Strange Love AU Frostiron escrita por Evil Hella
Notas iniciais do capítulo
Oieee, tudo bem? Se vocês estiverem se perguntando porque estou postando capítulos tão rápido a resposta é: estou apenas postando os capítulos que já publiquei no Wattpad, isso não quer dizer que sou tão rápida assim no quesito atualizações.
BOA LEITURA!
Loki está flutuando.
Loki está flutuando em um grande vazio em tons que variam de cinza escuro a preto, o que não parece fazer muito sentido aos seus olhos cansados. Isso não se parece com o submundo. Se parece com o grande vazio onde ele caiu certa vez, mas isso parece fazer tanto tempo...
Ele se sente solto, à deriva, e não consegue ver nada por perto para se agarrar. Não que ele queira se agarrar a algo. O estado de inércia não o incomoda, mas talvez o deus tenha que encontrar algo para passar o tempo se esse for seu fim e ele estiver fadado a passar o resto da eternidade vagando pela escuridão sinistra desse lugar.
De repente, Loki sente alguma coisa. É suave, mas firme, e é algo no que se concentrar. É um pequeno aperto quente em sua mão direita, tão reconfortante que faz com que ele se agarre a isso como a uma tábua de salvação. Ele se sente bem.
Gradualmente a sensação vai ficando mais forte, mais perceptível, e, repentinamente, ele é atingido por uma onda de dor que o faz gritar para a escuridão à sua frente. Todo seu corpo dói como o inferno, e o puxa para longe da sensação boa que o aperto em sua mão o proporciona.
O vazio a sua volta começa a tomar forma, e o asgardiano é afogado por uma enxurrada de memórias. Boas, ruins, confusas, dolorosas. Terríveis. Ele não consegue fugir, não consegue não olhar. E o deus sente seu corpo ser puxado para longe da escuridão, cada vez mais longe, cada vez mais doloroso...
E então Loki abre os olhos.
No início a luz fere seus olhos, e o deus precisa piscar algumas vezes. O teto é branco e luminoso, e um raio de sol alaranjado traça a forma de uma chama no gesso. Sua mente parece em branco, e ele não se lembra de onde está, mas sabe que respirar dói.
Loki tenta mover a cabeça, mas isso dói também. Tem algo em sua garganta extremamente desconfortável, e há coisas o picando e um bip insistente em algum lugar. Seus membros parecem tão pesados, e sua cabeça parece ter sido atingida pelo Mjölnir.
Mas a sensação em sua mão direita ainda está lá, tão reconfortante quanto antes.
Porém, isso não impede que ele entre em pânico por não conseguir respirar.
— Hey, hey! – uma voz masculina se apressa em dizer, e a sensação em sua mão desaparece. – Você está bem, okay? Não entre em pânico. Olhe para mim, okay?
Loki vira levemente a cabeça, e enxerga um homem com as mãos levantadas em sinal de paz o olhando preocupadamente, mas o deus precisa se esforçar para reconhecê-lo...
Tony Stark.
De repente, os últimos eventos atingem Loki como uma avalanche. Os crimes, a tortura, a fuga, a Torre, Tony Stark. O deus geme dolorosamente. Agora ele tem certeza que não está morto.
— Você está com dor? – Tony pergunta rapidamente. – Eu não sabia a dose de morfina que eu podia dar a você durante o coma sem que eu o matasse, então preferi não arriscar. Seu estado estava bem ruim.
Loki geme em resposta, olhando para o tubo saindo de sua boca.
— Ah, sim, claro. O tubo. – o bilionário sai do campo de visão de Loki, ainda falando. – Isso deve estar te incomodando muito. Vou tirar, e isso pode doer um pouco. Vou colocar uma cânula com oxigênio porque seus pulmões foram danificados, não quero arriscar.
E assim ele o faz, mas, por trás de toda a dor, Loki nem sequer nota o desconforto em sua garganta. Sua boca está extremamente seca, e em nenhuma hipótese ele irá conseguir falar algo agora.
— Você está com sede, não é? – Anthony pergunta. – Eu já fui entubado antes, é uma porcaria. Aqui está. Eu vou te ajudar.
O gênio inclina a cama de Loki o suficiente para que ele fique parcialmente consiga beber água de um copo por um canudo sem se engasgar, e isso faz com que o deus se sinta patético.
— Obrigada. – Loki agradece; a voz áspera e rouca.
— Hm, de nada. – Tony coça a nuca, sem graça. – Você quer falar sobre alguma coisa? Quer contar algo? – sem uma resposta, o gênio continua. – Bem, você deve estar mesmo cansado. Ficou apagado por cinco dias. Eu... Eu achei que você tinha morrido. – suspira. – Você tem quatro costelas fraturadas, então respirar pode doer. Sua perna direita está fraturada em dois lugares na tíbia, e não sei como você conseguiu ficar de pé lá na sala. Seu braço esquerdo está definitivamente quebrado, e o músculo do seu ombro está danificado, pode demorar um pouco para que você volte a usá-lo plenamente.
Loki fecha os olhos e bufa em frustração.
— É, eu entendo que esteja chateado. – Anthony diz levemente antes de continuar. – Você levou um monte de facadas, e perdeu um monte de sangue. Eu consegui reverter os danos internos e parar a hemorragia, mas seus pulmões sofreram um pouco, por isso foi entubado. Eu dei uns pontos em um corte na sua nuca, e também nos seus pulsos e tornozelos. Eu coloquei um IV, você estava muito desnutrido e...
Um gemido de desagrado o interrompe, e Tony fecha a boca rapidamente.
— Certo, acho que você não quer ouvir sobre seus ferimentos. – Stark fala se sentando em uma poltrona ao lado da cama. – Bem, eu fiz o melhor que podia, mas não sou médico nem nada. Jarvis me ajudou o tempo todo. Sabia que fui eu quem criou Jarvis? Ele é um sistema de inteligência artificial muito especial, feito especialmente pra mim. É a criação da qual tenho mais orgulho, com toda certeza. Ele é minha única família.
— Eu fico honrado, Senhor. – a voz de Jarvis preenche o quarto, e Loki olha em volta, tentando encontrar a origem do som.
— Não, Loki, você não pode vê-lo. – Tony ri. – Ele não está aqui. Bem, não fisicamente. Mas ele está em toda essa torre. Jarvis é um AI que está programado para cuidar de tudo em minha vida, e ele é equipado com reconhecimento de voz, reconhecimento facial, é capaz de reconhecer emoções e até mesmo de senti-las, mesmo que de uma maneira bem mais simples do que a humana. Não se preocupe, eu programei uma lista enorme de procedimentos e regras para evitar que algo saia errado. Além disso, ele tem uma voz muito sexy, não acha?
— Obrigada, Senhor. – Jarvis agradece, a voz eletrônica parecendo levemente contente com o elogio.
— Ele tem uma personalidade própria, e eu o amo. – Anthony admite, olhando para os próprios pés. – Parece loucura, eu sei, mas eu o amo de verdade. Ele sempre está ali pra mim, mesmo quando eu não mereço. Sei lá, significa muito pra mim.
— Não é loucura. – Loki responde simplesmente, olhando nos olhos de Tony.
Um breve silêncio cai sobre o quarto, mas Tony rapidamente o preenche tagarelando sobre o clima de Nova York e sobre como ele prefere muito mais a Califórnia, e sobre sua mansão na costa de Malibu, com uma vista incrível do mar.
— Eu realmente preciso te levar pra lá um dia. – Tony diz animadamente, distraidamente colocando sua mão sobre a de Loki. – É lindo e ensolarado e tem tantas janelas que a luz do sol consegue atingir quase cada canto da casa. É um lugar feliz. Você iria adorar, tenho certeza. A praia é perto e...
Os olhos do deus nórdico lentamente se fecham, e ele cai em um sono embalado pela voz do bilionário problemático tagarelando sobre praias e Jet Skis.
x-x-x
Tony boceja enquanto caminha até a cozinha, esfregando os olhos. Café, ele precisa de café. E então voltar para o quarto de Loki. Essa é a única coisa em sua mente no momento.
Loki.
Tão silencioso e observador. Tony esperava que ele gritasse, surtasse, tentasse fugir ou sei lá o que, mas o deus apenas permaneceu lá, inerte e tão... Quebrado. Não só fisicamente, mas psicologicamente também.
— Senhor. – a voz de Jarvis preenche o vazio subitamente. – Eu recomendo que, antes de voltar para o quarto do Sr. Laufeyson, tome um banho e durma um pouco, o senhor praticamente não dorme há uma semana.
— 'To bem, Jarvis. – Anthony murmura tomando um grande gole de café.
— Além disso, o senhor precisa se alimentar. – o AI o adverte. – E café não conta. O senhor necessita de uma refeição decente.
— Okay, okay, você venceu. – Stark suspira exausto. – O que você acha de pedir uma pizza pra mim? Eu prometo comer algo mais decente quando estiver menos cansado.
— Okay, Sr.
Tony termina de beber seu café e resolve assistir alguma coisa qualquer na televisão, e a pizza chega em menos tempo do que ele imaginava. O gênio não fazia ideia do quanto estava faminto até sentir o cheiro de queijo e pepperoni invadir o ar. Sim, ele gosta dos clássicos.
Após devorar quase toda a pizza, ele se levanta e preguiçosamente faz seu caminho até o quarto, e, após um ótimo banho, praticamente desmaia em sua cama, em um sono livre de sonhos.
x-x-x
Tony pisca lentamente, ainda grogue de sono, sem saber por que está acordado. O céu lá fora está claro, mas parece o sol da manhã. Droga, ele dormiu a noite toda. Não, não. Ele precisa ver Loki, se certificar que ele não está morto e...
— Senhor? – a voz de Jarvis o desperta de seu transe. – Senhor, eu estou tentando acordá-lo há dez minutos.
— Nossa. – Tony diz soltando a respiração e passando a mão pelo rosto. – Hmm... Que horas são?
— São nove horas e vinte e oito minutos da manhã, senhor.
— Droga, eu dormi muito. – diz se levantando e cambaleando até o banheiro. – Preciso escovar meus dentes e ir ver Loki. Qual é o status dele, Jarvis?
— O paciente ainda está dormindo, senhor. – o AI responde imediatamente. – Creio que ele passará a maior parte dos próximos dias desacordado graças ao seu estado de recuperação.
— Ótimo. – Tony murmura enquanto escova os dentes.
— Senhor, o Doutor Banner está na Torre; especificamente na sala de estar.
— O quê?! – Tony pergunta cuspindo na pia. Ele enxágua rapidamente a boca, saindo apressadamente do banheiro. – Há quanto tempo ele está aqui?
— Há aproximadamente trinta minutos. – Jarvis informa. – Esse é o motivo pelo qual eu estava tentando acordá-lo, senhor.
— Ele se aproximou da ala médica?
— Não, senhor, porém achei melhor avisá-lo de sua presença, mesmo que ele tenha total permissão para entrar na Torre.
— Você fez bem, Jarvis, obrigado.
— Ao seu dispor, senhor.
Tony sai apressadamente do quarto, pegando o elevador e indo até o andar principal. E lá está Bruce, casualmente sentado no grande sofá, com um livro no colo. Stark nota que esqueceu a pizza sobre a mesa de centro ontem à noite, e se lembra que prometeu a Jarvis que teria uma refeição decente hoje.
— Hey, Bruce. – Tony o cumprimenta casualmente andando até o sofá. – Que surpresa.
— Olá Tony. – Banner diz fechando o livro e olhando para o bilionário. – Eu resolvi fazer uma visita. Eu gostaria de discutir sobre uma pesquisa na qual estive engajado nos últimos meses e...
— Senhor? – a voz de Jarvis interrompe o médico. – Senhor, problemas na ala médica.
— Ala médica? – Bruce pergunta confuso.
Tony se vira rapidamente, xingando baixinho. Doutor Banner imediatamente o segue até o elevador, sem saber o real motivo de tanta comoção.
— Jarvis, qual é o problema? – Stark pergunta apertando repetidamente o botão no painel do elevador.
— O pulmão direito do paciente está entrando em colapso, senhor. – o AI responde prontamente.
— Um pulmão em colapso? – Bruce exaspera. – Tony, quem está aqui? Quem está ferido?
— Bruce, eu vou precisar que não surte, okay? – Tony pede enquanto as portas do elevador se abrem e ambos disparam pelo corredor. – E, bem, preciso de ajuda.
Os dois irrompem pela porta do quarto da ala médica e o som dos bips das máquinas imediatamente preenche o ar. Bruce reconhece a figura esquelética deitada sobre a cama, e quase engasga com a própria.
— Loki?— Doutor Banner pergunta incrédulo. – O que Loki faz aqui? E nesse estado?
— Bruce, eu te juro que eu explico tudo mais tarde, mas, por favor, você tem que me ajudar. – Anthony implora correndo até a cama do deus nórdico.
Doutor Banner nem sequer se preocupa em responder, apenas começa a pairar em torno de Loki, dando ordens a Tony sobre o que fazer ou qual remédio usar. O gênio corre de um lado para o outro dentro do quarto, por vezes pedindo a ajuda de Jarvis, sua mente unicamente centrada em salvar a vida do deus nórdico.
O mesmo deus nórdico que, cinco meses atrás, o jogou de uma janela. É estranho como, de uma hora para outra, salvar a vida do asgardiano se tornou algo tão importante.
Os bips insuportáveis das máquinas finalmente se estabilizam, e Tony suspira aliviado. Bruce olha totalmente sem expressão para o deus deitado na cama, e o bilionário sabe que ele está se esforçando para manter a calma.
— Ele está estável. – Banner afirma e se vira para o gênio. – Agora, Tony, será que você pode, por favor, me explicar o que está acontecendo aqui?
— Olha, eu sei que é loucura e tudo mais, então não precisa me falar nada disso. – Anthony se apressa em dizer. – Mas ele apareceu aqui, do nada, no meio da madrugada, e quase morreu nos meus braços. Bruce, ele estava em um estado deplorável. Ainda está, na verdade. Eu nem pensei, eu só... Eu só o ajudei, nem sei o porquê. Ele me disse que foi torturado, Bruce.
— Tony, ele é o deus da mentira! – o médico argumenta. – Não pode sair acreditando em tudo o que ele diz! Principalmente depois de tudo o que aconteceu!
— O que você queria que eu fizesse?! – Stark joga as mãos para o alto. – Ele estava sangrando e quase morrendo na minha frente! Por que mentiria?!
— Ah, não sei, talvez por que ele é um criminoso intergaláctico que fugiu da prisão e que agora precisa de proteção! – Bruce diz com a voz carregada de ironia.
— Você é um médico, não é? Vocês médicos não fazem um juramento ou não sei o que sobre ajudar o próximo? – Tony provoca. – Eu achei que, depois de Thor, você iria ser o que mais entenderia o que eu fiz e por que.
Bruce bufa em frustração, e passa a mão pelo rosto. Em seguida, ele simplesmente deixa o quarto, e Tony permanece ali parado, olhando para a porta aberta que o médico deixou ao sair.
É, as coisas não vão ser fáceis.
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