifeste.

A esperança que havia nele desapareceu. Ele estava confuso, chocado e ainda tentando processar aqui tudo, como eu.

— O que? Como assim?

Expliquei calmamente para ele tudo que eu vi e descobri no laboratório para que ele entendesse.

— Então mesmo que não fossemos mordidos, ainda viraríamos aquela coisa? – perguntou.

— Se morrermos sem atingir o cérebro sim.

Ele riu.

— Por que logo o cérebro?

Eu respirei fundo.

— O cérebro é a fonte de controle de tudo que você faz. Mas o porquê deles estarem mortos e só uma parte do cérebro dele que funciona eu ainda estou tentando descobrir.

Ele voltou a rir, dessa vez alto.

— O que tem de engraçado?

— Não tem, desculpe – ele ficou sério, lutando para não rir novamente – Só que essa merda de sobrevivência, matando todos eles para no final virar um deles.

— Eu... Eu poderia tentar achar uma cura para que o vírus que eu pensei que passada pela mordida não fosse possível infectar. Só que agora, eu preciso tentar acha algo que mate o vírus dentro de todos nós.

Ele dessa vez realmente ficou sério.

— Você ainda pode

Eu fiquei quieta olhando para meus braços cruzados e ele veio até mim parando em minha frente. Levantei minha cabeça e olhei em seus olhos castanhos.

— Você acha que consegue? – ele perguntou e eu parei para pensar se havia esperanças em mim.

— Não sei, nunca vi um vírus desse, nada parecido em humanos.

Negan descruzou meus braços e pegou uma de minhas mãos.

— Você não pode esperar que vai achar essa cura em pouco tempo, mas sei que vai.

Olhei em seus olhos e sorri sem humor.

— Como tem tanta certeza?

— Simples, eu confio em você.

Eu ri.

— Isso não é motivo para achar um cura.

— Não, não é, mas só confio em pessoa esforçadas, fortes e de boa personalidade.

Eu fiquei o olhando. Negan nunca elogiou meu físico, não que me incomodasse, até por que seus olhares para mim já falavam em si, mas ele sempre acrescentava detalhes que eu achava que ninguém via, mas ele sim.

— Muito obrigado, Negan.

Ele ficou confuso.

— Pelo que?

Eu dei ombros.

— Por tudo, você me deu um lar que ainda por cima é seu. Comida e ainda esperança pra eu continuar a fazer algo que eu tentava sem muito sucesso.

Ele sorriu e apertou meu queixo levemente e eu sorri.

— Eu que tenho que te agradecer, na verdade todos aqui tem.

Eu o abracei. Simples assim e de repente. Nunca tinha tido esse tipo de contato com ele, nada mais de um aperto de mão e na hora eu não pensei no ato. Negan ficou surpreso, mas correspondeu.

Depois de um tempo desfiz o abraço e suspirei alto.

— Eu preciso ir.

Ele franziu o cenho.

— Por que? Você não deve nem ter dormido.

Eu me afastei e ele me seguiu com o olhar.

— Preciso ir pegar uma máquina nova pra entender uma coisa. Vou procurar Paul...

Ele riu e balançou a cabeça.

— Já vai atrás desse cara?

Mas que merda é essa? Há um minuto atrás estava tudo bem.

— Eu preciso dele pra ir buscar! Não era esse o acordo desde o começo? Um homem pra ir me acompanhar?

— Tem outros.

Eu ri não acreditando nessa merda.

— Acontece que eu não confio em ninguém se não ele!

Negan me encarou com raiva, que me fez até recuar um pouco.

— Eu te levo.

O que?

— O que?

— Eu levo você – ele repetiu e eu acabei rindo.

— Não precisa me levar. Você deve ter coisas para fazer.

— Não tenho.

Admito que eu gostei daquilo, mas sabia que ele estava fazendo pelos motivos errados.

O caminho até a próxima cidade foi silencioso, a não ser pela discussão de onde ficaria um hospital com tal equipamento.

— Seria aqui? – perguntei olhando para o mapa.

— Não precisa de mapa, sei onde eu estou.

Eu o olhei seria.

— Vai falar isso quando estivermos perdidos – foi a vez dele me olhar sério.

— Você tem uma língua bem afiada – ele bufou e eu cruzei os braços.

— Não tenho língua afiada, apenas tenho opinião para dar.

— Ah não, nada de língua afiada “Negan, o hospital fica à uma hora dessa merda, escuta o que eu to falando caralho”— ele fez uma péssima imitação da minha voz. Era esquisito o ver brincando, mas era engraçado.

Tentei ficar seria, mas acabei rindo, como ele.

— Tudo bem, você que comanda.

Ficamos em silencio por um tempo.

— Mas me diz, você disse que não tem família e tal.

Eu me remexi incomodada.

— Não tenho.

Ele me olhou de rabo de olho.

Eu estava ali com ele, não tinha do que fugir e nem por quê.

— Meu irmão e meu pai – ele me olhou esperando eu terminar – Eu vivia com eles antes de ir morar sozinha. Mike e Josh.

Ele voltou a olhar para estrada.

— Quem era quem?

— Josh meu pai e Mike meu irmão.

— O que aconteceu? – perguntou curioso.

— Perdermos o contato. Eu... Fiz uma pequena merda antes de morar sozinha.

Ele pensou um pouco.

— Posso perguntar o que você fez?

Eu ri.

— É mais fácil você pedir para eu contar tudo.

— Então conte.

Eu suspirei e passei a mão em meu cabelo.

— Eu morava no estado de Macon, minha mãe abandonou a gente quando eu era bebê ainda, quem criou eu e meu irmão foi meu pai. Só que quando eu tinha 18 anos, eu peguei o carro do meu pai escondido para ir para um festa, era apenas uma festinha. Só que eu bebi muito, então bati com o carro com minha amiga dentro. Como nenhuma de nós tinha se machucado, não fazia sentido contar para ele que eu bati o carro com outra pessoa e ferrar ela ainda, então falei que só fui eu. Só que o pai dela, descobriu que ela foi na festa comigo e foi atrás de mim lá em casa, mas eu estava na escola e meu irmão tinha voltado da faculdade e meu pai não estava. Então o cara, bateu no meu irmão com uma barra de ferro até ir pro hospital.

Eu senti meus olhos queimarem, mas pisquei e fiz força para não chorar.

— Meu pai gritou comigo, praticamente me amaldiçoou o mês inteiro, colocando a culpa em mim e a culpa era minha. Então aproveitei que estava planejando ir para faculdade fora do Estado e os deixei em paz. Comecei a trabalhar com maquiagem, pois era útil onde eu estava e precisava pagar minhas contas.

Negan nada disse apenas continuou a dirigir.

— Me desculpe por mentir para você sobre isso, mas é que eu nunca costumei contar isso pra ninguém, então continuei com essa mania.

Ele respirou fundo.

— Não gosto de mentiras, principalmente quando te acolhi pedi isso para você...

— Eu sei, Negan...

— Mas!... Se só escondeu isso por vergonha, eu lhe entendo.

Sorri de lado.

— E os amigos? Você teve mesmo? – perguntou e eu ri concordando.

— Sim, eu tive. Família, ex-namorado e amigos.

Eu fiquei quieta, apenas continuei olhando para frente.

— Você o amou? Ou foi apenas aqueles ex’s que nem contamos? – perguntou rindo. Ele queria saber muito e pra recompensar a mentira, o contei tudo e mais.

— Eu o amei, ele foi meu primeiro e único namorado e a única pessoa que eu amei até hoje. Mas quando eu fui embora, não deixei apenas meu pai e meu irmão, mas também ele, sem explicações, sem telefones, sem se quer mesmo terminar com ele, pois sabia que ele ia me encontrar e eu ia voltar para ele e para minha família. Só que... Ele estava no Afeganistão, era do exército. Então quando voltou e descobriu que eu fui embora sem deixar pistas nem nada, não deve ter gostado de mim tanto quanto antes, como todos os outros – eu ri sem humor e ele permaneceu sério, mas um pouco compreensivo.

Lembrar da dor que eu poderia ter causado a Peter, das promessas que fizemos e eu fui embora, sem se despedir, me magoava muito. Me magoava pensar que meu pai poderia ter sentido minha falta ou se aliviado ao não me ter lá mais.

— E você? Posso saber de sua vida? – perguntei para ele que riu.

— Não.

— O que? Por que não? – perguntei irritada.

— Por que não – ele estava se divertindo me vendo irritada.

— Não é justo! Te contei algo que eu nunca contei para ninguém e você não quer me contar nada.

— Funciona assim – ele me olhou sarcasticamente e eu cruzei meus braços bufando – Para de pirraça, parece uma criança.

Eu ri sem humor.

— Vou te mostrar quem é a criança – eu disse sem pensar e logo me arrependi.

Negan me olhou maliciosamente e riu.

— Vou esperar ansioso – ele gargalhava diante do vermelho em meu rosto.

— E-eu disse sem pensar – tentei me explicar, mas ele continuou rindo.

— Quer motivo pra ficar com mais vergonha? – eu o olhei confusa e ele apontou para frente. O hospital estava ali – Eu sei onde eu me meto.

Revirei os olhos e encostei a cabeça na janela até ele parar o carro.

 


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Notas finais do capítulo

Qual a opinião de vocês sobre a historia da Lucy? E sobre o ciumes já crescendo do Negan?



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