A Má Influência escrita por British


Capítulo 24
Quatro dias para o julgamento


Notas iniciais do capítulo

Oiii! Se joguem no capítulo e depois nos falamos nos comentários!



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Nagato e Hanabi haviam chegado a Konoha fazia um dia. No entanto, o longo voo tinha deixado rei e rainha muito cansados, o que fez Nagato convencer sua esposa a ficarem relaxando no hotel. Dormiram por horas, depois se banharam e resolveram aceitar o serviço de massagem do hotel. Mas, no dia seguinte, Nagato conseguiria impedir sua esposa de fazer o que tinha vindo fazer na cidade.

— Já ligou para Shinki informando da nossa visita? – Perguntou Hanabi enquanto tomava seu café da manhã.

— Não. Achei que você fosse querer aproveitar mais da nossa estadia no hotel como um casal em lua de mel. – Respondeu Nagato segurando a mão da esposa.

— Meu rei, primeiro vamos cumprir com nossa obrigação, depois a diversão. – Sorriu.

— Destruir a felicidade alheia é obrigação pra você? – Alfinetou Nagato e Hanabi riu.

— Na verdade, me assegurar que nosso conselho não foi feito de idiota, assim como eu e você, é uma obrigação pra mim. – Respondeu Hanabi.

— Como assim?

— Querido, seu primo foi responsável por grande caos em nosso conselho e até causou a nossa briga para casar com essa qualquer.

— Não fale assim de Yodo!

— Não me interrompa! Enfim, eu quero me assegurar de que não há nada de errado com esse casamento e você aceitou.

— Aceitei somente porque sei que não há nada de errado com eles e você fantasia demais.

— Tem algo de errado. Meu sexto sentido não mente nunca! Achei estranho que eles não mandaram o convite do casamento até agora.

— Você sabe que eles não vão poder casar na igreja.

— Mas isso não impede que eles organizem uma cerimônia informal, o que eu já acho uma afronta a família real. Um casamento simples? Como um duque pode pensar em algo assim?

— Agora, fiquei confuso. Você quer ou não quer que eles casem?

— Bem, o conselho decidiu pelo casamento. Se tudo estiver certo, quero que se casem dentro dos princípios do nosso povo. Entretanto, parte de mim grita que tem algo de errado com eles e que esse casamento não vai acontecer nem de um jeito informal.

— Você só pensa assim porque detesta Yodo.

— Eu só acho que Shinki merece ser feliz.

— E ele é com Yodo.

— Não estou convencida disso.

— Essa viagem vai te convencer disso, Hanabi.

— Sabe o que eu penso Nagato?

— Não, ás vezes, não tenho ideia do que se passa na sua cabeça.

— Yodo é a imagem da perfeição. Desde criança sempre foi assim. Por isso, acho que tem algo de errado com ela. Ninguém é tão perfeito assim.

— Você fala isso porque tem muitos defeitos e te incomoda a forma como Yodo tem prestígio.

— Meu pai sempre me disse que meus defeitos faziam de mim especial.

— Não discordo dele.

— Você acha isso mesmo?

— Hanabi, antes da gente casar, meu pai conversou comigo e disse que você era diferente de Yodo e que isso poderia ser bom pra mim e para o reino. Eu achei que ele estivesse errado, mas depois de tantos anos casados eu penso que ele esteve certo o tempo todo. Você não é caridosa ou gentil, mas nunca permite que alguém passe por cima das suas opiniões e em vários momentos defendeu nosso reino com suas garras de leoa.

— Você não tá só falando isso pra que eu pegue leve com a Yodo né?

— Claro que não! – Nagato riu – Mas sem dúvida eu ia te amar mais se você fosse gentil com ela.

— Espera aí um minutinho... Repete o que disse! – Pediu Hanabi.

— Que eu gostaria que você fosse mais gentil com Yodo?

— Não! A outra parte! – Exigiu.

— Que eu ia te amar mais?

— É! Essa daí! Você nunca tinha dito que me amava. Você me ama mesmo? – Perguntou Hanabi visivelmente abalada.

— Pensei que continuar casado com você já seria uma resposta a essa sua pergunta. – Disse Nagato e rebeu um beijo de Hanabi.

— Eu te amo, Nagato! – Disse a rainha.

— Eu te amo, Hanabi. Desculpa se eu demorei muito pra dizer...

— Não faz mal. Você disse quando ficou pronto pra dizer.

— Hanabi, meu amor, pega leve com a Yodo, por favor? Eu te peço isso em nome da felicidade do Shinki, da paz em nossa casa.

— O que eu ganho se pegar leve com ela?

— O que quiser!

— Qualquer coisa?

— O que estiver nessa sua mente louca!

— Eu pego leve com ela, mas tem duas condições.

— Quais?

— Eu terei que ver com meus próprios olhos que ela e Shinki estão bem de verdade, sem infringir nenhuma regra do conselho, e nós vamos ter que renovar nossos votos numa cerimônia longe de todo mundo. Só nós dois. Sem o Ryu, inclusive.

— Ok. Como a minha rainha desejar.

[...]

 Shinki quase teve um infarto quando ouviu quem estava do outro lado da linha: Nagato. O primo havia acabado de lhe contar que havia chegado na cidade no dia anterior e que queriam jantar hoje à noite com ele e Yodo. Se recusasse, sabia que os dois desconfiariam de que alguma coisa estava acontecendo, ele aceitou que o primo e sua esposa viessem para o jantar. Yodo não ficou muito feliz com isso.

— Hanabi e Nagato jantando conosco? Isso não parece certo, Shinki. – Comentou Yodo.

— Eu sei, mas o que eu podia dizer?

— Sei lá, inventasse alguma desculpa.

— Eles saberiam no mesmo dia que era mentira. Aqui nessa cidade todo mundo toma conta da vida do outro.

— Acha que eles já sabem que eu estou grávida?

— Acredito que não. Se soubessem, Nagato teria comentado no telefone.

— Hanabi é esperta. Ela vai sacar, Shinki.

— Yodo, não surta ok? Sua barriga ainda está pequena, dá pra esconder com uma roupa larga.

— Mas e se ela reparar?

— Podemos dizer que o filho é meu. Não é 100% mentira até que saia o resultado do DNA. – Sugeriu Shinki.

— Mas e se o bebê for do Boruto e depois tivermos quer contar a eles a verdade? Aí vai complicar nossa situação.

— Um problema por vez, Yodo. Precisamos lidar com o jantar.

— Hanabi me assusta.

— Ela estará sob controle. Nagato estará aqui e perto dele ela é um pouco mais mansa.

— Mesmo assim, parece horrível pra mim.

— Eu sei que vocês duas não se gostam, mas ela é parte da família e você está prestes a entrar para a família também, então seria bom hastearmos a bandeira branca de paz.

— Por você.

— Obrigado, amor.

[...]

Orochimaru estava rodando em sua cadeira, quando ouviu alguém bater na porta. Perguntou-se onde estaria sua secretária que não o tinha avisado de uma visita, então se ajeitou na cadeira e pediu para que a visita entrasse. Não demorou muito e Sasuke pisou na sala, o que surpreendeu Orochimaru.

— O que te traz aqui, Sasuke? – Peguntou Orochimaru tentando parecer amigável.

— Vim falar com meu tio sobre o julgamento e passei para dar um oi. Está muito ocupado?

— Não muito. Só revisando um projeto. E você? Como está? Muito ansioso para o julgamento?

— Bastante. Minha vida se dividirá entre o antes e o depois dele, mas estou confiante.

— Encontrou alguma nova prova? – Sondou Orochimaru.

— Não, mas aquele caderno que apareceu ser falso vai me ajudar a provar que tem alguém que quer me prejudicar.

— Mas ele não prova sua inocência quanto ao erro de cálculo do viaduto.

— Não totalmente, mas é o indício de alguma coisa. Enfim, Boruto está preparando muito bem a minha defesa.

— Não duvido disso, Sasuke.

— Fiquei sabendo que você irá depor.

— Vou. Não queria, mas intimaram.

— Por que não queria?

— Gosto de ficar longe de tribunais.

— Por que? Deve alguma coisa?

— Não, não devo nada a ninguém. Tudo que conquistei em minha vida foi por puro mérito.

— Como o meu cargo?

— Ficou chateado que eu fiquei com o seu cargo? Eu não queria, mas Madara insistiu tanto. Além disso, é temporário não é mesmo? Logo mais você estará de volta.

— Assim espero...

— Se me permite, eu preciso terminar de revisar o projeto. Poderia voltar outro dia?

— Não queria atrapalhar seu trabalho, Orochimaru. Nos vemos no tribunal.

— Nos vemos lá, Sasuke. – Então despediram-se e Sasuke partiu.

Orochimaru observou a porta se fechar e então sorriu.

— Mal posso esperar para o seu julgamento, Sasuke Uchiha.

[...]

Sakura tinha terminado uma videoconferência, quando a campainha de sua casa tocou. Abriu a porta e então deu de cara com Shizune.

— Saudades de mim? – Perguntou a assessora e então foi recebida de braços abertos por Sakura.

— Você faz muita falta por aqui! Como estão as coisas em Nova York? – Perguntou Sakura enquanto caminhava com a amiga até o sofá da sala.

— Indo bem. Você chegou a ver o e-mail que eu te mandei ontem sobre criar uma coleção conceitual de joias?

— Sim, eu vi, mas acabei esquecendo de responder porque tinha que colocar as crianças pra dormir.

— Falando das crianças... Como elas estão?

— Bem. Muito levadas, mas muito bem. Tenho sorte que Sarada tem passado mais tempo em casa nos últimos meses pra me ajudar com eles.

— Sasuke também não ficado mais em casa?

— Sim, você sabe que depois que ele perdeu os dois empregos acabou dando aulas particulares em casa. Mas aí ele vive ocupado dando aula ou preparando a aula. Então, as crianças acabam ficando mais com a Sarada ou vão para a casa dos avós ou ficam com Izumi.

— Outro dia eu estava falando com Sai por telefone e ele mencionou algo sobre querer ter filhos comigo. – Comentou Shizune.

— Não acha que está na hora? Vocês têm um relacionamento de anos e o filho dele já está adulto.

— Eu teria que diminuir meu ritmo de trabalho para isso.

— Já disse para você arrumar uma assistente. Tem que ser esperta, mas não é difícil achar alguém que se interesse por moda, Shizune.

— Ok. Esse é outro assunto que eu tenho pra tratar com você. Eu fiz uma pequena seleção e achei a candidata ideal.

— Quando vou conhecê-la?

— Bem, o primeiro show da turnê mundial do Shinki será aqui em Konoha daqui a dois meses. Lembra que Sarada te pediu pra fazer os figurinos?

— Sim. Eles já estão quase prontos.

— Então, eu pensei que a candidata podia vir para o show e ajudar nos bastidores. Se ela se sair bem e você aprovar, ela fica com o cargo de minha assistente.

— Ótimo! Assim, você finalmente pode diminuir o ritmo, ficar de vez em Konoha e construir uma família com Sai. – Sakura sorriu.

— Se tudo der certo, sim. – Shizune sorriu.

— Qual é o nome da candidata?

— Konan. Ela é maravilhosa. Prestativa, educada e ama moda como você.

— Confio nas suas escolhas. Quanto à coleção de joias?

— Se você topar com tudo que está no contrato, podemos assinar hoje e você passa a trabalhar nisso. Só vai precisar ir a Nova York para a seleção das pedras preciosas.

— Ok. Você ainda estará aqui no dia do julgamento?

— Infelizmente, não. Inojin precisa que eu o represente na inauguração de sua exposição.

— E ele não vai?

— Ele quer estar ao lado de Sarada. Então, eu e Sai concordamos que ele está certo.

— Todo apoio amigo é válido. Aliás, reserve um quadro de Inojin pra mim. Quero presentear um amigo.

— Qual?

— Sarada me mostrou a foto de alguns que Inojin mandou pra ela  e tem um incrível que ele desenhou apenas em preto e branco de um bebê chorando.

— Se chama: Vida. Inojin me disse que ele queria representar o início da vida que pode ser tão bonito quanto duro.

— Inojin é um poeta com os pincéis. Ele está crescendo mesmo no mercado da arte.

— Sem dúvida. Os quadros dele já subiram muito de preço nos últimos anos. Como Sarada se sente sendo a musa dele?

— Como assim, Shizune?

— Sarada é a musa de Inojin. Ele tem centenas de quadros dela.

— Ele não se desfez de todos?

— Ele mantém um lá em casa e os outros estão no meu apartamento em Nova York. Achei que um dia ele poderia querer fazer uma exposição com eles.

— Minha filha é uma garota de sorte. Todos os namorados dela foram pessoas tão especiais. Inojin mesmo é um amor. Himawari é muito sortuda.

— Que Sai e Inojin não me escutem, mas Himawari não dá valor ao amor de Inojin. Ela é neurótica com ciúmes dele com a Sarada. Se ela soubesse dos quadros, daria uma grande dor de cabeça.

— Por isso vocês esconderam?

— Sim, mas não tive coragem de vender para outra pessoa. Os quadros que Inojin fez de Sarada não pessoais demais.

— Eu gostaria de ver algum dia.

— Na sua próxima visita a Nova York te levo no meu apartamento e você verá.

[...]

Por causa da presença de Shizune na cidade, Sakura, Sasuke e as crianças foram convidados para jantar na casa de Sai. Quando chegaram, o clima era intimista, mas muito agradável. Uma música leve tocava ao fundo, enquanto a família Uchiha se espalhava pela casa. Sarada ficou com Indra e Ashura brincando na varanda. Sakura com Shizune na cozinha pra ver o que a amiga havia preparado para o jantar. E Sasuke com Sai no ateliê antigo de Inojin. Assim, Sasuke não demorou muito a notar o quadro de Sarada na parede.

— Ei, aquela ali não é Sarada? – Perguntou Sasuke se aproximando.

— É. É o quadro preferido do Inojin. – Respondeu Sai.

— E por que ele está aqui e não no apartamento dele?

— Você conhece Himawari. Ela teria um ataque de ciúme se visse esse quadro, então Inojin o guarda aqui. Está a salvo.

— Eles não veem muito pra cá?

— Raramente. Inojin vem mais sozinho e, quando vem com Himawari, eles não passam da sala. O ateliê é um lugar sagrado pra mim e pro Inojin também.

— Inojin ainda sente algo pela Sarada?

— Acredito que seja só amizade mesmo. Só que esse quadro representa mais coisas pra ele do que apenas uma lembrança da Sarada. Uma vez ele me disse aqui mesmo que esse quadro era uma mistura de inocência do primeiro amor, com a primeira decepção e sua última ilusão. Inojin lembra da mãe dele toda vez que olha esse quadro também.

— Ele pintou quando estava no cativeiro?

— Sim. Foi no colégio interno, mas o que ela aquele lugar senão um cativeiro não é mesmo? Ino não foi fácil como mãe.

— É uma lembrança terrível de se guardar de uma mãe. – Comentou Sasuke.

— Inojin tem um coração de ouro. Ele não tem ressentimentos com a mãe. Inclusive, ele acredita que a alma dela está em paz, porque ele conseguiu perdoa-la.

— Até hoje não como um ser cheio de tanto ódio como a Ino era conseguiu ter um filho tão gentil.

— Antes de se tornar amargurada, Ino era gentil também. Eu lembro da primeira vez que a vi na escola e ela era como Inojin.

— Eu fui o culpado do que aconteceu com ela? É isso que você quer dizer?

— Não. Ino foi vítima de si mesma. Você pode ter perturbado o juízo dela, mas ela teve suas chances de ser feliz e jogou todas fora. Ela podia ter sido feliz comigo e não foi. Ela podia ter reconstruído sua vida com Gaara e não fez. Terceiras chances não são dadas pra quem não merece.

— Você falando isso de chance só me faz lembrar que eu posso estar perdendo a minha chance de ser feliz com esse julgamento.

— Sasuke, você será inocentado.

— Eu não tenho a prova de que necessito. Talvez, uma nova chance não seja dada e talvez eu não mereça como a Ino também não mereceu. Talvez essa queda desse viaduto seja pra me provar de que eu não digno da felicidade que tenho agora, que eu não digno da Sakura depois de tudo que eu fiz.

— Você tem uma família linda, Sasuke. Tem uma esposa que te ama e que te perdoou. Tem três filhos incríveis. Você já se redimiu pelo seu passado.

— Eu errei muito nessa vida, Sai. Talvez, o que esteja acontecendo comigo agora seja o meu pagamento por tudo de ruim que eu fiz aos outros.

— Você não é um monstro Sasuke.

— Agora não sou, mas antes eu menti, enganei, machuquei pessoas. Traí a Karin, decepcionei a Ino, abandonei a Sakura, menti pra Sarada. Como eu posso ser digno da família linda que eu tenho, Sai?

— Você não fez apenas coisas ruins, Sasuke. Deixe-me lembrá-lo. Você casou com a Karin e foi fiel a ela depois disso, você terminou sua relação com a Ino na esperança de que ela conseguisse seguir sem você, você pediu perdão a Sakura e devolveu Sarada a sua verdadeira mãe. Isso tudo não conta?

— Acho que sim. – Sasuke sorriu.

— Você merece o que possui agora e esse julgamento não vai tirar isso de você.

[...]

O jantar aconteceu em paz. Então, após a sobremesa, quando todos foram para a sala, Sakura insistiu e então Sarada pegou o ukelele para cantar algo e acalmar os pestinhas Indra e Ashura.

— Sempre que Sarada canta eles dormem! É a melhor coisa do mundo! – Diz Sakura animada.

— A voz da Sarada é a canção de ninar preferida deles e ela pode estar cantando QUALQUER coisa que eles caem no sono. – Completou Sasuke.

— Que a Sarada canta maravilhosamente bem todos nós já sabemos, mas fazer Indra e Ashura dormirem é quase um milagre. – Disse Shizune.

— Quando mamãe está desesperada com eles, eu canto e tudo fica melhor. – Gabou-se Sarada.

— Cante, querida! Estou com saudades de ouvir sua voz! – Pediu Sai.

— Seu pedido é uma ordem.

Sarada então começa a cantar “City of Stars”, que faz parte da trilha sonora do filme “La La Land”. Aos poucos, a voz delicada vai embalando o sono dos pequenos Indra e Ashura que aquietam e começam a sonhar. Sakura e Sasuke sorriem ao amparar os gêmeos em seus colos, enquanto isso Sai e Shizune ficam sentados lado a lado, abraçados, apreciando a música.

No meio da apresentação, a porta da sala se abre. Como tem a chave da casa, Inojin entra sem qualquer cerimônia no apartamento do pai de mãos dadas com Himawari. Sarada não para de cantar e tocar nem com a presença deles. Trocam um breve cumprimento com a cabeça e então o casal se juntam aos outros e apreciam a performance de Sarada.

Ali, naquela pequena sala, Himawari enxerga a grandiosidade de Sarada. Apenas com a voz e o ukulele ela conseguia manter todos encantados por ela. E, talvez, a implicância que a Uzumaki tinha com a Uchiha era porque ela sentia que não tinha nenhum talento como a namorada de seu irmão. Então, Himawari olhou para Inojin e viu os olhos de seu namorado lacrimejarem. Quando Sarada terminou, Inojin ficou de pé e aplaudiu. Himawari aplaudiu de forma mais contida, enquanto isso Sasuke e Sakura pediram licença para acomodarem as crianças no quarto de hóspedes para que não acordassem. Então, Sai elogiou Sarada e ela agradeceu.

— Obrigada! – Disse Sarada, guardando o ukulele.

— Eu que tenho que agradecer por ouvir algo tão bonito. Da próxima vez traga o violino! – Pediu Sai.

— Será um prazer! – Concordou Sarada.

— O tempo só faz você brilhar mais! – Disse Inojin indo até a amiga e a prendendo num abraço demorado.

— Quem me dera! Mas obrigada pelo elogio! Estava com saudade! – Diz Sarada.

— Eu também! Vida adulta é um saco. – Reclama Inojin.

— Não tem volta, meu caro Inojin. Só piora. Como você está Himawari? – Perguntou Sarada tentando ser simpática com a cunhada.

— Eu estou ótima! – Respondeu tentando não parecer abalada.

— Chegaram atrasados para o jantar! – Reclamou Sai.

— Preferimos jantar em casa mesmo, pai. Só viemos para dizer um oi. – Explicou Inojin.

— E quem sabe para pegar um pedaço da sobremesa! – Disse Himawari.

— Vou buscar um pedaço pra vocês! – Disse Shizune.

— Ei, Sasuke! Está ansioso para o julgamento? – Perguntou Inojin.

— Bastante. Espero que Boruto esteja preparando minha defesa. – Disse Sasuke.

— Boruto só fala disso! Sempre que visito meus pais ele está debruçado em livros, buscando algo que o possa ajudar. – Informou Himawari.

— Confio muito no Boruto! – Afirmou Sakura.

— Fiquei sabendo que você vai deixar de ir na inauguração da sua própria exposição para ir ao julgamento em sinal de solidariedade e fiquei muito grato, Inojin. – Agradeceu Sasuke.

— Não precisa agradecer. Vocês são como parte da minha família. – Afirmou Inojin.

— É verdade! Todos nós formamos uma grande família, que vão além dos laços de sangue, são laços de amizade e devemos valorizar isso. – Disse Sarada.

— Acho que o momento merece um brinde! – Começou Sai.

— Só se for um brinde de sobremesas! – Disse Shizune voltando com uma bandeja cheia de pequenos potes para servir os convidados.

— Que seja um brinde de sobremesa então! – Disse Sakura.

— Um brinde à nossa amizade! – Disse Sai e todos repetiram.

No fim daquela noite, Himawari tinha entendido o porquê de Inojin agir daquela forma. Seu namorado via em Sarada uma extensão de sua família. Da mesma forma, como os Uchiha também eram parte de sua família. Afinal, seu pai era o melhor amigo de Sasuke e Sarada era a namorada de seu irmão. Himawari precisou ver o clima familiar daquele jantar para conseguir deixar de sentir ciúmes da estrela Uchiha para encará-la apenas como alguém de sua família.

[...]

O jantar na casa de Sai havia terminado em clima de paz, mas o mesmo não parecia que ia acontecer na casa de Yodo. A médica estava num pé e noutro aguardando a chegada de Nagato e Hanabi, que já estavam atrasados. Pontualidade nunca tinha sido um forte da família real. Enquanto a ameaça não se aproximava, Shinki tentava relaxar Yodo.

— Não adianta nada você ficar nervosa desse jeito. Só vai dar bandeira. – Alertou Shinki.

— Ok, mas tem certeza que a minha roupa tá boa?

— É um vestido larguinho, querida! Você está linda e a Hanabi só vai sentir inveja do modelito. Nem vai passar pela cabeça dela que você tá grávida.

— Shinki, eu tenho medo.

— Não precisa, Yodo. Eu estou aqui para te proteger. – Prometeu, enquanto abraçava a amada.

— Vou tentar relaxar.

Passaram mais uns dez minutos e então a campainha tocou. Eram Hanabi e Nagato de braços dados. O casal real cumprimentou Shinki e Yodo e então entraram.

— Bela casa. – Comentou Nagato.

— Não chega nem perto do que é o palácio, mas até que é ajeitadinho. – Alfinetou Hanabi e Shinki não segurou o riso.

— Vejo que Hanabi não perdeu o senso de humor. – Analisou Shinki.

— Minha esposa é daquelas que perde o amigo, mas não consegue perder a chance de ser desagradável. – Nagato olhou torto e Hanabi deu um sorriso amarelo.

— Só falei a verdade. – Disse Hanabi.

— Ela tem razão. Nossa humilde casa não chega aos pés do palácio, mas não é por isso que deixa de ser uma ótima casa. Tem servido a todas as nossas necessidades. – Disse Yodo.

— Falando em necessidades, Yodo você não está com tempo de ir à academia? Está bem gordinha. – Reparou Hanabi.

— Aumentei alguns quilos nos últimos meses e não tenho tempo nem vontade de ir à academia. – Respondeu Yodo.

— Bem, não é por nada não, mas eu acho que era melhor você se cuidar um pouquinho porque o Shinki gosta de mulher reta. – Aconselhou Hanabi.

— Hanabi, eu amo a Yodo. Ela pode ter a forma que quiser, ser redonda, quadrada que eu não me importo. – Disse Shinki segurando a mão da namorada.

— Ata que você vai continuar com ela se ela engordar muito. – Hanabi falou sem qualquer polidez e levou um cutucão de Nagato.

— Hanabi, já chega! O que falamos sobre ser mais agradável? – Disse Nagato.

— Ok. Vamos ao que interessa então... Eu e meu marido gostaríamos de saber quando vai ser o casamento. Já tem data? – Hanabi perguntou sem titubear.

— Ainda não. – Disse Yodo depois de trocar um olhar com Shinki.

— Que troca de olhares foi essa? O que estão escondendo? – Questionou Hanabi que nunca perdia um movimento do inimigo.

— Não estamos escondendo nada. Tá louca? Só não temos uma data pra te dizer. Melhor irmos comer... – Rebateu Shinki.

— Isso. Vamos comer! – Incentivou Nagato e então todos foram para a sala de jantar.

Enquanto comiam, Shinki tentou puxar o assunto para coisas leves como o seu próximo disco, a turnê, os planos de vida que ele tinha com Yodo.

— Engraçado você planejar a vida inteira ao lado da Yodo e não ter nem a data do casamento. – Disse Hanabi entre uma garfada e outra.

— Justamente porque eu vou passar a vida inteira do lado dela, pouco importa quando vamos oficializar isso. – Disse Shinki.

— Mas já pensaram em como vai ser o casamento? – Questionou Nagato.

— Será algo simples. Uma cerimônia para amigos e família. – Disse Shinki.

— Presumo que aconteça em Suna... – Observou Hanabi.

— Sim, será e Suna. – Respondeu Yodo.

— Como Yodo não pode ser casar na igreja, porque lá ela já é casada, o que vocês pretendem fazer? – Perguntou Hanabi.

— Devemos casar no civil e fazer uma troca de votos. Bem simples mesmo. – Disse Yodo.

— Não consigo concordar que o duque de Suna se case de maneira simples. Nagato, você que é o rei concorda com isso? – Hanabi se virou para o marido, que respirou fundo antes de responder.

— Como eu já havia dito a você, não vou me meter nessa questão. O conselho já aprovou o casamento. Então, ele será da forma como os noivos quiserem, Hanabi. – Disse Nagato.

— Bem, vocês todos acham que eu sou desagradável, mas a verdade é que eu prezo muito pelo nosso reino e o casamento do duque é importante sim. Você, Shinki, e Yodo podem não se importar, mas os súditos se importam. Você é o filho do rei anterior. Ou você se esqueceu de Gaara subiu ao trono no lugar de Sasori I? Eles querem ver o casamento de vocês, participar de cada detalhe e se vocês forem fazer algo pequeno não vai ser bom para a nossa imagem. – Opinou Hanabi.

— O que quer que a gente faça, Hanabi? – Shinki perguntou.

— Quero que façam um casamento digno da família real. É o mínimo se querem seguir com essa palhaçada. – Respondeu Hanabi.

— Hanabi, menos... – Pediu Nagato.

— Não vamos nos casar no palácio. – Shinki bateu o pé.

— É a opinião dos dois? – Hanabi continuou insistindo.

— Sim, Hanabi. Queremos casar se possível no jardim da casa dos meus pais. – Disse Yodo.

— A casa dos seus pais é uma propriedade imponente. Concedido. – Disse Hanabi como se cada decisão do casamento tivesse que ser aprovada por ela antes.

— Não estamos pedindo a sua permissão para nada. – Pontuou Shinki e Hanabi riu.

— Você não está pedindo, mas você precisa da minha aprovação. Sabe por que? Eu sou a rainha. – Disse Hanabi.

— Primo, eu e Hanabi só viemos aqui atrás de alguma novidade sobre o casamento. Hanabi colocou na cabeça que só vai deixar vocês em paz se estiver tudo certo quanto a isso. – Contou Nagato.

— Te dou uma data e Hanabi sossega? – Perguntou Shinki.

— Tecnicamente, sim. – Respondeu Hanabi e então Shinki e Yodo sorriram um para o outro.

— Só isso e você nunca mais vai questionar nada sobre o nosso casamento nem fazer nada para impedi-lo? – Yodo quis se assegurar.

— É. Eu prometi a Nagato isso e vou cumprir pelo bem do meu casamento. – Respondeu Hanabi.

— Daqui a um ano. – Responderam Shinki e Yodo juntos.

— Por que daqui a um ano? – Questionou Hanabi.

— Por causa da minha turnê mundial. Queremos casar só quando ela acabar. Assim, poderei tirar férias. – Resumiu Shinki.

— Ok. É uma boa razão. Você tem minha benção.- Disse Hanabi e então Shinki e Yodo abraçaram Hanabi e Nagato.

— Vocês prometeram hein? Nada de tentar impedir nosso casamento! – Lembrou Shinki.

— Prometemos! Agora pode soltar, Shinki! – Ordenou Hanabi.


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