Fuwa Fuwa Love escrita por Mirai


Capítulo 4
Capítulo 4




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Como lhe fora pedido, Ritsu havia inventado alguma desculpa genérica e a usou para avisar às outras meninas de que, hoje, ela e Mio não iriam ao clube de música leve para resolver problemas particulares. E, no fundo, não era uma mentira, pois ambas, de fato, precisavam resolver esse turbilhão de sentimentos que surgiu entre elas. As aulas do dia já haviam acabado. Mio, apreensiva, descia as escadas e encontrava Ritsu na saída do colégio, já a esperando.

Ao ver Mio se aproximando com uma expressão de preocupação, Ritsu não conteve a risada.

— Por que essa cara? Por acaso estamos brigando?

Ritsu falava em um tom despreocupado, tudo pra tentar esconder o nervosismo. A verdade é que o coração de Ritsu estava prestes a sair e as mãos completamente frias. Assim que a amiga trocou os sapatos e pegou sua bolsa, foram em direção à casa de Mio. As duas andaram por algum tempo em um silêncio constrangedor, uma vez ou outra esbarravam o braço uma na outra. Assim que ocorria o choque, Mio já se afastava um pouco. Ritsu sentia vontade de se aproximar mais da amiga, mas entendia que sempre que se encostavam, Mio se afastava. A garota de cabelos castanhos respirou fundo, fechou os olhos e disse

— Mio, quero segurar sua mão!

Mio pareceu meio desnorteada; não sabia como reagir. Ficou com o rosto corado e virou a cabeça pro lado oposto ao da amiga, estendendo a mão. Ritsu deu um sorriso e a segurou, apertando. Sua mão também estava fria, mas, ao mesmo tempo, era confortável. Mio dizia que suas mãos eram grandes, mas, na verdade, Ritsu achava que tinham o tamanho ideal, além de macias e suaves. O silêncio entre as duas já não era mais desconfortável e a ansiedade que havia no ar já havia se dissipado. O que havia entre as duas era uma sensação suave de felicidade e tranquilidade. Ritsu então parou bruscamente e pensou, apertando a mão da amiga um pouco mais forte, ‘’Acho que a amo’’. A baixista olhou para Ritsu sem entender o motivo da súbita parada. Porém, quando percebeu, estava sendo abraçada.

— R-Ritsu, o que está acontecendo? – nitidamente inquieta, perguntou.

— Nada… Vem, vamos pra casa – respondeu, em um tom de voz suave.

Ritsu começou a puxar Mio pela mão, andando mais rápido. Agora, a baterista tinha pressa pra chegar na casa da baixista para que pudessem conversar com calma. Um pouco atrapalhada, Mio tentava acompanhar o ritmo, mas reclamava da pressa. Dessa forma mais descontraída, elas chegavam na casa da família Akiyama, finalmente.Ao entrarem, as duas tiravam os sapatos, os deixando na entrada da residência, e seguiam até o quarto de Mio. Ali sentavam-se no chão, uma de frente para a outra, se encarando. A baixista, bem inquieta, constantemente desviava o olhar. Ritsu, geralmente mais eufórica, também mantinha-se em silêncio. Até que, em um impulso, ela resolvia colocar para fora seu sentimento, sem medo das consequências.

— Mio, eu te amo! Não só como amiga, mas como… n-namorada! – gritou, deixando ambas bastante coradas.

Sem saber como reagir, Mio entreabriu os lábios e ficou estática, apenas fitando Ritsu. Tentou falar algo, mas sua voz teimava em não sair. Em seu peito, sentia o coração bater fortemente. Depois de algumas gaguejadas, finalmente conseguiu pronunciar algo.

— A-Acho que não ouvi direito… É isso! Eu ouvi errado, com certeza… – de forma quase melancólica, seu tom de voz ia diminuindo enquanto terminava de falar.

— Não, você não ouviu errado! Mio… Eu. Te. Amo! – retrucou rapidamente Ritsu. Sem dar lugar à timidez, ela inclinava-se para frente e segurava firmemente as mãos de Mio.

A baixista correspondia, segurando as mãos de Ritsu com a mesma intensidade. Agora com a certeza de que tinha ouvido o que queria ouvir, Mio respirava fundo. Apesar de a face ainda estar muito enrubescida, seus lábios formavam um tímido sorriso. Mesmo morrendo de vergonha, ela encorajava-se e olhava nos olhos da amiga.

— A verdade é que eu também te amo, Ritsu… – quase virou o rosto para o lado, mas resistiu e manteve-se firme, a encarando – Mais do que como amiga. Eu gosto mesmo de você…

Ritsu foi soltando as mãos de Mio lentamente, abrindo um sorriso e pulando na garota de cabelos longos, abraçando-a com força. Ficaram abraçadas por um tempo, as duas sentindo o toque, o calor, o cheiro uma da outra. A garota de cabelos castanhos saiu do abraço, puxando Mio pela mão, em direção à cama.

— O chão não é muito confortável, Vem, vamos para a sua cama! – disse de forma entusiasmada.

Mio fingiu uma resistência inicial, mas logo deixou-se ser puxada por Ritsu e levantou do chão. A baterista guiou ambas até a cama, deitando e puxando a baixista para também deitar. Mio caía em cima de Ritsu, mas rapidamente se ajeitava e deitava de lado, ficando uma de frente para a outra.Ritsu encarava Mio com um olhar encantador, admirando a beleza daqueles olhos negros e a face corada. Logo passou os dedos suavemente sobre sua bochecha, sentindo a maciez e o calor da pele de Mio. Tirava os cabelos sedosos de sua face e se aproximava lentamente de seus lábios rosados, com a respiração mais pesada a cada centímetro da baixista. Ela já não oferecia resistência nenhuma, pelo contrário, parecia realmente querer o que estava por vir. Foram fechando os olhos e cada vez mais sentiam suas respirações no rosto uma da outra. Ritsu encostou seus lábios nos de Mio levemente, sentindo quase como se fossem marshmallows derretendo em sua boca. Mio não se afastou. Apesar do nervosismo, deixou que os lábios se tocassem e dessem um selinho. Era a primeira vez que as duas experimentavam isso, e não poderia haver pessoa mais ideal do que a outra para o primeiro beijo.

Enquanto elas mantinham o suave beijo, uma das mãos de Mio caminhava lentamente até a cintura de Ritsu, onde ali ficava. Aos poucos, a baterista entreabria os lábios com o objetivo de tornar aquele beijo mais intenso. Mio correspondia, e fazia o mesmo. Assim, agora havia espaço para que ambas as línguas se encontrassem e penetrassem na boca da outra. Ritsu contornava sua língua na de Mio, sentindo uma experiência completamente nova e que a deixou maravilhada por ser com quem ela amava. Mio acompanhava cada movimento que Ritsu fazia, pressionando sua cintura com sua mão. Quando sentiram-se ofegantes, separaram seus lábios e se olharam novamente.

— Mio, eu te amo – falou com um sorriso delicado, trazendo-a para perto de si e a apertando.

Mio deixava-se ser levada pelos braços de Ritsu, aconchegando-se no aperto dela. Seu rosto estava vermelho, mas ela sorria. Naquele momento, nenhuma delas queria falar, apenas sentir o corpo da outra próximo. Elas se abraçaram e assim permaneceram por algum tempo. Inesperadamente, Mio quebrava o silêncio.

— Baka… também te amo.

Elas se entreolharam e começaram a rir. Ao mesmo tempo, de forma lenta, os rostos foram se aproximando e os lábios, mais uma vez, se encontraram, resultando em um breve beijo. A partir daquele dia, a primavera via surgir um novo casal.


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