Os Karas - Cigarros e Moscow Mule. escrita por Alex


Capítulo 8
3. Inicio, questões e suspeitas.


Notas iniciais do capítulo

Bom Halloween a todos os meus leitores fantasmas!!
(Dizem que no Halloween as forças sobrenaturais ficam mais sensiveis a nós humanos então, que tal aproveitarmos isso e fazer que vocês fantasmas deixem um comentário? kkk).

Enfim, Uma boa leitura.



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Os filhos começam amando seus pais. Quando adultos eles os julgam, e, às vezes, eles os perdoam.

—Oscar Wilde

 

 

Chumbinho insistiu para que seus companheiros trocassem o local da reunião, já que não poderia entrar no bar. A decisão demorou um pouco, Nicolas precisou ligar para os pais do garoto. Por volta do horário combinado todos os Karas estavam no local.  

Calú e Peggy chegaram mais tarde do que todos os outros.  Usavam bonés e óculos para não associarem seus rostos a uma conversa policial, ou atraírem muitos olhos curiosos. A Qualquer momento poderiam ter fotógrafos no local. Peggy aconselhou a Magri fazer o mesmo e trouxe para a colega óculos escuros. 

Vai ser difícil investigar com metade do nosso grupo perdendo a vantagem do anonimato. — Disse Crânio – Precisamos pensar em alguma maneira de desviar a atenção. Enquanto caçaremos criminosos, Paparazzi caçam vocês.

Crânio, nós não vamos investigar nada, só quero ter certeza de algumas coisas... — Miguel brincava com os saleiros -

Miguel, sinceramente, eu acho que você está se forçando não acreditar. - Chumbinho disse por fim, com a cabeça apoiada a mesa. -

As palavras de Chumbinho fizeram Miguel se mover na cadeira. Ele não admitiu. Magrí, Crânio e Peggy o observaram.

Já era um fato subliminarmente entendido por todos, de que o antigo líder dos Karas estava seguindo a risca a doutrina de São Tome.

—... - Miguel suspirou – Calú, o que pensa sobre tudo isso?

Os olhos se voltaram para o canto direito da mesa, onde Calú olhava a janela. Estava distante desde o momento que chegou. Não falou. Limitou-se a sorrir –Para quem achava digno o seu ato, Crânio não se incluía- e parecia o tempo todo extremamente desconfortável. O dono daquele belo rosto limitou-se a falar. Não olhou nos olhos dos amigos.

Não me entendam de maneira errada –Começou –Tenho compromissos para cumprir, uma agenda cheia, muita gente atrás de mim... E eu só realmente não me importo com o que veio a acontecer com o...

 Era o suficiente para Crânio. O comportamento de Calú o irritava completamente. Ele colocou os cotovelos sobre a mesa e o encarou diretamente.

Pense com cuidado antes de completar essa frase.. .— Disse Crânio –

Calú continuava a encarar a janela. As palavras de Crânio chegavam até ele e Calú as rebatia com o máximo desdém.

—Típico dessas pessoas que se matam com bebidas e drogas. Hollywood acabou com o Kara que você foi um dia.

Dessa vez, Calú não olhava para a janela.

—... Que m*rda, Crânio. — Calú disse na mesa olhando nos olhos do antigo amigo. Seu rosto zangado era algo novo para vários naquela mesa – Eu não consigo entender como vocês parecem procurar por esse tipo de coisa. Você acha que foi fácil pra mim? Acha que foi fácil pra nós? A Sua tia. O Velho Sol. Isso pra mim são traumas. Não são vitorias. Pare com essa mania idiota de querer caçar criminosos. Entre para policia se quer fazer isso.

Crânio serrou os punhos. 

—Você está me dizendo que não queria que tudo isso tivesse a merecida justiça? Seu...

—E não coloque palavras na minha boca. Está a um passo de ser calado.

Na mesa, todos os olhos se dirigiam aos dois. Peggy olhou para Miguel como se pedisse socorro. Os dois pareciam querer se levantar. O líder dos Karas logo veio ao resgate.

Tá galera... Já chega. — Miguel disse – Vamos pedir algo pra comer...

 Os dois membros evitaram se olhar.

Miguel levantou a mão e rapidamente um garçom veio anotar o pedido. Peggy observava Calú. Os dois trocaram olhares. Calú pode sentir a reprovação de Peggy para com o seu comportamento, mas relevou. Chumbinho exibia um sanduíche para o garçom.

“O Que vão querer”?

 

•|•

 

Alguns momentos após os pratos chegarem a mesa -Calú e Peggy não pediram nada- Nicolas chegou com um olhar cansado.

Boa noite.- ele ainda tinha um leve tom de vergonha em sua voz.

Parece cansado, Nicolas. - Miguel disse limpando a boca em um guardanapo – Senta aqui.

—Normal. – O Jovem Detetive disse com um tom de voz um pouco mais a vontade - Eu tenho trabalhado muito mais depois que Andrade se foi. Ele trabalhava como um louco...

A menção a Andrade fez o ânimos desaparecerem.

—Vamos direto ao assunto, Nicolas, por favor...

Todos os olhos se voltaram para o ultimo acento da mesa. A Cadeira de Nicolas estava em um local que dificultava a circulação no restaurante. Porém, ele suspirou e finalmente começou.

—Muito bem...

...Até esse exato momento, o que sabemos é que Andrade saiu de férias a quase dois meses. Quando vocês cortaram a relação com ele, ele se dedicou mais do que nunca ao trabalho policial. Há Dois anos ele não tirava férias. O próprio delegado de policia que se aposenta mês que vem, pediu para Andrade se retirar por um tempo e voltar descansado. Meu capitão seria promovido quando voltasse de sua viagem. Seria promovido para Comissário e por fim teria uma equipe que talvez eu fizesse parte ou não, de qualquer forma, trabalharia menos...

Tomou um gole d'água e continuou.

...Com tanta pressão, Andrade decidiu viajar depois de quase quatro anos. Foi para o México. Ninguém entendeu muito bem a escolha. A única pessoa que tinha alguma ideia do porque era o delegado de policia. Segundo ele, Andrade fora oura vezes ao país no inicio da vida adulta, ou adolescência.

Andrade viajou pro México quando adolescente... — Miguel repetiu para convencer-se de que isso poderia ser importante. Chumbinho notou o comportamento e sorriu.  -

Com tudo, ele voltou mais cedo de lá e disse estar com uma imensa vontade de viver. Que tinha uma ótima razão para comprar um terno e limpar a casa. Isso foi há três semanas antes do ocorrido. Mas é ai que aconteceu algo estranho. Vejam.

Exibi para eles uma cópia do testamento de Andrade de dois meses atrás.

Como podem ver, a sentença onde o nome da Sr. Peggy iria ser adicionada não chegou a ser concluída. E pela data, é a sentença mais nova em um testamento que já está a anos sem ser alterado.

Quando que Andrade nos colocou em seu testamento? — Miguel perguntou -

Hum... Acho que ele chegou a comentar comigo... Não me lembro... Acredito que depois dos eventos com os neonazistas. — Respondeu Nicolas – Não... Não tive acesso a essa informação.

Nicolas pode ver o rosto de Calú exibir um semblante mais triste. O rapaz voltou a encarar a janela. Todos na mesa deram espiados na reação de Calú.

—Continuando, a morte de Andrade abalou muito a força policial. O próprio delegado de policia abriu uma investigação que na realidade, continua... Porem...

Suspirou e disse com um pesar. Aquela frase curta. Tiraria o sono dos Karas.

… O Laudo da autópsia de Andrade simplesmente desapareceu.

O QUE?— Crânio disse em um tom um pouco mais alto do que devia. Todos fizeram o sinal para que ele diminuísse o tom -

—A autópsia desapareceu. Não conseguimos encontrar o arquivo. Nem as pessoas que se envolveram nela. Simplesmente sumiram no ar.

Impossível. - Disse Miguel descrente – Alguém deve saber.

Se for verdade isso que está nos dizendo, todos os envolvidos na autópsia já podem ser considerados suspeitos de envolvimento nesse assassinato. — Disse Crânio já recuperado -

Concordo. — Magri disse um tanto aflita – Peçam a prisão preventiva deles.

—Já fizemos isso. Mas encontrá-los tornou-se uma tarefa difícil. Não assistiram ao jornal recentemente, não é? Eles estão foragidos.

 

O Silencio foi estabelecido.

 

Bem, Isso é tudo por enquanto. Estarei à disposição de vocês para... Para o que decidirem fazer com essa informação.

Espera— Calú parou Nicolas. Ele não se mostrava interessado até um momento atrás e a manifestação de sua opinião era algo que todos tinham certa curiosidade de presenciar – Eu entendo algumas coisas sobre o ramo policial, e sei que tudo isso é informação confidencial. Você não estaria nos contando se não quisesse algo em troca.

Os olhos se voltaram para o rosto do jovem Detetive uma vez mai. Nicolas reconheceu que eles eram realmente bons, como sempre imaginou que fossem.

Não tenho intenção de fazer nada quanto a isso, mas quero saber os motivos pela qual você quer fazer. — Calú disse, colocando Nicolas de certa forma contra a parede -

—Entenda. Andrade me contou sobre como vocês o ajudaram. Na realidade, muitas vezes foram vocês que resolveram tudo... Eu... Eu sou só um amigo que sabe que se for da maneira que está Andrade não vai ter a devida justiça.

Os semblantes tornaram-se mais tristes. 

—Não sei o que faram, mas claro, vocês já não são mais crianças. Eu tenho a idade próxima a da maioria de vocês. Se não quiserem se envolver, tudo bem... No fim das contas o Andrade... ele sempre quis que deixassem esse mundo perigoso para quem tem a obrigação de fazer algo, Eu só... Só fiquei um tanto quanto fascinado com a capacidade de vocês, Então eu pensei... Deixe pra lá.

Nicolas recolhe seus pertences, deixa a mesa dinheiro para pagar a conta, junto com um papel com o seu telefone.

—Se precisarem de mim... Sei que tomarão a escolha certa.

Miguel observou o detetive partir. Ele então, pegou o numero de telefone de Nicolas e o guardou na carteira. Magrí não disse mais nada a mesa. Calú exibia em sua face uma enorme vontade de sair daquele lugar. Apenas Chumbinho e Crânio pareciam refletir sobre o que acabara de acontecer.

 

•|•

 

Após a saída de Nicolas, aos poucos, os Karas foram saindo do local. Cada qual com seus próprios pensamentos.


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Notas finais do capítulo

Agora começou.
Até a proxima.



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