Strange Love AU Frostiron escrita por Evil Hella


Capítulo 2
Chapter 2


Notas iniciais do capítulo

Oieee, tudo bem? Se vocês estiverem se perguntando porque estou postando capítulos tão rápido a resposta é: estou apenas postando os capítulos que já publiquei no Wattpad, isso não quer dizer que sou tão rápida assim no quesito atualizações.
BOA LEITURA!



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Loki está flutuando.

Loki está flutuando em um grande vazio em tons que variam de cinza escuro a preto, o que não parece fazer muito sentido aos seus olhos cansados. Isso não se parece com o submundo. Se parece com o grande vazio onde ele caiu certa vez, mas isso parece fazer tanto tempo...

Ele se sente solto, à deriva, e não consegue ver nada por perto para se agarrar. Não que ele queira se agarrar a algo. O estado de inércia não o incomoda, mas talvez o deus tenha que encontrar algo para passar o tempo se esse for seu fim e ele estiver fadado a passar o resto da eternidade vagando pela escuridão sinistra desse lugar.

De repente, Loki sente alguma coisa. É suave, mas firme, e é algo no que se concentrar. É um pequeno aperto quente em sua mão direita, tão reconfortante que faz com que ele se agarre a isso como a uma tábua de salvação. Ele se sente bem.

Gradualmente a sensação vai ficando mais forte, mais perceptível, e, repentinamente, ele é atingido por uma onda de dor que o faz gritar para a escuridão à sua frente. Todo seu corpo dói como o inferno, e o puxa para longe da sensação boa que o aperto em sua mão o proporciona.

O vazio a sua volta começa a tomar forma, e o asgardiano é afogado por uma enxurrada de memórias. Boas, ruins, confusas, dolorosas. Terríveis. Ele não consegue fugir, não consegue não olhar. E o deus sente seu corpo ser puxado para longe da escuridão, cada vez mais longe, cada vez mais doloroso...

E então Loki abre os olhos.

No início a luz fere seus olhos, e o deus precisa piscar algumas vezes. O teto é branco e luminoso, e um raio de sol alaranjado traça a forma de uma chama no gesso. Sua mente parece em branco, e ele não se lembra de onde está, mas sabe que respirar dói.

Loki tenta mover a cabeça, mas isso dói também. Tem algo em sua garganta extremamente desconfortável, e há coisas o picando e um bip insistente em algum lugar. Seus membros parecem tão pesados, e sua cabeça parece ter sido atingida pelo Mjölnir.

Mas a sensação em sua mão direita ainda está lá, tão reconfortante quanto antes.

Porém, isso não impede que ele entre em pânico por não conseguir respirar.

— Hey, hey! – uma voz masculina se apressa em dizer, e a sensação em sua mão desaparece. – Você está bem, okay? Não entre em pânico. Olhe para mim, okay?

Loki vira levemente a cabeça, e enxerga um homem com as mãos levantadas em sinal de paz o olhando preocupadamente, mas o deus precisa se esforçar para reconhecê-lo...

Tony Stark.

De repente, os últimos eventos atingem Loki como uma avalanche. Os crimes, a tortura, a fuga, a Torre, Tony Stark. O deus geme dolorosamente. Agora ele tem certeza que não está morto.

— Você está com dor? – Tony pergunta rapidamente. – Eu não sabia a dose de morfina que eu podia dar a você durante o coma sem que eu o matasse, então preferi não arriscar. Seu estado estava bem ruim.

Loki geme em resposta, olhando para o tubo saindo de sua boca.

— Ah, sim, claro. O tubo. – o bilionário sai do campo de visão de Loki, ainda falando. – Isso deve estar te incomodando muito. Vou tirar, e isso pode doer um pouco. Vou colocar uma cânula com oxigênio porque seus pulmões foram danificados, não quero arriscar.

E assim ele o faz, mas, por trás de toda a dor, Loki nem sequer nota o desconforto em sua garganta. Sua boca está extremamente seca, e em nenhuma hipótese ele irá conseguir falar algo agora.

— Você está com sede, não é? – Anthony pergunta. – Eu já fui entubado antes, é uma porcaria. Aqui está. Eu vou te ajudar.

O gênio inclina a cama de Loki o suficiente para que ele fique parcialmente consiga beber água de um copo por um canudo sem se engasgar, e isso faz com que o deus se sinta patético.

— Obrigada. – Loki agradece; a voz áspera e rouca.

— Hm, de nada. – Tony coça a nuca, sem graça. – Você quer falar sobre alguma coisa? Quer contar algo? – sem uma resposta, o gênio continua. – Bem, você deve estar mesmo cansado. Ficou apagado por cinco dias. Eu... Eu achei que você tinha morrido. – suspira. – Você tem quatro costelas fraturadas, então respirar pode doer. Sua perna direita está fraturada em dois lugares na tíbia, e não sei como você conseguiu ficar de pé lá na sala. Seu braço esquerdo está definitivamente quebrado, e o músculo do seu ombro está danificado, pode demorar um pouco para que você volte a usá-lo plenamente.

Loki fecha os olhos e bufa em frustração.

— É, eu entendo que esteja chateado. – Anthony diz levemente antes de continuar. – Você levou um monte de facadas, e perdeu um monte de sangue. Eu consegui reverter os danos internos e parar a hemorragia, mas seus pulmões sofreram um pouco, por isso foi entubado. Eu dei uns pontos em um corte na sua nuca, e também nos seus pulsos e tornozelos. Eu coloquei um IV, você estava muito desnutrido e...

Um gemido de desagrado o interrompe, e Tony fecha a boca rapidamente.

— Certo, acho que você não quer ouvir sobre seus ferimentos. – Stark fala se sentando em uma poltrona ao lado da cama. – Bem, eu fiz o melhor que podia, mas não sou médico nem nada. Jarvis me ajudou o tempo todo. Sabia que fui eu quem criou Jarvis? Ele é um sistema de inteligência artificial muito especial, feito especialmente pra mim. É a criação da qual tenho mais orgulho, com toda certeza. Ele é minha única família.

— Eu fico honrado, Senhor. – a voz de Jarvis preenche o quarto, e Loki olha em volta, tentando encontrar a origem do som.

— Não, Loki, você não pode vê-lo. – Tony ri. – Ele não está aqui. Bem, não fisicamente. Mas ele está em toda essa torre. Jarvis é um AI que está programado para cuidar de tudo em minha vida, e ele é equipado com reconhecimento de voz, reconhecimento facial, é capaz de reconhecer emoções e até mesmo de senti-las, mesmo que de uma maneira bem mais simples do que a humana. Não se preocupe, eu programei uma lista enorme de procedimentos e regras para evitar que algo saia errado. Além disso, ele tem uma voz muito sexy, não acha?

— Obrigada, Senhor. – Jarvis agradece, a voz eletrônica parecendo levemente contente com o elogio.

— Ele tem uma personalidade própria, e eu o amo. – Anthony admite, olhando para os próprios pés. – Parece loucura, eu sei, mas eu o amo de verdade. Ele sempre está ali pra mim, mesmo quando eu não mereço. Sei lá, significa muito pra mim.

— Não é loucura. – Loki responde simplesmente, olhando nos olhos de Tony.

Um breve silêncio cai sobre o quarto, mas Tony rapidamente o preenche tagarelando sobre o clima de Nova York e sobre como ele prefere muito mais a Califórnia, e sobre sua mansão na costa de Malibu, com uma vista incrível do mar.

— Eu realmente preciso te levar pra lá um dia. – Tony diz animadamente, distraidamente colocando sua mão sobre a de Loki. – É lindo e ensolarado e tem tantas janelas que a luz do sol consegue atingir quase cada canto da casa. É um lugar feliz. Você iria adorar, tenho certeza. A praia é perto e...

Os olhos do deus nórdico lentamente se fecham, e ele cai em um sono embalado pela voz do bilionário problemático tagarelando sobre praias e Jet Skis.

x-x-x

Tony boceja enquanto caminha até a cozinha, esfregando os olhos. Café, ele precisa de café. E então voltar para o quarto de Loki. Essa é a única coisa em sua mente no momento.

Loki.

Tão silencioso e observador. Tony esperava que ele gritasse, surtasse, tentasse fugir ou sei lá o que, mas o deus apenas permaneceu lá, inerte e tão... Quebrado. Não só fisicamente, mas psicologicamente também.

— Senhor. – a voz de Jarvis preenche o vazio subitamente. – Eu recomendo que, antes de voltar para o quarto do Sr. Laufeyson, tome um banho e durma um pouco, o senhor praticamente não dorme há uma semana.

— 'To bem, Jarvis. – Anthony murmura tomando um grande gole de café.

— Além disso, o senhor precisa se alimentar. – o AI o adverte. – E café não conta. O senhor necessita de uma refeição decente.

— Okay, okay, você venceu. – Stark suspira exausto. – O que você acha de pedir uma pizza pra mim? Eu prometo comer algo mais decente quando estiver menos cansado.

— Okay, Sr.

Tony termina de beber seu café e resolve assistir alguma coisa qualquer na televisão, e a pizza chega em menos tempo do que ele imaginava. O gênio não fazia ideia do quanto estava faminto até sentir o cheiro de queijo e pepperoni invadir o ar. Sim, ele gosta dos clássicos.

Após devorar quase toda a pizza, ele se levanta e preguiçosamente faz seu caminho até o quarto, e, após um ótimo banho, praticamente desmaia em sua cama, em um sono livre de sonhos.

x-x-x

Tony pisca lentamente, ainda grogue de sono, sem saber por que está acordado. O céu lá fora está claro, mas parece o sol da manhã. Droga, ele dormiu a noite toda. Não, não. Ele precisa ver Loki, se certificar que ele não está morto e...

— Senhor? – a voz de Jarvis o desperta de seu transe. – Senhor, eu estou tentando acordá-lo há dez minutos.

— Nossa. – Tony diz soltando a respiração e passando a mão pelo rosto. – Hmm... Que horas são?

— São nove horas e vinte e oito minutos da manhã, senhor.

— Droga, eu dormi muito. – diz se levantando e cambaleando até o banheiro. – Preciso escovar meus dentes e ir ver Loki. Qual é o status dele, Jarvis?

— O paciente ainda está dormindo, senhor. – o AI responde imediatamente. – Creio que ele passará a maior parte dos próximos dias desacordado graças ao seu estado de recuperação.

— Ótimo. – Tony murmura enquanto escova os dentes.

— Senhor, o Doutor Banner está na Torre; especificamente na sala de estar.

— O quê?! – Tony pergunta cuspindo na pia. Ele enxágua rapidamente a boca, saindo apressadamente do banheiro. – Há quanto tempo ele está aqui?

— Há aproximadamente trinta minutos. – Jarvis informa. – Esse é o motivo pelo qual eu estava tentando acordá-lo, senhor.

— Ele se aproximou da ala médica?

— Não, senhor, porém achei melhor avisá-lo de sua presença, mesmo que ele tenha total permissão para entrar na Torre.

— Você fez bem, Jarvis, obrigado.

— Ao seu dispor, senhor.

Tony sai apressadamente do quarto, pegando o elevador e indo até o andar principal. E lá está Bruce, casualmente sentado no grande sofá, com um livro no colo. Stark nota que esqueceu a pizza sobre a mesa de centro ontem à noite, e se lembra que prometeu a Jarvis que teria uma refeição decente hoje.

— Hey, Bruce. – Tony o cumprimenta casualmente andando até o sofá. – Que surpresa.

— Olá Tony. – Banner diz fechando o livro e olhando para o bilionário. – Eu resolvi fazer uma visita. Eu gostaria de discutir sobre uma pesquisa na qual estive engajado nos últimos meses e...

— Senhor? – a voz de Jarvis interrompe o médico. – Senhor, problemas na ala médica.

— Ala médica? – Bruce pergunta confuso.

Tony se vira rapidamente, xingando baixinho. Doutor Banner imediatamente o segue até o elevador, sem saber o real motivo de tanta comoção.

— Jarvis, qual é o problema? – Stark pergunta apertando repetidamente o botão no painel do elevador.

— O pulmão direito do paciente está entrando em colapso, senhor. – o AI responde prontamente.

— Um pulmão em colapso? – Bruce exaspera. – Tony, quem está aqui? Quem está ferido?

— Bruce, eu vou precisar que não surte, okay? – Tony pede enquanto as portas do elevador se abrem e ambos disparam pelo corredor. – E, bem, preciso de ajuda.

Os dois irrompem pela porta do quarto da ala médica e o som dos bips das máquinas imediatamente preenche o ar. Bruce reconhece a figura esquelética deitada sobre a cama, e quase engasga com a própria.

Loki?— Doutor Banner pergunta incrédulo. – O que Loki faz aqui? E nesse estado?

— Bruce, eu te juro que eu explico tudo mais tarde, mas, por favor, você tem que me ajudar. – Anthony implora correndo até a cama do deus nórdico.

Doutor Banner nem sequer se preocupa em responder, apenas começa a pairar em torno de Loki, dando ordens a Tony sobre o que fazer ou qual remédio usar. O gênio corre de um lado para o outro dentro do quarto, por vezes pedindo a ajuda de Jarvis, sua mente unicamente centrada em salvar a vida do deus nórdico.

O mesmo deus nórdico que, cinco meses atrás, o jogou de uma janela. É estranho como, de uma hora para outra, salvar a vida do asgardiano se tornou algo tão importante.

Os bips insuportáveis das máquinas finalmente se estabilizam, e Tony suspira aliviado. Bruce olha totalmente sem expressão para o deus deitado na cama, e o bilionário sabe que ele está se esforçando para manter a calma.

— Ele está estável. – Banner afirma e se vira para o gênio. – Agora, Tony, será que você pode, por favor, me explicar o que está acontecendo aqui?

— Olha, eu sei que é loucura e tudo mais, então não precisa me falar nada disso. – Anthony se apressa em dizer. – Mas ele apareceu aqui, do nada, no meio da madrugada, e quase morreu nos meus braços. Bruce, ele estava em um estado deplorável. Ainda está, na verdade. Eu nem pensei, eu só... Eu só o ajudei, nem sei o porquê. Ele me disse que foi torturado, Bruce.

— Tony, ele é o deus da mentira! – o médico argumenta. – Não pode sair acreditando em tudo o que ele diz! Principalmente depois de tudo o que aconteceu!

— O que você queria que eu fizesse?! – Stark joga as mãos para o alto. – Ele estava sangrando e quase morrendo na minha frente! Por que mentiria?!

— Ah, não sei, talvez por que ele é um criminoso intergaláctico que fugiu da prisão e que agora precisa de proteção! – Bruce diz com a voz carregada de ironia.

— Você é um médico, não é? Vocês médicos não fazem um juramento ou não sei o que sobre ajudar o próximo? – Tony provoca. – Eu achei que, depois de Thor, você iria ser o que mais entenderia o que eu fiz e por que.

Bruce bufa em frustração, e passa a mão pelo rosto. Em seguida, ele simplesmente deixa o quarto, e Tony permanece ali parado, olhando para a porta aberta que o médico deixou ao sair.

É, as coisas não vão ser fáceis.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Por favor, comentem e favoritem, é importante pra mim. Obrigada por ler e beijosss!



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