Harry Potter e a Caverna de Sepsyrene escrita por Rosalie Fleur Bryce


Capítulo 24
Memórias perdidas


Notas iniciais do capítulo

Lumos.
Olá, Arnaldos!!! Me desculpem pela demora, mas aqui está, um capítulo novinho. Ah, e então? Gostaram de animais fantásticos? Eu ainda não assiti, mas estou super ansiosa. E com aquela revelção da J.K, que vão ser cinco filmes e parece que um deles vai ser aqui no Brasil! Tô morrendo. Bom, aproveitem o capítulo...



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Sangue. Muito sangue.

Cabelos molhados e emaranhados.

Outro grito, seguido de uma risada maldosa.

Olhos enlouquecidos e totalmente cheios de lágrimas.

— Não — berrou Harry.

Ainda não tinha percebido que estava na floresta. Olhou para os lados e viu Rony, Gina e Sirius o olhando assustados. A respiração e Harry estava descontroladamente descompassada. Ao fundo, algumas cigarras cantavam felizes para a plateia que eram as enormes árvores.

— Harry, você viu alguma coisa, não é? — perguntou Gina, ficando de frente para o garoto.

Sim, ela acertou. Harry tinha acabado de ver Voldemort. Como isso estava acontecendo? Como Voldemort tinha acesso à mente de Harry? Gina repetiu a pergunta e Harry simplesmente afirmou com a cabeça, engolindo em seco sua saliva enquanto mirava o horizonte.

Em cima dos quatro, Fawkes piou algo quase aflito. A Fênix rodopiou com pressa e então pareceu começar a passear pelo céu. Alguma coisa séria estava acontecendo com a ave.

— Sirius, o que está acontecendo? — indagou Harry, quase gritando.

— Ela está mudando seu percurso... Estávamos indo até Hermione e ela não está mais lá?

— Como assim? Mas ainda está viva? Como...

— Sim, está. — Sirius interrompeu Rony, já desolado. — Esperem...

 Os quatro miraram Fawkes. A acompanhavam com os olhos e então a ave mergulhou até eles. Vindo rápido, com suas plumas escarlate cortando o ar.

— Segurem nela — ordenou Sirius.

— Como?

 — Agora!

Harry não pensou muito. Esticou os braços e agarrou uma das penas douradas de Fawkes. De repente, tudo era fogo. Harry via ao seu redor e estava rodeado de chamas ardentes. Achando que nada poderia ser ou ficar mais confuso, Harry sentiu seu estômago revirar; era como se todo o seu corpo estivesse sendo posto dentro de um cano bem fino e sugado como um aspirador. Seu cérebro praticamente foi espremido e então removido de sua cabeça.

De súbito, seus pés tocaram solo firme. Mais firme do que o normal; tocaram o asfalto. Analisando o lugar, Harry percebeu que estava em Londres. Mais do que em Londres, na rua da casa dos Grangers. Lembrou-se de quando fora para o velório da tia de Hermione, e então o coração de Harry doeu um pouco.

— Ela nos tirou da rota — gritou Rony, girando como doido na tentativa de achar uma floresta. — Perdemos Hermione completamente, aquela Fênix tonta nos tirou do caminho.... Estávamos próximos, muito próximo, e agora...

— Cala a boca, Ronald — Gina gritou, fazendo o que Harry queria fazer há tempos. — Não vê que Harry sabe onde estamos?

Como ela conseguia fazer isso? Realmente, pensava Harry, Gina simplesmente lia sua mente da maneira mais cristalina e perfeita possível.

— Sabe, Harry? — perguntou Sirius, Harry novamente afirmou mexendo a cabeça, e então disse:

— Temos que nos dividir.

— Como? — agora Gina tinha perguntado.

— Em duas duplas. Uma vai para a casa de Hermione comigo, e outra vai achar Rosalie.

— Está preocupado com ela? — Harry nunca achou que Rony faria tal pergunta, mas fez.

— É claro que estou, Rony. Rose está sendo torturada por Voldemort e você quer que eu fique de braços cruzados?

— Faça o que você quiser, eu vou achar Hermione com você...

— Não, não vai. Gina vem comigo...

Harry achou que o ruivo só não lhe dera um soco porque tinha uma moça intrometida ouvindo a conversa deles pela janela do segundo andar.

— Não. — a voz de Gina irrompeu a discussão dos dois como um raio, a garota se pôs entre Harry e Rony e então disse: — Eu vou com Sirius e Fawkes achar Rosalie, vocês dois vão achar Hermione. Quem achar primeiro vai ao encontro do outro. Entendido?

Ninguém falou alguma mínima coisa, os três até respiraram mais baixo.  Exceto pela moça na janela, que agora falava ao telefone com uma amiga chamada Vanessa.

— Sim, senhora — Rony baixou a guarda e abraçou Gina com força. Harry nunca vira o amigo dando abraço com tal força.

Quando a despedida de irmãos terminou, Harry sentiu que era sua vez de dizer adeus. Ele não queria dizer tchau, não mesmo. Isso não podia ser uma despedida, não com Gina. Sirius estaria cuidando dela, mas do mesmo jeito, Harry era quem devia cuidar dela. Foi até a garota e a abraçou com força, muita força; quase a quebrou ao meio.

— Calma — ela riu, correspondendo ao abraço de Harry. —, nós ainda vamos passar muito tempo juntos. Fique tranquilo, eu...

— Promete que não vai morrer — a voz de Harry agora estava tensa. Sua barriga se revirava para todos os lados e sua cabeça latejava.

— Harry, eu...

— Me promete — insistiu ele, quase chorando na frente da garota.

— Prometo, me prometa que vai viver...

— Prometo — os dois se beijaram. Harry não queria precisar dar aquele beijo, não um beijo de despedida.

Trouxe Gina mais para perto, e a apertou com toda a sua força. Essa não é a última vez, não é, sua cabeça pensava. Ambos ficaram enlaçados por mais alguns segundos, até que Gina disse:

— Pare de pensar que é a última vez, Harry.

Claro. O mundo de Harry caiu, a fala de Gina só fez com que Harry tivesse mais vontade de enchê-la de beijos e apertá-la.

— Isso não é um adeus — murmurou ela, suas testas encostadas e os narizes se tocando às vezes. —, é só um até logo.

Os dois se beijaram novamente e concluíram que nunca mais iriam se soltar, até que Gina, a mais racional dos dois, se separou dos lábios de Harry e o abraçou, dizendo:

— Te vejo em alguns dias. Te amo muito, você sabe, não é?

— Claro que sei. E te amo mais do que tudo, por favor, não...

— Shiiii — ela apertou a nuca do garoto, puxando alguns fios de cabelo do menino. — Te vejo em alguns dias — repetiu, e então mirou Harry com seus magníficos olhos azuis.

Ele não podia deixa-la, aqueles olhos o encarando levavam-no à loucura, como Gina conseguia ser a única que fazia isso? A menina deu um demorado beijo na bochecha de Harry e depois um bem rápido em seus lábios, e então segurou nas penas de Fawkes e desapareceu em meio ao fogo.

A barriga de Harry estava vazia. Gina se foi e levara algum órgão de Harry com ela. Tirando-o de seus devaneios, Rony estralou os dedos na frente do rosto de Harry e disse:

— Vamos.

Os dois andaram por toda a rua, discutindo se aquela era a casa de Hermione à cada casa que eles passavam. Até o momento em que eles chegaram à única casa em que Harry sentiu alguma semelhança ou lembrança. Sim, era a casa de Hermione.

Rony foi o primeiro a tomar o caminho de pedras rodeado por plantas e flores. Harry o seguiu e então os dois chegaram à campainha. Ambos olharam um para o outro, confirmando com os olhos o que estava prestes a fazer. Foi Rony quem tocou no botão ao lado do batente da porta.

Quem abriu a porta foi Hermione. A garota estava perfeitamente arrumada. Com os cabelos totalmente lisos, rímel nos olhos e vestindo um suéter vinho com uma caça preta, ela olhou para Harry e Rony, confusa, então sem esperar, Rony disse:

 — Hermione! — Harry gritou, se jogando-se na menina e lhe dando um forte abraço, mas ela não reagiu e disse:

— Posso ajudar?

— Hermione, somos nós! — Harry disse ainda sorridente.

— Desculpe, mas eu não os conheço, deve ser algum engano — ela respondeu enquanto fechava a porta.

Harry percebeu seu mundo e o de Rony caindo. Colocou o braço no batente da porta impedindo que ela a fechasse, falando:

— Calma! Hermione, somos nós... Harry e R...

— Quem é, querida? — um homem chegou por trás da garota, o pai dela.

— Sr. Granger, somos nós dois R...

— Eu sei, Harry – Sr. Granger o interrompeu.

— Você conhece eles, pai? — ela perguntou.

— Sim, são filhos de um amigo meu... filha... — ele acariciou a cabeça da menina. — Pode ir até seu quarto? Preciso conversar com eles.

— O.k... – ela disse pausadamente, confusa. Subiu as escadas rapidamente e uma batida de porta ecoou.

Harry e Rony estavam mudos. Sr. Granger os convidou para entrar, os três sentaram-se nas poltronas da sala, Sra. Granger os preparou chá, mas Harry e Rony não tomaram este.

— Nós dois achávamos que Hermione estava bem em Hogwarts. Achávamos que Hogwarts estava bem... — Sr. Granger iniciou a conversa, bebericando seu chá às vezes.

— Mas estava bem, o problema não foi em Hogwarts, foi na minha casa — disse Rony.

— Sim — Harry continuou. — Fizeram um feitiço de proteção e...

— Mas parece que não funcionou, não é? — interpolou Sr. Granger. — Como aquele homem encapuzado entrou no meio da prova..? E além disso, várias coisas em Hogwarts começaram a dar errado. — continuou.

— Mas de qualquer jeito, Fawkes nos trouxe para cá. Achamos que ela tinha voltado para cá — Rony completou.

— Sim, de fato ela voltou pra cá — Sr. Granger afirmou seriamente, colocando a xícara de chá na mesa de centro. — Mas ela voltou diferente.

— Como assim? Ela está bem? — Rony perguntou com um quê nervoso na voz.

— Sim, sim. — ele afirmou. — Em parte.

— Em parte? —perguntou Harry.

Sr. Granger demorou para concluir a frase, respirou fundo então falou:

— Ela não se lembra — ele disse com olhos tristes. Harry e Rony ficaram paralisados, não disseram uma palavra. — Nos ligaram há quatro dias, era hospital. Tinham a achado desmaiada, em uma rua paralela ao hospital trouxa que frequentamos.

À medida que Harry e Rony ouviam os relatos do pai de Hermione a respiração dos dois ficava cada vez mais pesada.

— Procuraram os dados dela no sistema, identificaram-na e nos ligaram. Quando chegamos lá, ela estava em uma maca, ainda desacordada.

Os dois muito atentos à conversa nem ao menos piscavam, Harry mantinha os olhos fixos no Sr. Granger, Rony fazia o mesmo.

— Quando ela acordou, nós dois a perguntamos a última coisa que ela lembrava. Ela disse que... — parecia que ele fazia muito esforço para contar tudo. Respirou fundo mais uma vez. — As últimas memórias dela eram de... — lágrimas começaram a correr pelo seu rosto, fazendo um rastro até seu queixo. — eram de seis anos atrás.

Harry se jogou na poltrona, bufando, seus olhos estavam em lágrimas. Rony abaixou a cabeça e a apoiou no seus braços, seus olhos ficaram vermelhos depois de alguns segundos, assim como os de Harry.

— Como? — Rony murmurou com a voz falha.

— Nosso doutor no hospital trouxa é bruxo também. Disse que o último feitiço usado nela foi Obliviate. Ela não se lembra nem de Hogwarts, nem de magia, nem de todo esse mundo. — ele estava fazendo forças para não chorar, mas era impossível conter a tristeza.

— Mas ela tem dezesseis anos, seis anos se foram, mas ela deve lembrar de magia, não? — Harry cogitou.

— Eu e a mãe dela só contamos a ela sobre magia quando ela tinha nove anos.

— Mas por que fizeram isso? — Rony perguntou, exaltado.

— Porque eu e a mãe dela somos trouxas, vocês dois sabem disso, Hermione só mostrou sinais de magia aos nove anos, nós não sabíamos o que era aquilo. Depois de um tempo, um bruxo veio aqui e nos explicou tudo.

— Ela simplesmente esqueceu de tudo? — Rony perguntou, ainda olhando para o chão, indignado.

— A não ser que haja alguma maneira mágica de recuperar memórias... Eu não sei nada sobre magia. Vocês devem conhecer alguém que é muito inteligente, não? Alguém que possa nos ajudar... — ele olhou esperançoso, o que doeu mais ainda para Harry.

— A inteligente era a...

— Podemos ir falar com ela? — Rony interrompeu Harry.

— Claro... mas não peguem pesado com ela, sabem? — Sr. Granger respondeu.

Rony e Harry subiram as escadas com certa pressa e nervosismo.

— Filha... — o pai de Hermione bateu na porta do quarto da filha.

— Sim, pai? — ela respondeu, tirando os olhos do livro que estava lendo e o colocando de lado.

— Eu vou ao consultório atender um paciente de emergência e volto em uma hora, eles dois vão ficar a aqui com você — a garota arregalou os olhos, assustada. Sr. Granger logo se explicou: — Fique tranquila, eu confio neles — disse, dando um sorriso e um beijo na cabeça da filha. — Tchau.

— Tchau, pai — quando ele bateu a porta, um silêncio tomou conta do quarto, até que Hermione puxou assunto. — Vocês estão com fome? Se quiserem eu posso preparar alguma coisa, um café ou um pão...

— Sabe o que aconteceu com você? — Harry perguntou antes que ela pudesse continuar.

— Sim. Eu fiquei em coma por cinco anos — ela respondeu com olhos arregalados ao perceber que Rony estava com rastros de lágrimas no rosto.

— Você pode não acreditar... — Rony disse com a voz fraca. — Mas nós dois fomos muito importantes na sua vida. Tem que se lembrar da gente.

Hermione estava assustada, e disse:

— Olha, devem ter achado a garota errada. Eu lembro de tudo, das minhas amigas, dos meus familiares, da minha casa. Mas não lembro de vocês.

— É porque entramos na sua vida cinco anos atrás. — Rony perdeu o controle e foi em direção a Hermione, a garota assustada começou a andar pra trás com medo.

— Calma, Rony — Harry segurou seu braço. — Assim a gente não vai conseguir nada. — o ruivo respirou fundo e sentou-se na cama da amiga.

— Saiam da minha casa — ela disse com a voz falha.

— Calma, calma, não precisa disso... — Harry disse indo em sua direção.

— Vão embora... AGORA! —Hermione gritou. Devia ser realmente assustador estar sozinha em um quarto com dois garotos que ela nem conhecia.

— Nós não vamos tocar em você — ele disse abaixando suas mãos. —, mas você teve uma vida nesses cinco anos, você não estava em coma, você esqueceu.

         — Você não esqueceu, foi apagado da sua memória — Rony disse olhando para a parede, ao ver um cachecol que estava pendurado na maçaneta da porta. — Como conseguiu isso? — ele perguntou se levantando e indo até o cachecol, o cachecol vermelho e amarelo da Grifinória.

— Esteve aí desde sempre, acho — ela disse mexendo os ombros.

— Hermione, vou falar alguns nomes, e você vai me dizer se já ouviu falar ou não, o.k.? — Harry perguntou. Ela apenas assentiu com a cabeça.

— Gina Weasley — ela negou. —, Alvo Dumbledore — ela negou novamente. —, Minerva McGonagal — nada.

Todos os nomes que Harry falava ela não reconhecia. Fred, Jorge, Snape, Fleur, Cedrico, etc.

— Vítor Krum — Rony murmurou. E ela negou com a cabeça.

— Lorde Voldemort — disse Harry com a voz trêmula.

— Não, eu não conheço nenhum desses nomes estranhos, não adianta continuar. — ela se levantou emburrada e foi em direção a porta.

— Harry Potter — Harry fez uma última tentativa, nada.

— Por favor, saiam — ela disse com a porta aberta indicando para que eles se retirassem.

— Tem mais um nome — Rony disse sério. — Ronald Weasley – nada.

Os três ficaram em silêncio por alguns segundos. Até que os olhos de

Hermione se arregalaram, e ela murmurou:

— Tem uma coisa... — ela foi com pressa até sua cama, ajoelhou-se no chão e levantou o tapete. Debaixo dele havia uma espécie de porta. Hermione abriu-a e lá se encontrava tudo.

— São suas coisas de...

— Eu não sei o que é tudo isso, não reconheço nada dessas coisas. Mas tem um... — ela não terminou a frase, entrou no porão, seguida de Rony e Harry. Era um pequeno porão de quase cinco metros quadrados. Estava abarrotado de todas as coisa de Hermione; vassoura, varinha, seus inúmeros livros, pergaminhos, poções, uniforme e seu malão.

— Eu encontrei esse lugar aqui ontem. Eu não entendo nada disso, mas achei uma coisa — ela abriu o malão com o nome Hermione gravado e dele ela tirou um caderno.

— O que é isso? — perguntou Harry.

— Acho que é um diário, só tem uma página escrita. Quando vocês disseram Ronald Weasley eu lembrei que já havia lido esse nome, aqui — ela apontou para o diário.

— Sério? — Harry perguntou, surpreso.

— Sim, eu não sei se fui eu quem escrevi, vocês disseram que foram parte de cinco anos muito importantes na minha vida. Não sei se isso é verdade... eu não sei quem é esse tal de Ronald Weasley, ma...

— Sou eu — Rony disse sério indo até Hermione para ler o que estava escrito.

— Pode ler pra gente? – pediu Harry.

— Sim — ela abriu o diário e começou a ler em voz alta:

Que raiva!! Por que ele tem que ser assim? Odeio esse jeito dele de ser, ele é assim, esse jeito Ronald Weasley. Por quê? Poucas coisas me fazem chorar, e ele é umas dessa poucas coisas. Me chamar de orgulhosa, de egoísta, eu sou carne por dentro mas também tenho sentimentos.

Escrever em um diário não é meu tipo, e nem coerente comigo, mas eu preciso pôr para fora o que está me consumindo por dentro. Não quero ninguém, achei que esse ano seria diferente. Eu me considero uma menina muito forte, raramente eu choro por sentimentos, mas ele me fez, me fez chorar porque me fez ter sentimentos.

Hoje eu realmente me senti bonita, umas das poucas vezes. Quando eu desci as escadas senti que minhas bochechas explodiriam de tanta vergonha que eu sentia. Quando o vi, realmente achei que ele me convidaria para dançar, engano meu. Eu o via me olhando com ódio, eu retribuiria o olhar de raiva para ele, mas não consegui. O odiar só fazia com que eu me odiasse. Quero parar de sentir essas coisas, sentir coisas por ele. E quando nós dois dançamos na frente de Hogwarts inteira, eu me senti outra pessoa, me senti maravilhosa e feliz.

Quero voltar a ser a menina que o obriga a estudar. Quero voltar a ser a Hermione normal, que estuda, orgulhosa e não se deixa vencer por nada, muito menos por sentimentos.

De tantas coisas... Quem diria que sentimentos seriam meus inimigos?

Desde o fim do ano passado eu só tenho me perguntando uma coisa, algo que eu nunca perguntei. Por quê? Eu achava que tinha controle de tudo, mas na verdade quando sentimentos tornam-se os seus problemas, você não tem controle de nada. Nem dos seus pensamentos, das atitudes e de como eu falo com as pessoas.

Acho que se eu não fosse tão insuportável quanto eu sou, ele não me odiaria. Eu só sou inteligente porque é a única coisa em que eu sou boa de verdade, não sei lidar com essas coisas embrulhando meu estômago toda vez que ele aparece na sala.

— Acabou? — Harry perguntou.

— Sim — ela disse com a voz trêmula.

— Você quem escreveu? — Rony perguntou.

— Eu não sei... — ela tentou conter uma lágrima no seu olho, no mesmo momento que esta correu pelo seu rosto ela a limpou imediatamente. —Então... Café com torradas? — ela se recompôs sorrindo e tentando mudar de assunto.

— Claro — Harry deu um sorriso fraco. Hermione subiu as escadas do porão cabisbaixa, deixando os dois a sós.

— Nós a perdemos, cara — Rony murmurou.

— Não, graças a você ela sabe que perdeu cinco anos da vida dela, graças a você talvez teremos uma chance de...

— Ela nos ofereceu comida, a Hermione que eu conheço me mandaria parar de comer, se trancaria no quarto para continuar a fazer as lições adiantadas. Logo depois nos ensinaria músicas para estudar e diria o quão absurdo e inseguro é jogar Quadribol — o ruivo disse rindo consigo mesmo, no meio de seus devaneios.

Harry estralou o dedo na frente dele para que voltasse à vida real e disse:

— E você ainda fala que não gosta dela, cara — ele brincou, fazendo Rony ficar com a cara emburrada.

— Eu não gosto, só sinto falta do jeito dela, é como se você não lembrasse de mim, ou a Gina — ele se defendeu e seguiu o amigo subindo as escadas para fora do porão.

— Pode se defender como quiser, sou seu melhor amigo e sei quando...

— Quando nada — Rony deu um tapa na cabeça de Harry, fazendo-o rir.

— Vamos lá, ela está nos esperando.

Quando os dois chegaram na cozinha, encontraram Hermione fazendo o café de cada um, calma e olhando para a colher misturando o café em pó com o leite quente. Os dois se sentaram ainda quietos. Ela pôs em um prato duas torradas para cada um e preparou o prato dos dois com muito gosto.

— Bom... — ela quebrou o silêncio. — vocês sabem o que eram aquelas coisas?

— Sabemos — Harry disse. — Varinhas e livros de feitiços.

— Como os de magos e bruxos? — ela riu.

— Sim, lembra de algum..? — Rony perguntou esperançoso.

— Só conheço os que eu vejo na TV — disse ela. —, é claro que são efeitos especiais, mas é bem legal, lembro de um episódio em que a garota ficava voltando no tempo para consertar várias idiotices que ela fazia e dep...

Alguém tocou a campainha.

— Ah, devem ser elas – Hermione exclamou, levantando-se com pressa até a porta de entrada.

— Elas quem? — Harry perguntou com a boca cheia de pão.

— Duas amigas minhas — Hermione abriu a porta e duas meninas entraram em casa. Uma tinha altura média, aparentava ser cinco anos mais velha que Rony e Harry, olhos verdes, pele clara e cabelos castanho-escuro. A outra já era mais alta, com cabelos negros, olhos castanhos e com a pele mais morena.

— O quê? — uma delas exclamou ao olhar para Harry. — Potter... o que faz aqui? — ela perguntou.

— Conhece ele? — Hermione perguntou confusa.

— Claro... e você deve ser o Rony — deduziu ela, Rony ficou surpreso ao ouvir a confissão da garota.

— Bom, parece que vocês já se conhecem a Emmy. E essa... — Hermione puxou a menina mais alta pelo braço. — é Aramina.

— Sim... sim, nós conhecemos eles, Hermione — Aramina disse. — Quem não os conhece?

Rony e Harry ainda estavam confusos, de onde essas meninas surgiram?

— Calma, vocês já sabiam que ela... — Rony gaguejou.

— Sim, papai e mamãe disseram que elas eram minhas amigas, antes de eu entrar em coma.

— Então elas ainda não contaram a história toda, não é? — Harry disse, emburrado.

— Não, não contamos — Emmy admitiu, cabisbaixa.

— Que história? — Hermione perguntou, já estava ficando nervosa.

— Vem aqui. — Harry puxou-a pelo braço em direção as escadas, se fossem recuperar Hermione, teria que ser o mais rápido possível.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram?? Me digam nos comentários. Tenho sentido falta de vocês, faz dez dias que alguém comentou nessa fic. Não me abandonem, genteee, rsrsrsrs. Sei que estou demorando mais um pouco, mas é para dar o melhor que posso para vocês. Muito obrigada por tudo. Amo vocês
Um beijo com cheiro de unicórnio e até a próxima.
Nox.



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